Barbara Pyton, a atriz que deu ruim

Em 1938, Bárbara Payton já enfrentava o início de uma vida turbulenta. Seu pai, Erwin Lee Redfield, iniciou seu próprio negócio em Odessa, no Texas, e não mantinha um laço emocional com sua família.

Além de não receber a devida atenção de seu pai, a garota e seu irmão, Frank Leslie III, foram criados apenas pela mãe, Mabel Irene Todahl. Todavia, o cenário conturbado não parou por aí, já que os pais de Payton apresentavam graves problemas ligados ao alcoolismo. Durante um dos inúmeros episódios violentos, Redfield chegou a abusar fisicamente da própria esposa, enquanto seus filhos viviam em meio ao caos.

Aos 16 anos ela se casou com seu primeiro marido, mas não deu certo. Aos 17 anos ela se casou com seu segundo marido e eles se mudaram para a Califórnia.  O marido dela era John Lee. Sem um certificado de conclusão escolar e sentindo que estava se tornando uma dona de casa, a mulher se viu entediada. Por volta dessa época, ela começou a modelar. Sua beleza estonteante chamava atenção, e morando em Hollywood, ela estava pronta para ser catapultada para o estrelato.

Mas era uma loteria. Iguais a ela existiam centenas, talvez milhares de mulheres bonitas prontas para se agarrar com unhas e dentes à primeira oportunidade que surgisse. Mas o lugar ao sol efetivamente, surgiu quando o destino sorriu para ela:

Aos 21 anos, um executivo da Universal Studios a viu e ela assinou um contrato de $100 por semana.

Das fotos aos filmes em Hollywood

Seu primeiro filme foi em 1949, seu último foi um papel não creditado em “Os Quatro Heróis do Texas” em 1963.

Cena do filme Kiss Tomorrow Goodbye, de 1950 / Crédito: Divulgação

Nesse intervalo, ela teve alguns papéis importantes, principalmente em “Kiss Tomorrow Goodbye”, de 1950, que provou que ela era uma atriz competente. 1950 foi o mesmo ano em que sua vida pessoal e profissional começou a declinar.

Como muitas outras celebridades de Hollywood da época, ela tinha uma vida amorosa muito movimentada, incluindo casos com Howard Hughes, Bob Hope, Woody Strode, John Ireland, Steve Cochran e provavelmente muitos e muitos mais.

Ela bebeu muito e jogou muito. E mais tarde ela começou a se drogar fortemente também.

Em 1950 ela conheceu e ficou noiva de Franchot Tone, mais de vinte anos mais velho que ela. Durante seu noivado, ela começou um caso – como já era de se imaginar – com outra pessoa, um ator de filme B chamado Tom Neal. Tom era apenas 12 anos mais velho que ela. Ah, e ele também tinha experiência como boxeador.

Barbara e seu amante brigão, Tom Neal

Uma vez, houve uma noite alegre de coquetéis no apartamento de Payton, com a presença de Tone e Neal. A alegria saiu da sala quando Neal atacou Franchot Tone, colocando-o em um coma de 18 horas, e praticamente estourando todos os ossos de seu rosto.

A repercussão para isso foi ENORME. Acho que Hollywood já havia se cansado dela, porque outras estrelas se safaram de coisas muito piores, que foram instantaneamente varridas para debaixo do tapete.

Os jornais meteram o malho

A ação parecia um plano perfeito para acabar com as informações difamatórias sobre a atriz. Porém, além de encarar o seu declínio no cinema em 1951 — devido à baixa arrecadação e a pouca apreciação de seu papel no filme Bride of the Gorilla — a artista também encarou a fúria de seu marido, já que ele havia descoberto que o relacionamento de sua esposa e de Neal não havia acabado. A descoberta resultou no divórcio do casal em 1952.

Por que será que Bride of gorilla não deu certo?

A atriz não demorou a encontrar um novo marido. Entre seus diversos relacionamentos posteriores, Payton ficou noiva de Neal em 1953 e o casal pôde participar de diversos filmes juntos. Entretanto, eles cancelaram o casamento e se separaram oito meses depois, ao saber que ela ainda estava envolvida com Neal, Tone se divorciou dela.

O incidente praticamente encerrou as carreiras de Payton e Neal, embora eles tivessem mais alguns filmes antes do fim.

Com sua carreira em declínio e com diversos desastres amorosos, a famosa decidiu se mudar para a Inglaterra, onde pôde estrelar nos filmes Triângulo de quatro lados e O Flanagan Boy, ambos de 1953.

No final dos anos 50, ela começou a entrar em conflito com a lei. Bebendo, causando desordem, preenchendo cheques sem fundos, etc. etc.

Devido a seu estado mental e de saúde, a guarda de John Lee, que pertencia até então a atriz, foi reavaliada quando seu ex-marido, pai do garoto, a acusou de expor a criança a linguagem profana, conduta imoral, notoriedade e atividades insalubres. A acusação fez com que o menino passasse a morar com o pai.

Chegou a ser presa roubando goró em mercadinhos

A vida agitada da famosa chamou a atenção de muitas pessoas, inclusive do escritor Leo Aliança que, em 1963, ofereceu mil dólares a Payton por sua autobiografia. Ela aceitou o dinheiro e o livro de memórias foi intitulado de maneira infame de “Não Me Envergonho.”

Mesmo assim, sua má sorte parecia não ter fim. Devido a sua vida conturbada, Payton se entregou ao alcoolismo e às drogas em 1955. Quando presa, a mulher entregava cheques sem fundo para pagar sua fiança, o que ocasionava em mais detenções.

Além disso, acredita-se que ela também tenha trabalhado como prostituta no Sunset Boulevard.

Ladeira abaixo!

Seu peso havia aumentado para mais de 90 quilos, vários de seus dentes haviam sido arrancados de sua boca por clientes violentos.

Ela recebeu uma oferta de reabilitação, mas preferiu continuar bebendo.

Ela morreu de insuficiência cardíaca e hepática aos 39 anos.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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