Dois videos de efeitos especiais que vão dar perda total no seu queixo

Prepara porque ele vai cair…

Primeiro, um que eu vi hoje pela manhã e dei altas risadas. Eu considero este o melhor comercial de feijão já feito no planeta Terra em todos os tempos. Olha a sacada dos malucos:

Muito bem realizado, na verdade ele não é realmente uma propaganda de verdade, mas uma propaganda fake para a empresa Cinesite mostrar os seus skills de efeitos especiais. Também não é algo que se diga: “Oh meu Deus, que efeitos especiais do caralho, e tal”, mas é bacana e a ideia é boa.

As empresas de efeitos periodicamente fazem esses videos (alguns realmente acachapantes) que funcionam como propagandas do que elas fazem. Eventualmente são animações e curtas bastante inspirados, em outros casos, são demonstrações de trabalhos já realizados, como é o caso do video a seguir, que mostra os “bastidores” dos efeitos de um filme chamado Stalingrad, feito pela companhia de VFX Main Road.
Pega o babador, beba bastante água antes de clicar neste video, porque ele causa desidratação em quem entende ou apenas curte VFX. Quem trabalha com isso pode até perder o tesão pelo próprio emprego ao ver o nível dos caras.

Aí estão as explosões que eu queria ter visto no fim da segunda temporada do Walking Dead, não aquela bosta tosca que fizeram.

Curtiu esses efeitos? Aqui está o trailer do filme:

É muito interessante ver como os efeitos especiais contribuem para certas liberdades criativas que seriam impraticáveis sem esses truques. É uma pena que esse mercado seja tão disputado com gente tão cabulosamente sinistra e no fim das contas a maioria desses estúdios opera no vermelho, levando prejuízo e até calote dos grandes estúdios.
Este é um cenário meio bizarro, o que se estabeleceu. Hoje, todo blockbuster usa doses cavalares de efeitos especiais, mas em contrapartida, as empresas de VFX ganham cada vez menos (isso quando ganham).
A explicação para esse cenário tem razões precisas. A primeira delas é que criar paisagens imaginárias ou seres inexistentes por meio de ferramentas gráficas demanda horas e horas diante de um computador, talento, equipes técnicas de especialidades diversas, software e hardware de última geração, sem falar das somas investidas em pesquisa e experimentação. Ou seja: é uma atividade cara.
Ela está inflacionando o orçamento de blockbusters, o que implica estratégia de marketing mais agressiva. Isso, por sua vez, encarece mais ainda a produção, numa espiral de gastos. O Estúdio não abre mão de sua gigantesca fatia de lucros.
A necessidade dos estudios de preservação de suas margens fez com que eles extirpassem as atividades de efeitos especiais “in house”, passando a apenas terceirizar essas funções em empresas independentes. No inicio funcionou tão bem que houve uma pequena explosão delas, disputando um mercado que estava em expansão. A corrida pelo “pote de ouro no fim do arco-íris” fez com que a concorrência ultrapassasse o limite da qualidade. Não demorou, a coisa descambou para o preço.
Os estúdios começaram a se beneficiar da filosofia do “dou o trampo para quem baixar mais as calças”.
Assim, como a solução de Hollywood foi tentar barrar tais custos incentivando a concorrência entre elas, o mercado começou a se tornar tóxico para uma concorrência saudável, mesmo baseada nos fatores preço e qualidade.

Outra saída foi obrigá-las a abrir filiais em países onde a produção de filmes recebe subsídios estatais – o Canadá, por exemplo, que oferece incentivos para obras filmadas na cidade de Vancouver. Endividadas, as empresas não conseguiram manter os compromissos e muitas delas fecharam as portas.

Como diz ninguém menos que James Cameron:

“Trabalhar com efeitos especiais é um péssimo negócio.”

Ele era um dos sócios da Digital Domain, que declarou falência após um calote de US$ 35 milhões. E aqui não se fala de uma grife qualquer: a DDMG tinha três Oscar, dados aos filmes “Titanic”, “O Curioso Caso de Benjamin Button” e “Amor Além da Vida”. Ela foi comprada por um consórcio envolvendo estúdios da China e da Índia. fonte

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. “É uma pena que esse mercado seja tão disputado com gente tão cabulosamente sinistra …”

    Porque gente sinistra? Conta esses detalhes pra gente.

  2. “Quem trabalha com isso pode até perder o tesão pelo próprio emprego…”

    Hahahahah
    Realmente, esse tipo de coisa eu costumo chamar de “minha dose diária de depressão”… =|
    rs

    http://www.youtube.com/watch?v=BJTD3AbdBb8

    http://www.youtube.com/watch?v=6Y4Zute7ARY

    http://www.youtube.com/watch?v=aFHKwaW4Um8

    http://www.youtube.com/watch?v=HcBSLwnKciw

    http://www.youtube.com/watch?v=gcqY2AFNa08

    A lista não acaba…

    E pra finalizar, senão não saio daqui hoje, rs, curtam lá, um pouquinho do nosso trabalho:

    https://www.facebook.com/RedeRecordVFX

  3. Um “belo” exemplo dessa política do “contrata o mais barato aí” são aquelas tosqueiras que passam no canal SyFy como Robocroc, sharknado, tubarão fantasma, os efeitos são tão ruins que dá raiva de ver só o anúncio do filme.

  4. Aproveitando o seu comentário acima,
    Realmente Sinistro!!!
    Os efeitos especiais “orgânicos ” atingiram um nível realmente espetacular!
    Fodástico!!!
    Se o Cinema é a Sétima Arte, então os VFX por CGI são a Oitava Arte…
    Acredito que no futuro, será criado um prêmio do nível e importância do “Oscar”, mas somente para premiar e prestigiar os profissionais dessa área.
    Serão tão disputados quanto os maiores atores que existirem…

  5. Engraçado a galera cientista de internet apontando que “o som não propaga no espaço” falando sobre o segundo vídeo….rs….. Ok é verdade apesar de ser uma peça de humor, mas vamos ver: um monstro espacial que vive naturalmente em lugar sem oxigênio, com certeza ele deve ter suas formas de “captar” vibrações ou algo do tipo, por isso conseguiu “ouvir” o sonzinho vindo de dentro da roupa do astronauta. Pronto. Problema resolvido. X-D

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