A lâmpada que está acesa a 77 anos

Essa é de dar arrepios na galera que tem mania de não deixar luz acesa. Um luminoso de neon de uma cafeteria de Los Angeles foi esquecido aceso desde a época da grande depressão.

O treco se manteve ligado por nada menos que 77 anos. O neon, que foi instalado em 1935, só foi descoberto porque os donos da Cafeteria Clifton´s começaram uma reforma. Se considerarmos que o primeiro luminoso de neon foi instalado no ano de 1923, numa revenda de automóveis, este que está aceso até este momento em que escrevo o post é muito, muito antigo. É uma surpresa que tenha durado tanto em operação, já que luzes de neon costumam ter uma duração estimada em apenas 20 a 40 anos. Nesse período o vidro se deteriora, e os transformadores se estragam.

De acordo com Kim Koga, diretor executivo do  Museum of Neon Art: “Encontrar um que sobreviveu, ligado, por tanto tempo, é incrível!”

O neon deixado ligado não tinha função decorativa que pensamos ao ler a palavra “neon”. Ele servia como iluminador trazeiro de uns paineis decorativos da cafeteria. Um desses paineis ficava no porão e com o tempo, foi coberto com plastico e compensado, numa das diversas reformas que foram feitas na cafeteria ao longo do tempo. No entanto, o cara que tampou o painel esqueceu de desligar a energia do neon e ele ficou aceso todos este tempo, sem que ninguém jamais suspeitasse.

As estimativas indicam que o neon esquecido pode ter consumido nada menos que 17.000 dólares de energia ao longo do tempo.

O neon esqecido só foi descoberto por acaso. Naquele dia, Andrew Meieram, o novo dono da cafeteria estava no estoque estudando os projetos de reforma quando na escuridão, olhando os detalhes com a ajuda de uma lanterna notou uma pequena luminisdade fraca surgindo por uma frestinha da parede. Ele pensou: “Epa, o que é isso?”

Ao remover a parede, la estava ele, acesão.

O café, que foi construído em 1904, foi adquirido por Andrew Meieran da família Clifton por 3,6 milhões de dólares. Ele planeja gastar mais $3,5 mi na reforma do edifício.  Meieran diz que não será surpresa se os empregados acharem novas curiosidades e tesouros durante a reforma. E dito e feito, logo depois de achar o neon esquecido, eles ja se depararam com outras curiosidades, como painéis repletos de autógrafos, e até uma lâmpada do Thomas Edison, fabricada em 1932, e que ainda funcionava!

fonte

Agora, se um neon tão antigo está aceso por tanto tempo, isso não se compara a lampada mais antiga do mundo, (que está também acesa direto) que é uma legítima lâmpada do Thomas Edison, datada de 1886!  No entanto, não há comprovação de que esta lampada teria realmente sido criada pelo Edison em 1886. A tal lâmpada está acesa até hoje e fica no Thomas Edison Winter State, na Florida.

Mas existem utras lampadas incríveis que ja estão funcionando há mais de cem anos. Uma delas é esta lâmpada fica no quartel general do corpo de bombeiros de Forth Meyers, na Flórida.

Ela foi coroada oficialmente a lampada em operação mais antiga do mundo, e sabe-se exatamente o dia em que foi ligada, oito de junho de 1901.  (está quase fazendo aniversário!)

Outra lâmpada famosa que está ligada há mais de cem anos fica localizada numa área de altíssima tecnologia: O centro de pesquisas nucleares do Laboratório Nacional de Sandia, nos EUA. Quando a lampada fez 100 anos de serviços prestados, o laboratório fez uma festa pra ela, e hoje há uma câmera que transmite o trabalho da lâmpada em tempo real para todo o mundo.

Há uma outra lâmpada incandescente que ficou conhecida com a sugestiva alcunha de  “A Luz Eterna”.  Ela passou a maior parte de sua vida pendurada na porta de entrada do palco na  Byers Opera House que fica na 7th Street, em Fort Worth, Texas.

Graças ao registro cuidadoso mantido pela administração da ópera, os cidadãos de Fort Worth podem provar que ela foi parafusado no bocal no dia 21 de setembro de 1908. A Casa da Ópera tornou-se um teatro no mesmo ano em que a lâmpada foi instalada. Posteriormente, virou  uma sala de cinema em 1920. Em 1970 alguém acidentalmente apagou a lâmpada, o que causou um pânico tal que o proprietário chegou a pendurar sinais alertando as pessoas para ficarem longe do interruptor. O teatro foi demolido em 1977, mas a lâmpada foi salva e se mudou para uma vitrine de vidro no Museu Stockyards, onde está conectada a uma tomada, e continua a queimar perenemente.

A história da terceira mais antiga lâmpada ainda ligada é triste. A lâmpada supostamente estava ligada em 1912, apenas quatro anos após aquela de Fort Worth, no entanto, não recebeu elogios, nenhuma fama, nenhum título nobre, e terminou a sua longa vida na obscuridade. Isso foi porque ela não lançou a sua luz em uma cidade pequena como Livermore, ou mesmo em uma cidade pequena como Fort Worth. Ela brilhava no coração de Manhattan, onde poucos prestariam atenção à luz fraca de uma lâmpada antiga.
Bem, isso até que um homem o fez.

Seu nome era Jack Gasnick. A lâmpada pendurada sobre a porta de trás do seu negócio,  Abastecimento Gasnick, uma loja de ferragens na Segunda Avenida, entre as ruas 52 e 53.

Jack amava a sua lâmpada, e odiava aquela de Livermore. Em 1981 ele escreveu a Dear Abby e afirmou que a lâmpada Livermore tinha queimado. (E não tinha.) Em 1983, ele escreveu ao Guinness e afirmou que a lâmpada Livermore era uma fraude. Pelo que podia ver do bulbo – e ele falou como um engenheiro mecânico de formação – a tomada parecia tudo errado, e não houve depósito de carbono no interior do vidro. (Gasnick observou que sua própria lâmpada antiga estava imunda.) Uma vez que a autenticidade do bulbo Livermore caiu sob suspeita, Gasnick declarou que seu bulbo – cuja idade ele disse que pôde verificar – era o mais velho do mundo. Jack, evidentemente, não sabia sobre a Luz Eterna de Forth Worth.

O que aconteceu com a lâmpada Gasnick, ninguém sabe. Gasnick, talvez frustrado que sua lâmpada não estava ganhando o reconhecimento de que ele sentia que merecia, vendeu o negócio, aposentou-se e desapareceu. (estima-se que ele deve ter por volta 80 anos agora).

A loja, e todo o meio quarteirão em que estava, foi demolida em 2003 para dar lugar a uma torre de 31 andares. Será que Gasnick levou sua lâmpada com ele? Ou ela estaria ainda a arder quando a energia foi cortada para o impacto da bola de demolição?

Como ninguém sabe o destino desta lampada antiga, talvez ela esteja enterrada sob toneladas de escombros, pacientemente à espera de alguma civilização futura a desenterrá-la e apertá-la em um bocal.
Outra lampada curiosa é a lâmpada eterna. Sabe-se que esta realmente foi ativada por Thomas Edison no dia 21 de outubro de 1929. Ela foi um dos  muitos destaques das celebrações de Ouro do Jubileu da Luz, orquestrada pelo  padre Edward Bernays para a General Electric Company.

A alegria, porém, não durou muito. Edison morreu dois anos depois que ele ligou aquele interruptor. Seis anos depois, a torre caiu, e a lâmpada milagrosamente sobreviveu ao colapso e – ainda mais milagrosamente –  nunca foi removida.

Ou pelo menos é isso que a General Electric afirma. Porta-vozes da empresa (em ressonância com  jornalistas locais) informaram que a luz continuava a queimar, enquanto uma segunda torre,  era construída em torno dela. A luz era, afinal, eterna.

Outra lâmpada velha que é digna de reconhecimento, está em um quartel de bombeiros, construído em 1912, na cidade de campina Mangum, Oklahoma. Não há câmeras aqui, e também não há vitrines de vidro. A lâmpada não tem sequer um nome. Os moradores se referem a ela simplesmente como “a lâmpada.”
Ninguém sabe ao certo quando essa lâmpada foi acesa. As melhores estimativas variam de 1926 a1929. A população local acha compreensível a imprecisão.  “Quando você coloca uma lâmpada, você normalmente não dá muita atenção”, explicou Louise, gestor municipal.

A lâmpada tinha atraído a atenção local no início dos anos 1940, pois enquanto as outras ao redor dela apagaram, ela se mantinha brilhante. Um dia, nos anos 60, a lâmpada foi transferida para um canto do dormitório no andar de cima, e durante algum tempo, os bombeiros a cobriram com tinta preta, para que pudessem dormir. Como o prédio é antigo, todas as luzes estão interligadas e ou apaga-se tudo ou está tudo aceso. Quando a luz cai devido a chuva ou tempestades, a lâmpada apaga. Mas basta a luz voltar que ela acende e retoma seu trabalho.

Certamente deve haver outras lâmpadas antigas por aí, queimando na obscuridade, conhecidas apenas a um círculo relativamente pequeno de fãs locais. Então por que não olhar em torno do seu bairro? Existe um velho teatro, ou corpo de bombeiros, ou hospital, ou a biblioteca com uma luz que está sempre ligada?

Pode ser uma lâmpada para o livro dos recordes. Tudo que você tem a fazer é encontrar alguém com idade suficiente para lembrar quando o bagulho foi plugado.

fonte 

 

 

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Philipe, quando li ”
    No entanto, o cara que tampou o painel esqueceu de desligar a energia do neon e ele ficou aceso todos este tempo, sem que ninguém jamais suspeitasse.” confesso q senti cheiro forte de sacanagem, apesar de um texto incrivel que praticamente nos convence ser real, ñ posso esquecer que vc é um incrivel contador de histórias, vide “O Relato de um MIB” q até video tinha… Então me pergunto: Estou sendo trollado? rsrsrs

  2. Não é por nada que nos quadrinhos a lâmpada é o simbolo de uma idéia:

    Esse post me fez pensar: tenho um pente de cabelo, o unico que uso, que gosto muito. Ele é  antiestatico, flexivel, e mesmo quando pinto o cabelo, ele não fica manchado. Ele esta comigo ha 22 anos e não parece velho; ainda tem as letras com o nome escritas em dourado!

    Fico pensando que com um pouco de esforço por parte das industrias, as coisas durariam muito mais, teriamos menos problemas com o acumulo de lixo.Claro que também o consumismo ajuda a manter trabalho pra uma população em constante crescimento… 

    Mas se investissem mais no turismo como forma de criação de empregos? Mais serviço e menos consumo?

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