-E agora Bruno? - Perguntou Gui, sorvendo o restinho do milkshake do fundo do copo com um sonoro barulhão.
-Agora não sei. Mas ele arrumou o emprego, pelo menos.
Bruno segurava a caveira e estava prestes a fazer um novo pedido quando ouviu o que parecia ser um choro. Vinha da sala.
Ele foi até a sala e viu a mãe sentada no sofá. Ela tentou disfarçar, limpar as lagrimas dos olhos.
Bruno chegou não viu a Bia. Ela estava oculta pelo bolinho de gente que havia se formado ao redor.
Bia estava chorando, tampava o rosto, sem graça. Uma amiga dela logo pediu pra...
Bruno acendeu a luz do quarto. Pulou da cama, agarrou a pedra da caveira na prateleira e segurou ela no colo. Olhou bem dentro dos olhos brilhantes da caveira de pedra e mentalizou o pedido:
-Eu quero a Bia!
Aquele foi um dia incomum. Bruno acordou e partiu para o centro da cidade. Foi em busca de lojas de bijuterias. Afinal, ele nunca teria dinheiro para comprar diamantes de verdade. Foi somente na terceira loja que Bruno encontrou o que buscava. Enormes cristais lapidados em forma de diamante. Mediu o tamanho de olho e calculou que dariam exatamente nas órbitas escavadas na caveira de pedra.
No dia seguinte, enquanto o carro percorria seu caminho de volta ao Rio, Bruno segurava a pedra da caveira em suas mãos. Era curiosamente pesada. Mais pesada do que parecia à primeira...
Estava tocando Reginaldo Rossi no radio do carro. Bruno odiava o Reginaldo Rossi e todas as musicas daquele sujeito brega. Mas o pai dele gostava. Além do mais, a musica do radio...