O experimento Carlson – parte 22

Aquele já era o décimo dia que Petra e Morten Carlson estavam no abrigo chinês.
Petra havia cuidado dos machucados de Morten. Contrariado, foi convencido por ela a tomar alguns dos remédios dos chineses. Ele passava dia e noite trabalhando no traje. Ela estudava com cuidado desenhos e papeis que encontrava no abrigo em busca de planos e qualquer dica que apontasse para onde tinham ido os habitantes daquele abrigo.

Morten havia tido grandes progressos na recuperação do traje. Foi preciso fazer diversos “jumps” para contornar o dano catastrófico nos circuitos elétricos. Felizmente, os chineses tinham um laboratório relativamente bem equipado. O microscópio deles foi muito usado por Morten na tarefa de localizar setores defeituosos nos circuitos de controle do fluxo termal.

-Por que você se dá ao trabalho de ficar aí o dia todo olhando nesse negócio? – Petra perguntou, sem tirar os olhos do enorme mapa na parede.

-Se eu não consertar isso aqui eu vou acabar morto, ué.

-Mas por que não pegar um dos trajes que eles deixaram ali no armário?

Morten tirou os olhos do microscópio. Não sabia bem o que dizer, e então disse o óbvio: – Eu sei usar o meu. Esses aí são desconhecidos. Prefiro não arriscar.

Petra sorriu.

-Ah… Entendi. E por que você não… – Ela foi interrompida por um estrondo. Todo o abrigo balançou violentamente. E uma sirene irritante disparou ecoando pelos corredores e salas das instalações.
Petra saltou para debaixo da mesa. Carlson fez o mesmo.
-Chuva de meteoros? – Petra gritou em meio ao terremoto.

-Não sei!

Quando o abrigo parou de chacoalhar, Morten saltou de seu esconderijo sob a mesa e pulou todas as coisas caídas pelo chão do laboratório. Olhou pela escotilha estreita e estupefato, viu uma enorme criatura do lado de fora. Ela ia se distanciando no princípio da noite. Era enorme. O bicho devia medir uns trinta metros de altura, e não se parecia com nada que ele havia visto antes no planeta misterioso.  Seu corpo era tubular, ou parecia ser, devido a baixa luminosidade, sem separação entre abdómen cabeça ou tórax.. Ela também parecia ter alguns tentáculos pendurados em suas extremidades e seis conjuntos de patas enormes e compridas, que se assemelhavam aos elefantes dos quadros de Salvador Dali.

-Mas que merda é essa? -Carlson gemeu.
-Parece saído do inferno. – Petra tinha os olhos fixos naquele colosso, que ganhava distância.

-Ele deve ter tentado comer nosso abrigo.
-Ou tropeçou na gente. Olha a altura disso! Nem da pra saber se aquilo enxerga.

Os alarmes continuavam. Assim que o monstro sumiu por detrás das montanhas, Morten e Petra fizeram uma varredura.
De fato a criatura havia derrubado uma das torres de segurança, que havia caído na parte norte do abrigo.
Um cheiro ruim de algo queimado começou a sair nos dutos de ventilação. Aquilo preocupou Morten. Um problema no sistema de purificação do ar poderia matar os dois rapidamente envenenados por monóxido de carbono.
Logo a base começou a esfriar rapidamente.

-Certamente danificou o reator térmico da base! – Ela disse.
Carlson concordou. Estava tudo parecendo um freezer. Ele notou forte condensação nos vidros triplos das escotilhas, indicando um problema grave na filtragem.
Fora isso, a luz estava oscilando no abrigo, o que apontava um claro defeito nos circuitos de fornecimento elétrico, que certamente estavam atrelados ao problema no reator térmico.

Petra e Carlson tentaram todo o possível para estabilizar a base, mas o reator estava situado na ala bloqueada do abrigo. Foi preciso trazer as ferramentas mais pesadas que eles encontraram para tentar arrombar a escotilha.
Carlson começou a usar um pequeno maçarico para tentar derreter a tranca, enquanto Petra desferia fortes golpes com uma marreta.

Eles estavam empenhados tentando abrir a passagem quando um novo alarme, esse bem diferente, disparou.
– O que é isso?
-Esse alarme. Esse é diferente.
-Espere, para. Vem, vem! – Ela gritou, agarrando Carlson pelo braço, correu para o centro de controle.
As telas dos monitores estavam vermelhas com uma mensagem escrita em chinês, mas bem ao lado dela havia uma mensagem inequívoca: Um triângulo contendo o símbolo da radioatividade.

-Tem um vazamento no reator! – Carlson concluiu.
-O reator deles é do tipo sujo. – Ela disse.

-Quê?
-O reator que eles usam. É provavelmente um tipo de RTG.
-Um gerador termoelétrico de radioisótopos, né?
-Sim, mas de quinta geração. Chamado RTGV. Eles geram muito mais por muito mais tempo com muito menos peso. Mas há um risco grande se o núcleo de proteção se romper.
-Porra vai dar um Chernobyl aqui?

-Vai dar o que? – Ela parecia confusa.
-Esquece. Temos que sair daqui.
-Eu acho o abrigo pode explodir. O reator RTG logo vai derreter as bainhas de proteção e já deve estar ocorrendo vazamento de radioatividade.
-Puta que pariu.
-Pera, vamos pensar calmamente. Temos que nos acalmar, Morten.
-Esse barulho… Esse barulho desgraçado não em deixa pensar.
-Eu acho que eles não iam colocar o reator RTGV sem uma camada de proteção. Provavelmente é por isso que o setor esta lacrado. Deve ser uma proteção contra eventuais choques de meteoros, para caso vase não contamine tudo.
-Mas e se explodir? Não podemos ficar aqui esperando para ver se vai acontecer!
-Vamos vamos. Vamos dar no pé desse lugar! – Ela disse, decidida.

Morten e Petra vestiram seus trajes de proteção. Prepararam correndo um grande saco com diversos itens do abrigo.
Finalmente o abrigo se desligou. As luzes se apagaram. Tudo imergiu num breu silencioso. O reator tinha ido para o saco de vez.
Felizmente, À aquela altura, as luzes do traje de Morten já funcionavam com os novos jumps nos circuitos e Morten e Petra saíram para o exterior do abrigo. Ventava muito e o frio era o já conhecido inimigo de sempre.
Eles avançaram cerca de 400 metros até um rochedo que serviu de abrigo do vento. Ali Morten montou uma rudimentar barraca de material metálico, que parecia uma barraca de camping forrado com lona metalizada.
Os dois entraram  ali e esperaram que o dia seguinte chegasse logo. Era impossível conversar, pois o vento assobiava nos recortes do rochedo, soltando uivos que ora pareciam gritos, ora pareciam lamentos angustiantes.
Petra e Carlson se encolheram parcialmente abrigados e aquecidos por seus trajes de proteção e tentaram dormir um pouco.

Carlson foi acordado com uma sacudidela no braço. Já havia amanhecido.
-Olha, olha, Morten! – Petra parecia aflita, com meio corpo para dentro da barraca.

Ele colocou a cabeça para fora da apertada barraca prateada, para ver uma coluna de fumaça espessa e escura, subindo do abrigo.

-Ele está incendiando. O reator deve ter derretido as proteções.
-Droga. Eu planejava ir lá ver se poderia pegar alguma coisa.
-Ir lá agora é morte certa pela radiação. – Ela disse.
-E agora Petra?
-Não temos escolha. Agora temos que ir para a cidade perdida.
-Mas você não me disse o que quer tanto fazer lá.
-Eu não disse? Eu acho que disse. Me lembro de ter dito.

-Hmmm. Acho que não. – Ele falou, enquanto pelejava para dobrar a barraquinha.
-Estou indo para meu ponto de extração.
-Ah sim… O do implante.
-Isso. Vamos?

Os dois acabaram de juntar todos os itens. Dividiram os pesos entre eles e começaram a longa jornada.
Morten não estava nada feliz de  retomar a viagem para aquele lugar em ruínas, mas… O que fazer? Sorriu quando pensou numa frase:
“Já me consideram morto. E pra piorar, um herói. Não me resta muito senão tentar dar um sentido para minha suposta morte”.

O tempo passava e os dois caminhavam em silêncio pela superfície esturricada e pedregosa do planeta. Em muitos momentos, Carson teve vontade de conversar com Petra, tentar quebrar o silêncio, mas falar minaria seu desempenho. Agora era hora de concentrar na missão e andar, andar, andar. Como seu corpo andava sem precisar muito trabalho, a perna ainda doía um pouco se ele forçasse o ritmo, mas ela havia melhorado bastante com os dias de descanso no abrigo. Petra consciente das limitações físicas de Carlson, segurava um pouco o próprio ímpeto de acelerar o passo, para ajudá-lo a não se forçar.
-Devagar, devagar. – Era o que ela dizia, de vez em quando.
Carlson gostava de ouvir aquilo, porque tudo que seu corpo queria era andar um pouco mais devagar, mas ele tentava parecer impaciente, não desejava que a moça lhe visse como um estorvo. Não queria também parecer frágil.
-Estou bem. Vamos.  – Ele respondia, tentando manter o ritmo e não dar na vista que estava excessivamente ofegante. Precisava parecer atlético.
Já Petra não precisava disfarçar nada. Ela avançava com uma inabalável capacidade física que a juventude e o bom treinamento prévio lhe conferiam.

O sol começou sua rápida descida por trás das cordilheiras ao longe, quase uma microscópica ondulação na linha do horizonte. Os ventos do cair do dia já começavam a soprar forte, vindos de frente, atrapalhando o avanço. Contra o vento era muito mais difícil, pois ele vinha em rajadas poderosas, que levantavam nuvens de areia e poeira. Por muitos minutos os dois avançavam de braços cruzados um ao outro, e olhos completamente fechados. Os rostos eram açoitados por chicotadas de pedriscos voando em grande velocidade. De vez em quando uma pedrinha maior acertava com força. Era uma merda. Mas eles continuavam.  De tempos em tempos paravam, viravam de costas para o vento para poder limpar o rosto da sujeira.
Petra estava com a face toda suja.

-Tem um olho no meu cisco! – Ela riu.

-Essa frase é minha, você sabe. – Ele respondeu, batendo o pó do cabelo.

Enquanto Petra se limpava, Morten olhou ao redor. Era o primeiro dia da jornada. O plano desenhado no mapa indicava que levariam ainda mais dois para chegar nas ruínas. Não havia ressalto, rocha ou qualquer outro abrigo para proteger do vento. As montanhas estavam muito longe.
-Estou preocupado. Não tem abrigo do vento.

-Essa noite vai ser horrorosa. – Ela disse, concordando com a cabeça. – Bebeu um gole de água.
-Vamos montar acampamento aqui?
-Não quer andar mais uma horinha Morten?
-É que eu estou pensando… Olha aí. Tudo plano… Não compensa. Melhor pararmos agora e descansar mais.
-Morten eu tenho uma ideia meio doida aqui para o lance do vento. Uma coisa que aprendi na academia.
– O que?
-Espera aí. – Ela disse. Então, Petra abaixou-se,  tirou a mochila e mexeu em alguma coisa nela. Depois saiu correndo por uns duzentos metros. Colocou alguma coisa no chão. E correu de volta para onde Carlson estava.
-O que vc está fazendo?
– Calma… Calma que ainda vai começar o show, Morten. – Ela disse, animada. E então mexeu em alguma coisa no seu painel digital no braço. -Um, dois três e…

BUUUUUM!

Uma impressionante explosão ocorreu, jogando Petra e Calson para o chão com o impacto. Foi uma explosão espetacular.
Calson caiu sem ouvir nada. Parecia surdo.
Viu que Petra estava rindo como uma criança, e falando alguma coisa, mas ele não conseguiu entender nada. Quando sua audição finalmente voltou, ele ouviu ela gritando:

-Vem Morteeeen!
Ele se levantou pegou a mochila e as sacolas e foi atrás dela.
Petra Parou na borda de uma cratera. Era uma cratera relativamente pequena, de uns dois metros de largura por 1,5m de profundidade máxima.
Ela pulou para dentro do buraco. Colocou as mochilas na borda, criando assim um tipo de anteparo para as rajadas de vento. Então ela deitou na areia fumegante e ainda quente do buraco escavado pelo explosivo.
Morten ficou parado olhando pra ela.
-Vai ficar parado aí?
-Porra! Você anda com esse tipo de bomba… na mochila? – Ele estava espantado.

Petra começou a rir. – Sou cheia de surpresas, Morten.
Morten pulou para dentro do abrigo e tratou de montar a barraquinha metalizada de campo. Mas estava bem difícil de montar pela segunda vez.

-E acho que você não desmontou direito, ó… – Ela disse, mostrando alguma coisa torta na estrutura da barraca.
-Merda de barraca made in China.
Petra caiu na gargalhada e ajudou Morten Carlson a montar a barraca.
Morten pulou para fora do abrigo e começou a recolher a areia solta com a bota, raspando o pé de lado. Ficou ali naquele trabalho de puxar a areia contra o vento até finalmente formar um monte ao redor das mochilas, que funcionava como uma rampa para o vento saltar a trincheira.
Enquanto juntava montes de areia, algo chamou a atenção de Morten, mesmo na pouca luz do início do anoitecer. Ele abaixou-se pegou, soprou e olhou contra a fraca luz da penumbra.
Era um cristal perfeitamente liso e polido. Verde.
Morten sorriu guardou-o no bolso.
Quando finalmente conseguiram, finalizar o abrigo, meteram-se para dentro da proteção prateada. Com o buraco da cratera e a rampa de areia e pedras do lado da borda, o chicotear do vento era absurdamente atenuado.
-Que fome. – Ela disse, pegando a sacola com as provisões que coletaram no abrigo.
-O que temos no menu pra hoje? – Perguntou Carlson.
-Macarrão com Fungi.
-E amanhã?
-Macarrão com Fungi.
-Ótimo, e o café da manhã aposto que vai ser…
-Macarrão com Fungi.
-Hummm. Acho que vou optar por Macarrão com Fungi essa noite então.
-Ótima escolha, cavalheiro!  – Petra sacou o saquinho prateado da sacola de provisões e jogou para Morten.
Era um tipo de saco cinza metalizado que você puxava uma lingueta que liberava dois compostos reagentes exotérmicos numa camada externa a da comida, e a reação gerava um tipo de resina ali dentro que produzia muito calor e esquentava a comida.
Os dois comeram com a luz do traje dele. Ela desligou as luzes do dela por uma questão de economia.
-Até que é bom.
-Uma delicia. A gente ta comendo isso pelo que? Nona vez?
-Quando os chineses fugiram do abrigo devem ter levado todos os sacos de comida gostosa e só largaram o macarrão com queijo e esse aí lá.
-Aquele queijo que parece até chulé de mendigo, né? Ainda bem que você pegou esses.
-Foi sorte, porque peguei praticamente sem olhar.
-Podia era ter uma musiquinha aqui. Tempo que não escuto musica…
-O que você escutava lá na Terra?

-Hummm. Rock, os clássicos, o de sempre, você sabe, Beatles, Chuck Barry, Al Jarreau… etc. E você? Como era o som lá?

-Muito comercial. Ainda tocava o Michael Jackson, as antigas, sabe?
-Sei.
-Quem fazia muito sucesso ultimamente era o Elvis.
-Pera aí. O Elvis… Presley?
-Sim. O Elvis.
-Mas isso não é um som muito retrô? – Morten perguntou, mastigando rápido o macarrão.
– Mais ou menos. É o Elvis, mas não é. O grosso agora é musica feita por computadores, baseadas em algoritmos.
-Hã?
-Sim, inteligência artificial. Ela aprendia a cantar como qualquer um. Então ela analisa as letras e as musicas do Elvis e é capaz de compor canções como as dele e cantar na voz dele e ainda por cima ela simula a taxa de sucesso que a musica faz e quando lança é sucesso em cima de sucesso. E ele canta em qualquer língua.
-Caralho.
-OS grandes cantores que morreram agora são fundações. Tem a fundação Elvis, a fundação Michael Jackson, a fundação Kurt Cobain, a fundação Elton John… Elas são as donas do timbre, da logica de composição e da imagem, porque a IA ainda gera hologramas dos falecidos cantores.
-Tá de sacanagem comigo.

Petra riu.

-Bom, mais ou menos, porque realmente teve tudo isso, mas não fazia tanto sucesso. A verdade é que tinha mesmo essas fundações, mas depois que a moda passou ninguém ligava mais. Começou a ficar meio ridículo Beatles cantando musicas da Cher. Ah, e não tem rádio. Só em museu.
As pessoas escutam suas playlists. Muitos já estão implantados com dispositivos cocleares de musica. Foi aliás, outra moda que passou eu não tenho implante por isso. Não sou de modismos.

-Petra, olha… Achei isso. É pra você. – Morten tirou do bolso o pequeno cristal verde. Era exatamente igual ao cristal de Kriptonita dos filmes do Super-Homem.
-Que isso? Que linda! – Ela colou o cristal verde na frente da luz.
-Parece ser Atacamita.
-Atacamita?
-A Atacamita ganhou este nome porque foi descoberta no deserto do Atacama. Ela é bem parecida com a esmeralda, sendo mais cristalina. Sua aparência lembra a de um vidro verde.
-Uau! Que legal! Você achou no abrigo?
-Não, achei aí no chão. Devemos estar dormindo em cima de alguma jazida. O maior fornecedor mundial de atacamita na Terra é o Chile. O cristal é composto de cobre e hidróxido de cloro. Ele é encontrado principalmente em zonas áridas.
-Ah, que perfeito. Obrigada. Gostei muito. Como você sabe essas coisas?

-Eu gosto de estudar mineralogia… Olha, combina com seu cabelo. – Morten disse, meio envergonhado.

Ela apenas sorriu.
-Ei Morten.
-Quê?
-Esta notando alguma coisa estranha?
-Não, o quê?
-O vento. Parou. Olha.  – Petra apontou a superfície metalizada da barraca de proteção. Estava parada.
Morten e Petra saíram da barraca. O vento agora era uma brisa suave, quase uma calmaria completa. Ainda estava muito frio, mas sem o vento o clima não era tão horroroso como na noite anterior.
-Graças a Deus. – Morten gemeu.
-Veja. – Petra apontou o céu. Uma estrela cadente verde cruzou o firmamento.
Morten baixou a intensidade das luzes do traje e ficaram numa fraca penumbra.
-Está vendo ali? – Ele apontou o espaço.
-Aquela estrela?
-Sim. Aquela ali e aquelas outras três.  Eu chamo de “constelação do leiteiro”.
-Sério? – Petra riu olhando para o céu completamente escuro com estrelas faiscantes.
-E aquela ali é a constelação Darth Vader, e ali do lado é a constelação do Fusca…
-Hahahaha você é demais, Morten.
Houve um breve silêncio enquanto eles olhavam as estrelas sentados na borda da cratera.
Então Morten olhou para Petra. Ela parecia feliz, e então fechou os olhos.

E eles se beijaram.

CONTINUA

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

Artigos similares

Comentários

  1. Philipe, pelo amor de Deus, quando você acabar esse conto, dá um jeito de fazer um financiamento no Catarse, pq eu tô morrendo de vontade de ter essa história em livro físico, igual A Caixa

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Advertisment

Últimos artigos