Caso Patricia Lyons: Outro bizarro desaparecimento?

Ontem, um tempo depois que fiz o post sobre o misterioso desaparecimento do homem que foi fazer trekking perto do lago Michigan, meu amigo Edu me escreveu para parabenizar pelo post. Ele disse que estava sentindo falta de me ver falar de Ets e abduções por aqui, e me sugeriu um video do canal da Carol chapéu sobre uma menina que foi abduzida por “seres polvóides”, de modo que hoje falarei desse caso (de certa forma similar) e tão intrigante quanto o caso de ontem. Mas já aviso logo que você se prepare, que esse aqui é nota dez de bizarrice.

O caso Patricia Lyons

Em 21 de maio de 2007, uma jovem moradora de Jackson, Wyoming, EUA, chamada  Patricia Lyons , desapareceu de seu quarto sem deixar vestígios. Na véspera ela se preparava para uma prova na escola, e como sempre, antes de um evento importante, foi dormir cedo.

Seus pais alegaram que pela manhã, quando perceberam que ela não estava em casa, todas as janelas e portas da casa ainda estavam trancadas e as chaves estavam no lugar.  Aquilo levou a uma constatação curiosa, pois a menina não podia sair de casa sozinha sem chave e depois trancá-la.

Este estranho incidente causou uma grande comoção na pequena cidade. A polícia da cidade, e depois de todo o estado de Wyoming, iniciou uma busca urgente pela garota desaparecida. Mas nenhuma evidência a favor do sequestro ou evidência de que ela mesma escapou foi encontrada.

No quarto dia após o desaparecimento de Patricia, sua melhor amiga, chamada Bella, afirmou que pouco antes do desaparecimento de Patricia, ela havia lhe contado sobre estranhos fenômenos que vinham ocorrendo. E é aqui que a história vai retorcer totalmente a nossa supressão da descrença:

Patrícia contou a Bella que coisas estranhas vinham acontecendo com ela. Ela estava recorrentemente recebendo mensagens telepáticas, isso lhe causava uma forte dor de cabeça e seu nariz em algumas vezes chegou a sangrar.

Ninguém acreditou em Bella, e uma investigação sobre o tal sangramento não revelou nenhuma consulta previa para um problema de saúde em Patricia Lyons.

Mas o fato concreto é que a menina tinha EVAPORADO de dentro do próprio quarto. Os pais imediatamente começaram a ser suspeitos, como de praxe. Era uma hipótese concreta que patrícia poderia ter sido assassinada, mesmo que num acidente e os pais estariam escondendo o corpo. Mesmo assim, uma intensa busca foi realizada, sem sucesso. Depoimentos foram coletados com pessoas próximas, sem revelar grandes novidades.  Ela havia sido sequestrada por alguém extremamente habilidoso que havia conseguido remover a garota de sua casa sem acordar seus pais.

Um SMS misterioso

Alguns dias depois, os pais de Patricia receberam de repente um SMS em seu telefone de um número desconhecido.

Era Patrícia. Ela escreveu que estava em Kirkland Lake, Ontário.

Aqui está algo misterioso demais: Acontece que em menos de uma semana a menina viajou mais da metade dos Estados Unidos e foi parar no país vizinho, o Canadá.

Considerando que a garota não sabia sequer dirigir carro, e geralmente era impossível chegar lá de carona nesse período, o caso intrigou bastante a polícia de Jackson.

Durante o tempo que ela ficou no Canadá, Patricia conta _ lembre do caso do post de ontem – que ela não fazia a mínima ideia de como tinha ido parar em outro país. Ela estava sem dinheiro e confusa.  Os médicos locais a examinaram por precaução e não encontraram nenhum ferimento. Mas quando a menina voltou para os Estados Unidos para seus pais, ela começou a relatar coisas incríveis, que a princípio vão parecer a mais pura maluquice:

“Estive numa base alienígena”

Em primeiro lugar, ela afirmou que havia visitado uma base de alienígenas.

Patricia então confirmou para os pais, que antes de seu sequestro, por dois meses ela recebeu mensagens telepáticas que segundo ela, vinham de criaturas desconhecidas. Ela contou que não era como se estivessem realmente “telefonando para ela” mentalmente, mas era como uma linha cruzada que passava na cabeça dela. Mais precisamente, ela parecia estar “escutando” as conversas de outros seres. Isso sim me parece algo bem incomum na casuística, mas continuemos:

Ela ouviu pelo menos três personalidades diferentes falando em uma linguagem enigmática que Patricia Lyons não entendeu. Eles não falavam a língua dela, e ao que parece, nem com ela, mas sim entre eles.

As conversas estranhas permaneceram rolando pelo período de dois meses, e naquela mesma noite em que Patricia desapareceu, ela foi acordada por uma das vozes que ela ouvia em sua cabeça. Mas agora, não era nada telepático. Era o lance real, dentro do quarto dela e a voz vinha “do teto”.

A garota abriu os olhos e viu que já não estava em seu quarto, mas (olha que bizarro) em um vão estreito na parede do próprio quarto. Imagine que algo estava tirando a menina da cama e de alguma forma estava atravessando ela pela parede, como se ela fosse um fantasma. Ela abriu os olhos bem quando estava no meio da parede. Ela tentou pisar no chão,  mas horrorizada, se deu conta que não havia chão!

Aqui o relato dela fica bastante estranho e confuso. Ela diz que o espaço que ela estava entre a parede do quarto terminava em um cano, que era um corredor alongado com muitos nichos nas paredes.  O que eu entendi disso (posso estar errado) é que Patrícia já não estava mais no quarto. Ela achou que estava atravessando a parede do quarto, mas possivelmente ela estava  atravessando algum tipo de passagem interdimensional.  Ela relatou que conforme atravessava pelo “tubo” descendo por vários nichos, viu que havia pessoas em alguns deles, mas também havia nichos com seres não humanos e eram muitos.

A menina conseguiu notar que apesar da ausência de piso, ela literalmente se movia no ar e não caía. Era como se algum tipo de campo de força estivesse suspendendo a garota. Ela tinha algum controle do deslocamento, e  resolveu dar um passeio por um lugar desconhecido. O passeio não durou, pois logo ela foi apanhada por uma corrente de ar, como se por uma espécie de mão invisível, e direcionada para um buraco arredondado.

Agora patrícia havia aparecido em um novo e estranho ambiente. Portas se abriram e ela entrou correndo. Nesse tipo de salão havia pequenos cubos brancos, e ela relata que eram incontáveis, realmente bilhões deles. Ela pegou um na mão. Aquilo parecia açúcar refinado, mas ela não teve coragem de prová-lo. (eu não teria também)

O contato imediato

Então três criaturas entraram naquela sala. Patricia descreveu os seres como seres semelhantes a polvos ou lulas (moluscos).

Eles estavam vestidos com macacões pretos e tinham dispositivos especiais na cabeça, possivelmente para respirar. Ao avistarem Patrícia, se assustaram, mudaram a cor de esverdeado para um vermelho forte e fugiram.

Esse detalhe do caso de Patrícia é bem inesperado e peculiar. Acredito que ela tenha conseguido se libertar do campo de controle por algum bug e entrou onde não devia. Talvez num tipo de estoque de alimentos. A reação dos moluscos também é muito curiosa, pois eles tiveram um choque ao ver um “vazamento” e reagiram como os moluscos da terra, mudaram de cor. Então é um caso interessante de aliens com a capacidade cripse. Essa capacidade decorre de  células pigmentares que mudam a forma e é capaz de alterar a cor dos polvos ou outros cefalópodes por uma série de padrões. Por exemplo, quando o polvo dorme e sonha (sim, sabemos que o polvo sonha), ele fica mudando de cor. Isso indica claramente que o controle da cripse está atrelada ao estado emocional do cefalópode.

Aqui está um polvo sonhando:

Então a mesmo tipo de campo de força, que ela se refere como um tipo de  “mão invisível ou uma corrente de ar” a empurrou para fora da sala e a baixou várias dezenas de andares (imagino que usando o mesmo processo pelo qual ela deslizou pelo “nicho”).

Então ela foi levada a um lugar onde (imagino que outros) aliens com aparência de moluscos pareciam esperar por ela.

Foi só nesse momento que Patrícia percebeu que não estava respirando com os pulmões e chegou à conclusão de que seu corpo de alguma forma, não precisava respirar naquele local.

Havia cerca de 20 alienígenas, posicionados em um semicírculo no que parecia ser uma plataforma superior. Patrícia estava embaixo em uma pequena plataforma. A luz desse ambiente era fraca. Por algum tempo, as criaturas sentadas estavam discutindo algo, era evidente por seus gestos. Mas como estavam atrás de uma estrutura de vidro, era impossível ouvi-los. Patrícia pensou que, mesmo se os tivesse ouvido, não teria entendido a língua deles.

Então os seres-polvo fizeram contato com a garota.

 Imagens de centenas de galáxias diferentes com legendas apareceram à sua frente.  Patrícia sentiu que havia sido solicitada a indicar de onde ela era. Infelizmente, os nomes estavam em línguas desconhecidas, mas depois de um tempo, Patricia Lyons conseguiu descobrir a imagem correspondente a Via Láctea.

Quando ela conseguiu apontar para a Via Láctea, um holograma detalhado desta galáxia cresceu bem na frente dela. Graças aos seus conhecimentos básicos de astronomia, a menina descobriu o sistema solar e depois apontou para a Terra. (a parte mais fictícia da história pra mim é isso. Uma jovem saber em qual dos braços da via láctea está o sistema solar e achar forçou um pouco além da conta a amizade pra mim. Mas vamos em frente!)

Depois disso, as “lulas” voltaram a discutir algo em voz alta, e agora durou ainda mais. 

Pareceu à garota que muitas horas se passaram. Sentia-se muito cansada e levantou-se com todas as suas últimas forças. Finalmente, o holograma desapareceu e então a luz se apagou. A garota sentou-se no chão de cansaço, mas então um fluxo invisível a levou de volta a tal sala com cubos brancos. 
Um dos cubos levitou e voou até a boca de Patrícia e ela comeu. Ela instantaneamente sentiu uma onda de energia e quis comer mais cubos. Mas ela não teve tempo, o fluxo a mandou de volta para a sala com os 20 seres-polvo.

Lá, imagens holográficas das galáxias reapareceram diante de seu rosto. Muitas das galáxias brilhavam em azul esverdeado, algumas eram amarelas e a Via Láctea era preta, assim como algumas outras.

Vozes telepáticas soaram novamente em sua cabeça e ela sentiu uma forte dor nas têmporas e na testa. Percebendo que ela estava se contorcendo de dor, as vozes silenciaram. Patrícia perdeu a consciência e quando deu por si, estava novamente dentro de um tipo de capsula na parede (não do quarto mas do lugar estranho onde ela estava).

Quanto tempo havia passado, ela não sabia. Ela não conseguia tirar o holograma da cabeça, onde a Via Láctea estava pintada de preto.

Patricia pensou mais tarde que a cor preta nas galáxias indicava que essas galáxias ainda não haviam entrado em nenhuma união ou liga universal, mas ela também tinha uma ideia de que talvez essa cor indicasse que seres de tais galáxias não eram adequados para “os seres-polvo” por alguma razão desconhecida. Talvez seja por isso que ela não entendeu uma palavra das conversas dos alienígenas.

Patricia Lyons achava que as pessoas para essas criaturas poderiam parecer muito primitivas ainda, praticamente retardadas, incapazes de contato telepático e ainda aprenderam a lançar foguetes. Ela também pensou que talvez as pessoas parecessem muito agressivas e cruéis para eles, e é por isso que eles não são candidatos a membros plenos em associações intergalácticas. (aqui me questiono ate que ponto ela estava pensando nisso por conta própria ou via indução mental)

No dia seguinte, Patricia foi liberada do nicho para o que lhe pareceu ser um exame médico. Ela foi colocada em uma cápsula de vidro e seu corpo foi escaneado por meio de um aparelho muito semelhante a uma ressonância magnética. Foi coletado sangue dela e removeram alguns fios de cabelo e amostras de unhas.

Depois de algum tempo, Patricia Lyons estava de volta à Terra e se viu de pijama perto do lago Kirkland, no Canadá. Patrícia não se lembrava mais de nenhum detalhe de como eles a levaram para lá, mas não se sentia negativa com sua “aventura”. Na verdade, a menina  queria muito voltar para a espécie de nave-mãe dos homens-polvo, e repetidamente admitiu isso para seus pais.

Quatro anos depois…

Depois disso, quatro anos se passaram e, aos poucos, a história do estranho desaparecimento de Patricia da pequena cidade do Wyoming gradualmente foi sendo esquecida, assim como suas histórias estranhas sobre nichos, cubos voadores, seres estranhos e polvos alienígenas.

Mas em 2011, Patricia desapareceu de seu quarto novamente, desta vez para sempre. Ela nunca foi encontrada.

Seus pais ainda estão esperando que talvez Patricia ainda os contate por telefone, como da primeira vez.

Em uma entrevista de 2018, o pai de Patricia disse que se sua filha está feliz onde está, ele está pronto para aceitar o fato de que nunca mais a verá.

Este é o caso. Intrigante hein?

TUDO MENTIRA?

Desculpe desanimar se você estava animado, mas eu acho que esse caso é a mais pura e cristalina cascata e desinformação/ignorância-caça-níqueis pura e simples . Eu fui pesquisar o caso e não localizei nenhuma Patrica Lyons desaparecia no estado de Wyoming. Não há NENHUM artigo de jornal confiável.

Um caso tão curioso certamente levaria a alguma matéria de jornal pelo menos. Mas não há nenhuma. Ela também não aparece na lista de desaparecidos na wikipedia.

Ela também não está na lista de desaparecidos oficial do Wyoming. 

A história tem realmente uma estrutura extremamente ficcional, mas isso não significa grande coisa, já que a ampla maioria das histórias de abdução que valem à pena contar também são assim.

O caso, se pesquisado nas redes sociais leva a um labirinto de sites corta-e-cola e canais de conteúdo questionável (para pear leve). A busca pela tal entrevista do pai de Patricia, não leva a nada. Existe, no entanto, entrevistas com pessoas com o mesmo nome sobre diversos assuntos.

Todas as histórias são exatamente coerentes, o que indica que é uma história recente que entrou no loop de copia aqui copia ali. Sites e canais que que tem a mesma história:

https://www.youtube.com/watch?v=Q5CYGR1u68U
https://www.infinityexplorers.com/patricia-lyons-squid-aliens/
https://www.ovnihoje.com/2022/10/19/garota-visita-estacao-alienigena-4-anos-depois-desaparece-novamente/
https://shahjehankhan2009.medium.com/a-girl-got-abducted-by-aliens-in-wyoming-52a823eaf647
https://youtu.be/h4_nQ8015uY
https://www.youtube.com/watch?v=al4VxI0CHl0&t=2s

Há sim uma entrevista com pessoas com o nome de Michael Lyons, mas não são o pai da garota e sim homônimos.  Eu consegui rastrear a história até este site, que o publicou em 17/10/2022 e colocou na categoria FICÇÃO. Nessa mesma categoria estão coisas como o cara que comeu urânio e não morreu e por aí vai um monte de abobrinha. Eu acredito que a escolha do nome de Patricia Lyons usou um caso real de desaparecimento de uma mulher que ao que parece foi sequestrada por um caminhoneiro no Tenesse. O caso é este.

A história, em resumo, é falsa para engar trouxa.

Do que eu mais gostei nessa história são os aliens que mudaram de cor com o susto. Aliens em forma de polvo são legais também porque sai um pouco do lugar-comum-clichê do alienígena de tipologia alfa. A pior mentira, como eu disse, foi ela achar a Terra num holograma da Via Lactea:

Acha a Terra aí se tu for bão, malandro!

Outro ponto interessante da história foi a menina ser reabduzida. Esse é um elemento incomum e interessante, que somado ao papo de “o pai disse numa entrevista que aceita que ela está onde queria e blá,blá,blá…” Dá um certo toque de tristeza pela perda do pai e deixa uma esperança dela voltar de novo e coisa e tal.

Enfim, nem tudo que reluz é ouro.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Embora seja batido o alien humanoide e seja legal o cefalópode, não acho nenhum absurdo que os aliens tenham formato humanoide como nós. Aqui mesmo na Terra, existe o fenômeno da “evolução convergente”, quando de forma independente, sem ter um ancestral comum, a natureza cria duas ou mais espécies extremamente parecidas. Simplesmente porque aquele design funciona muito bem. A natureza já produziu seres similares a carangueijos por exemplo, em 5 ocasiões distintas. Tem até uma brincadeira sobre isso: “então a forma definitiva é 50% armadura e 50% armas”.

  2. Só de ver que isso foi contado em um vídeo da Carol chapéu, se tornou impossível suspender a descrença, vira e mexe eu vejo gente séria refutando-a. (Adorei o nome Carol chapéu)

  3. Existe a possibilidade de o nome ter sido fictício apenas? Tem casos de pessoas que pedem para não divulgar o nome nessas situações, pra não serem ridicularizadas e etc..

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