O ET na mesa do bar

Uma história bem curiosa que eu escutei recentemente, foi o caso de um cara que acredita que conversou com nada mais, nada menos, que com um ser extraterrestre numa mesa de bar.

A história ocorreu com o Biólogo Ricardo Dantas, em Boa Vista, no estado de Roraima, 2008.
Ricardo conta que trabalhou durante anos na Floresta Amazônica. No ano de 2008, ele morava nas proximidades de um posto de gasolina na capital Boa vista, na avenida principal. Com o tempo, diversas pessoas das proximidades fizeram amizade e criaram o hábito de se encontrar todo sábado a noite nesse posto. Ali eles ficavam conversando, e debatendo diferentes assuntos, pois o grupo era formado por pessoas de variadas áreas. Eles bebiam cerveja e debatiam, História, política, ecologia, Geografia e fatos científicos em geral, um tipo de clube de conversa e bate papo informal.

Numa dessas noites eles estavam debatendo sobre a Segunda Guerra Mundial, e não lembravam direito de um fato histórico bem específico, que ocorrera no final da Segunda Guerra, que foi uma conferência que reuniu diversos líderes entre eles Churchill, DeGaulle, Stalin e etc.
Eis que do nada, uma voz surgiu e deu a solução que eles não se lembravam:

“- Foi a Conferência de Yalta.”

Todos se viraram espantados, pois a voz estava certa. Alguém saber aquilo causou um certo espanto, porque este é um assunto pouco falado e até mesmo, pouco conhecido da ampla maioria dos brasileiros. Ricardo conta que ele se lembrou de ter observado aquela pessoa que falou quando chegou na loja de conveniência do posto. Era um homem, relativamente jovem, na faixa dos 27 anos, vestindo-se de maneira extremamente humilde, que chegara numa bicicleta barra circular antiga, usando uma camiseta surrada de político e boné de loja desgastado pelo uso e chinelos de dedo Havaianas. Ele se vestia de uma forma bem simples e  havia chegado silenciosamente, pediu no balcão uma lata de cerveja e sentou-se afastado do grupo.  Sua única interação foi dar o pitaco sobre a Conferência de Yalta.
O grupo voltou a conversar sobre os assuntos da guerra, mas dali em diante, por alguma razão, Ricardo não mais estava tão interessado no papo, e sim naquela figura misteriosa, que aparentava uma simplicidade que não condizia com o conhecimento demonstrado, mesmo que de forma fugaz. Ricardo conta que imaginou que ali estaria uma pessoa com um enorme conhecimento de história. Ele se desgarrou do grupo de amigos que a essa altura já falavam sobre outro assunto e foi até o estranho homem.

Ricardo  começou a conversar com o homem e notou uma característica peculiar, além de seus trajes de um homem simples do campo: Ele parecia um pouco apático, levemente robótico, demonstrando nenhuma emoção. Ele ficava sempre com a fisionomia estática, como se fosse indiferente aos acontecimentos ao redor. Seu olhar era vazio e distante.

Ricardo quebrou o gelo oferecendo-lhe uma cerveja, mas ainda assim, o homem agradeceu de maneira fria.
Ao começarem a conversar, Ricardo se espantou que ali estava um homem extremamente inteligente. O biólogo então puxou a conversa para o campo de estudos dele, e pôde perceber que o estranho homem dominava em profundidade aspectos da Biologia que o espantaram. Depois eles falaram sobre outros campos, como Matemática e História.  Por coincidência, Ricardo sempre teve grande interesse por estudar a História e evolução da Matemática. O homem de Havaianas sabia também coisas incríveis, mas não apenas da Matemática, ele falava com profundidade sobre Química e Física.  Na Física, Ricardo relata que o estranho lhe falou de coisas que ele nem imaginava. Mas o assunto que o homem parecia dominar mais era a Astronomia.

Ricardo começou a disparar perguntas sistemáticas, e o homem sabia tudo, o conhecimento enciclopédico daquele homem na mesa do bar foi o que o levou a crer que aquilo não era normal.

Então Ricardo ficou curioso para saber que escola ele havia estudado,  e qual curso superior, pois certamente seria uma das melhores do país.

E para sua surpresa o homem disse que era analfabeto.

Nesse momento, Ricardo teve a certeza inequívoca que estava diante de algo absurdo. Um analfabeto não teria recursos para dominar em profundidade a ampla gama de disciplinas do qual eles acabaram de conversar. E não obstante, em 2008 a internet ainda era rudimentar. Uma pessoa que parecia visivelmente humilde não teria acesso a tal gama de informações, mesmo que soubesse ler e pelo que ele dizia, este não era o caso.

Ricardo notou o aspecto das mãos dele e elas mostravam calos que indicavam que se tratava de um homem que trabalhava em serviço pesado. O homem lhe mostrou a identidade e ele viu no documento que estava escrito “não alfabetizado”. Assim, a desconfiança de Ricardo só cresceu. Ele começou a desconfiar que estava diante de algum tipo de “impostor”. Ele então começou a perguntar ao homem de onde que ele era. O homem rateou, estava claramente tentando evitar o assunto, e respondeu o nome de um bairro da cidade. Não satisfeito, Ricardo apertou ainda mais.

-Fala da onde que você veio de verdade!

Foi nessa hora que o estranho fez algo inusitado: Ele olhou para o céu.  Tudo isso sem demonstrar emoção nenhuma.

Nesse momento, Ricardo deu a cartada final:

– Você não é desse planeta, né?

Então o homem confirmou com a cabeça.  Desse ponto em diante, o estranho resolveu se abrir. Ele não era muito falante, limitando-se a responder as perguntas de Ricardo. Este por sua vez, bombardeou o homem com perguntas.  O estranho disse que provinha de um local muito distante, e apontou um quadrante do céu escuro.

Ricardo questionou a forma física dele.   “Você não tem esta forma física, né? Como que você é?”

O homem respondeu que ele não teria capacidade de entender sua real forma física, e explicou que ele estava apenas ocupando aquele corpo.

Ricardo perguntou o que ele estava fazendo em Roraima, e na Terra. O homem disse que ele estava observando, e que Roraima era um local ideal, pois ninguém suspeitaria de alguém tão simples num lugar remoto.

Ricardo persistiu nas perguntas querendo saber se ele também havia ido a outros planetas, o que o ser respondeu que sim, que esteve em diversos outros planetas, muitos habitados com formas de vida complexa no parâmetro que nós consideramos de espécies inteligentes… Ricardo perguntou se havia como viajar acima da velocidade da luz e o homem disse que sim, que havia diversas formas de viajar acima da velocidade da luz tanto de forma física quanto de forma não-física e aproveitou para dizer que nossa compreensão da física ainda é extremamente rudimentar.

O estranho ainda disse que o conhecimento do cientista mais avançado da  Física na Terra hoje, é igual ou está até mesmo abaixo do conhecimento de uma criança em outros orbes. Ricardo fez diversas perguntas que o estranho se recusou a detalhar, alegando que não teria condições de explicar porque Ricardo não teria a base cultural mínima para poder entender.

Ricardo perguntou então sobre outras raças e seus respectivos interesses em nosso planeta. O estranho confirmou que existem sim espécies diversas interessadas no planeta Terra, mas começou deixando uma coisa clara: que este planeta não é nosso.

Ele disse que existe um debate sobre a ocupação humana no planeta Terra e que a espécie dele é uma espécie que não se intromete. Ele é apenas um observador e não interfere em nada, mas deixou claro que sabe que existem espécies com intenções que poderiam ser consideradas maléficas, e há também alguns povos que freiam essas atividades.

Ricardo entendeu pelo que o homem falou que há hoje um impasse espacial no que diz respeito a nossa condição de “inquilinos” nesse planeta, mas não só em relação ao planeta Terra, em relação a vários outros planetas também.  Algo que ele achou interessante é que o ser visita apenas planetas cujas civilizações que estão dentro de um certo nível no qual estamos enquanto espécie, desenvolvimento e inteligência.

Ricardo perguntou se havia algo em comum  entre os povos desses planetas. O ser respondeu que sim. Que simplesmente era a GUERRA.

A Guerra seria o único elemento em comum para os seres da nossa faixa, presente em diversas civilizações por ser um estágio do desenvolvimento. Ele disse que há planetas onde os conflitos existem mas são de outra ordem e não resultam nas guerras e civilizações que já transcenderam a questão da guerra e da violência há milhões de anos.

Ricardo também perguntou se a espécie humana iria evoluir até o nível dele, mas o estranho disse que não. Ricardo questionou por que eles não ajudam a gente a avançar. Ele respondeu que há um consenso de que isso não pode ser feito. E que há muitos híbridos vivendo entre nós, e que nós nem imaginamos.

Uma das coisas interessantes que o estranho disse a Ricardo foi que um dos nossos maiores limitadores está na incompreensão do que é realmente o “tempo” e que nossa espécie ainda entende o tempo de maneira primitiva e esse é o entrave para podermos sair do sistema solar, e que devido a isso, nós somos praticamente uma raça destinada a extinção.

Ricardo também percebeu na conversa algo peculiar: Ele acredita que nossa civilização seja uma civilização de “controle”, um tipo de civilização “padrão” em termos de tecnologia e que nós subimos de nível ao conseguir sair do planeta e ir ao espaço.

Então do nada o homem disse que tinha que ir embora.

Ricardo perguntou para onde ele ia. O estranho apontou para o mesmo quadrante do céu.

-Mas você está indo embora do planeta? Hoje?

O estranho disse que aquele era o último dia dele na Terra, e que resolveu se revelar apenas por isso. Disse que havia sondado a mente de Ricardo logo que chegou na loja do posto.

Ricardo perguntou do que o ser mais gostou no planeta Terra, e o estranho respondeu que o que ele mais gostou foi da cerveja.

Ricardo riu e se ofereceu para levar o homem na garupa da bicicleta até uma esquina. Lá se despediram, e o homem partiu, pedalando sua bicicleta pela escuridão até sumir ao longe.

Ricardo nunca mais viu aquela estranha figura, mas foi transformado pela experiência ao ponto de adaptar sua vivência num curta metragem anos depois:

O caso em questão foi relatado pelo próprio Ricardo no excelente podcast Relatos Flutuantes, episódio 112. Recomendo.

Bem, é isso. Um caso bem curioso e intrigante. Seria mesmo um observador espacial com gosto pela nossa cerveja?

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. A história é interessante, mas o vídeo.. kkk
    Ficou parecendo que o cara queria era a bunda do ET, ofereceu cerveja, ofereceu pra levar pra casa.. kkkk

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