sexta-feira, julho 25, 2025
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Sortudo comprou dois bilhetes de loteria iguais e ganhou!

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Tem umas histórias que são tão loucas que a gente chega a duvidar que possa acontecer. Olha esse caso, que Gump!

Um sortudo homem de Massachusetts comprou dois bilhetes de loteria premiados em duas lojas diferentes, o que lhe rendeu um pagamento de US$ 2 milhões.

Paul Corcoran, de Fitchburg, uma pequena cidade no centro-norte de Massachusetts, planejava participar do sorteio da Powerball em 9 de julho. Ele havia comprado inicialmente um bilhete multisorteio, abrangendo sete jogos, mas erroneamente acreditou que o sorteio final daquele bilhete já havia sido aprovado.

Então, a menos de 10 minutos da primeira loja onde comprou um bilhete, ele pegou um segundo bilhete para sete sorteios da Powerball — um que também incluía o sorteio de 9 de julho.

Esse simples erro lhe rendeu uma segunda chance no prêmio de US$ 217 milhões, de acordo com a Loteria Estadual de Massachusetts.

Os dois bilhetes vencedores da Powerball acertaram todas as cinco bolas brancas sorteadas nos dias 9 a 69 de julho, rendendo a Corcoran US$ 1 milhão, antes dos impostos, por bilhete vencedor, de acordo com a Powerball.

Os números de Corcoran quase atingiram a Powerball vermelha, o número da sorte 5, ficando um número a menos do prêmio principal. Ele disse que jogava com esses mesmos números aleatórios “há algum tempo” quando reivindicou seus ganhos na sede da Loteria Estadual de Massachusetts, disse um porta-voz da loteria estadual à CNN.

Ambas as lojas onde Corcoran comprou os bilhetes – um supermercado Market Basket em Fitchburg e uma loja de conveniência Country Farms em Leominster – receberão um pagamento de US$ 10.000, disse o porta-voz da loteria.

Os bilhetes vencedores foram os primeiros bilhetes da Powerball, no valor de US$ 1 milhão, vendidos em Fitchburg e Leominster, Massachusetts, de acordo com a Loteria Estadual de Massachusetts.

Corcoran disse aos funcionários da loteria que sua dupla vitória foi boa, mas ele ainda não tem planos sobre o que fará com seus ganhos.

As chances de ganhar o prêmio principal da Powerball são de 1 em 292,2 milhões.

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Como é uma fabrica de drones de guerra?

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Este video mostra o interior de uma fabrica de drones de combate. Olha que interessante e assustador ao mesmo tempo. Acredito que essa seja uma das varias fabricas de drones da Russia.

 

Nos últimos anos, os drones de guerra transformaram a paisagem dos conflitos armados, oferecendo capacidades de vigilância, reconhecimento e ataque com precisão sem precedentes. Por trás dessa revolução estão as fábricas de drones, centros de inovação que combinam tecnologia de ponta, engenharia avançada e estratégias militares. Este artigo explora o papel das fábricas de drones de guerra, suas tecnologias, impactos e os desafios éticos e estratégicos que acompanham essa indústria em rápido crescimento.

A Ascensão dos Drones Militares

Os drones, ou veículos aéreos não tripulados (VANTs), evoluíram de ferramentas rudimentares de observação para sistemas altamente sofisticados. Hoje, eles são usados para uma ampla gama de funções, incluindo:

  • Reconhecimento e Vigilância: Coleta de dados em tempo real em áreas de difícil acesso.
  • Ataques de Precisão: Capacidade de atingir alvos com mínima margem de erro.
  • Suporte Logístico: Entrega de suprimentos em zonas de combate.
  • Guerra Eletrônica: Interferência em comunicações inimigas.

Essa versatilidade tornou os drones indispensáveis para forças armadas em todo o mundo, impulsionando a demanda por fábricas especializadas na produção dessas máquinas.

Como Funcionam as Fábricas de Drones de Guerra

As fábricas de drones são complexos industriais que integram várias disciplinas, como robótica, inteligência artificial (IA), aerodinâmica e ciência dos materiais. O processo de produção pode ser dividido em etapas principais:

  1. Design e Prototipagem:
    • Engenheiros projetam drones com base em necessidades específicas, como autonomia, capacidade de carga ou stealth (invisibilidade a radares).
    • Softwares de simulação testam o desempenho antes da produção física.
  2. Fabricação de Componentes:
    • Materiais leves, como fibra de carbono, são usados para construir estruturas resistentes e aerodinâmicas.
    • Sensores, câmeras de alta resolução e sistemas de comunicação são integrados para funcionalidades avançadas.
  3. Integração de Inteligência Artificial:
    • Muitos drones modernos utilizam IA para navegação autônoma, reconhecimento de alvos e tomada de decisões em tempo real.
    • Algoritmos de aprendizado de máquina permitem que drones “aprendam” com dados coletados em missões anteriores.
  4. Testes e Controle de Qualidade:
    • Antes de serem enviados para o campo, os drones passam por rigorosos testes de desempenho, resistência e segurança.
    • Simulações de combate avaliam a eficácia em cenários reais.
  5. Produção em Escala:
    • Fábricas modernas utilizam linhas de montagem automatizadas para produzir drones em grandes quantidades, reduzindo custos e aumentando a eficiência.

Principais Players na Indústria

Diversos países e empresas lideram a produção de drones militares. Alguns exemplos incluem:

  • Estados Unidos: Empresas como General Atomics (fabricante do MQ-9 Reaper) e Lockheed Martin dominam o mercado com drones de alta performance.
  • China: A DJI, embora conhecida por drones civis, também fornece tecnologia para aplicações militares, enquanto a CASC desenvolve drones de combate.
  • Turquia: A Baykar se destacou com o Bayraktar TB2, amplamente utilizado em conflitos recentes.
  • Israel: A Israel Aerospace Industries (IAI) é pioneira em drones de vigilância e ataque, como o Heron.

Esses players investem pesadamente em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para manter a competitividade, resultando em inovações como drones furtivos, enxames de drones (que operam em grupo) e integração com armas hipersônicas.

Impactos Estratégicos e Éticos

A proliferação de drones de guerra tem implicações profundas:

Vantagens Estratégicas

  • Redução de Riscos Humanos: Drones eliminam a necessidade de pilotos em zonas de combate, reduzindo baixas.
  • Custo-Efetividade: Comparados a caças tripulados, os drones são mais baratos de produzir e operar.
  • Precisão: A capacidade de atingir alvos específicos minimiza danos colaterais, pelo menos em teoria.

Desafios Éticos

  • Autonomia e IA: Drones com capacidade de decisão autônoma levantam questões sobre responsabilidade em caso de erros ou ataques indevidos.
  • Proliferação: A disponibilidade de drones para atores não estatais, como grupos terroristas, aumenta os riscos de uso indevido.
  • Privacidade: Drones de vigilância podem ser usados para monitorar populações civis, violando direitos fundamentais.

Regulação Internacional

A falta de regulamentação global para o uso de drones militares é um desafio crescente. Organizações como a ONU têm discutido tratados para limitar o uso de drones autônomos, mas o progresso é lento devido a interesses estratégicos conflitantes.

O Futuro das Fábricas de Drones

O futuro da indústria de drones de guerra é promissor, com tendências emergentes:

  • Enxames de Drones: Sistemas que coordenam centenas de drones para missões conjuntas.
  • Integração com 5G: Conexões ultrarrápidas para controle remoto e transmissão de dados em tempo real.
  • Sustentabilidade: Uso de materiais recicláveis e fontes de energia renováveis na produção.
  • Drones Híbridos: Combinação de capacidades aéreas, terrestres e marítimas em uma única plataforma.

Além disso, a competição entre nações está impulsionando a inovação. Países como Índia, Brasil e Coreia do Sul estão investindo em suas próprias indústrias de drones, buscando reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros.

Conclusão

As fábricas de drones de guerra estão na vanguarda de uma revolução tecnológica que redefine a natureza dos conflitos modernos. Embora tragam benefícios estratégicos significativos, também apresentam desafios éticos e regulatórios que exigem atenção global. À medida que a tecnologia avança, é crucial que a comunidade internacional encontre um equilíbrio entre inovação e responsabilidade, garantindo que os drones sejam usados para promover a segurança sem comprometer os princípios humanitários.

Godzilla Ramen: Um prato esquisito

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Juro que quando vi a imagem que deu origem a estepost, eu pensei que era mais uma daquelas bobeiras feitas com IA. Mas eu estava errado e muitas vezes, o mundo é apenas louco mesmo!

O restaurante Witch Cat Kawai, na cidade de Douliu, no sul de Taiwan, tem um prato super estranho no cardápio: uma tigela de ramen excêntrica com uma perna de crocodilo saindo de um caldo espesso, o “Godzilla Ramen” é um concorrente implacável das opções gastronômicas mais bizarras de Taiwan, como os picolés de bolo feitos com sangue de porco e as pizzas cobertas com testículos de peru.

Preparado com 40 especiarias e coberto com uma perna de crocodilo, o “Godzilla Ramen” custa US$ 48 por tigela.

Godzilla Ramen | Bizarro | bizarro, comida, estranho, godzilla

Godzilla Ramen. Fonte da imagem: å¥³å·«è²“蒵(斗å…店)/Facebook

Em junho de 2023, o restaurante Witch Cat Kawai lançou o peculiar prato de ramen online em sua página do Facebook , compartilhando fotos e vídeos de influenciadores experimentando a iguaria. Inicialmente, o restaurante o chamou de “Ramen Grosso de Crocodilo Bruxo”. No entanto, depois que o prato viralizou, ele foi apelidado de “Ramen Godzilla”, em homenagem ao monstro fictício do filme japonês de mesmo nome.

O processo de cozimento é bastante elaborado para um prato tão simples como o ramen. A perna de crocodilo limpa, de preferência a dianteira, é esfregada com álcool, gengibre, cebolinha e alho. Em seguida, é cozida no vapor ou braseada no caldo por duas horas.

O caldo em si é repleto de sabor, contendo mais de 40 especiarias, além de ovos de codorna, carne de porco, milhinhos, cogumelo orelha-de-pau-preta e brotos de bambu secos. Para apimentar, o molho de peixe também está na lista de ingredientes.

O prato leva aproximadamente três horas para ser preparado. Além disso, encontrar o ingrediente principal, a perna de crocodilo, é difícil. O restaurante a obtém de uma fazenda em Taitung, que fornece apenas duas porções por dia. Considerando o trabalho e o tempo necessários para cozinhar, além da escassez de carne, uma tigela de Godzilla Ramen custava US$ 48 no lançamento.

O Godzilla Ramen é inspirado no Isopod Ramen, um caldo de peixe e frango coberto com um isópode gigante de 14 patas.

Isopod Ramen | Bizarro | bizarro, comida, estranho, godzilla
O bizarro “ramen isópode”, com um crustáceo de 14 patas que vive em águas profundas, foi inventado pelo restaurante The Ramen Boy em Taipei, Taiwan. Crédito da imagem:
the_ramen_boy/instagram

O restaurante descreve o processo de cozimento de seu ramen especial como:

“Uma bruxa usa mais de quarenta tipos de especiarias naturais e ingredientes frescos para cozinhar e, então, injeta a ideia de amor na sopa, mistura todos os elementos e energia e, finalmente, ferve todos os tipos de expressões de amor que pertencem a você”.

A descrição sentimental da comida não é encorajadora o suficiente para que as pessoas experimentem o prato. Nos primeiros dias de seu lançamento, a maioria das pessoas tirava fotos com prazer, mas relutava em experimentá-lo. Foi a comunidade de blogueiros que se atreveu a experimentar o Godzilla Ramen.

As pessoas que experimentaram a coxa de crocodilo compararam a versão cozida no vapor ao frango, com um pouco de elasticidade, enquanto a versão assada tinha gosto de pés de porco.

O Godzilla Ramen é inspirado em outro prato visualmente intrigante, o Isopod Ramen, inventado por um restaurante chamado The Ramen Boy em Taipei, Taiwan. A tigela de ramen de edição limitada foi coberta com um isópode de 14 pernas proveniente das profundezas do oceano que circunda as ilhas Dongsha.

E aí? Tem coragem de encarar?

“Tinha uma pedra no caminho”: A loja com uma pedra no meio

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No coração do Shopping Center Viimsi, localizado na cidade de Haabneeme, na Estônia, encontra-se uma atração inusitada: uma imensa pedra no meio de uma loja. Quando pensamos em um shopping, imaginamos lojas, restaurantes e talvez uma área de lazer, não mas uma rocha colossal com 22 metros de circunferência e cerca de 6 metros de altura (incluindo sua parte subterrânea) certamente não está na lista. Essa pedra, no entanto, tornou-se uma das características mais marcantes do local, atraindo a curiosidade de visitantes e moradores.

A história dessa rocha começou muito antes da construção do shopping, há aproximadamente 10 mil anos, durante o final da última era glacial. Descoberta em setembro de 2014, durante as escavações para a fundação do centro comercial, a pedra quase foi destruída pelos construtores, que planejavam fragmentá-la com explosivos. No entanto, a comunidade local se mobilizou contra a ideia, e, após análises, geólogos confirmaram que se tratava de uma “pedra errática”, um tipo de rocha com valor histórico e científico, merecedora de proteção.

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O que é uma pedra errática?

Pedras erráticas são rochas moldadas e transportadas por geleiras ao longo de milhares de anos, depositadas em locais distantes de sua origem quando o gelo derrete. Geralmente, elas possuem uma composição distinta das rochas da região, o que as torna valiosas para estudos geológicos sobre eras glaciais e o movimento das geleiras. A Estônia é conhecida por abrigar diversas pedras erráticas, mas a do Shopping Viimsi é especial: acredita-se que ela tenha sido deixada no local há cerca de 10 mil anos, marcando o fim da última era glacial.

A luta pela preservação

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Quando os planos iniciais de destruir a rocha foram anunciados, os moradores de Haabneeme se uniram em protesto. “Seria um erro terrível destruir algo tão valioso!”, exclamaram, defendendo a preservação da pedra. Após a confirmação de sua importância geológica, os construtores desistiram da demolição. Como o projeto do shopping já havia recebido investimentos significativos, mudar o local não era uma opção. A solução? Construir o empreendimento ao redor da rocha, transformando-a em uma peça central do shopping.

Uma atração que se integrou ao cotidiano

Inaugurado há cerca de dez anos, o Shopping Center Viimsi inicialmente viu a pedra como uma grande novidade, atraindo olhares curiosos. Com o tempo, ela se tornou parte do cenário, e o supermercado que a abriga encontrou formas criativas de integrá-la ao ambiente. Hoje, a rocha serve como suporte para exposições artísticas, harmonizando-se com o espaço e conquistando um lugar especial no coração dos frequentadores.

A pedra errática do Shopping Viimsi é mais do que uma curiosidade geológica; ela representa a conexão entre o passado da Terra e a vida moderna, além de ser um exemplo de como a mobilização comunitária pode preservar tesouros naturais. Se você visitar Haabneeme, não deixe de conhecer essa maravilha que une história, ciência e um toque de criatividade.

Como dizia Drummond, “Tinha uma pedra no caminho”.

The Funkastic Six – A verdadeira história

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Semana passada eu consegui finalmente subir o disco do The Funkastic Six, com as musicas que eu fiz no ano passado (é absurdo como o tempo passa rápido, né gente?) para essa banda. Então me dei conta que só falei dela muito superficialmente em outros posts sobre minhas composições musicais, e não tinha ainda colocado a história dessa banda ficcional aqui. Como eu fico horas e horas esculpindo e modelando eu fico pensando nas histórias do grupo, que já está começando a virar um livro na minha cabeça.

Então, para fazer justiça a essa criação que muito me ensinou e me divertiu no processo, e que ficou meio abandonada desde então, (e antes que eu invente mais um livro) aqui está a história do Funkastic Six:

The Funkastic Six  – Formação original

Formado no coração vibrante do Brooklyn, Nova York, em 1972, o The Funkastic Six surgiu como uma força dinâmica na cena disco e funk, impulsionado pela química eletrizante de dois irmãos e mais quatro amigos de infância, unidos pelo sonho de dominar as pistas de dança dos icônicos clubes de discoteca da cidade.

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The Funkastic Six – Formação Cláásica: Tina Delgado, Sammy “Samba”, Leroy Jackson, Roxanne Carter, Marvin Jackson e Clarence Washington – foto promocional do “Shake the Night Away” – 1974

O grupo — composto pela vocalista principal Roxanne “Roxy” Carter, e os irmãos Leroy “Lightning” Jackson e  Marvin “Groove” Jackson,  a  cantora Tina Delgado,  e o primo de Roxy, Clarence “Keys” Washington além de Sammy “Samba” Morales,  trouxe uma mistura contagiante de soul, funk e disco que cativou o público e deixou uma marca indelével na cena musical dos anos 1970.

Origens

A história do The Funkastic Six começou no bairro de Brownsville, no Brooklyn, onde os seis membros cresceram na mesma quadra, unidos pelo amor à música e pela energia pulsante da cidade. Roxy, com sua voz poderosa e presença de palco magnética, foi um ponto focal no grupo. Leroy, um guitarrista autodidata, fazia suas cordas cantarem com um estilo que lhe rendeu o apelido de “Lightning” (Relâmpago). Marvin criava linhas de baixo tão suaves que se tornavam o coração de cada música. Tina chegou mais tarde, e trazia uma energia incansável nos vocais, ampliando e aprofundando as qualidades de Roxy, enquanto os riffs inovadores de teclado de Clarence adicionavam um toque futurista.

Sammy Morales era um dos principais compositores. Sammy ou “Samba” como ficou conhecido, era filho de um funcionário da Embaixada e viveu por décadas no Rio de Janeiro. Depois, se mudou do Brasil para os Estados Unidos, onde incorporou ritmos latinos que deram ao grupo seu groove característico, misturando letras em português com inglês como o hit “me ama” e “de mal contigo”, ambas criticadas como “língua alien” pelas revistas especializadas.

No verão de 1972, o grupo começou a tocar no porão de Leroy e Marvin, transformando sua amizade de infância em uma potência musical. Inspirados por nomes como James Brown, Earth Wind and Fire e os sons emergentes de disco de Donna Summer, eles criaram um som que era ao mesmo tempo cru e polido, mesclando linhas de baixo funkeadas, riffs de guitarra brilhantes e percussão contagiante com a voz soulful de Roxy.

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Ascensão à Fama

O The Funkastic Six teve sua grande chance em 1973, quando se apresentou no The Groove Haven, um lendário clube de discoteca do Brooklyn. Sua performance eletrizante da música original “Upside Down” chamou a atenção de PKD, um produtor local, que os contratou para uma pequena gravadora independente, a Gump Records. Seu single de estreia, “Shake the Night Away” (1974), tornou-se um sucesso underground, garantindo apresentações regulares em locais icônicos como Studio 54 e The Loft. Em 1975, seu primeiro álbum, Funkastic Fever, foi lançado, com sucessos como “Echoes of us” e “Year 2000”, que subiram nas paradas de dança da Billboard e solidificaram sua reputação como pioneiros do disco.

Suas apresentações ao vivo eram lendárias. Ficaram conhecidos por seus figurinos extravagantes:  Macacões de lantejoulas, botas de plataforma e cabelos black power que desafiavam a gravidade,  o The Funkastic Six trazia uma energia teatral ao palco. A presença dominante de Roxy, combinada com coreografias sincronizadas e os solos de teclado deslumbrantes de Clarence, tornava seus shows um evento imperdível. A química do grupo era palpável, com a personalidade de cada membro brilhando, desde o sorriso contagiante de Sammy até os vocais cheios de energia de Tina.

A grande crise de 1977

Não se sabe muito sobre a grande crise que afetou a banda em 1977. As revistas de fofoca da época citam um desentendimento entre os dois irmãos, apaixonados por Roxy. Numa apresentação no Dragon´s Cave em Nova Jersey, os dois irmãos Jackson saíram no soco no palco, interrompendo o show e marcando uma profunda crise no grupo.
O Funkastic Six interrompeu os shows e boatos de que  tudo havia acabado se espalharam rapidamente na costa leste. Posteriormente, problemas de saúde de Sammy Samba decorrentes de seu vício em cocaína levaram o grupo a um hiato de seis meses para que ele se recuperasse numa clínica. Quando Sammy fugiu da clínica, recaiu nas drogas e morreu de overdose, a banda se viu sem um dos principais e mais queridos membros, precipitando um risco de fim, que poderia ter durado para sempre, mas felizmente, isso não ocorreu. A cantora Lenna Davids entrou no lugar do falecido Sammy Samba, e o The Funkastic Six ressurgiu das cinzas, como uma Fênix, reorganizado e equilibrado. Agora com três mulheres e três homens no cast.

De volta aos trilhos 

Apesar do sucesso, o grupo enfrentou desafios com o declínio da era disco no final dos anos 1970. A reação contra o disco, aliada a mágoas internas, levou seu segundo álbum, Rhythm Revolution (1978), a receber criticas não muito favoráveis. Sem se abater, eles experimentaram com influências de funk-rock e os primeiros sons do hip-hop, lançando o single “Brooklyn Beat” em 1980, que mais tarde se tornou um clássico cult, sampleado por artistas de hip-hop nos anos 1990.

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O The Funkastic Six se separou em 1982. Os membros seguiram projetos solo e empreendimentos pessoais.

Roxy posou nua para a revista Playboy, casou-se com o produtor milionário John Vallen Murdock e fez pontas em dois Seriados da NBC, The Facts of Life (1979 -1988) e Punky Brewster (1985-1986), levando uma vida dupla de atriz e cantora na Califórnia. Posteriormente,  tornou-se uma vocalista de estúdio muito procurada.

Leroy abriu uma escola de música no Brooklyn, e Marvin produziu para bandas de funk emergentes.

Tina excursionou com outros artistas, e fez parte da equipe musical de Al Jarreau, enquanto Clarence se aventurou na produção de música eletrônica. Embora seu tempo no centro das atenções tenha sido breve, sua influência perdurou, com sua música aparecendo em filmes, comerciais e coletâneas de dança retrô.

Lenna Davids se tornou uma escritora de grande sucesso, publicando “memories of the road” e “The last tears of Mrs. Lasay” que estiveram na lista dos mais vendidos do The New York Times.

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Em 2020, os membros originais do The Funkastic Six se reuniram para uma performance em Las Vegas para celebrar o relançamento de uma versão de natal remasterizada do álbum The Funkastic Six – Greatest Hits, reacendendo o interesse por seu trabalho. Hoje, eles são lembrados como pioneiros que misturaram funk, disco, língua portuguesa e soul com um toque do Brooklyn, provando que  apesar das diferenças, paixões e egos, a amizade e o groove ainda podem iluminar o mundo.

Aqui está o disco, caso você queira me dar uma moral:

De surpresa

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Foi de surpresa.
Hoje na escola do meu filho, enquanto esperava ele buscar a mochila para irmos embora, apos a apresentação escolar que marca o inicio das férias, fui surpreendido por uma menina que me perguntou na lata, sem anestesia, sem sequer um bom dia de cordialidade: “Quem é você?”

Em menos de um segundo minha mente pensou em tantas ideias malucas que eu poderia ter dito… E se eu falasse que sou um alien? Ou que sou Jesus? Ela ia levar um susto. Ou talvez eu devia responder que também não sei. Filosoficamente não sei quem sou e que apenas tenho uma pálida ideia, puramente baseada em evidências anedóticas que coleto há quase cinquenta anos.
Mas respondi que era pai de um aluno e me signifiquei ao mundo pelo prisma do meu filho.

Intrigado com a pergunta da menina, questionei se eu poderia fazer algo por ela.

E já sem me olhar nos olhos ela disse: “Não, eu só queria saber quem você é mesmo.”
Ela foi embora, com a certeza de quem eu era.

E eu fiquei ali, com a dúvida.

Elegia a uma tangerina

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Tens muitos nomes.

Não lembro como chegastes às minhas mãos.
Tua pele carnuda era rechonchuda, com brilhos alaranjados desvaindo-se em contornos esverdeados.

Segurei pelo pendúnculo onde ainda se pendurava precariamente uma diminuta folha verde e senti aquelas tuas carnes frias.

Vinha de terras geladas da cozinha, de alguma prateleira escura, onde outrora se apegava a tuas irmãs numa massa amorfa de promessas de prazer.

Verifiquei. Girei e olhei com cuidado o seu corpo em busca de imperfeições, mas você era perfeita. Tão perfeita que me furtei no desejo da violação de sua pele.
E como um proctologista maníaco que penetra no desconhecido, com meu dedo em riste, perfurei seu pólo sul com volúpia e brutalidade.

Violei-te sem piedade e ouvi como que um gemido rouco emanando, quando rasguei com força suas carnes.

Por um segundo, temi o que encontraria. Temia uma gosma melosa, temia dar de cara com larvas, e temi, acima de todos os temores, encontrarte seca, flácida, triste.

Mas temendo a imperfeição, descobri seu corpo e revelei-a nua para o universo pela primeira vez. Não completamente nua, porque não convém. Estava ainda coberta com uma rede branca de renda, seus gomos se apertando em agonia silenciosa.

Agarrei seu corpo com as duas mãos e a parti em duas metades, quase que geometricamente perfeitas. Não sei se atingi a simetria divina, pois não ousei contar-te cada gomo.
Levei o primeiro dos gomos à boca com indisfarçável prazer, ainda sem saber se minha felicidade seria plena. Estaria doce demais? Seca? Seria azeda ou repleta de caroços?

Para minha felicidade, estava repleta de caldo. Seu sangue inundou minha boca com tamanho volume, numa enchente amazônica de suco, que interrompeu meu deleite com pensamentos sobre como tanto suco pode caber num único gomo?

E assim, gomo após gomo, mastiguei e engoli em total satisfação. O doce na medida certa. E, opa, um caroço. Um pobre e triste caroço. Um filho único, que surgiu do nada entre um gomo medio e um grande.

Caroço que fiz lembrar a infância a cuspí-lo ao ar. Ele girou no sol em verdadeiro salto mortal triplo-giratório e mergulhou na grama do jardim.

E agora, a primeira metade já havia evaporado, tao rápido, tão fugaz.

A segunda metade parecia tentar superar a metade que lhe antecedeu. Sabores, texturas e perfeição. E então, quando me dei por conta, era você apenas um único gomo.

Um gomo solitário que se encaminhava para o corredor da morte. O momento derradeiro. Segurei seu gomo entre o meu polegar e indicador e olhei contra o sol.
Vi a luminosidade amarela atravessando seu corpo sem pedir licença. Vi cada uma de suas vesículas de suco a esperar pelo horror da carnificina que se aproximava.

Não havia sinal de nenhum caroço para atrapalhar o clímax de sua existência.
Contemplei pela ultima vez sua forma de lua crescente e engolfei seu corpo com meus lábios.
E agora você era saudade.

De ti, restou apenas suas cascas recurvadas sobre a mesinha. Suas formas irregulares me lembraram o mapa da Groelândia.

Fiz menção de remontar seu corpo, como um quebra-cabeças infantil e imaginar que quem sabe por mágica, você voltasse ali para dentro. Mas eram só cascas tristes, memórias perdidas de uma fruta perfeita que um dia existiu.

E assim, suas cascas amontoadas e desordenadas desceram para a escuridão abissal de uma lata de lixo, e eu parti, em busca da geladeira, onde em uma prateleira escura, uma de suas irmãs aguardava também o seu momento de redenção, prestes a conhecer o desejo, o êxtase e a melancolia.

 

The Velvet Sundown: O sucesso da banda que não existe fisicamente

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A banda de psych-rock gerada por IA The Velvet Sundown não existia há duas semanas, mas hoje eles têm mais de meio milhão de ouvintes no Spotify e estão prestes a lançar seu terceiro álbum.

A banda que não é física

O Velvet Sundown é ou o grupo de rock mais dedicado e inspirado de todos os tempos, ou simplesmente segue regras diferentes. A banda de psych-rock surgiu do nada há duas semanas, mas conseguiu lançar dois álbuns e já anunciou que o terceiro será lançado em breve no Spotify. Eles já ostentam respeitáveis ​​500.000 ouvintes mensais na popular plataforma de streaming de música e não mostram sinais de desaceleração. Mas o sucesso repentino e o calendário recorde de lançamentos de álbuns chamaram a atenção para a banda esta semana, com muitos acusando o Velvet Sundown de ser um truque gerado por IA. E, verdade seja dita, todos os sinais apontam para esse fato.

Em primeiro lugar, as fotos postadas no Instagram do grupo musical são claramente feitas com IA no chat GPT com aquele seu tom amarelo em tudo. (nem pra usar um midjourney, hein?)

Além disso, há o fato de que os nomes dos membros da banda – Gabe Farrow, o guitarrista Lennie West, o sintetizador Milo Rains e o percussionista Orion “Rio” Del Mar – só podem ser rastreados até a conta do Instagram da banda, que parece ter sido criada no final do mês passado.

No Deezer, o The Velvet Sundown chegou a publicar um aviso que diz:

“Algumas faixas deste álbum podem ter sido criadas usando inteligência artificial”.

Quando a notícia da ascensão meteórica do The Velvet Sundown no Spotify surgiu, houve muita controvérsia em torno de suas conquistas em tão pouco tempo, mas as pessoas por trás do projeto se manifestaram e confirmaram que o grupo é gerado por IA.

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“The Velvet Sundown é um projeto de música sintética guiado pela direção criativa humana, composto, dublado e visualizado com o apoio da inteligência artificial”, diz a biografia do grupo. Não se trata de um truque — é um espelho. Uma provocação artística contínua, projetada para desafiar os limites da autoria, da identidade e do futuro da própria música na era da IA. Todos os personagens, histórias, músicas, vozes e letras são criações originais geradas com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial empregadas como instrumentos criativos. Qualquer semelhança com lugares, eventos ou pessoas reais — vivas ou falecidas — é mera coincidência e não intencional.

A música mais popular do Velvet Sundown no Spotify, “Dust on the Wind”, tem mais de 500.000 reproduções na plataforma, o que a torna um pequeno sucesso, e foi destaque em playlists populares do Spotify, como “Vietnam War Music” e “Good Mornings – Happily Positive Music to Start The Day”.

Pessoalmente eu gosto dessas musicas. Principalmente “Crimson parade”.  Mas uma banda feita com Ia não é necessariamente uma novidade. Longe disso. Eu mesmo fiz uma ano passado, lembra?  The Funkastic Six:

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Faniquitos preconceituosos

Eu vi recentemente uma galera  arrancando os pentelhos do cu dando faniquito nas redes sociais dizendo que isso é absurdo e nhé, nhé, nhé, uns mais exaltados exigindo ate que os streamings deletem, pedindo o banimento da Velvet Sundown…

Sinceramente, eu acho idiota. Não a banda, mas quem dá faniquito com uma merda dessa. Veja, as empresas de Ia vendem o produto, os caras usam o produto, as empresas de streaming tocam as musicas, ganham o dinheiro dos assinantes.
Pra mim soa meio ridículo, porque parece alguém reclamando que o Gorillaz não são de verdade, mas desenhos animados.

Ah, mas musica IA não tem alma…

Foda-se mano. NInguém liga para o que você acha que tem alma ou não tem. Você é o Chico Xavier para ficar fiscalizando alma por aí? 
Parodiando o que o gênio Chino Anysio costumava falar sobre o humor: “Só existe dois tipos, o engraçado e o sem graça”, na música só existem dois tipos também: A que você gosta e a que você não gosta.
Mas note o elemento “você” aí na equação. Isso significa que a musica não é. è sua percepção que está em questão.
O que eu não gosto, um monte de gente gosta e é importante ter a humildade de entender que a gente não é a bolacha dourada sagrada do pacote não. Senão, periga a gente parecer o pândego desairoso e árdego lá, que gosta de cagar regra do que é bom e o que não é na internet, para depois pedir desculaps e botar a culpa das merdas que fala no vinho.

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Há quem prefira musica ruim feita por gente que musica boa feita com tecnologia. A cara que eu faço quando vejo isso.

Alma, poder, energia, vibe, molho… Tudo isso são elocubrações. São elementos puramente abstratos da mente humana. Quando você escuta você está ouvindo uma frequência sonora que vai de um ponto a outro do espectro audível. Todo o resto é processado dentro da sua caixola aí.
“Ah, mas quando eu escuto um Mozart eu sinto a alma”…  Amigo, guarda aí sua cartinha do Mozart. Não é supertrunfo essa porra não. Se tu puxar o Mozart eu vou puxar o Oruam, hahaha.

Pra começar, a gênese do problema de um enorme galerão da internet com a Inteligência Artificial possivelmente se localiza no vácuo de ignorância (que nem é culpa deles, já que tudo é muito novo e evoluiu tão rapido que não foi compreendido em toda sua complexidade) sobre COMO que essa porra funciona, como que faz, como que gera por exemplo, uma música. De onde ela sai.
A questão aqui é que não existe um jeito só de fazer isso. “Há mil maneiras de preparar Neston” nisso aqui.
Tem muitos e alguns são bem mais difíceis que os outros. É possível fazer uma música apenas clicando num botão e vendo o que sai? Hoje sim, até pouco tempo atrás era mais complicado, mas conforme a tecnologia evolui, os desenvolvedores tentam deixar o mais fácil possível, para conseguir mais gente pagando e assim poder desfrutar as belezas do capitalismo num iate na Sardenha.

E é isso que assusta muita gente, principalmente quem acha que vai perder mercado com uma avalanche de produções genéricas que vai chover pra todo lado.

Dá pra culpar quem tem esse medo? Também não dá. É um medo legítimo.  Eu entendo. O que eu não entendo, é um cara dizer que prefere ouvir uma musica ruim feita por gente do que uma musica boa feita com IA. 

Acredite se quiser, isso existe, me deparei com um desse ontem, achei curioso e fui investigar. Descobri que o cara que falou isso faz muisca que eu acho (e talvez até ele) ruim, enão talvez esteja legislando em causa própria, hahaha.
Pessoalmente, como eu sou um cara cujo prazer maior na vida é entrar e futucar lugares desconhecidos, foruns russos, deep web, investigar assuntos estranhos e tudo mais, eu também sou meio assim na musica e fico escutando coisas bem variadas nos streamings, de musica turca ao axé, hino soviético, trilhas de filmes antigos, sambistas esquecidos, concertos, e até coisa que eu nem sei se pode ser considerado música, tipo isso:

Confira abaixo (atenção, quase não dá tempo de apertar “play” e ouvir):

Se você acha que isso é mentira, saiba que até o portal brasileiro Cifraclub, especializado em cifras e tablaturas de músicas, para quem quer aprender a tocá-las, possui a partitura de You Suffer para guitarra. A letra da canção é: “You suffer… But why?” E entrou pro Guiness como a menor música do mundo.

Então eu acho que tenho uma tolerancia relativa para o que muita gente pode considerar ruim. Nem tudo que eu escuto eu gosto, eu nem sei se tudo que eu escuto foi 100% feito por gente.

A musica é salsicha, se você gosta, talvez seja melhor não saber como foi feita. Digo isso porque se você vai ver, a história da música está ABARROTADA DE PLÁGIOS, alguns descarados mesmo. Grandes celebridades consideradas “gênios” foram pegas roubando trabalhos alheios, e até processadas. Então, essa idéia higiênica de “eu quero saber como foi feito antes de ouvir” é só uma fachada para maquiar um preconceito.
É triste constatar isso, mas a realidade da música no mundo todo é: Jabá.

Fora isso, a musica hoje é cheia de tecnologia que as pessoas normais nem sonham.  Os programas corrigem a voz dos cantores, ajustam tom, tudo. Muita musica é montada toda com samples eletrônicos, a IA está pra todo lado dentro dos estudios, prinicpalmente nos plugins e na masterização. Os algoritmos estão espalhados por aí, definindo o que vão mostrar pra você nos streamings… Tá tudo dominado, mermão. Os grandes artistas são apenas maquinas de fazer dinheiro, um esquema bem planejado e que funciona. É uma industria.

Gretchen e Millie Vanilli

É um negócio, mano. Desde sempre que as gravadoras simplesmente escolhem o que vão lançar e PAGAM as radios para tocar o produto deles e vã repetir por dezenas de vezes, até esse produto se tornar palatável à massa. É simples não tem complicação de entender isso.
Desde sempre é assim, e chegou num ponto, onde um produtor simplesmente criava um sucesso como quem faz um nescau. Vamos pegar por exemplo, o Mister Sam.

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Mister Sam

Mister Sam era um Dj argentino e produtor de discos de samba, que lançou grandes sucessos no Brasil. Ele é creditado como inventor do “bunda music”.  Ele simplesmente escrevia uma musica e daí ele saía em busca de quem ia tocar e quem ia cantar e ele ganhava o dinheiro no final. (e era muita grana) Foi assim que Mister Sam inventou a Gretchen e seu eterno “Melô do piri-piri”.

É uma musica com praticamente nada além de gemidos e umas frases soltas em francês e uma guitarrinha irritante em loop. Era uma desculpa para a Gretchen rebolar, claro. Tem quem veja “alma” nisso aí, mas eu vejo mais que isso, vejo um negócio altamente rentável.  Se Mister Sam fosse fazer algo assim hoje, talvez ele estivesse focado em gerar uma gostosa de IA. Em vez de gastar dinheiro com uma banda, ele pagaria alguém para gerar a musica com sintetizadores ou mesmo IA e “pau na maquina” do mesmo jeito.

Outro exemplo de grupo musical metafísico é o Milli Vanilli.
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Esses dois caras formaram uma dupla que chegou no topo das paradas e conquistou Grammy nos anos 1990 foi obrigada a devolver o prêmio após revelação de fraude.
Foi tambem uma ideia de Frank Farian, um produtor na linha do Mister Sam, que inventou a dupla e colocou dois caras sarados para fingir que cantavam com plauyback.

Esses dois eram como os bonequinhos de desenho animado do Gorillaz. Mas as pessoas ficaram putas quando a verdade veio à tona. Não eram eles que cantavam!  Até então, tinha “alma”, tinha “molho” e tudo mais, só que depois da verdade exposta, sumiu a alma? Acabou o molho?
Minha impressão é que a música de Milli Vanilli segue sendo igual sempre foi, ao ponto deles levarem o Grammy de Melhor Artista Revelação em 1990. O problema reside na dimensão da fantasia. As pessoas não querem ter seu tapete de crenças puxado. Elas queriam acreditar que os bonitões cantavam.

A eterna discussão do que é arte

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Arte.

Esse treco todo volta e meia passa pela eterna discussão do que é arte. Desde o Urinol do Duchamp à banana na parede, vacas cortadas ao meio e coisas assim, as pessoas ficam debatendo o sexo dos anjos. Na musica, não seria diferente.
O que eu acho mais escroto em tudo é o cara que acha que ninguém pode ouvir funk porque ele gosta de Heavy Metal. É como o religioso que acha que o Deus dele é o certo.
A gente tem que abrir essa cabeça, né? O mundo já ta uma merda o suficiente pra tu ficar cagando regra.

Eu acho que se tem público, se alguém gostou e ta ouvindo, é arte. Foi criado com IA? Foi tocado na gaita? Foi batucado no cano ou foi peidado com a mão, tá valendo.
Eu também faço umas musiquinhas usando IA e meu sonho é que fosse fácil igual uma galera pensa que é.

Teve musica que passei uma semana lutando contra a IA, que queria fazer uma parada totalmente diferente do que eu idealizei. Agora as feramentas de IA permitem voce abrir a sua musica num painel e trabalhar as partes dela, você tem controle, mano. Não é aperte aqui e sai pronto (mas pode ser se o cara tiver preguiça).
Pelo menos no meu caso, eu como gosto de sarna pra me coçar,  trabalho efetivamente  escrevendo as letras, desmontando musicas, e remontando, e muitas vezes, eu TOCO a musica numa flauta de verdade, aqui no mundo real e depois transformo ela em outra coisa com a IA. E assim nasce uma musica.
Tem umas que saem facil, outras dão um trabalho do caralho! Tem um monte que vai pro lixo pq não consigo fazer ficar legal e jogo a toalha.

O medo do novo

O problema das pessoas com musica feita com IA envolve também o medo do novo.
Isso vai de ritmos (como as proibições ao rock nos tempos da brilhantina) e até mesmo aos instrumentos.  Vamos lembrar que até o Gilberto Gil — que é um camarada de mente aberta — passou a vergonha de paticipar de passeata contra o uso da guitarra elétrica no Brasil. Ele mesmo diz que tem vergonha de ter feito isso.

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Passeata contra a guitarra eletrica em 1967

Assim, gente querendo censurar musica, apenas porque não concordam que se use Inteligência artificial em sua criação não espanta. Já vi usarem as mais variadas desculpas  pra se banir musica. É uma coisa velha, encardida na história.

Seja por motivos religiosos, políticos ou morais, as músicas que desafiam o status quo ou que de alguma forma interferem em certos interesses, são frequentemente silenciadas. A famosa rede de comunicação britânica BBC se recusou a tocar a música “God Save the Queen” da banda de punk rock Sex Pistols. Por um momento, os Estados Unidos proibiram faixas dos The Beatles; a China proibiu o K-Pop (ritmo pop sul-coreano) temendo sua influência global; já a Alemanha nazista proibiu o jazz na época e a ditadura militar do Brasil censurou 500 músicas entre 1964 e 1985.

Essas coisas são parte da vida. O preconceito contra a inovação é do jogo.
Mas até que ponto devemos nos preocupar?

Eu não sei você, mas eu me preocupo muito, o tempo todo estou preocupado, porque  há de fato uma insegurança generalizada em todas as áreas. Na questão da IA na musica, o que eu vejo de problema não é uma banda com homenzinhos feitos no Chat Gpt, são as automações. Uma simples automação bem feita pode fazer um trilhão de musicas de todos os tipos e subir 24/7 para os streamings, estourando a banda de dados, superlotando e atolando todo o processo de indexação nos sistemas, e isso irá empurrar os produtores reais para uma periferia caótica.
Ah mas que sujeito chato sou eu que me espanto com sacanagem num mundo cheio de sacanas, hein?

A regulamentação do papai-Estado

Eu sempre pensei que o bom uso das tecnologias de inteligências artificiais deveriam estar ao alcance do ser humano, para serem usados pelo ser humano, num processo de criação como uma FERRAMENTA.

Mas se uma automação começa a controlar isso e gerar material procedural de forma descontrolada, acho bem problemático — e principalmente porque as pessoas com pensamento simplista colocarão tudo no mesmo saco. E outros, ainda mais desesperados, implorarão por uma “regulamentação do papai-Estado”, convenientemente ignorando o fato de que hoje o estado pode canetar a seu favor, mas ele pode ir contra você amanhã, quando o poder mudar de mãos.

Fora que o Estado não tem poder mágico, eles vão escolher alguém que certamente será aquele amigão do uisquinho e tapinha nas costas, pau mandado do partido, ariculado ideologicamente, para sentar numa cadeira e dizer o que pode e o que não pode sobre tudo envolvendo IA.

Aí o governo resolve botar um amigão desses, como foi o Mário Frias, aquele ator medíocre de novela das seis, o Ministro da cultura da gestão Bolsonaro, que vai decidir com base no que ele acha certo com sua visão de mundo.
Quem é que pode ter a prerrogativa de saber tudo sobre IA para apitar qualquer coisa? Até onde algo assim será bom? Não sei.
Eu não tenho uma resposta nem um caminho. De onde eu estou, eu só vejo merda no horizonte, desculpe, sou pessimista.
Mas de volta a questão do cara que prefere ouvir musica ruim provinda de gente do que musica boa feita com IA, (sem sequer entrar no mérito do que é bom e o que é ruim) acho que estamos vivendo um momento bem curioso.

Chegará um momento em que não saberemos se algo é real ou não. Diante disso surge uma questão que costumo pensar nela enquanto eu drijo pelas ruas de Nierói. Ela é: Existe um valor intrínseco da criação humana na arte?
A resposta imediata de 9 em cada dez pessoas a quem eu ja perguntei isso é “Sim”.
Mas será? Eu não estou certo disso, falando sério mesmo.

Claro que quando você pensa no artista, lá trabalhando ralando feito um feladaputa, quase que num comercial do Domecq a gente dá uma moral para a humanidade subjacente ao processo de criação e execução.

 

Mas será que isso muda de figura num “teste cego”? Esse talvez seja o ponto onde eu me vejo mais confuso atualmente. Se eu visse uma obra foda, sem ter a mínima noção se aquilo veio de um cara sozinho, criando num quarto de hotel ou um cara sozinho montado num supercomputador criando com uma IA que usa um dataset monstruoso, criado com bilhões de referências (guarda a sua carta da “arte roubada dos artistas” aí um minutinho, pq tem  dataset feito com arte legalizada também) eu teria como julgá-la para algo além do “gostei-não gostei”?

Hoje há discussões sobre pessoas que param de gostar de livros porque descobriram que os autores eram verdadeiros cuzões, como o H.P. Lovecraft, e o acusado de ser abusador, Neil Gaiman.
Há os que separam o autor da obra. Você é desses?
Será que uma música, feita por exemplo num sintetizador Roland, capaz de emular vários instrumentos diferentes, tem menor valor que a mesma música feita numa sala de concertos com 70 musicos?

E se tiver, esse valor está implicito no produto artístico? Ou apenas na minha compreensão do produto, ou seja, o tal “valor artístico” está não no produto, na arte, mas no receptor?

Para um pintor de paisagens e retratos, a fotografia é um cheat produzido por uma máquina. A fotografia perde seu viés artistico por ser produzida com um instrumento? E o pincel, a tela, o aerografo, não são também instrumentos por acaso?

A musica tocada no radio tem menor valor que a musica tocada ao vivo?

Se uma orquestra pegar uma musica criada com IA e executar? Vira uma “lavagem qualitativa” (pergunto pq é claro que vai ter banda fazendo, ninguém é trouxa de achar que não). Esse gênio não volta mais pra dentro da garrafa. Lucar contra a IA é perda de tempo. É melhor gastar esse tempo aprendendo a usar de forma boa.
Eu fico pensando nessas coisas.
Talvez ainda seja muito cedo para formarmos uma compreensão equilibrada do contexto da tecnologia na nossa vida e na arte.

Ou pior, talvez já seja tarde.