sábado, fevereiro 15, 2025

Eu e o amor

Eu acreditava no amor. Mas o amor não acreditava em mim.

Até que um dia, eu estava de carro e por mera distração atropelei o amor. Achei que era o fim, que o amor havia morrido. Desci do carro e vi o amor dar seu último suspiro.
O amor fechou os olhos e caiu para trás em meio aquela poça de sangue.
Eu voltei para o carro e pensava se ligaria ou não para os bombeiros. Enquanto isso, o amor jazia ali no chão. Me senti um assassino. Um assassino sem amor.
Eu pensei cá com meus botões: “Se o amor não acreditava em mim, por que eu vou comunicar aos bombeiros que o amor morreu?”
Além do mais, seria muito estranho aquilo. Dei ré no carro e passei sobre o corpo sem vida do amor.
Deixei-o no canto da rua, naquela encruzilhada escura. Enquanto eu dirigia, sentia uma ponta de arrependimento por ter passado por cima do amor. Ter deixado o amor para trás.
Eu pensei que havia acabado. Que o amor já era. Que não haveria mais amor no mundo.
Mas um dia, escutei um barulho na janela. Eu acordei pensando que era um ladrão. Andei com cuidado até a cozinha e acendi a luz. Ali estava o amor, com a geladeira aberta e minhas garrafas de cerveja na mão.
Eu me assustei. Achei que era um fantasma.
O amor sorriu e me abraçou. Ele estava de volta.
Naquele dia, descobri que o amor era imortal.
Desde então, toda vez que o encontro o amor, eu atiro nele.

Mas o amor é incansável. Ele sempre volta.

O amor voltou e eu pensei que ele era o mesmo. Mas ao matar o amor, eu havia morrido. Pensando que aquele era o mesmo amor, eu me iludia de que eu ainda era o mesmo.
Talvez aquele até fosse o mesmo amor, mas eu jamais seria o mesmo.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. show de bola…..acho q vou pegar meu carro e dá uns atropelamentos no amor.
    eu sei .eu entendi a msesagem..mas ficou meio triste a historinha. :worry:

  2. Também achei que deu uma perdida mais pro final, mas mesmo assim ficou uma das melhores coisas sobre o Amor que eu já li.

    Não perdeu a magia de quando as pessoas costumam escrever sobre o amor e ao mesmo tempo não ficou aquela coisa melosa que geralmente fica.

    Sensacional…

  3. oown meu DEEEEUUS…
    eu acho q eu já li esse post, mas só agora vim comentar…
    mandei pra duas amigas minhas.
    a mari já leu alguns dos teus posts, a manu vai ler agora
    é invejável teu talento ^^

    parabéeens

  4. [quote comment="50872"]oown meu DEEEEUUS…
    eu acho q eu já li esse post, mas só agora vim comentar…
    mandei pra duas amigas minhas.
    a mari já leu alguns dos teus posts, a manu vai ler agora
    é invejável teu talento ^^

    parabéeens[/quote]

    Poxa, muito obrigado por falar do Mundo Gump para suas amigas. Isso é muito importante. Valeu mesmo. :love:

  5. :] vc é um abençoado,
    inspira qualquer um….
    ….Deus te escolheu a dedo!!!
    parabéns por existir e fazer parte do nosso dia-a-dia…….
    abraços

  6. Recebi seu texto por e-mail, foi o jeito que meu namorado achou para dizer que não me amava… e tentar me fazer perceber que não tinhamos mais razão para continuar o relacionamento! Enrolado ele não acha? podia ter escolhido um texto mais objetivo no estilo: Querida, acabou!

  7. Belas palavras, amigo Philipe, me faz lembrar de um dos maiores poemas de amor já escritos que é bíblico. E é simplesmente fantástico!

    »I CORINTIOS [13]
    1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.
    2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
    3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
    4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece,
    5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;
    6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
    7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
    8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
    9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;
    10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
    11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
    12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.
    13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

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