Gringa – Parte 6

Ela parecia confusa. Olhou para a camisa do Guns N´Roses, depois olhou para o ambiente. O telhado, o sofá, as velas.  Voltou seus olhos incrivelmente azuis para Evandro.

Ele se levantou da banqueta.

-Calma, tudo bem.

Ela pareceu assustada. Fez menção de se levantar mas seu rosto contorceu em dores. A Gringa puxou a camisa e assustada deu de cara com o curativo, que começou a arrancar de maneira selvagem.

-Calma, calma! – Evandro disse, entrando na sala. Mas a presença dele deixou a mulher ainda mais arredia. Ela repetia a frase incompreensível.

-Mgsmk e mgs ckgcjz? Mgsmk e mgs ckgcjz?

-Shhh. Calma, calma. – Evandro recuou, movendo o braço devagar. Ele colocou o violão no chão e foi para a varanda. Ficou olhando a gringa de longe. Ela arrancou os curativos sem expressar muita dor. Em seguida, ficou estupefata olhando as meias nos próprios pés. Ela estava chocada com aquilo e logo arrancou as duas, fazendo uma expressão de alívio e susto.  Após tirar as meias ela pareceu mais calma. Ainda olhava para todos os lados, certamente tentando entender como havia ido parar naquela casa. Tinha um olhar admirado ara tudo que via. Ficou cheirando a camisa. Olhando para o desenho no peito, com as duas armas e as flores.

Ela estava se acalmando. Sentou na beira do sofá.

-Guns N´Roses. Guns N´Roses… – Repetiu Evandro, baixinho.

-Guuu. – Ela gemeu. Olhando para a camisa.

Evandro sorriu. – Isso! Guns!

-Guunssss. – Ela balbuciou e então sorriu para Evandro.

Ele então apontou para si e disse: – Evandro.

E ela ficou olhando, tentando entender.

-Mgsmk e mgs ckgcjz?

Evandro repetiu o gesto. Apontou para ele e disse: -E-van-dro.

Ela apenas olhava, sem dizer nada.

Então Evandro apontou para ela.

A moça apontou também para Evandro, repetindo o gesto.

Ele tornou apontar para o próprio peito.

-E-van-dro.

Ela balbuciou: – E…do… Guuuuns.  Guuuuns…. Guuuns….

Evandro sorriu e ficou repetindo “guns” com ela. Ela pareceu se divertir com a palavra “Guns”.

Evandro fez um sinal para que ela viesse até a varanda, como se estivesse puxando o ar. Aquele gesto não fez efeito algum. A moça não se moveu da beira do sofá. Ela agora estava com os olhos fixos na mesa. Observava com atenção as velas  apagadas pela sala.

Evandro achou melhor não entrar na sala. Ela parecia arredia e assustada. Talvez estivesse confusa demais para entender tudo aquilo. Já era um grande alívio que ela estava consciente, embora a dificuldade com a linguagem complicasse um pouco.

Ele olhou ao redor, e não havia sinal de Alex.

A moça se levantou e foi até o galão de água. Ficou alisando o galão, balançou ele e pareceu encantada com a água se movendo no interior da embalagem de plástico azulado.

-Água. – Disse Evandro. – Está com sede? Água? Água? – Ele apontou a boca aberta.

A moça misteriosa repetiu o gesto, abrindo a boca e apontando.  -Aaaaaaa. Aaaaaa… – Ela voltou a olhar para a água.

Evandro entrou na sala. Imediatamente a mulher correu para o canto e se encostou na parede, muito assustada e arredia quando ele se aproximou.

Evandro foi até a caneca sobre a pia e depois caminhou devagar até o galão.

-Calma, Calma, ta tudo bem. “Guuuu…” Ele disse, sorrindo.

-Ela estava horrorizada, se encolhendo no canto da parede. Os olhos azuis arregalados olhando para Evandro, como se temesse pela própria vida.

Evandro pegou a água no galão, virando – o sobre a caneca. A água encheu a caneca.  Ele foi até ela, mas ela começou a tremer violentamente conforme Evandro se aproximava, então ele parou. Colocou a caneca no chão e recuou. Foi para a varanda novamente e se sentou na banqueta.

Só quando Evandro voltou para a varanda que a moça saiu do canto da parede. Ela estava se acalmando de novo. Olhou a caneca com cuidado e pegou. A água derramou um pouco e ela cheirou a água. Depois bebeu. Bebeu tudo em grande velocidade fazendo uma expressão de grande satisfação.

Então, em seguida, ela olhou para o galão e depois para Evandro.

-Pode pegar. Pega, pega.  – Ele disse, apontando o galão.

-Aaaaa. Aaaaa. – Ela respondeu.

A moça pegou o galão e derramou na caneca, mas virou muito e muita água caiu no chão.

Evandro vez menção de levantar. Nisso  ela largou o galão, que caiu no chão derramando a água. Ela voltou correndo para o canto da parede.

O galão estava no chão entornando a preciosa água mineral pela sala.

Evandro correu na sala e pegou o galão, levantando o mesmo e colocando sobre a mesa de madeira.  Ele estendeu a caneca para a jovem, que se encolhia rente a parede.

-Toma, pode beber.

Ela não dizia nada, apenas olhava para ele com olhar assustado e com medo.

Evandro deixou a caneca no chão e saiu. Voltou para a varanda, onde começou a assoviar alto e gritar por Alex.

Alex não respondeu, estava certamente pescando no costão.

Evandro voltou-se para a moça. Ela estava bebendo a água com sofreguidão.

Ele então fechou a porta da casa. Bateu a porta com força e correu até o início da trilha, onde berrou a plenos pulmões.

-Aaaaaaleeeeeeeex!

Evandro não sabia bem o que fazer, então decidiu correr pela trilha e descer até o píer para chamar Alex.

Desceu correndo do jeito que dava, escorregando na terra úmida. Em alguns pontos a trilha era barro puro e era preciso se agarrar nos galhos das arvores para não descer numa espécie de escorregador que daria direto no mar.

Ao chegar o píer Evandro deu de cara com Alex sentado lá na pedra, pescando calmamente.

-Aaaaaleeeex! – Ele berrou.

Alex deu um pulo. Levantou-se e veio correndo.

-Que foi? Que foi?

-Ela acordou! Vem! Vem!  – Evandro estava aflito.

Os dois correram pela trilha, subindo a via com dificuldade.

– Como foi? – Perguntou Alex se agarrando nos galhos para subir a parte enlameada.

-Eu estava no violão e ela começou a falar numa língua esquisita. É gringa mesmo! Ela arrancou os curativos todos.

-Arrancou?

-Sim, eu acho que ela não é boa das ideias não, cara. Ela esta muito assustada… Ei… Ah, não.

Os dois deram de cara com a porta da casa aberta.

– Cadê ela? – Alex perguntou.

-Não sei ela estava aqui, tranquei ela em casa. Ela saiu.

-Vamos procurar, ela está aqui fora em algum lugar.

Os dois começaram a percorrer os arredores da casa. Mas não havia mais nenhum sinal da jovem mulher.

Alex voltou para a varanda.

-Ali, ali, as pegadas. – Apontou para o chão da sala.

A moça havia atravessado a parte da água que o garrafão derramou e seus pés pequenos estavam impressos pela varanda, mostrando a direção. Ela havia saído pela esquerda da casa e parecia se dirigir para o mato, mas a trilha sumia na grama.

-Ela entrou na mata, foi na direção da trilha. – Disse Evandro.

-Da ilha ela não sai. Isso é fato.

Os dois foram pelo caminho que ela deveria ter ido, mas estancaram diante da árvore caída na trilha e do mato alto.

-Espera… Espera. Escuta.

-Shhhh. – Alex fez sinal de silêncio.

Eles podiam ouvir o farfalhar das plantas. A mulher estava longe, se embrenhando na mata fechada.

-Ela não foi pela trilha.

-Ela não é muito inteligente hein? – Concluiu Alex.  – Ao invés de seguir pela trilha ela se embrenhou na mata.

-Periga uma cobra morder ela, cara.

-Que loucura, veio. E agora? Como tu deixou essa mulher fugir?

-Ah, pode parar. Não vem me culpando não! Se não fosse esse seu faniquito de pescador, você estaria na casa quando ela acordou. Ei, onde você vai? Volta aqui que eu tô falando com você o porra.

-Vai se foder, vacilão.  Tu perdeu a mina, agora é problema seu.  Te vira.

-Ah é?

-É.

-E assim então, né?  Tá bom, babaca.

Alex mostrou deu o dedo do meio e deu as costas, seguindo na direção da trilha.

Evandro adentrou no mato, seguindo numa direção aleatória.

Enquanto Alex descia a trilha ele ouviu um barulho conhecido. Era um “top,top,top” que ele conhecia muito bem.

“É ele!” – pensou.

Alex desceu saltando pelo barro e escorregando. Chegou esbaforido no píer para encontrar ao longe, uns trinta metros mais adentro a pequena embarcação que havia o trazido para a ilha Altas.  De longe o velho de pele curtida pelo sol abanou a mão.

-Êêêê… Paz de Deus! -O velho gritou.

O barquinho veio chegando e parou na beira do píer.  Com grande habilidade seu Manel jogou a corda e amarrou no vergalhão. O píer balançou de um lado para o outro com o choque do barco.

-Porra meu filho cês ainda não resolveram essa porcaria não? – Ele disse sorrindo com os poucos dentes na boca.

-O senhor não sabe da missa a metade… Mas vamos chegando, vamos chegando.  – Alex disse, estendendo a mão para puxar as primeiras sacolas.

O barquinho estava repleto de sacolas de mercado. No meio alguns garrafões de água. O velho começou a passar algumas compras.

-E aí? Que tal a ilha? Tá gostando da casa nova? – Seu Manel acendeu o cigarro enquanto Alex levava os galões pesados para botar sobre a pedra.

-Olha, os primeiros dias foram de muito trabalho, mas o senhor não vai acreditar no que foi que aconteceu!

-Não sei, se você não falar, como que eu vou acreditar ou desacreditar, meu filho? – O velho, ia puxando cada sacola para a superfície de madeira.

-Apareceu uma mulher.

-Apareceu o que?

-Uma mulher.

-Ih… Eu falei para não trazer tanta birita, seu Alex.

-É sério. Eu acho que é uma gringa do barco que virou. Ela tava quase morta, mas nó tratamos dela. Apareceu na tempestade lá do lado esquerdo, agarrada nas pedras. Tava bem machucada e com hipotermia…

-Com o quê seu Alex?

-Congelando, ela tava congelando, seu Manel.

-Ih rapaz… Mas ué… – O velho coçou a cabeça passando a mão nos cabelos amarelados.

-“Ué” o que?

-Deu no radio hoje que os corpos dos turistas já foram achados.

-Pode ser de outro barco que quebrou. Ela tava bem ferrada, mas agora a pouco ela acordou. Ela não fala nossa língua.

-Ela tá aí? Deixa eu ver essa moça.  – Disse Manel, esticando o braço para sair da embarcação.

Alex puxou o velho marujo para o píer.

Eles se encaminharam para a trilha.

-Puts que lama!

-Então, a chuva aqui foi sinistra!

-Tô vendo. Ta cheio de arvore caída ali no lado direito que não tava quando eu trouxe vocês… Falando nisso, cadê o seu Evandro?

-Ele… Ele foi procurar a moça.

-Como é que é? – O velho marinheiro levantou a sobrancelha de um jeito desconfiado.

-Ele foi atrás dela. Entrou na mata. Ele veio me chamar quando ela acordou, daí quando chegamos lá em cima na casa ela tinha fugido. Ela correu para o mato.

-Pro mato né? Pois é… Periga pisar em cobra.  Ajuda aqui meu filho… Meu pé agarrou!

Os dois continuaram subindo a trilha. Agora, Manel, entes risonho e brincalhão,  parecia estranhamente quieto. Eles chegaram no jardim. Manel parou e olhou em volta espantado.

-Nossa, que limpeza! Tantos anos que isso não ficava assim… Impressionante! Ocêis tiraram as arvores tudo! Ói, dá pra ver o mar! Como é bonito aqui! Nem lembrava mais.

Eles vieram andando até a casa. Chegaram na beira da varanda.

Manel bateu palmas. – Ô de casa. Ô seu Evandroooo…

Ninguém respondeu.

-Ele deve estar do outro lado da ilha. – Disse Alex, entrando na casa.   Seu Manel entrou atrás, olhando tudo.

-Bela limpeza! Ocêis tiraram as aranhas todas aquelas aranhas pretas horrorosa… – Quando Alex se virou notou que o velho estava com o olhar fixo nas manchas de sangue no colchonete sobre o sofá de alvenaria.

Alex Foi até o sofá e trouxe o curativo manchado de sangue.

-Olha, esse é o curativo dela. Ela se cortou nos mariscos.

-Ahhh sim… Mariscos, Sei.  Marisco corta mesmo, seu Alex.

O velho olhou, olhou… Fez uma expressão desconfiada.

-Pois é… Vou chegando.  Tá na minha hora. Bom, seu Alex, eu preciso ir. Ah, aqui ó… – Disse, tirando a nota das compras do bolso da bermuda jeans puída.

Alex abriu a notinha, conferiu o valor. Depois voltou na casa.  – Vou pegar o dinheiro, espera aí.

Seu Manel andou pelo quintal e olhou no meio da montanha de folhas do “lixão”. Um monte de gaze e algodão cheios de sangue… Depois voltou correndo para onde estava. Alex estava saindo com o  dinheiro na mão. Entregou a quantia para seu Manel.

O velho agradeceu e dobrando bolo de notas com extremo cuidado, colocou no bolso.  – Ainda bem que o senhor sabia onde estava o dinheiro, né seu Alex? Imagina ter que esperar o homem do dinheiro aparecer… O senhor quer ajuda para subir com as coisa? Eu preciso pegar a volta antes que escureça… O senhor sabe.

Alex percebeu que seu Manel estava desconfiado. Certamente o velho estava achando que o sangue no curativo era de Evandro, que estaria morto enterrado em algum lugar da ilha.

-Espera, seu Manel. Vamos tomar um café. Já vou preparar aqui rapidinho…

-Não, não, não posso! Fica pra otra vêis!  Minha senhora ficou lá me esperando… Ela ta com pressão alta desde ontem, não posso deixar ela lá sozinha.

-Evandrooooo? – Alex berrou da varanda, mas não houve resposta. O velho agradeceu e foi descendo apressado o caminho da trilha.

– Seu Alex, qualquer coisa é só o senhor ligar.

-Espera, aqui ta sem sinal direto!

-Quer que eu volte semana que vem? Posso vir com meu cunhado para dar preço lá na cisterna.

-Ah, eu limpei tudo lá. Traz ele sim. Olha, outra coisa… Deixa eu te falar. Peraí, rapaz!

-Tô com pressa, seu Alex, desculpa.

-Quero falar com o senhor de alugar um barco pra nós…

-Barco pra quantas pessoas?

-Eu não sei… Três, talvez.

-Então é barco pequeno. Tudo bem… Seu Alex e o negocinho?

-A arma?

-O negocinho, seu Alex… O senhor precisou usar? Desculpe a curiosidade… Tinha cobra na ilha?

-Matei uma mas foi no facão. Quase pega meu pé lá na obra da cisterna. Saiu de trás dos sacos de cimento…

-Ah sei… No facão… No facão, né? Entendi. Então o senhor nem usou o negocinho, ne? Que bom, né? Guarda ele com cuidado, seu Alex.

-Tá… Olha, volta  daqui a dois dias, e traz um bote com motor pra gente. Tá perigoso ficar aqui nessa ilha sem barco.

-Ah, é. O senhor tem razão. Tem razão. Vou agitar isso aí procêis. Tem preferência de motor seu Alex? – Perguntou o velho se pendurando precariamente nas árvores para descer a trilha.

-Um simples, seu Manel. Aluga um barco lá no porto. Um bote mesmo resolve. A gente deve comprar uma lancha aí para o mês. O senhor tem carta de lancha?

-Eu dou meu jeito, seu Alex. Não se preocupa! Ah, eu trouxe umas baterias novas das lanternas que falei. A carne tá no saco azul e tem gelo naquele isopor. Deixa a carne no gelo. Tem frango também, que o senhor não pediu mas eu achei por bem…

-Tá ótimo.

-Tem pacote de cigarro e a pinguinha…

-Maravilha seu Manel. Era para o senhor esperar, porque o Evandro vai chegar com a moça. A gente queria que o senhor levasse ela para a vila… Avisar na polícia.

-Não, não vai dar tempo, seu Alex. Eu volto aqui com meu cunhado depois de amanhã.  Aí a gente vê isso aí. Pode deixar.

-Seu Manel? – Alex chamou, mas o velho já estava se aboletando no barco ao lado do motor de popa.

-Ei, seu Manel!

-Opa?

-Então tá combinado, né? O senhor volta depois de amanhã.

-Se Deus quiser! Se Deus quiser! Pode contar, seu Alex. Viu lá a cisterna?

-Sim, já limpei tudo lá.

Tá bão então. Fica com Deus, seu Alex. Deixa meu abraço aí pro seu Evandro e pra moça. – Gritou acelerando o barco contra as ondas escuras.

A tarde estava caindo e a noite já se aproximava. O sol descia em seu mergulho entre nuvens, tingindo o céu de varias cores.  O vento constante do mar voltou a ser a companhia de Alex. O homem musculoso ficou na pedra, vendo o velho se distanciando com o barquinho valente contra as ondulações, até ele virar um pequeno pontinho no horizonte.

Alex teve a estranha sensação que o velho Manel estava assustado e talvez não fosse mais voltar. Começou a pensar que talvez fosse melhor fazer um plano de contingência com Evandro.

Alex olhou todos aqueles mantimentos e objetos espalhados pela pedra.

-Que bosta! – Gemeu entre dentes. Pegou alguns dos sacos de compras e começou a subir a trilha enlameada.

Evandro estava com mato para todo lado. Havia percebido tarde demais que andar sem o facão ou lanternas na mata tinha sido uma ideia estúpida.  Seguir o rastro da gringa era impossível para ele, um jovem urbano criado na ponte aérea entre a Suíça e a mansão no Itanhangá, no Rio de Janeiro.  A ilha subia como um morro em algumas partes era quase que vertical. Evandro pensou que talvez a gringa estivesse subindo para chegar na parte mais alta e olhar lá de cima.  Mas a rocha formava um paredão repleto de reentrâncias, e o mato ia se fechando cada vez mais.

Ele olhou opara o céu e viu a noite se aproximando entre as pequenas frestas das folhas da árvores. A noite estava chegando rápido, e Evandro se deu conta que estava pedido. Provavelmente estava andando em círculos na mata e não sabia qual era a direção que devia tomar para voltar para a casa. Já não se via quase nada.
-Puta que pariu…

Decidiu pegar uma reta e seguir até o mar. Com sorte encontraria a trilha que dava a volta pela ilha.
Seguiu tateando na escuridão entre as plantas. Algumas coisas se encostavam nele e ele esperava que fossem apenas folhas. Conforme andava sua mente só fazia imaginar as lacraias gigantes, aranhas e um de seus grandes medos: As taturanas.

As taturanas eram lagartas peludas com espinhos venenosos que poderiam causar sérios problemas para qualquer aventureiro que caísse no azar de tocar nelas com a pele desprotegida.  Calafrios subiam pela sua espinha conforme andava pela floresta.
Eventualmente Evandro pensava na gringa e não conseguia entender como aquela mulher descalça e somente vestindo uma camiseta conseguira avançar com tamanha desenvoltura pela mata fechada…

Evandro subitamente sentiu como um choque no calcanhar. Assustado, puxou a perna e sentiu a pele fria de uma cobra passar sobre seu pé.  Ele deu um grito e se abaixou segurando a perna no mato.

-Ahhhhh! Desgraçada! Puta merda! A cobra me mordeu!

CONTINUA

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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