terça-feira, julho 1, 2025
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Os selos animados

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lenticular stamp1 | Curiosidades | cadeia
Não é nenhuma figura de linguagem não. Os selos são realmente animados e a novidade vem dos países baixos, contrariando a ideia de que novidade tecnológica maluca ou é japonesa ou é americana.
Cada selo será vendido ao valor equivalente a 46 centavos de dolar.
A tecnologia é conhecida como impressão lenticular. O processo é engenhoso e funciona basicamente seguindo o mesmo processo que se usava antigamente para fazer aquelas réguas escolares animadas que a gente ganhava de alguém que vinha do Paraguai na década de 80. Naquele processo, duas imagens eram impressas intercaladas em linhas muito finas e um plástico rajado de micro inclinações colado por cima, montava uma ou outra imagem de acordo com o ângulo que a gente colocava a reguinha.
O processo de hoje ainda é o mesmo, porém com o avanço da tecnologia de impressão, o uso de computadores e algorítimos de mistura de imagens mais sofisticados, o selo pode carregar dezenas de frames que são animados de acordo com a inclinação da carta.
Então o processo não é ainda o das micro telas com papel digital (que estão vindo por aí) mas é algo bem interessante também. Até porque não ustilizam energia alguma em seu processo de reprodução contínua.

O processo se dá imprimindo a imagem alterada pelos algorítimos específicos de geração deste tipo de impressão na parte trazeira da película de lentes lenticulares, que é onde o ponto focal estará. Assim, ao mover a película, as lentes mudam a angulação e ampliam ordenadamente diferentes pontos, que constituirão uma imagem ou outra. Iso é compreendido pelo nosso cérebro como uma sequencia animada contínua.

Bem legal.
Para saber mais sobre esta interessante tecnologia, vá neste link.

Mês maldito

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pô, esse mês tá maldito mesmo. Primeiro foi a catástrofe que se abateu sobre meu computador. Depois a gripe estrambúlica que se abateu sobre mim e me levou pro hospital. E agora, do nada, como se fosse permitido, o controle remoto da Sky quebra no sábado a noite!

Resultado, estou praticamente sem TV à cabo, porque é um saco ter que ficar levantando para mudar de canal (uma operação fantástica.) O aparelho que eu tenho, da Philips é o pior exemplo do que deveria ser ergonomia em termos de design de eletroeletrônicos. Pra se trocar de cana, é necessário clicar em tanto botão, ir a tanto menu, pular em tanto quadrinho que desanima. Sem controle remoto (que nem sequer imagino por quanto nem por onde comprarei) vai ser impossível.

O resultado não podia ser pior, tive que assitir ao Show dos Rolling Stones. Olha, os fanáticos que me perdoem, mas eu acho essa banda meio merda.
Digo meio assim, envergonhado, de cabeça meio baixa, porque o mínimo que a gente tem que ter com uma banda do Pleistoceno como essa é ter o respeito que o mais velhos merecem, e os MUITO, MUUUUUITO mais velhos mesmo, merecem dobrado.

Ok, muita gente é fã e tal. Mas me digam, de quantos fãs estamos falando naquele show? Com certeza absoluta, aquela cabeçada toda só foi ver porque era grátis, a tevê manipulou gerando uma antecipação, um clima de “imperdível” de “sensacional” de “histórico” que foi impossível resistir. Reféns da mídia e do marketing.
Tirando meio porcento de fãs que sabem os nomes dos integrantes dos Rolling Stones, sabem o nome do primeiro disco e do último na ponta da língua – e por isso merecem estar ali – o resto da cambada foi no vácuo do que a Globo mandou. Um mega-ultra-jabá que reconheço, foi inteligente.

A ideia por trás do show era lotar os hotéis por mais tempo do que de costume com o advento do carnaval, festa que já lota a cidade de gringos endinheirados. Tendo um puta showzaço grátis, neguinho viria uma semana antes, e gastaria uma semana a mais de doletas na nossa terra. Genial. Deu certo, os Hotéis não tem nenhum lugarzinho sobrando e isso beneficiou desde o flanelinha até o megamilionário dono de Hotel, passando pelo Mick Jagger, é claro.

Mas vendo na Tv o show, achei chato. Um velho tão rebolativo que me fez imaginar uma lagartixa cheia de cocaína ligada numa tomada de 220 volts cantando um monte de músca que mal dava pra entender.

Ao menos valeu pelo show de palco. Nunca havia visto tamanha magnitude. Acho que esse palco devia ser incluído nas novas maravilhas do mundo, tamanho sua imponência. Se olharmos a definição de “maravilhoso” no dicionário veremos que o palco tem todos os motivos para ser chamado assim.
Então é isso, eu sem controle de Tv a cabo tendo que assistir ao show dos vovôs do rock, onde o palco deu de mil a zero no Mick Jagger.

Vírus no Mac – Acabou o argumento!

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O pessoal que ama, idolatra o machintosh vai ter que rebolar pra explicar essa. Sempre que rolam aqueles fightzinhos do pessoal do PC versus dos usuários de Mac, esstes últimos terminam a conversa com várias alegações. Depois de argumentar que apesar de caro pra dedéu, vale a pena, é lindo, é ótimo, é rápido, é multitarefa, é simples, é isso e aquilo, e ainda não pega vírus…
OPA! Não pegava!

https://linhadefensiva.uol.com.br/2006/02/osx-leap-a/

Foi encontrado o primeiro vírus e worm para o sistema operacional Mac OS X.
A praga foi divulgada em um tópico no fórum do site MacRumors no dia 13/02,
prometendo screenshots do novo OS X 10.5 Leopard. Usuários de Mac,
acostumados com a inexistência de código malicioso para a plataforma,
executaram a praga sem desconfiar de nada.

Batizado de OSX/Leap-A e classificado como um worm, ele se espalha
utilizando o cliente de mensagem instantânea iChat, da Apple. O arquivo
lastespics.tgz, que é um arquivo compactado da mesma forma que arquivos ZIP,
é enviado aos contatos do usuário infectado.

Ao extrair os arquivos, o usuário se depara com o que parece um arquivo
JPEG, que seria a figura contendo a screenshot do novo sistema da Apple. Ao
tentar abrir a “figura”, no entanto, o usuário vê uma janela de terminal,
mostrando que o arquivo é na verdade um programa e não uma imagem.

O worm então apaga os arquivos da pasta ~/Library/InputManagers/apphook/ e
cria novos arquivos com informações especificadas pela praga:

* ~/Library/InputManagers/apphook/apphook.bundle/Contents/MacOS
* ~/Library/InputManagers/apphook/apphook.bundle/Contents/Info.plist
* ~/Library/InputManagers/apphook/Info

Esses arquivos fazem com que o OSX.Leap.A seja iniciado junto com todos os
aplicativos executados no sistema. Se o worm for executado com acesso root,
a pasta /Library/InputManagers será usada.

O worm também é um vírus. Ele busca os 4 programas executados mais
recentemente que não necessitam de acesso root usando o Spotlight e os
infecta, fazendo com que esses programas também possam infectar um sistema
com o vírus/worm.

A praga possui dois bugs graves: os programas infectados podem ser
danificados e incapazes de serem executados e, em alguns sistemas, o worm
não será capaz de se espalhar usando o iChat.

O vírus não explora nenhuma falha no sistema da Apple. Foram utilizados
apenas recursos do OS X, provando que todo sistema programável pode ser
usado de forma maliciosa, independente do sistema operacional. O worm também
não necessita de acesso root para infectar o sistema e se espalhar.

O OSX.Leap.A recebeu os títulos de “primeiro worm” e “primeiro vírus” para
OS X. Além do Leap.A, existe somente um código malicioso para o OS X, o
cavalo-de-tróia Opener.

É quase certo que este worm, como o Opener, não seja encontrado em uma
proporção significativa na Internet, já que, além da existência de bugs que
podem proibí-lo de se espalhar, o Mac OS X é usado por poucos usuários em
comparação com o Windows, reduzindo o número de possíveis vítimas.

LOST – VICIEI

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Outro dia eu tava quase iondo dormir quando botei na globo só pra ver o que tava passando. Tava passando Lost. Aí eu resolvi ver só pra entender do que se tratava.
Caras, VICIEI BONITO no seriado. É sensacional apesar da maldita Globo ter botado num horário PODRE. Mas vale Muito a pena. A série é ótima, personagens bem estruturados, tramas interessantes, diálogos maneiros. Dá ódio de não ter tido uma ideia dessas. A costa do estado do Rio tem nada menos que 365 ilhas que poderiam muito bem ser usadas para uma parada assim… O tipo de seriado que dava pra ser feito aqui. Muito bom mesmo.

Olhei na cara da morte – DOIS

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Entre o “Olhei na cara da morte 1 e o 2” houveram umas vinte vezes que não foram tão arriscadas, como por exemplo a vez que meu primo Klaucinho resolveu me ensinar a andar de bicicleta sem rodinhas.
Nessa época a gente morava num bairro novo, que tinha uns morros enoooormes altos pra dedéu. Sobe o Klaucinho com a bicicleta uma grimpa de mais de 40 metros de altura. ME coloca na bicicleta. Então me dá um empurrão em direção ao abismo:

– Pedala! Segura firme o guidão e pedala! – Gritou ele e foi a última coisa que eu ouvi antes do rugido ensurdecedor do vento e a sensação de entrar na velocidade da luz me deixar fora do ar.
Mas funcionou. Cheguei lá em baixo andando sem rodinhas. Só que eu não sabia fazer curva.

Mas a segunda vez OFICIAL que eu olhei na cara da morte foi quando em Três Rios a molecada da rua resolveu brincar de pique-esconde.
Como eu era um molecote de nove anos bem desenvolvido e com habilidades inquestionáveis para fazer merda, resolvi que me esconderia num lugar onde JAMAIS pudesse ser encontrado.
Então vai o mestre do pique-esconde correndo na direção de uma carreta scania, carregada com uma lona enorme atrás. Você imagina que eu me escondi sob a lona do caminhão?
E o caminhão saiu me levando para um passeio mágico e cheio de aventuras? Não.

Eu resolvi – olha a genialidade imbecil! – Entrar SOB o caminhão, me esgueirar pelos ferros do motor. Ficar em baixo do capô da scania!
Então eu ouvia na rua o clássico “um dois três alve eu!” e mais outro, e outro. Até que só sobrou eu. O meu amigo da rua, o Claudinho, procurou em todos os lugares clássicos e nem sinal do Philipe.

Corta para um homem que vem andando. Ele acende um cigarro. Mete a mão no bolso. Aparece o brilho de uma chave contra a fraca luz do poste.
O homem mete a chave na porta da scânia e entra.

Corta pra mim ali em baixo, na escuridão do motor. Um cheiro de borracha insuportável. Tudo onde eu me encostava soltava uma poeira pegajosa. Então houve um silêncio. Eu tentava imaginar onde estaria o Claudinho, neto da dona Nise, que devia estar me procurando… E comecei a me sentir O FODA, pois de fato eu era o mestre do esconderijo… Ninguém seria páreo para… UM RUÍDO ENSURDECEDOR
Imagine o maior barulho que você puder. Multiplique por vinte, depois acrescente fumaça, coisas se mexendo no escuro, fagulhas brilhando na escuridão e ferros batendo. Era o que aconteceu.
Eu só me lembro de me esgueirar de volta como uma bala, O caminhão começou a andar. E algo muito forte atingiu minha cabeça, mas não me impediu de dar um salto suicida bemno meio das duas rodas que ficavam entre o cavalinho mecânico e o semi-reboque.
Cai no chão da calçada da dona Nise e ao meter a mão na cabeça ela empapou de sangue. Aí eu vi que a coisa tava preta. Como contar para minha vó? – Atente leitor, para o fato de que eu imbecil/inocentemente nem sequer questionei o fato de que poderia ter morrido esmagado como um inseto no interior daquela máquina enorme.

Contei da melhor maneira. A melhor maneira é sempre a mais dramática: Entrei correndo. Ainda ouvi o Claudinho gritar “…um dois três Philipe!” na árvore. Entro na sala e todo mundo vendo jornal nacional.

– Vó! – Falei mostrando as mãos embanhadas em sangue preto.
– AIMEUDEUSDOCÉU! – HUGO, CORRE AQUI! – berrou ela imediatamente. E começa todo aquele procedimento: lava com água e sal, tem que costurar, leva pro hospital, não leva, quem leva, dá pra fechar sozinho, bronca, mais bronca, bronca do meu vô, bronca do vizinho, não pode dormir…

Sei que a cabeça doeu pra dedéu, mas não fui levar ponto. Eu tava com trauma de levar ponto desde que passei pela aventura do “Homem pássaro” (algum outro dia eu conto) onde adquiri o mais absoluto trauma de hospital + clínica + levar ponto + médico e remédio da minha vida.

Olhei na cara da morte – UM

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Eu devia ter uns três aninhos. Morava nessa época em Juiz de Fora. Eu não me lembro da história, só sei o que minha mãe conta. E é mais ou menos assim:

Ela tinha saído e me deixou com a babá “tomando conta”. Era dia de faxina. Quando minha mãe chegou da rua, algum tempo depois, viu a babá vendo televisão.

– Cadê o Philipe – Perguntou minha mãe.
– Tá aí pra dentro… – Disse a babá, meio desatenta, levantando pra me procurar.

Nada. Não havia nenhum sinal meu na casa. Apenas o silêncio. Os brinquedos arrumados. Tudo direitinho. Minha mãe entrou em pânico.

A empregada falou que eu estava do lado dela, e então sumi. Minha mãe chamou meu pai e taca os dois a me procurar. Primeiro na casa toda, depois no corredor, casa dos vizinhos, lixeira do andar, elevadores, térreo, garagem, rua…

Eu havia literalmente desaparecido no ar.

Minha mãe estava desesperada com meu pai na cozinha imaginando que alguém tivesse entrado sorrateiramente no apartamento e me levado embora.
Ela olha pro meu pai:
– Eduardo o que vamos fazer?

Então naquele momento de silêncio que antecede o choro desesperado, a minha mãe conta que ouviu uma vozinha fraquííííínha… Quase sumindo:

– Mãããããããããããããa…..* Socooooooooooo*…

– Escuta – Ela disse pro meu pai. – É ele! É ele! – Ao invés do fato de ouvir a minha voz reduzir o desespero, o efeito foi ao contrário. Ela ficou mais nervosa pois se a voz saía fraquinha assim eu devia estar em algum lugar muito perigoso.

Corta e entra flashback:

A empregada vendo novelinha da tarde, provavelmente “marrom glacê” na GLobo, quando eu me levanto e saio meio cambaleante carregando algum brinquedinho. Vou na direção da cozinha… A câmera fica.

Corta e volta para minha mãe. Uma cena igual a de Poltergeist:

– Philipe? – Ela grita olhando para o teto. E continua: – Tá ouvindo a mamãe Philipe?
Passa-se um tempo. Apenas o silêncio. MInha mãe e meu pai se entreolham.

– Mããããããã… Tá escuro aqui….* – A voz fraquíssima, como um rádio fora do ar, sumindo.
– Onde você está meu filho? – Meu pai pergunta, andando sem saber onde olhar. De um lado para o outro na cozinha, abrindo gaveta, armário. Olhando em baixo da mesa… Minha mãe interrompe:
– Philipe, grita pra mamãe!
– Mãããe… Eu tô com medo.
Então a porta da geladeira se abre como uma explosão fantasmagórica, e eu sou vomitado tal qual um pinto molhado para o meio da cozinha. Caio estatelado lá.
Close na cara de espanto-alívio-desespero-e-medo dos meus pais.

Flashback:

Eu entrando na cozinha carregando o brinquedo. OLho a geladeira, sem prateleira, descongelando… ( naquele tempo descongelava-se geladeira nos dias de faxina) Eu vou entrando e a porta se fecha atrás de mim. Tudo fica escuro. Começam a cair pingos terrívelmente gelados em cima de mim. Do lado de fora a empregada se diverete vendo a novela. O galã vai beijar a moça.

Foi a primeira vez que olhei a morte de frente. Minha mãe conta que saí de lá de dentro azul. Os dedos roxos. Eu fiquei fraco, e com três anos é uma força descomunal para abrir a porta da geladeira com aquele ímã de antigamente. A Consul vermelha quase virou um belo de um caixão vertical na cozinha.

Faces das drogas

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É impressionante a transformação que algumas pessoas sofrem ao utilizar drogas. Essas imagens, registradas pela polícia de viciados em metaanfetaminas mostram a decadência física que a droga gera.
Impactante.
link

O maníaco da brasília creme

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Eu estava em Três Rios, uma cidade pequena do interior do estado do Rio. Sabe como é, a gente arruma namorada e dali a um tempo começa a necessidade de pegar o carro. Embora eu fizesse auto escola desde os dezesseis anos, dirigir mesmo, meeeesmo, só depois que eu casei. E a explicação para este fato reside justamente nessa história que vou contar agora:

Sou o sobrevivente de uma perseguição sanguinária que começou assim: Eu resolvi sair com a minha namoradinha na época e peguei o Monza do meu pai emprestado. Bom, eu não sabia dirigir direito, tava aprendendo. Na verdade, nem muita vontade de dirigir eu tinha. Era mais necessidade, pois você começa a sair com a namorada, quer voltar tarde da noite e fica perigoso. Tá, vamos parar com a hipocrisia. Eu queria é dar uns amassos mais profissionais e não dava pra dar na rua.

Motel tava fora de cogitação. Por que? Outro dia, em mais um caso gump eu conto essa.

Então eu peguei o carro e nós saímos. Eu todo garotão, no carrão do meu pai. Passei na casa dela e fomos passear. Tá, tá… Não fomos passear nada. Fomos direto para a beira-rio dar um amasso. A tal da beira-rio era uma espécie de praia lá de Três Rios, uma cidade sem praia. Assim, o prefeito mandou fazer um calçadão em volta das margens do rio que corta a cidade. Um bom lugar para os namorados ficarem. Não era o motel das estrelas, que fica no mirante, mas chegar até lá envolvia uma certa logística no relacionamento, pois ficaria claro que eu queria passar o rodo, e a coisa tinha que ser mais devagar, ou ao menos, mais etílica.

O segundo motivo que que me fazia não ir até o motel… Aliás, mirante de Três Rios, é que tinha uma rampa desgraçada de subida, quase vertical, e eu não sabia fazer ladeira direito. Imagina só o carro descendo despinguelado de ré aquela pirambeira com a mulher gritando na minha orelha… Ia ser trágico.

Ficamos ali na beira-rio, que era fácil de ir, pois é só ir reto em quase qualquer rua da cidade que você cai lá. Fácil pra quem tá aprendendo a dirigir e não tem as manhas ainda. Ficamos um pouco, tomamos uns refris, comemos uns hamburgueres, demos muitos amassos e tava na hora de levar ela em casa.
Então eu arrumei os óculos, sentei no banco do carro, arrumei o retrovisor, (cheio de técnica, parecia até o Schumacker) e saímos em direção à casa dela.
Foi tudo bem, eu estava mesmo dirigindo bem pra dedéu. Todo confiante.

Deixei a J* em casa e comecei a voltar pra casa. Na volta, resolvi esticar o percurso para dar uma treinadinha a mais. Assim, passei pela rodoviária velha e ao fazer uma curva, percebi que quase joguei uma brasília creme que vinha me ultrapassando num poste. Aquela fechadinha mané, que dá uma raiva do caralho. O mané vai abrindo, abrindo, abrindo na curva e atravessa as pistas sem olhar os carros em volta. O cara socou o “mãozão” na buzina e eu nem esquentei. Daí comecei a ver que o cara acendeu o farol alto atrás de mim.
Comecei a me preocupar quando, pelo retrovisor, vi o cara colocar uma coisa preta para fora da janela. Julguei que era um revólver, mas certeza eu tive mesmo quando aquela merda disparou. Téc! Era 38.
Egraçado como o barulho do 38 é estalado. Parece uma bombinha de São João.
Eu soquei o pé no acelerador e a brasília sinistra atrás. Ela era creeme, com vidro fumê. Parecia ter algum adesivo no vidro mas não lembro direito por motivos óbvios.
Então era eu, me cagando todo num Monza velho e uma brasília creme fumê com um maníaco assassino portando um trabuco para fora do carro atrás de mim.

Eu comecei a fugir com o carro e o maluco no vácuo. Subi na esquina da minha avó e virei em direção à linha do trem. A porra da brasília assassina atrás. Na cola. Eu tentava dar uns golpes de volante pra ele não fazer mira. Não sei se dava certo, mas ele só atirou para cima.
Peguei em direção à cidade de Paraíba do Sul. O cara atrás. Eu pisava o máximo que dava no Monza e quando cheguei na estrada, com o * na mão, duplamente, um por estar numa estrada de noite, sem carteira, sem saber dirigir direito, outro pelo maníaco querendo me matar.
Mas na estrada, meti o pé e joguei a quinta pela primeira vez na vida. Eu sabia que fusca não tem quinta, e como fusca e brasília são carros da mesma família, ela também não devia ter.
E não tinha. Por isso, ficou para trás. Eu dei uma boa distância e quando achei que já tava bem longe dela, depois de uma curvona, joguei o carro numa mínuscula entrada no meio do mato e árvores que havia de acesso a umas casinhas da beira da estrada. Desliguei o carro e apaguei os faróis. Fiquei esperando. Com medo.
O coração parece que ia sair pela boca.

Então uns dez segundos depois, a brasília passou igual a uma bala na estrada bem atrás de mim. Passou voada.
O cara queria mesmo me matar. Dei um tempo ali no mato. O silêncio da noite preencheu o espaço e ouvi os grilos. A noite estava bonita e escura.
Tornei a ligar o carro e voltei voado para a casa da minha vó. Depois disso não dirigi de novo até conhecer a Nivea.

Perrengue, né?