A cobra grande de Boca do Capanã

Corria o ano de 1977. Poucos dias depois de o Presidente Ernesto Geisel fechar o Congresso Nacional do Brasil, muito longe de toda a confusão política dos grandes centros urbanos, num local praticamente inacessível e encravado no meio da Amazônia, num pequeno vilarejo quase às margens de um afluente do rio Madeira, um ser misterioso veio dar à praia de aguas calmas do Manicoré.


Era uma enorme cobra, que causou verdadeiro pânico no povoado já nas primeiras horas da manhã.
Segundo moradores de Boca do Capanã, essa criatura teria surgido após as primeiras explosões misteriosas sacudirem a vila no dia anterior. Posteriormente, foi sugerido que as explosões teriam sido causadas por uma prospecção de garimpo de ouro ocorridas nas imediações da Fazenda Santa Luzia do Manicré, o que nunca foi comprovado.
Os mais velhos apontaram a enorme serpente como sendo a Boiúna, uma criatura mítica do folclore ribeirinho, que se espalha por toda região amazônica, norte e nordeste do Brasil.
O tamanho da cobra era impressionante, embora as dimensões corretas nunca puderam ter sido devidamente comprovadas, as testemunhas da época contaram aos jornais que o animal teria entre 22 a 30 metros de comprimento, com moradores chegando a contestar as medidas, dizendo que essa serpente passaria de 50 metros, já que ela nunca saiu completamente das águas.
Não foi possível estabelecer se o que estava ali era um animal desconhecido, algum tipo de fóssil vivo, ou mesmo uma cobra sucuri com algum tipo de gigantismo.

Serpente da discórdia

A cobra gigante foi vista na margem do rio logo nas primeiras horas da manhã por pescadores, e ela lentamente migrou para a praia, sempre se movendo de maneira muito lenta. Logo, se iniciou uma confusão na localidade entre os que queriam que as autoridades matassem o animal e os que defendiam o mesmo, temendo que matar aquele “monstro” traria má sorte para a região.
O animal foi descrito como doente ou fraco, respirando lentamente e sem movimentos bruscos. A cobra imensa parecia pouco se importar com as pessoas ao redor.
Afim de acalmar os ânimos, o presidente da associação de moradores solicitou
por rádio um apoio de destacamento militar da região, mas esse apoio não chegou à tempo, devido à dificuldade de acesso.
Nas primeiras horas da noite do dia 9 de abril essa colossal serpente adentrou novamente o rio em sentido ao Rio Madeira, e desapareceu de vista, só restando duas fotografias que registram esse dia incrível que ficará nas memórias dos moradores da vilas de Nazaré e Boca do Capanã para sempre.

Esse é um conto ficcional e as artes são NFT da minha coleção Weird creatures collection no OpenSea.

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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