O misterioso desaparecimento de Gertrude Strassburger

Gertrude Strassburger era filha de um arquiteto da cidade de Crookston, Minnesota. A uma primeira vista, era uma moça absolutamente comum, sem grandes particularidades, exceto por seu grande interesse pelo espiritismo.

O movimento era extremamente popular em meados de 1902, com médiuns e sessões espíritas se tornando algo bastante comum em sua cidade, então isso não era em si tão incomum, mas Gertrude tinha um interesse pessoal em tudo isso: Quando adolescente, ela se apaixonou perdidamente por um garoto de sua idade, chamado Will. Os dois logo ficaram inseparáveis ​​e planejando se casar, mas um dia, Will morreu repentinamente. O casal foi então separado de maneira abrupta e Gertrude se tornou triste, amargurada e desolada com a perda de seu grande amor.

No esforço de voltar a ter contato com Will, ela se dedicou ao espiritualismo e à prática da mediunidade, numa tentativa desesperada de falar com ele novamente. Colegas contaram a polícia que Gertrude teria comentado haver conseguido algum progresso, alegando que às vezes era capaz de ouvir Will sussurrando para ela ou chamando por ela, e isso pode ou não ter tido um papel a desempenhar no mistério que estava prestes a se desenrolar ao seu redor. A partir daqui, a história de Gertrude Strassburger sofrerá uma guinada, e seguirá para se tornar mais um entre muitos  desaparecimentos misteriosos, num caso que  é salpicado de pistas muito estranhas e ligadas direta ou indiretamente ao sobrenatural. 

 

Diversão com as amigas

Em 2 de dezembro de 1902, Gertrude, então com 20 anos, saiu com as amigas até um riacho perto de sua casa para patinar no gelo. Isso era algo que eles faziam o tempo todo, então, enquanto patinavam para rir e conversar, não haveria nada que sugerisse que seria outra coisa senão mais um dia divertido. A água em que estavam nem era muito profunda, o que significava que, mesmo que o gelo se quebrasse, eles corriam pouco perigo. Durante horas e horas, os amigos patinaram no gelo como sempre faziam.

As coisas começaram a ficar um pouco estranhas quando uma das amigas de Gertrude percebeu que Gertrude parecia um pouco pálida e cabisbaixa.  Outros amigos disseram achar que a moça estava atordoada e desorientada, olhando em volta para a paisagem congelada ao redor deles como se procurasse por algo, com seus pés vacilantes e instáveis no gelo. Quando um dos amigos perguntou o que tinha acontecido, Gertrude disse estranhamente:

Você sabe, eu me sinto tão esquisita… Tenho ouvido música e vozes, parece-me, que o som vem de longe. Há pouco tempo, ouvi Will me chamar e, por um momento, pareceu que devo ir até ele.

Certamente era uma coisa estranha de se dizer, mas todos sabiam que Gertrude andava obcecada pelo espiritismo, de modo que falar que ouvia o namorado morto chamando não era algo completamente bizarro vindo dela. Mesmo assim, Gertrude parecia estar se sentindo muito mal, então seus amigos sugeriram que ela se sentasse e relaxasse um pouco, e foram até gentis o suficiente para acender uma pequena fogueira para mantê-la aquecida.

A moça então se sentou num tronco diante da fogueira. Algum tempo depois, os amigos aquecidos, propuseram uma corrida entre eles. Gertrude, é claro, não quios tomar parte na corrida, mas continuou perto do fogo enquanto suas amigas disparavam pelo gelo disputando entre si quem patinaria mais rápido ate o final da curva do rio.  Durante toda a corrida, Gertrude nunca esteve fora de vista deles, mas as pessoas estavam tão focados em sua corrida que não a observavam constantemente o tempo todo. Não havia preocupação urgente de que ela estivesse em qualquer tipo de perigo, já que ela estava sentada ali confortavelmente perto do fogo.

Então quando todos voltaram até a fogueira cerca de cinco minutos depois… Gertrude havia simplesmente EVAPORADO NO AR.

Os amigos gritaram por Gertrude, mas não houve resposta, e então notaram que ela havia deixado uma das luvas para trás, acomodando-se ordenadamente sobre o tronco. Todos acreditam que  que ela talvez tivesse retirado essa luva para aquecer as mãos no fogo, mas por que não os teria colocado de volta em um clima tão frio se tivesse planejado se afastar? Na verdade, por que ela se afastou em primeiro lugar? Considerando que um dos amigos a tinha visto sentada ali apenas um ou dois minutos antes do final da corrida e suas luvas ainda estavam quentes, era de se esperar que ela não pudesse ter ido muito longe, mas após muito chamar por ela e receber em resposta apenas o fraco murmúrio do vento e o silêncio, os amigos ficaram preocupados.

Mais e mais pessoas se juntariam a busca, sem sucesso e nesse momento, alertaram a polícia.

O mistério aumenta

Quando as autoridades chegaram, encontraram mais esquisitices no local: Foi relatado que as únicas pegadas que puderam ser encontradas foram as de seus amigos e as de Gertrude, quando ela se sentou no tronco, nenhuma delas levando para a neve e nenhuma ao longo da margem do rio. Isso sugere que ela deve ter saído do gelo e possivelmente caído, mas não apenas ninguém a viu lá fora, como também nenhum buraco foi encontrado. Mesmo se ela tivesse caído no gelo, a água estava na altura da cintura, então como ela poderia sumir? Além disso, em nenhum momento ela gritou por ajuda. A polícia considerou que Gertrude pode ter sido sequestrada, mas novamente não havia pegadas nesse sentido e nenhum sinal de luta. Outra ideia é que ela pode ter fugido, mas além da falta de pegadas, ela não tinha motivos para querer fugir e, de fato, aparentemente estava ansiosa para passar a próxima temporada de Natal com seus amigos e família. Era como se ela tivesse acabado de se levantar, tirado as luvas, colocado-as sobre o tronco e, em seguida, saído voando.

Uma busca massiva foi lançada, envolvendo autoridades e vários voluntários, mas nenhum vestígio dela foi encontrado. Mesmo quando a neve derreteu com a chegada da primavera, não havia sinal do corpo de Gertrude Strassburger.

Folhetos foram postados e uma recompensa foi oferecida, e apesar de alguns avistamentos não confirmados da mulher desaparecida, incluindo uma testemunha que alegou que ela estava morando no Canadá, nenhuma dessas dicas levou a lugar nenhum e a moça nunca foi encontrada.

O que aconteceu com Gertrude Strassburger?

Muitas teorias da época especulavam que ela havia agido de acordo com a mensagem enigmática que dera à amiga e saíra para encontrar o amante morto que ela acreditava estar chamando por ela, talvez com ele a levando para longe da face da Terra. No final, não há respostas concretas, e continua sendo uma estranheza histórica obscura e pouco conhecida que provavelmente permanecerá sempre sem solução.

Uma hipótese a se considerar é que Gertrude Strassburger poderia ter sido abduzida num episódio ufológico. A falta de pegadas no local do desaparecimento, somado a uma sensação das pessoas que Gertrude teria saído “voando”, poderia apontar para uma abdução extraterrestre? Talvez nunca saberemos com certeza.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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