Wright, o fantasma da polaroid que se comunicava em fotos

Como algumas pessoas sabem, eu – por mais cético que meu pensamento racional tente me obrigar a ser – já morei em uma casa mal assombrada. Na verdade em duas, mas a última delas foi bem mais macabro. Eu contei o caso do meu apartamento assolado por uma presença sobrenatural insuportável aqui.
Por este motivo, pra mim é muito difícil afirmar com grande certeza que “fantasmas não existem”.
Fantasmas, espíritos, seres de outra dimensão, energias estagnadas, assombrações ou seja lá o nome que você preferir usar, o fato é que eu passei uns bons apertos naquele apartamento, e é por isso que acredito que existem algumas histórias de fantasmas que são apenas lendas mas existem algumas em que há “algo mais” que poderia ate ser medido e quantificado empiricamente. Muitas vezes, casos de assombrações ocorrem de modo errático, com visões de seres indefinidos atravessando paredes ou em corredores… Mas nem todos são assim, e existem casos raros em que o fantasma simplesmente está ali, no melhor estilão do “Gasparzinho, o fantasminha camarada”. Essa história é tão estranha, que você certamente vai duvidar.
O post de hoje é exatamente um desses casos que pra mim é um dos mais incríveis e espetaculares casos de fantasmas e comunicação com o além.
Tudo começa quando John Huckert ganhou de seu pai, no natal, uma câmera polaroid.

 

John com sua nova câmera

Hoje, na era dos smartphones, com câmeras potentes e bilhões de fotos por segundo em todo o mundo, isso até  parece bobo, mas temos que pensar em como uma fotografia instantânea era algo revolucionário no passado.
Assim, John ganhou de seu pai uma câmera polaroid no natal. Ele conta como foi a experiência que marcou sua vida e como um fantasma chamado “Wright” entrou em sua vida:

 Tirei algumas fotos com ela e foi legal ter uma câmera Polaroid. Mas eu realmente não pensei sobre isso. E então, certo dia, eu estava sentado em casa uma tarde. Era só um dia normal. A porta do banheiro se abriu e não havia ninguém lá em casa. Então eu senti que a porta estava se abrindo sozinha. Peguei a câmera e tirei uma foto. Não apareceu nada na foto e, claro, me senti meio bobo na hora. E eu simplesmente voltei a trabalhar.

UM tempo depois começou uma sensação estranha. Me lembro de ter sentido algo e olhei para cima. E nessa hora, a porta do banheiro se abriu bem na minha frente, e parecia tão demonstrativo. Então eu me levantei e estava realmente nervoso porque algo parecia que estava lá, tentando atrair minha atenção deliberadamente.
Algo estava no ar. Algo estava na sala comigo, e tinha um tipo de sensação de formigamento. E comecei a tremer e peguei a câmera para tirar uma foto. E eu na verdade tirei uma foto – tipo, eu estava tremendo tanto, que eu tirei uma foto, tipo, do topo da televisão ou algo assim. E então eu pensei, OK, OK, acalme-se, acalme-se. E então tirei outra foto, e foi aí que tirei a primeira foto dessa experiência.

Eram fotos Polaroid, então você basicamente sentava e observa o gradual processo de auto-revelação delas. E enquanto estava se revelando acabei de ver isso:

 

Era quase essa versão estereotipada de um fantasma. Parecia tão, você sabe, fajuta, – os olhos – os olhos grandes e a boca gritando e o tipo de qualidade estranha, fina, você sabe, flutuando no ar. É como se fizesse “uuuuuuuu” ou algo assim. E eu me lembro, tipo, de estar muito nervoso com isso, e de repente eu pensei, você sabe, isso é – meu pai mexeu na câmera pra fazer uma pegadinha ou algo assim. Era disso que se tratava. E então tirei outra foto.

Era quase como uma imagem semelhante, mas era como se a coisa da primeira fotografia tivesse se aproximado de mim. E era mais parecido – era maior. E então comecei a ficar, tipo, nervoso de novo. Você sabe, eu apenas continuei indo e voltando entre incrédulo e negação. E então, quando Matkowsky chegou em casa, eu disse, ‘cara tenho algo que quero mostrar a você. O que você pensa sobre isso aqui?’ E eu mostrei a ele as fotos.

Imediatamente, John Matkowsky bateu o olho naquele fantasma e pensou o que certamente você, leitor do Mundo Gump também pensou quando viu essa marmota amadora aí de cima: “-Ei que legal, como você fez essa montagem?”

John Matkowsky e John Huckert

Huckert explicou ao amigo que não era montagem, e ele não acreditou. – “Cara eu não fabriquei isso. Tem alguma coisa bem ali e eu fiz essas fotos agora a pouco. Talvez ainda esteja lá!” – Então Huckert pegou a maquina e estendeu ao amigo. – “Vai lá, tenta você”.

Matkowsky tinha boas razões para desconfiar de uma zoeira do amigo, pois aquele era um subúrbio de LA perfeito para se viver. Ele adquiriu a casa modesta na encosta de uma colina em 1985.  Era uma casa aconchegante e pitoresca nos arredores de Downtown Los Angeles. Washington é um distrito no nordeste de Los Angeles.

Depois de se mudar, John alegaria ter ouvido ruídos em sua casa que o deixaram cabreiro, mas nada que pudesse comprovar um “fantasma” no lugar até aquele exato minuto em que estava prestes a clicar no botão da câmera do amigo.

John Matkowsky pegou a maquina, e em vez de tirar a foto da área na frente do banheiro, ele apontou para o amigo e tirou a foto do rapaz. E ali estava, diante deles, se revelando no papel da polaroid, ao vivo e à cores, uma estranha forma que parecia flutuar sobre John Huckert.
A estranha forma só aparecia na fotografia e aquilo assustou os dois Johns.

Huckert conta que se sentiu  fora de controle, como se não soubesse o que estava acontecendo.

“E eu não sabia onde colocar isso na minha mente. Então ficamos sem filme. Depois de, tipo, um mês apenas sentados com essas fotos, decidimos sair e comprar mais alguns filmes. Nós apenas pensamos, OK, bem, este é o momento em que descobriremos definitivamente se isso é real ou não.”

É importante lembrar que no final da década de 80 e inicio dos anos 90, era muito caro fazer fotos de polaroid, porque o filme é especial, então, cada foto precisava valer à pena. Todo o processo era analógico. Muitas vezes, até conseguir os filmes era trabalhoso.

Tentamos tirar fotos quando sentimos algo como uma “presença” na casa. Nós meio que descrevemos como, tipo, quando você fica arrepiado ou, tipo, uma pequena queimadura de sol. Você meio que sente um formigamento, e então é quando você tira a foto. Metade das vezes, não recebíamos nada, mas às vezes sim. E isso nos encorajou a continuar fazendo mais filmes. Isso foi – o quê? – três ou quatro meses disso. Era muito estranho e temíamos que as pessoas pensassem que éramos malucos. Mas então deve ser demais não contar a ninguém sobre isso.

A maioria das fotos com registros positivos estavam mostrando manchas esbranquiçadas nas imagens. Poderia ser um defeito na câmera? Talvez, mas isso não explicava a foto do primeiro fantasma, nem a segunda.  Uma possibilidade que surgiu é que se tratava de um defeito de fabricação no filme. E essa possibilidade fazia sentido por só aparecer na revelação da imagem e não ser algo visível, pois o “fantasma” não podia ser visto mas estava sendo registrado de alguma forma na fotografia.  John não sabia, mas as coisas estavam prestes a ficarem ainda mais estranhas.  Então, eles deram a famosa “festa”.

Finalmente, decidimos convidar um grupo de amigos e mostrar as fotos. Dissemos: Galera, nós temos algo para dizer a vocês, e é um pouco estranho. Mas queremos compartilhar com você. Então começamos a mostrar a eles as fotos, e eles fizeram mil perguntas.

Matkowsky conta que nessa hora, um dos amigos da festa, meio que de brincadeira, meio que falando sério, perguntou se “ele” estava ali.
Então ele perguntou enquanto os amigos faziam silêncio: Você está aqui? Tem alguém aqui? – E eles decidiram “Bem, vamos tirar uma foto?”
As pessoas da festa bateram a foto e quando a maquina cuspiu o papel e ele começou a se revelar, eles não podiam acreditar no que apareceu:

Você pode ver a palavra, sim, e esse foi o início da comunicação.

Isso apareceu diante de um monte de testemunhas e todos ficaram completamente chocados, e não só as visitas mas os dois amigos, pois eles estavam vendo pela primeira vez algo inédito: As manchas haviam se agrupado e formado uma escrita no ar. Uma escrita muito claramente visível. Era visível demais para ser pareidolia.

Uma coisa é obter coisas ectoplasmáticas, fofas e brancas, e outra é obter comunicação, como uma resposta direta à nossa pergunta. E então alguém pegou a câmera e perguntou, você é o que? – o que era? – você é um amigo ou …

CLICK!

E então a câmera cuspiu outra foto com coisas escritas no “ar” que só apareciam na imagem. Para alivio geral, a palavra “AMIGO” apareceu na imagem.

Quando John Matkowsy perguntou “qual é o seu nome” e então começou a tirar uma foto, conforme a polaroide começou a se revelar na frente dele, o nome “Wright” apareceu.

Note que o fantasma deu o nome completo mas o primeiro nome não é muito visível, embora o sobrenome saiu bem definido. A partir daí, o fantasma foi chamado de “Wright”

Eles estavam hesitantes sobre a autenticidade do que estavam experimentando. Parecia impossível e improvável que a comunicação com uma entidade sobrenatural fosse assim tão simples e clara. Era perguntar e bater a foto. O fantasma escrevia a resposta na imagem.
Nos meses seguintes, John Matkowsky e John Huckert tiraram fotos diariamente e capturaram o que parecia ser um fantasma profético e bem versado. Algumas das perguntas que fizeram a Wright foram: “Para onde você vai quando não está aqui?”

O fantasma respondeu: “FLUX” – Até hoje é um misterio sobre o que ele se refere.

Outra pergunta que fizeram a Wright, foi quem era ele. A resposta em uma sequencia de fotos, veio em latim e dá calafrios:

“Et alia corpus delicti” (“Entre outras coisas, uma vítima de assassinato”)

 

 

John Matkowsky estava tão intrigado com essa entidade que queria mais respostas sobre o que ou quem ela realmente era. Por volta dessa época, no início dos anos 90, havia um programa popular chamado “Sightings”, produzido e transmitido pela televisão FOX. Sightings era um show sobre o inexplicável e o sobrenatural. Como John não conseguiu uma explicação sobre o que estava causando isso, ele decidiu entrar em contato com o correspondente do programa e perguntar se eles teriam interesse em investigar o fenômeno. John não estava realmente se sentindo como se fosse a melhor jogada de sua parte, já que atrairia uma atenção indesejada. A Sightings reuniu uma equipe de pesquisadores e sua equipe de produção e rumou para a pequena casa nas colinas. Kerry Gaynor estava entre a equipe de pesquisa. O Sr. Gaynor havia investigado anteriormente o famoso caso “Entity” em Culver City, CA.

Ao chegarem na casa, eles montaram um experimento de teste controlado, onde trouxeram suas próprias câmeras e filme que foi etiquetado e registrado para evitar adulteração. Depois de várias horas, nenhuma evidência foi capturada. Parecia que Wright estava tímido ou relutante em criar uma atração circense para si mesmo. Após várias horas de investigação, Marty Elcan, amigo de John Matkowsky, tentou obter algumas evidências. Ele perguntou a Wright:

“A maioria dos espíritos são bons ou maus espíritos?”

CLICK!  uma foto foi tirada.

 

 

Conforme a polaroid se revelava, à vista de todos os pesquisadores e da equipe de TV, uma mensagem apareceu: “Existem vários lêmures corretivos”. Sem saber se Wright estava brincando com eles sobre animais de Madagascar, John Huckert procurou “lêmure” em um dicionário de latim.

A excitação na sala era palpável. Uma risada nervosa da equipe mascarou a tensão. Kerry Gaynor ficou impressionado, mas queria mais controles.

“Você tem que estabelecer uma cadeia de evidências. Você tem que ser capaz de observar o fenômeno do começo ao fim. Então, temos que carregar o filme de uma embalagem lacrada, mostrar que é a nossa câmera. Temos que disparar. Temos que controlar o filme assim que ele for lançado. ” Seguindo as sugestões de Kerry, a Sightings treinou uma de suas câmeras de vídeo em uma nova Polaroid trazida para a casa pelo especialista em fotografia Edson Williams. Um pacote de filme selado foi aberto e um novo cartucho foi inserido diretamente na Polaroid. Um membro da equipe de avistamentos fez a pergunta “Você está aqui pelo John ou pela casa?”

 Uma foto foi tirada. Foi colocado sobre uma mesa à vista de todos. Depois de trinta segundos, uma mensagem apareceu.

 

“Genius loci”

 

Kerry Gaynor procurou a palavra no dicionário. A tradução exata de genius loci é “o espírito guardião de um homem ou de um lugar”.

 

Mais fotos foram tiradas da mesma maneira. As mensagens alternavam entre inglês (“Viagem no tempo”, “Qualquer coisa é possível,” “John relaxe e aprenda”) e latim (“Ad litteram”).

 

O próprio fantasma se chamaria de um “ghostwriter” – numa interessante piada com o termo.

Edson Williams nunca tinha visto nada parecido em seus vinte anos como analista fotográfico.

“Na verdade, eu observei os filmes sendo ejetados da Polaroid. Houve um momento em que pensei: Oh, meu Deus, e eu estava em uma das Polaroids, o que tornou tudo ainda mais assustador. Isso me fez sentir que poderia haver mesmo algo naquela casa.”

Perto da conclusão da investigação noturna, Marty Elcan perguntou: “Wright, você ficará com eles por muito tempo?”

O Escritor Fantasma respondeu:

“Sed haec prius fuere.”

Traduzida, a frase significa “Tudo isso acabou agora”.

Foi a última mensagem que o “Ghost Writer” enviaria naquela noite.

Filme misterioso

John também descobriu que os escritos só apareciam na câmera Polaroid Spectra com o filme Spectra, mas não em outros.

De alguma forma, Wright só conseguia influir na revelação do Spectra. Não se sabe o motivo disso. Mas é algo significativo.

Mas eles pararam de tirar fotos depois que a Polaroid interrompeu a produção dos filmes Spectra.

“Nós tiramos provavelmente 11, ou 12.000 fotos e eles pararam de fazer filmes Polaroid Spectra, eu acredito que foi algo na composição química daquele tipo específico de filme que permitiu que as imagens espirituais aparecessem”, diz ele.

Após a investigação de campo, Edson Williams trouxe muitas das fotos de volta ao Brooks Institute para análise. Usando um scanner digital, ele foi capaz de examinar a escrita fantasma e notou que parecia haver fibras individuais no texto. Ele concluiu que a escrita parecia ter sido criada com fios de algodão puxados. Em seu laboratório, Williams tentou duplicar a escrita fantasma. “O passo inicial foi filmar algodão puxado com uma câmera 4 x 5 usando filme E-6. O próximo passo foi pré-expor o filme Polaroid. Tirei a capa da embalagem da Polaroid, inseri a transparência e expus a Polaroid ao texto. Em seguida, removi a transparência, reinseri a folha de rosto e carreguei o filme normalmente. ” Usando este método, Edson Williams foi capaz de duplicar a escrita fantasma; no entanto, seu método levou mais de uma hora para ser concluído e exigiu a manipulação do filme, o que teria sido impossível esconder com a equipe do programa de Tv na casa, ainda mais  usando o filme e câmeras fornecidos pelo canal.

Howard Worzel, um analista fotográfico da sede corporativa da Polaroid em Waltham, Massachusetts, também não conseguiu oferecer uma explicação científica para a escrita fantasma. “Nunca encontramos esse fenômeno e há cinquenta anos vendemos filmes para bilhões de clientes”, observou Worzel.

O parapsicólogo Kerry Gaynor concordou.

“Pessoalmente, nunca encontrei nada assim nos vinte anos que venho fazendo pesquisas. Estou bastante familiarizado com a literatura, e Eve nunca viu nada parecido na literatura também. ”

Enquanto a investigação científica continuava, O programa Sightings contatou o psíquico de renome mundial Peter James e pediu-lhe que visitasse a casa e desse suas impressões psíquicas do local. Peter tem uma longa história de exploração e documentação de casos de assombrações que não são compreendidos pela ciência, mas também esteve envolvido em casos que expôs como fraudes óbvias. No início, Peter também foi cético em relação ao Ghost Writer. Antes de entrar na casa ele diria:

“Em todos os meus anos mergulhando no mundo paranormal, nunca vi uma entidade se apresentar dessa maneira, mas direi que todas as coisas são possíveis”,

Uma vez lá dentro, entretanto, a sensação de que ele não estava sozinho foi instantânea. Suas pernas começaram a tremer. Ele sentiu uma vibração por todo o corpo que Peter afirma sentir quando está na presença de espíritos. Ele também começou a receber vários nomes telepaticamente.

“Recebi o nome de Gilbert. Existe um Robert. Amelia está por toda parte. Estou obtendo uma essência de todos esses três nomes vibracionalmente ”

Os dois Johns ficaram pasmos. Eles já haviam pesquisado os nomes dos proprietários anteriores da casa. Eles não haviam mostrado essa lista a ninguém, especialmente a Peter James, e ainda assim Peter havia nomeado corretamente Gilbert, Robert e Amelia – três dos nomes da lista. Peter não achava que qualquer uma dessas três pessoas fosse o Escritor Fantasma. Enquanto caminhava pela casa, Peter parou em um ponto que chamou de “vórtice espiritual”, uma espécie de porta pela qual ele sentiu que os espíritos estavam entrando na casa.

Outra coisa aconteceu naquela noite. Ao longo dos anos, Huckert sempre falou sobre ver o que ele chama de “gente sombra”.

“Algo que tenho visto muito e algumas outras pessoas têm visto são essas pessoas sombras”, disse Huckert. “Eles são como sombras, mas estão no meio da sala.”

Pela primeira vez, eles acreditam ter capturado um filme em uma foto de grupo tirada naquela noite.

“Entre nosso grupo está outra figura, mas não é uma pessoa, é a sombra de uma pessoa. Mas não havia ninguém lá”, disse o membro do grupo Bill Murphy.

A figura escura estava bem ao lado de Huckert. Até os endurecidos céticos presentes naquela noite ficaram perplexos.

“Sinto uma vibração muito forte. Definitivamente, algo está subindo do chão ”, relatou. “Eu tenho uma sensação de formigamento. Também está muito frio aqui. Minhas pernas estão tremendo. Parece que algo está vindo de baixo e passando por todo o meu corpo.”

John Matkowsky tirou várias fotos de Peter James parado no vórtice. Estranhas imagens fantasmagóricas pareciam cercá-lo. Pedro sentiu dois espíritos distintos neste momento. Um ele descreveu como o espírito de uma tribo indígena que uma vez usou o terreno ao redor da casa como uma kiva, ou centro cerimonial. O outro espírito que ele descreveu foi o de um homem que havia sido assassinado e poderia ser enterrado sob a casa. Após a leitura psíquica de Peter James, John Matkowsky e John Huckert decidiram investigar as teorias de Peter.

Numa das sequencias de comunicação com Wright, o fantasma deu a dica: “Cavar” e “aqui”

Eles começaram a cavar pequenos buracos de teste em sua propriedade na encosta. Em um desses buracos, eles fizeram uma descoberta surpreendente – fragmentos de cerâmica que pareciam ser de origem nativa americana. 

Um arqueólogo do vizinho Southwest Museum examinou o local e encontrou os artefatos significativos o suficiente para justificar uma escavação maior no local.

Foi a prova para Matkowsky e Huckert de que Peter James estava certo sobre o kiva. Quanto ao corpo embaixo da casa, os homens não têm dúvidas de que está lá, mas cavar seria impossível sem mudar a casa. E talvez seja o melhor. Anos vivendo com Wright tornaram os dois Johns filosóficos. Eles sabem que quando o Ghost Writer sentir que é a hora certa, ele aparecerá novamente.

As fotografias de fantasmas têm uma longa e duvidosa história no mundo da investigação paranormal. No final dos anos 1800, a compreensão da tecnologia de câmeras era rudimentar, e algo tão simples como uma dupla exposição foi usada para enganar o público em geral.

 

Antiga fotografia supostamente falsa de fantasma usando dupla exposição

A primeira fotografia de “fantasma” conhecida é a famosa fotografia de Lincoln, na qual a forma sombria de Abraham Lincoln está aparentemente atrás de sua viúva, Mary Todd Lincoln. Foi considerado uma farsa no início do século XX. Hoje, com tecnologia avançada e scanners de computador, as fotografias de fantasmas legítimas são extremamente raras. Após a investigação de avistamentos, Michael Weber, um dos melhores mágicos de close-up do mundo, afirmou que poderia duplicar o fenômeno da escrita fantasma de Wright.

Em um estúdio fechado na presença do apresentador do Sightings, Tim White e uma equipe de câmera, Weber conseguiu produzir uma foto com as palavras “Estamos aqui” impressas na frente. Contudo, Weber foi rápido em apontar que sua habilidade de duplicar a escrita fantasma não contestava que ela pudesse ter sido causada por forças sobrenaturais. Provou apenas que o mesmo fenômeno pode ser reproduzido em condições semelhantes.  Entretanto, apesar de alegar que conseguiria fazer uma foto com algo escrito numa polaroid, Weber reviu as fitas de vídeo filmadas dentro de casa e disse que não notou nenhum dos movimentos típicos- chamados de “conta” – que indicariam que Matkowsky ou Huckert fossem mágicos profissionais.

O caso do fantasma escritor segue como um mistério ate hoje inconclusivo, mesmo com o volume colossal de evidências físicas apresentadas.

As fotografias foram muitas e chegaram a fazer exposições com elas, porque mesmo que sejam assustadoras e arrepiantes, elas também não deixaram de ter uma certa dimensão de arte.

Uma coisa interessante é como Wright parece ser um fantasma compreensivo e apoiador dos dois Johns. Em uma imagem, ele diz “estou aqui por você”

Matkowsky diz que uma das coisas mais significativas para ele e para John, é que como eles são dois escritores em dificuldades, recebem mensagens de apoio, que dizem para perseverar, continuar e apenas continuar o que estão fazendo e algo de bom acontecerá.

Huckert confirma:

Como pessoas criativas, enfrentamos muitas dúvidas sobre nós mesmos, e isso pode ser paralisante. Em algum ponto, perguntamos a Wright, devemos continuar perseguindo o que amamos, mesmo que seja difícil? E ele voltou com uma fotografia. Ele disse, sonhos e destino se fundem. E pensamos, você sabe, não se trata de, tipo, ter sucesso no momento. É sobre sonhar coisas e permitir que seu destino se apresente. Mudou nossa perspectiva. A casa tem um jeito de deixar você saber que não tem problema ser inseguro, mas nunca desistir.

MATKOWSKY: Há algo – algo especial acontecendo na minha casa. E isso faz você se sentir, tipo, pequeno e simplesmente insignificante quando se trata do mundo inteiro. Você sabe, há algo maior, algo melhor, algo mais grandioso.

Com o tempo, a comunicação com Wright ficou mais dificil. O filme Polaroid 600 padrão está cada vez mais caro e difícil de encontrar. A empresa fotográfica parou de fazer o filme instantâneo há quatro anos.

 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Caraca!

    Post sensacional e muito Gump!

    Interessante que o investigador pegou nomes de antigos moradores, mas não o de Wright.

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