Se você ainda não viu o primeiro artigo que eu fiz detalhando o processo pelo qual um artista pode fazer o upload de suas músicas para os principais serviços de streamings de músicas, dá uma olhada aqui.
Nesse artigo aqui eu vou relatar um fluxo de trabalho que estou testando com a LANDR e que realmente gostei muito, não apenas pela sua facilidade mas também pela ENORME qualidade do serviço, e as ferramentas disponibilizadas pela plataforma, que são de pirar o cabeção, maluco.
Bom, eu já estou batendo cabeça nesse negócio já tem alguns meses, mas em termos técnicos, acho que já posso me qualificar quase como um semi-virgem, hahahaha.
Quando comecei, logo após aquele primeiro artigo (uni o útil ao agradável, conforme eu pesquisava para resolver os meus problemas, eu fiz artigos ensinando o que eu estava descobrindo, o que serve para ajudar os outros e isso vai enchendo este site) eu me encontrei meio perdido sobre como deveria fzer para subir as minhas músicas. Cada serviço tem seu grau de complexidade e burocracia. Entenda, subir musica para os serviços não é como jogar sua foto no instagram ou subir um video para o youtube. É mais trabalhoso. Por que? Porque são mais de 100 servições de streamings hoje e cada um tem suas exigências de formato, padrão, metadados, e tal, fora questões técnicas como samples, taxa de bits, direitos autorais divisão de royalties, e tudo mais… Mas embora não seja um “passeio no parque”, também não é “física de foguetes”.
Serviços bons e furadas
Em alguns serviços que experimentei esse trabalho era mais complexo ou menos complexo. Alguns sistemas são até meio burros — no sentido de que você fica preso a ficar preenchendo campos com pergutas e exigências estúpidas repetidamente. Outros têm taxas ocultas que você vai descobrir depois que ja pagou “pra entrar na festa”.
Mas como criador, o ruim mesmo é quando tudo está cero você sobe o material e espera um tempão para descobrir que ele foi recusado por alguma nova burocracia ou exigência estapafurdia.
Um dos serviços que eu fiquei mais puto e quase me levou à loucura, tive vários “piripaques do Chaves” de ódio, depois de me dar um trabalho DO CACETE e resultou em NADA concreto, mesmo eu pagando caro pra caralho por uma conta profissional lá, falando direto com o atendimento, explicando meu projeto ANTES de contratar (sempre antes de contratar tudo é lindo, tudo é maravilhoso) e depois se recusaram a me devolver o dinheiro, mesmo sabendo que eu não ia subir nada lá. Essa é a bosta do unchainedmusic.io
Quer um conselho de amigo? Passe longe desse aí!
Mas a beleza da internet, das tecnologias e do livre mercado, é que para cada serviço lazarento, se você souber procurar, pode achar um legal.
E eu achei o LANDR legal. Eu já conhecida o LANDR desde quando usei para fazer uma masterização naquele experimento onde eu escrevi uma musica e fiz o falecido Charles Aznavour cantar — de quem sou devoto, (sim, devoto, pq “fã” é bem menos do que eu sou)
Uma musiquinha muito limitada tecnicamente para a época, (pq se hoje a IA está ainda nos primórdios, eu fiz aquilo no primórdio dos primórdios). Você não tem noção do tempo que eu perdi, tentando fazer aquilo usando ferramentas como o Eleven Labs lááá atrás para fazer aquela merda cantar.
Obviamente o resultado era bem abaixo do sofrível, já que é uma Inteligência Artificial de narração.
Eu ficava mandando meus testes para o meu amigo Robert, que pacientemente ouvia e concordava: “É…Ficou uma merda”.
Bem, conforme a tecnologia foi evoluindo e novos serviços aparecendo, mais e mais gente investindo tempo e recursos em criar ferramentas altamente complexas, eu passei a me dedicar mais profundamente aos experimentalismos. Usando Daws e loopers, tocando músicas numa flauta, gravando no banheiro (do mesmo jeito que o Raul Seixas fazia) e convertendo o som em notas musicais, depois reconvertendo as notas em Midi e alterando isso em diferentes instrumentos no looper, exportando essa base, jogando no Suno para recriar a partir daquilo, exportando em partes, diovidindo no Lala.ai e jogando no reaper para remontar com efeitos sonoros, do Eleven Labs que foi evoluindo paralelamente e hoje é uma ferramenta ABSURDA de legal… Eu passei a perceber que a tecnologia tinha botado um canhão na nossa mão.
Mas isso aí é um mundo cara! Não dá pra dominar, e essa foi uma constatação que cheguei rapidamente, foi um choque de humildade. Eu nunca vou ser bom nisso.
Existe tanta coisa, são tantos processos, tantos plugins, tantas traquitanas — fora IAs — que me senti um chimpanzé exposto ao painel de controle de um Boeing 747. E é assim que me sinto ainda. Foi assim também quando abri a interface do Zbrush pela primeira vez. Eu olhei pra ela, ela olhou pra mim, e eu pensei: “Nossa Senhora, eu tô ferrado!”
Mas eu sigo batendo cabeça, e me divirto muito no processo, que é também, muitas vezes, frustrante demais. Mas entre os experimentalismos mais loucos que eu fiz estão a única música do mundo contendo um suposto extraterrestres de verdade (gravações de aliens do caso Mirassol) e a única musica do mundo contendo um suposto fantasma de verdade, o Konstantin Raudive. Mais experimental que isso, só o Hermeto Pascoal tocando a cuba da pia do banheiro, hahaha.
A LANDR
Mas vamos falar da minha experiencia na LANDR, que é o que interessa. Desde seu lançamento em 2014, a LANDR oferece uma serie de ferramentas que ampliam as possibilidades dos músicos. Basicamente é como uma plataforma self-service, que é acessível e interessante demais em todos as etapas da criação musical. A empresa já ostenta com orgulho mais de 3 milhões de usuários, de 160 países e funciona num montão de línguas. Atualmente, eles ja têm mais de 12 milhões de faixas masterizadas e passam dos 20.000 lançamentos mensais, e seu parquinho está lotado de gente, desde produtores caseiros (como eu), até artistas e selos estabelecidos, gente que tem Grammy na estante.
Masterização com IA na LANDR
A masterização é realmente uma parte importante no processo de finalização de uma música. E é aqui um dos pontos fortes da LANDR. Os caras oferecem uma masterização instantânea com qualidade de estúdio, através de aprendizado de máquina e inteligência artificial. O algoritmo de masterização deles é guiado por uma equipe de engenheiros de áudio profissionais. Ele foi construído para analisar e ajustar o áudio pedacinho por pedacinho. Tudo começa com um grande big data onde eles reuniram dados de milhões de faixas masterizadas. Assim, essa IA aprendeu a dar uma melhorada SUBSTANCIAL no processo de otimização da música.
Eu já testei varios processos de masterização diferentes. Até chegar na LANDR, eu estava usando um fluxo manual no Reaper, onde me dava um grande trabalho de setar alguns plugins e ajustar tudo na mão em vários canais. Depois achei um jeito com IA que era muito interessante, usando esse modelo que baixei no github e funciona com uma IA local, escrita em C++, que rodo aqui na minha máquina, mas claro, ele é muito (mas muuuuuito mesmo) mais primitivo do que a LANDR consegue gerar.
Lendo assim, isso pode até soar como algo difícil pra caramba, (masterização é coisa pra engenheiro, mano, eu sei) mas eles conseguiram fazer tudo de um jeito bastante intuitivo, e olha, estão de parabéns!
Um ponto muito forte é a interface. Talvez a melhor que já usei ate agora. Olha que belezinha essa UI:

Bibliotecas de Samples
Olha, aqui está um campo onde eu sou garoto, sou noob, total cabaço, chame como quiser.
Me parece que os caras que fazem essas músicas modernas de hoje, ficam trocando esses samples, esses beats aí e coisa e tal. Música de gente moderna, tá ligado? Eles baixam eses packs e samples e jogam em loopers e brincam com eles, misturam coisas, é como aquele brinquedo de antigamente “o laboratório de química experimental” só que na versão de música, e eletrônica. São como pedacinhos. Tem pedacinho de tudo que você imaginar, uns de bateria, uns de violão, e pianos, sintetizadores, os caras pegam essas coisas e vão misturando e jogando um em cima do outro e ajustando, para formar novas músicas. Eu sei que isso ainda vai ser uma cachaça que vai SUGAR A MINHA VIDA. E por isso, estou só olhando esse negócio aqui da borda da piscina por enquanto.
São nada menos que 3 milhões de samples livres de royalties ali pra você.
Eu sou proveniente de um outro mundo, e estou tentando engatinhar antes de correr. Mas tem isso lá. Um porrilhão, maluco. Um porrilhão de bibliotecas de samples royaltie free para você usar e fazer o seu som.

Cursos
Uma outra parada que tem lá dentro que eu vi por alto e já me interessou, é que eles tem uns cursos. Tem curso de um MONTE de coisa, são mais de 200 cursos e isso é muito útil, porque eu sou autodidata e fico HORAS tentando descobrir como faz as paradas. É meio como um orangotango tentando escrever uma tese. Cursos podem ajudar a acelerar o processo. De graça ainda, fica melhor, é sempre bom, né Jason?
Subindo o som
Então, como eu te disse, a Ladnr é uma plataforma que ajuda a criar o som, melhorar o som, te ensina como resolver as paradas, e claro, ela vai ajudar você a subir seu som para os streamings depois que estiver pronto.
Até onde eu consegui entender, eles tem um wizard interno que te pega pela mão e leva num passo-a-passo até a música pegar o aviãozinho direto para o Spotify, Deezer, Apple music e adjacências. Este é o visual do distribution wizard.

Você vai preenchendo e ele vai te orientando. Basicamente é bem fácil. Ele pergunta coisas como o nome da música, quem é o artista principal, se a música tem letra ou é instrumental, se tem, quem esceveu a letra, quem compôs a melodia, quem é o produtor musical da obra e assim vai.
Você pode ter um artista principal ou mais de um. Artistas convidados, tudo isso você vai colocando lá.
No botãozinho verde de NEXT, você vai “passando de fase”. Mas isso é legal — ele verifica se tu deu algum mole ANTES de ir pra fase seguinte.
Por exemplo, um mole que eu dei e ele me avisou, foi que uma das minhas músicas tinha mais de oito segundos de silêncio. Por regra de vários streamings, não pode. Aí ele indicou isso e eu cropei a parte do silêncio lá e subi de novo. Fácil e rápido.
Formatos ele aceita vários, entre eles, o Wav e o Flac.
Música no ar em dois dias?
Velocidade é o lance. Eles prometem um lançamento em somente 2 dias. Quem já usou esses serviços de distribuição que existem por aí afora, sabe a via crucis de esperar até um mês para uma música subir para os streamings. Dois dias pra catapultar a música da tua máquina para o mundo, é o SONHO DOURADO de qualquer artista.
Royalties
Não acho que eu poreciso dizer isso, porque bem, é óbvio! Uma vez que você lançou sua música nos streamings, você pode receber royalties pelo seu trampo. Mas você já sabe disso e não vou chover no molhado. Um amigo meu, vendo minha empolgação, perguntou: “Cara, isso dá dinheiro?”
Porra, se dá! Eu estou rico, mermão, morando numa cobertura na Vieira Souto! Eu só finjo que moro em Niterói, hehehehe.
Falando sério agora: Cara, se tu acertar uma música e ela bombar, sim, você vai ganhar dinheiro, mas é tão difícil, meu… Muito mais de vinte mil canções entram nos streamings por dia.
Não faça pelo dinheiro apenas, pq se fizer, tu vai se frustrar! Quer dinheiro só? Compra um PLR, ou escreva um curso de alguma coisa que você sabe, aprende a fazer esse marketing mais safado de funil de vendas, meta a conversa fiada de jornada do herói na copy, prometa mundos e fundos para o desesperado achar que vai enriquecer com seu curso, vai lá em Balneário Camboriu e tire umas fotos numa Ferrari Lamborgni ou McLaren alugada, pose todo pimpão na porta da mansão de alguém e bote pra vender num hotmart da vida.
Esperar ganhar grana de verdade com streamings que pagam frações de centavos por execução, está longe de ser a estrada dos tijolos amarelos. Qualquer um que disser o contrário estará te iludindo.
Mas se você é um artista, um criador de alguma coisa musical e gostaria de compartilhar o que você faz com o mundo, aí é legal. Mas ficar rico nisso, é como diz o camelô:
“Num tem galantia! Pla que galantia? Vai tomá na sua cu!”
Quanto tu vai ganhar? Depende. A ferramenta tem uma calculadora de royalties onde você pode ver que precisa de muito nego ouvindo seu som para pingar um cascaio. Olha só:

No meu primeiro mês, de cara, com uma música (que eu odeio, chamada “Linda Flor”) e que fiz só para entender como funcionava, eu arrumei 5000 seguidores que ainda estão ouvindo a minha música. Hoje, ela já está nuns dez mil plays la no Spotify, eu acho.
Então, segue meu raciocinio aí: Se tu fizer uma música maneira e der a sorte de alguém jogar ela numa playlist, ou ela virar um chiclete na cabeça de uma galera, (tipo no segmento sertanejo) aí o céu é o limite!
Divulgação com a LANDR
A empresa oferece também outra parada que não testei. Além da distribuição, eles incluem o acesso ao programa Spotify para Artistas e lançamento das faixas para os editores de playlists. Note que a LANDR não faz esse trampo de divulgação nas playlists, mas ela da as ferramentas pra você fazer.
O sistema permite criar campanhas pre-save e criação de engajamento antes do lançamento. Tabém permite adicionar letras com o Musixmatch e permite que os fãs as utilizem em plataformas como o Instagram, o que dispara o alcance. Ele tem um monitoramento de performance com estatísticas e ferramentas para conceber ideias. Parece legal.
Tambem é possível dividir royalties na plataforma, mas não sei bem como usa isso, porquê eu sou um homem solitário.
Quanto custa a brincadeira?
Aqui está a real questão central para nós, os sulamericanos. A gente não ganha em dólar. Tudo pra nós é seis vezes mais caro, (na verdade umas dez vezes ou mais, pq ainda tem a carga tributária).
Os caras oferecem três planos (o que é uma ideia inteligente, já que nem todo mundo têm o mesmo perfil).
Os planos são: Essentials, Stardard e Pro.
Eles vão te dar masterização com IA ilimitada em todos no formato Mp3. A distribuição de músicas também é ilimitada nos três planos.
No mais barato, você pagará cerca de 21,90 reais por mês e no mais completão, 41,50 por mês. Não é nada absurdo, considerando que hoje você come uma pizza (que vai virar cocô) por uns cem reais. Se for da de boa qualidade com catupiry de verdade, uns 150, né?
Claro que cobram antecipadamente no modo anual, onde o valor fica melhor, mas você vai desembolsar quase 500 conto de cara. Compensa? Depende do perfil como eu disse.
Eu acho que uma boa seria “entrar pela beiradinha”. Eu, usuário novato, iria no plano standard, e depois faria um upgrade conforme a necessidade. Mas se você já sabe dos paranauês, aí tavez compense mais entrar via pro até para ter mais acessos ao manancial GIGANTESCO de plugins que eles liberam no pro. Só de extras os caras estão oferecendo nada menos que QUATRO MIL FUKING REAIS de brindes úteis de parceiros. No total de features mais brindes chega a uns oito mil dinheiros!
Se liga:

Bom, eu jáa rodei os quatro cantos do mundo procurando, e realmente até agora não encontrei nenhum serviço que ofereça tanto por este valor. Todos os planos da LANDR dão acesso a um plano de distribuição que inclui:
- Distribuição ilimitada de singles, álbuns e EPs, para mais de 150 lojas, incluindo Spotify, Apple Music e até o TikTok
- Você vai ficar com 100% dos seus royalties (IMPORTANTE!)
Outra parada que eu vi, mas não sei como funciona ainda é a LANDR Network, um negócio que você pode contratar e vender serviços lá dentro.
Pode ser uma fonte de renda extra dependendo do seu caso, hein?! Os profissionais da “LANDR Network” são músicos profissionais que oferecem diversos serviços relacionados a música, produção musical e marketing. A rede permite que você encontre trabalhos para tudo, desde composição musical até mixagem e masterização, passando por capas de álbuns e criação de conteúdo.
Pelo que eu entendi, existem dois tipos de profissionais de rede na LANDR, os Profissionais Afiliados, que são Membros da comunidade LANDR que oferecem serviços. Qualquer pessoa pode ser um Profissional Afiliado. em também os profissionais Verificados: Profissionais da indústria musical verificados e ativos, avaliados pela LANDR. Profissionais Afiliados podem se candidatar para serem destacados, mas devem ter um histórico comprovado. E olha que legal: Não tem comissão. É direto.
Colocando a LANDR à prova
Eu decidi testar o serviço antes de publicar este artigo, é claro. Pra isso, subi a continuação daquele projeto instrumental que eu lancei essa semana, o “Heaven in concert“. Eu ia lançar como “Hell in concert”, mas acho que talvez o nome “inferno” prejudique o acesso, então eu fui numa pegada mais leve colocando o nome de “Concerto profano” no disco:
Basicamente, são trilhas orquestrais com um estilo meio sombrio e macabro. Bom pra assustar a vizinha crente com satanic panic.
Uns cantos meio gregorianos em latim, com uns gritos de coro a la Carmina Burana completam a obra. Na última larguei uns gritos, chamas e risadas sinistras de demônios, criados com a ferramenta de efeitos sonoros de IA do Eleven Labs, sempre muito útil para inventar barulhos diferentes.
Assim que eu subi, levei uns vinte minutos para cadastrar tudo como devia ser e mandei pra análise.
Pois bem, logo depois que eu mandei veio um aviso de erro. Eu havia cadastrado meu disco como “Soundtrack”, porque por alguma razão que desconheço, “clássico” não entrava no streaming da Apple. Parece que a Apple não gosta de musica clássica.
Assim, tentei “soundtrack”, que entra, mas segundo me disseram, eu só poderia usar soudtrack se meu disco fosse a trilha de um filme existente. Então, voltei para clássico mesmo e mandei subir, sabendo que ele não vai entrar na Apple Music e meu querido amigo Dalmo, que é fã de carteirinha do Steve Jobs, não vai ouvir meu disco profano.
Mandei subir e fui levar o Davi pra cortar o cabelo. Ao voltar da barbearia, surpresa!
Para meu total espanto, não levou dois dias, como eu esperava. Levou HORAS! Entrou Hoje mesmo!
Está lá no Spotify já. Escuta aí:
Enfim, superou vastamente as minhas expectativas. Estou muito feliz de ter achado a LANDR.