O curioso caso de Arthur Furguson, o vendedor

Há pessoas que nascem predestinadas a uma certa profissão. Este parece ter sido o caso de Arthur Furgurson.

Arthur Furguson, era um ator aposentado nascido em Glasgow. Ele nunca deu muito certo como ator. A verdade, é que Arthur estava na profissão errada, e ele descobriu sua real vocação bem tarde na vida. Num certo dia, o destino lhe colocou numa situação tão peculiar que ele descobriu sua real vocação: era um excelente vendedor.

Como eu disse, Arthur, como muitas outras pessoas, não sabia de seu talento até um dia inspirador, quando a oportunidade perfeita se apresentou a ele. Seu momento aconteceu em Trafalgar Square, em uma manhã clara e ensolarada de 1923. A fonte de sua revelação foi um americano rico de Iowa, que ele encontrou olhando com reverência para a Coluna de Nelson.

Furguson do nada, se aproximou do homem e decidiu nomear-se “o guia oficial da Praça”.

Falando ao americano, ele explicou que a estátua no topo da coluna era do almirante Lord Nelson, um dos mais famosos marinheiros e heróis navais da Grã-Bretanha. Ele havia morrido durante a Batalha de Trafalgar, que dava nome à aquela praça.

Após alguns minutos de explicações e detalhamentos históricos que Ferguson estava tirando das profundezas de seus próprios miolos, ele suspirou entristecido e disse: – Que vergonha terrível, a praça não seria a mesma sem ela.

-Mas vocês vão remover a estátua? – O homem de Iwoa perguntou estarrecido.

Arthur Ferguson disse que sim. Não apenas a estátua, mas toda a praça. Tudo tinha que ir, incluindo os leões e fontes. Segundo ele, as dívidas da Grã-Bretanha estavam nas alturas e o governo decidiu vender a praça inteira para o lance mais alto.

O americano interessou-se e perguntou o preço. Furguson refletiu e explicou que seria vendido por apenas £ 6.000. Obviamente, teria que ir para o comprador certo: alguém que protegesse e apreciasse um monumento daquela envergadura.

Por uma curiosa coincidência, era o próprio Furguson quem recebeu do governo a tarefa de organizar a venda, e ela teria de ser mantida em sigilo absoluto.
O americano implorou a Furguson que o deixasse furar a fila e disputar o leilão. Por fim, Ferguson demonstrou um coração mole e cedeu aos pedidos do milionário de Iowa. Ele então telefonou para seus empregadores pedindo instruções. Minutos depois, Ferguson voltou com boas novas. Foi decidido que a Grã-Bretanha estava disposta a aceitar um cheque imediatamente, para concluir o negócio o mais rápido possível.

Furguson, maravilhado com sua própria astúcia, saiu imediatamente e descontou o cheque enquanto seu cliente entrava em contato com alguns empreiteiros nos Estados Unidos. Eles estavam extremamente relutantes em aceitar o trabalho e disseram ao homem que achavam que ele tinha caído num golpe.
Só depois de receber uma afirmativa da Scotland Yard é que o milionário norte americano realmente concluiu que tinha caído no mais vagabundo golpe do João-sem-braço da história. Ele havia sido enganado. Aquele verão foi bom para Arthur Furguson. Mas a polícia, no entanto, estava longe de ser feliz.

Furguson desfrutou da grana fácil e estava impressionado de finalmente ter encontrado o local exato para sua habilidade de atuação. Sua plateia seria sempre de uma pessoa só: A vítima.

Ele não parou

Tempos depois outro americano surgiu na polícia reclamando que que pagou £ 1.000 pelo Big Ben e outro fez um adiantamento de £ 2.000 para levar o Palácio de Buckingham com móveis de tudo. Porteira fechada.

Após vender um monte de lugares e monumentos na Inglaterra, Furguson viajou para a França. Você já pode imaginar, né?

Isso mesmo, o vagabundo vendeu a a Torre Eiffel

Ao visitar Paris, ele conseguiu vender a Torre Eiffel como sucata por um preço desconhecido para outro americano.

Como os americanos sempre foram seus melhores clientes, ele decidiu continuar seu trabalho diretamente no país deles.

Assim, no ano de 1925, ele (acredite se quiser) alugou a Casa Branca para um criador de gado texano por 99 anos por US$ 100.000 por ano, com o primeiro ano de aluguel pago antecipadamente, é claro.

O saldo bancário de Furguson agora era grande o suficiente para ele pensar em se aposentar.

A porra da vaidade

Seu ponto fraco foi sua vaidade levou a melhor sobre ele.  Ferguson queria encerrar sua carreira de 171 com um grand finale.

Enquanto estava em Nova York, ele encontrou a vítima perfeita, um milionário australiano de Sydney.

Furguson disse a ele que a entrada do porto de Nova York seria alargada e, lamentavelmente a Estátua da Liberdade estava no caminho. No entanto, os apegos sentimentais não poderiam parar o caminho do progresso… E o golpe colou!

O australiano tentou levantar o depósito de £ 100.000 nos próximos dias.

Furguson estava praticamente colado ao seu lado, afastando-o cuidadosamente de qualquer um com quem ele pudesse se gabar de sua aventura. Arthur Furguson gentilmente se permitiu ser fotografado com seu comprador, de braços dados, em frente à Estátua da Liberdade. Ele já estava planejando dar no pé com a bufunfa quando uma coisa inesperada aconteceu:

Houve um atraso na liberação do dinheiro. Furguson ficou impaciente e o australiano ficou desconfiado com a impaciência do vendedor afinal a estátua da liberdade não ia sair dai daquela ilha tão cedo.

O homem levou a foto dele e de Furguson para a polícia. Era exatamente o a polícia queria. Eles já sabiam do mítico vendedor de monumentos, mas ele sempre conseguia escapar deles. O australiano os conduziu direto a Furguson, que acabou preso.

Furguson ficou preso por apenas cinco anos, um preço bastante pequeno a pagar pela fortuna que havia feito.

Ele foi solto em 1930 e mudou-se para Los Angeles, onde viveu em um ambiente de luxo nababesco (pago por alguns truques mais convenientes) até sua morte em 1938.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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