
O diagnóstico
O pai entrou na frente. A mãe veio atrás, com o menino. Ele parecia meio ressabiado, com aquela cara de espanto de criança que acha que a qualquer momento vão meter nelas uma injeção ou coisa que o valha.
O pai entrou na frente. A mãe veio atrás, com o menino. Ele parecia meio ressabiado, com aquela cara de espanto de criança que acha que a qualquer momento vão meter nelas uma injeção ou coisa que o valha.
Mãe, tudo bom por aí?
Sei que tem tempo que não escrevo. É que essa correria da vida, sabe como são as coisas.
Lembra de quando eu era moleque que tinha aquele troço chato de querer fazer xixi toda noite? Então, sabe que o péssimo hábito de acordar de madrugada para fazer xixi voltou. Tem uns três meses que tô assim de novo e tá ruim de parar. É um saco isso, porque acordo já com o treco quase saindo. E também de quebra vem uma sede sobrenatural.
Quando me virei e dei de cara com aquele homem que habitou anos os meus pesadelos mais sombrios, eu simplesmente não sabia o que fazer. E diante disso, quando notei que ele estava vindo em minha direção eu apenas larguei o copo de champanhe na mão da prima Lucrécia e saí correndo desesperado.
Havia se passado quase uma semana desde que eu liguei insistentemente para o Fininho em busca de alguma resposta para o telefonema bizarro.
Esse texto, absolutamente verdadeiro, é uma confissão. Eu matei mesmo o maluco.
Quando dona Selminha abriu a porta do meu apartamento, ela deu um grito com o susto que levou. Ali estava eu, no escuro, sentado na cabeceira da mesa segurando uma caneca contendo um resto de chá que já estava frio.
Para meu espanto, dois dias depois de publicar aquela memória, um email apareceu na minha caixa…
O moleque veio transferido de outra escola. No primeiro dia não falou com ninguém. Sentou lá atrás, “na dele”.