A grande caçada ao Pé grande de 1917

No verão de 1980, o jornalista Mr. Doe (o nome real foi mantido em sigilo a pedido da família) visitou o museu de tecnologia madeireira no Wakami Lake Provincial Park, nas profundezas do remoto distrito madeireiro a oeste de Chapleau, Ontário.

Mr Doe não podia deixar de ficar impressionado com um contraste dramático. Erguendo-se como dinossauros em meio à floresta silenciosa, os artefatos madeireiros do início do século XX do museu retratavam vividamente as técnicas simples de mão e cavalo de uma era madeireira, ainda pouco tocadas pela energia a vapor ou pelo motor de combustão interna. O cenário remoto da floresta transmitia uma sensação de isolamento típico da maioria dos acampamentos na mata durante a primeira metade do século XX. Para chegar ao museu, no entanto, Ele precisou dirigir muitos quilômetros por uma estrada de terra que passava pelos modernos bangalôs dos trabalhadores florestais e suas famílias e por algumas operações madeireiras ativas, onde homens operando motosserras e enormes máquinas movidas a diesel transformavam rapidamente florestas de abetos em um deserto desolado e sem árvores.

Mr. Doe não era um visitante curioso. Estava seguindo para o museu em busca do Santo Graal dos caçadores de criptídeos: O pé grande.
Uma ligação de uma fonte informava que pessoas do museu haviam descoberto algo realmente impressionante relacionado ao ser apelidado de “Sasquatch” pelos indígenas locais.

Doe chegou ao museu de Wakami as três horas da tarde do dia 3 de julho de 1982. Nossa fonte, o filho mais novo do senhor Doe, conta que ao voltar para casa, o pai estava animado naquele verão. Ele trazia consigo uma velha fotografia impressionante onde se via cinco homens na floresta, ao redor do que parecia ser uma grande criatura peluda, como um gorila gigante morto.

 

Doe contou ao seu filho que a fotografia havia sido encontrada juntamente com um pequeno diário, num cofre enterrado nos arredores da sede dos acampamentos da Abitibi Power and Paper Company perto de Iroquois Falls.

Embora a fotografia não traga quaisquer informações em seu verso, foi no diário que as informações mais valiosas foram descobertas. Essa fotografia teria sido obtida em 1917 quando a mão-de-obra escasseava em consequência da Grande Guerra, e a Abitibi Paper Company se viu com problemas devido aos poucos empregados.

Contratar mão-de-obra era difícil, mas mantê-la viva era ainda pior. Em parte, a guerra era responsável pelos poucos empregos como lenhadores, mas havia também uma lenda de que muitos dos empregados desapareciam nos acampamentos. O problema cresceu rapidamente, com rumores de que uma criatura peluda estava matando os empregados dos acampamentos mais avançados perto das montanhas.

Logo, varias grandes caçadas foram realizadas, com o objetivo de capturar a criatura. A maioria, sem sucesso.
Isso foi assim até 1917, quando eles tiveram êxito no outono daquele ano, numa operação que contou com caçadores especializados de Pembroke e Quebec City.

A caderneta de anotações infelizmente traz poucas informações da caçada ao monstro. Acredita-se que tenha pertencido ao capataz do campo. Ela traz informações sobre o destino da carcaça do colossal animal que aparentemente era um macho adulto e media 10–15 ft. Um mapa desenhado à mão informava o local exato onde o animal estava enterrado.

Provavelmente, o corpo do animal foi posicionado para a foto sendo suportado por trás por toras de madeira ocultas sob o corpo para sustentar a cabeça, por exemplo.

O senhor Doe acreditava que a foto se tratasse da maior evidência da presença de um criptídeo gigante e selvagem, que o povo Iroquois costumavam referir como muito agressivo, coberto de cabelo com pele dura como pedra, conhecido como Ot ne yar hehou “Gigante das Pedras”, mais comumente referido como Genoskwa.

O nome indígena da criatura como Gigante das Pedras e o fato das mortes terem sido contabilizadas nos acampamentos avançados próximos ao Monte Jamieson, que fica a cerca de 28 km a noroeste de Iroquois Falls, pode sugerir que a criatura habitava cavernas nas montanhas.

Muito provavelmente essa fotografia só foi realizada quando a carcaça já estava em decomposição, devido às dificuldades de levar uma câmera até o local remoto.

Pelo tipo de câmera e equipamento, sabe-se que essa fotografia foi realizada pelo jornal Ottawa The Citizen. Mas nenhum artigo relacionado ao caso foi descoberto nos arquivos.

A hipótese do senhor Doe é que ordens superiores de Frank Harris Anson, dono da Abitibi Power and Paper Company, impediram o jornal de divulgar a fotografia da criatura que foi então, guardada no cofre com os registros do capataz. A razão disso seria que a confirmação da existência de uma criatura assassina nas proximidades dos acampamentos poderia comprometer o negócio, que já estava com dificuldades de contratação em função da guerra.

Infelizmente, o senhor Doe morreu em 2020 em decorrência de complicações respiratórias antes de poder empreender sua viagem de escavação no local onde ele acreditava que a carcaça do monstro tinha sido enterrada. Apenas seu filho mantém a misteriosa fotografia em sua posse e ele não sabe informar onde a caderneta do encarregado do acampamento da Abitibi Power and Paper Company foi parar.

Essa é uma obra ficcional, e trata-se de mais um NFT que eu criei na minha coleção “criaturas misteriosas” do Opensea que você pode ver aqui.   Toda a história eu inventei como background da arte.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

    • Eu tb não compraria um NFT de imagem, mas eu deixo lá, pq vai que aparece um cara com raiva do dinheiro, né? depois que a Balenciaga lançou aquele tênis que parece ter sido roubado do mendigo da cracolândia por mais de dez mil reais, e teve gente para comprar, eu não duvido de mais nada nessa vida.

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