Força Ambiental

Eu fiz um post no Twitter hoje sobre uma coisa que eu sempre pensei. 
Trata-se da criação de uma quarta Força militar. Hoje temos o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.  São forças que visam a defesa do país em tempos de guerra. Claro que como o Brasil não entra em guerra desde a Segunda Guerra Mundial, esse investimento todo é direcionado para projetos importantes, como ajuda no controle de fronteira, apoio em caso de desastres, contenção de crises sociais, patrulhamento da Amazônia, apoio à comunidades ribeirinhas, e vigilância do espaço aéreo.

O que seria a Força Ambiental?

A Força ambiental seria construída com efetivos oriundos das três forças de Guerra, trazendo sua expertise, e seria responsável pontualmente por ações de impacto ambiental num país que contém uma das maiores biodiversidades do nosso planeta.  Por exemplo, hoje quando se trata de períodos de queimadas, e a coisa sai do controle, como já aconteceu antes, (sem nem entrar no mérito do fogo por sabotagem e etc)  o país conta com um efetivo limitado, com equipamentos precários de combate ao problema, com poucas aeronaves especializadas, nós recorremos a  batalhões de bombeiros de diversos estados. É improviso.

Não temos algo especializado. E tá SOBRANDO dinheiro para montar essa infra. Há dinheiro internacional bloqueado para o Brasil porque nós não apresentamos projetos concretos para lidar com a questão do meio ambiente de maneira transparente.

Uma Força ambiental pode atuar em questões de conflitos fundiários nos parques nacionais, pode atuar efetivamente em programas de contenção da exploração predatória da fauna em parceria com o IBAMA, pode e deve atuar com a polícia federal e com a Abin para grampear e obter informações dos garimpos, das máfias de madeireiras internacionais no Pará. Pode e deve destruir construções irregulares em áreas de proteção, mesmo que seja do prefeito metido a gângster.
A força ambiental pode se provar fundamental para atuar no plantio e reflorestamento por bombardeio de sementes, em áreas pontuais, usando o sistema de satélites (que nós já pagamos caro para usar) usando um troço que é bem raro na terra do improviso: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.

Todo fucking ANO a gente sabe o período das queimadas no Brasil. Nego deixa para tomar providências quando a coisa já está incontrolável. Eu penso que tem que ter METODOLOGIA e equipamentos de ponta. Tem que ter ciência. Talvez seja possível usar machine learning para determinar pontos específicos para posicionar batalhões da FA para agir com rapidez.  Deve dar para colocar sensores via satélite em certas áreas críticas.

A Força Ambiental pode trabalhar em conjunto com a EMBRAPA visando criar metodologias de reflorestamento acelerado. Pode e deve atuar in loco, criando batalhões localizados nos pontos de reiteradas queimadas ilegais, pode trabalhar para desarticular grupos de baloeiros, pode trabalhar com a força aérea desenvolvendo drones específicos para destruir balões arrastando-os para o oceano, apagando a bucha com explosão e os derrubando. Pode atuar junto com o exército para coibir retirada ilegal de areia, exploração ilegal de minérios…

Nos períodos de fortes chuvas a força ambiental entra ajudando os municípios atingidos como um braço federal, com equipamentos, barcos, sistemas planejados de evacuação, de remoção de lama, com maquinário de ponta.
Podem atuar sob demanda de pequenos municípios que queiram reflorestar grandes áreas e não possuam contingente para tal. Investindo em  parcerias com institutos tecnológicos de todo o país e Universidades Federais para criação de sistemas de limpeza e coleta de resíduos em mananciais e corpos d´água. Falo de centros de pesquisa 100% focados em meio ambiente. sem conversa fiada, com projetos concretos. Maquinas de coleta de plástico, filtragens, projetos de captação…

Ao completar 18 anos, as pessoas poderiam optar por Exército, Marinha, Aeronáutica ou Força Ambiental. Eu escolheria a força ambiental, com certeza.

Mas é só uma ideia. Talvez esteja mais pra um delírio, hehehe. Mas é melhor botar os caras plantando árvores que pintando paralelepípedos.

Talvez não desse certo, poderia virar um cabidão de emprego, mais um buraco negro estatal para os parasitas sugarem o dinheiro, com muito cacique para pouco índio… Nossos problemas são difíceis e nossas mazelas são sistêmicas.

 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Cara, achei a ideia genial. Se feito da maneira correta e bem estruturada poderia dar super certo. O problema é que o país em questão chama-se Brasil e sabemos o que iria acontecer.

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