Mortes misteriosas reacendem o medo do Chupacabras no Chile

Ataques a animais jovens com comportamento estranho do rebanho despertou o temor que o IEA possa estar de volta

Conforme matéria publicada pelo Coast to Coast, novos casos de ataques a animais de rebanho ocorreram no Chile. O caso aconteceu na cidade de Central Citani, que fica perto da fronteira com a Bolívia. Em novembro, um punhado de lhamas e alpacas morreram em circunstâncias misteriosas nas quais seu sangue foi aparentemente drenado de seus corpos. 
Como tradicionalmente ocorre, os animais são encontrados em condições estranhas que chamam a atenção dos criadores – habituados a ataques de predadores que já viram a vida inteira na profissão. Quando eles se deparam com casos estranhos, relatam à imprensa que logo sugere uma solução corriqueira, que é atribuir os ataques a rituais satânicos, e predadores naturais, muitas vezes desprezando completamente circunstâncias, evidências e até mesmo a FAUNA da área. Isso é curiosamente parte da estrutura fenomenológica que permeia os ataques de IEA (intruso esporádico agressivo) no mundo todo.



Os ataques aos animais em Citani não escapou do padrão: Os incidentes iniciais foram inicialmente atribuídos a malfeitores humanos, mas conforme os ataques continuaram a ocorrer ao longo de várias semanas, os aldeões começaram a se perguntar se algo mais sinistro – e potencialmente sobrenatural- poderia ser o “culpado”.

Uma macabra criatura sugadora de sangue espreita na escuridão?

O fazendeiro Juan Choque explicou que as criaturas mortas são na maioria das vezes lhamas e alpacas juvenis, o que é bastante esquisito, pois “o animal jovem não serve a ninguém”. A ideia especulada pela mídia de que uma pessoa que mora na aldeia possa ser a culpada pelas mortes foi logo descartada porque Juan não credita que alguém seja tão mau e não só por isso, mas pelo trabalho que daria e os riscos envolvidos.

Como “as mortes continuaram”, chegando a 50 animais mortos somente numa semana, alguns membros da comunidade propuseram a teoria de que sua cidade se tornou alvo do notório criptídeo conhecido como “El chupacabra”.

Evidentemente que o chupacabra tem sua dimensão mítica, mas é fato que ao se analisar dados concretos de ataques pregressos veremos que nos anos 90 uma grande onda de ataques afetou a América do Sul, atingindo fortemente o sul do Brasil e posteriormente surgiu no Chile exatamente quando os casos sumiram no Brasil.

Apesar de ganhar fama nos anos 90, o fenômeno de ataques insólitos pode ser rastreado até antes dos anos 50. Mas foi com a onda do final da década de 90 que se iniciou em Porto Rico no ano de 1995 (onde o ser ganhou o nome de Chupacabras) que a criatura recebeu mais atenção e os ataques se estenderiam ao México, pouco a pouco, assolando mais países hispanoamericanos. Estima-se, que só em Porto Rico, um número de ataques de IEA passou de 2.400 casos. Em muitos de cada um desses casos, foram dezenas de animais assassinados em uma só noite.

No México, num desses casos, um patologista revelou-se incapaz de determinar que tipo de predador conhecido conseguiria abater 40 ovelhas, ao mesmo tempo, numa só noite, e beber 3 galões de sangue de cada uma delas. Na Espanha, de um rebanho 700, 163 ovelhas “sumiram” sob a luz do dia.

Em outro rebanho, 600 animais foram atacados perto dos Pireneus.  O número de ataques do Chupacabras no Chile ultrapassou os 45.000 animais mortos! Uma coisa curiosa é que depois da onda de ataques no Brasil começou a onda de ataques no Chile que durou cinco anos até decair lentamente e se converter a casos esporádicos e não concentrados de ataques.

Embora os céticos digam que o chupacabra não existe e é apenas uma lenda urbana que, neste caso, gerou uma espécie de histeria, os criadores de animais da região levam a possibilidade a sério estão colocando luzes acesas ao redor de suas propriedades na esperança de rechaçar a criatura sugadora de sangue. Para os jornais, os fazendeiros observam que o predador “não come a carne, nem as entranhas. Nunca vi nada assim. Ele ataca à noite e os animais parecem não defender o bebê .”

O misterioso comportamento do rebanho é uma característica peculiar do misterioso fenômeno dos ataques, uma vez que em diversos casos brasileiros investigados pelo ufólogo e pesquisador Carlos Alberto Machado, os animais não reagiram, cães não latiram, não houve escândalo, apenas a morte silenciosa em plena madrugada, com muitos dos animais tendo suas orelhas cortadas de modo limpo e sem sangue e não dilaceradas a mordidas. Há também casos em que os animais abatidos foram “organizados” em linhas, com machos de um lado e fêmeas do outro. Sem alarde nem sujeira, o que sugere um estranho tipo de inteligência. Também chama a atenção casos em que o animal abriu porteiras e depois fechou, para chegar aos animais em cativeiro e há também muitos ataques em que o estranho predador só matou fêmeas.

Buscando descobrir o mistério em Citani Central, as autoridades locais já recrutaram especialistas para examinar as criaturas abatidas, mas sua análise se mostrou inútil, pois descobriram que os ataques não pareciam ter sido cometidos por predadores conhecidos na área. 
Como tal, testes adicionais foram encomendados nos animais na esperança de que algum tipo de pista possa surgir para ajudar a encerrar o caso. Até então, fazendeiros como Juan Choque são forçados a esperar e torcer para que nem eles nem seus animais sejam vítimas da misteriosa criatura que vem deixando toda a comunidade rural apreensiva.

Enquanto no Chile os recentes ataques estão centrados em Alpacas, no resto do mundo o IEA tinha alcance mais amplo.  Vacas, cavalos, ovelhas, gansos coelhos, gatos, galinhas, até mesmo uns galos-de-rinha foram vítimas. Como ataques em grandes rebanhos de cabras chamaram atenção, é daí que eu acho que veio o nome de chupa-cabra.

O negócio foi se espalhando, mas como eu já tinha dito lá atrás, esse predador pode estar aí há muito tempo, porque se você olhar na mítica e lendas locais, vai encontrar uma série de ressonâncias curiosas.

Nos anos 70, por exemplo, surgiu lá em Porto Rico “El Vampiro de Moca” que chupava o sangue dos bichos.  Em São Salvador, existiu o “Sacalenguas” (Arranca-Línguas) na Guatemala, há o “Chupasangre” (Chupa-Sangue), há também o “Chupagente”,  o “Mata-Chupa” e também um  que tem um nome mais direto,  “El Mutilador de Animales”.

Quando foram feitas as investigações, o Departamento de Recursos Naturais de Porto Rico divulgou um boletim sobre a morte de uma das cabras dizendo o seguinte: “Ela pode ter sido atacada por um cachorro”.

Essa desculpa do cachorro assassino, nós iremos ver surgir num montão de outros casos posteriores, tornando o cachorro assassino como uma espécie de “gases do pântano” do fenômeno do intruso esporádico agressivo.

Se bem  que vou te falar uma coisa, a desculpa do cachorro assassino é muito boa mesmo, porque outras justificativas que já usaram são mega ultra bizarras, como ratos comendo a cara de pessoas e até mesmo ataques de vermes comendo bois inteiros.  Isso aconteceu em 78, ainda no Mato Grosso, um fazendeiro perdeu 50 cabeças dessa mesma forma, e a única explicação para a época, dada pelas autoridades, foi a de “problemas causados por vermes” Hahahaha.
Em 1973 a revista Ovni Documento já trazia casos insólitos  de ataques a ocorridos com cordeiros e ovelhas. Citações como “estranhos furos no pescoço” e “completamente sem sangue” já apareciam nesses relatos dos anos 70.

A forma do monstro

Em Porto Rico, a forma da criatura variava bastante, mantendo porém, um padrão constante em cada variação. Muitos descreveram uma criatura baixa, com cabeça de serpente, um tipo de “prega” de pele assemelhada a umas “asinhas” e uma espécie de membrana ou “crista” no dorso. A figura ”clássica” que se popularizou não exibia nenhuma cauda, mas as três garras curvas eram bem visíveis às testemunhas, bem como suas presas enormes. 

O problema com essas observações é que o ser humano é péssimo para registrar formas diante de grande impacto emocional. Assim, os relatos das testemunhas (No Brasil muitas pessoas viram, e há até casos de carros atropelando o ser na estrada, e pelo menos um caso incrível de polícia PRENDENDO o chupacabras numa cela de delegacia) da forma do chupacabras são mais ilustrativos, do fenômeno.
A coisa foi ficando muito pior com o tempo, dando a suspeitar de que o fenômeno estava produzindo uma certa histeria coletiva de fato. O fenômeno estava surgindo com relatos de óvnis, desaparecimento de pessoas e chegou ao ponto de ter caças da Força Aera dos Estados unidos sobrevoando baixo Porto Rico na mesma noite em que naves triangulares foram vistas por muitas testemunhas, o que deixou tudo com aquela sensação de “Arquivos X”.
No Brasil todas essas características se mantiveram, inclusive uma altíssima incidência de óvnis nas localidades que experimentavam a “crise” do chupacabras. Esses óvnis foram vistos por muitas testemunhas inclusive fotografados e gravados em vídeo diversas vezes.

Observando a casuística das testemunhas do chupacabras, podemos ver que a versão brasileira da criatura diferia muito pouco da hispânica. Ele era um pouco mais corpulento nos membros superiores, com braços descritos como mais compridos e mais fortes, todo o resto se manteve, com destaque para o elemento mais marcante, os olhos. Ele tinha os pés que lembram os de um dinossauro, ou galinha, e cochas massivas, com uma fora que sugere que ele anda pulando como um canguru. Inclusive, isso pode ser verificado com as evidências físicas nas áreas dos ataques, quando o padrão de pegadas foi impressa no solo arenoso de alguns currais. Na ocasião investigadores, jornalistas, biólogos e veterinários, notaram que as pegadas eram sempre paralelas e não alternadas em “passadas”.

Além de pegadas foram registradas e coletadas outras evidências, como fragmentos e fibras de pelagem e até mesmo fezes, que foram examinadas em laboratório.

O estranho “padrão”

Há as mais diversas variações na representação artística da criatura, numa estranha dicotomia entre o que realmente é relatado por testemunhas

O padrão de ataques que os pesquisadores consideraram o “modus operandi” do que acontecia na época, é muito bem definido, porque o volume de ataques no Brasil foi extremamente expressivo, mostrando uma certa padronização de ataques bastante homogêneo, e isso é muito intrigante, porque pode dar pistas na investigação do fenômeno.


Como nos diz Carlos Alberto Machado em seu livro “Olhos de Dragão”, animais de criação ainda estão lá, e os predadores naturais também, mas os casos de mutilação animal decaíram vertiginosamente com o tempo.

Sabe o que aconteceu de modo similar? Os ataques das luzes “chupa-chupa” e dos “aparelhos” no incidente da Operação Prato.

Foi uma onda assim também: veio aumentando, tornou a região de Colares quase uma cidade fantasma porque o pânico na população foi gigantesco, e depois começou a decair até praticamente se extinguir, o que nos leva a traçar paralelos e questionamentos. O período do chupacabras foi muito marcado por ufos justamente nos locais de ataque. Esses fenômenos estão ligados de alguma forma? Não se sabe com certeza, mas as evidências apontam para uma possível hipótese ligando o intruso esporádico agressivo às mutilações animais.

Essas mutilações ainda ocorrem, não só com animais, segundo o Carlos Alberto Machado nos mostra em seu livro “estranha colheita”, há inclusive casos macabros de mutilações humanas e para nosso desespero, talvez estejam ainda em curso. Há quem diga, “ah, mas chupacabras é lenda”, mas ok, então é uma lenda que tem até B.O. contra ela, porque há alguns casos de pessoas atacadas pela criatura que não foram mortas, mas ficaram feridas no ataque e abriram B.O. contra o bicho na polícia.




Boletim de ocorrência contra ataque do Chupacabras


As dimensões folclóricas

É preciso ser um idiota completo para recusar a perceber que o problema do chupacabras transcende os fatos físicos e evidência analisáveis e entra com toda sua glória e esplendor na dimensão mítica. E a mítica é claro, muito forte por ser de forma preponderante, um traço da característica humana.
É por conta disso que não é incomum que muitas pessoas que se inclinam a analisar o fenômeno imbuídos de um espírito com base no materialismo científico e uma forte dose de preconceito social com relação ao padrão cultural das testemunhas, somado a um certo viés de confirmação, (descartando tudo que sue estranho como “ruído” e remontando evidências com somente o que corrobora sua hipótese) vão circunscrever a criatura somente na dimensão folclórica.
O pesquisador do Comitê para a Investigação Cética, Benjamin Radford, fez todo um estudo para desbancar a história do Chupacabra como um produto de histeria social somada ao folclore.

Claro que o chupacabra tem sua dimensão de folclore. É um fato. Eu concordo com ele nisso.  A questão que se coloca é: em quantas outras dimensões essa criatura pode estar para além da dimensão mítica?

Eu acho benéfico qualquer estudo que possa apontar algum caminho para a elucidação do mistério. Não vi na época e nem depois, qualquer pesquisador sério do fenômeno dando uma de advogado do chupacabras e defendendo arduamente sua existência.

“Ah, mas esse bicho não faz sentido”. As coisas não fazem MESMO. A graça é essa, aliás.

 Ninguém sabe o que é esse troço, a verdade é essa; Achei que o Machado foi muito feliz no livro dele, Olhos de Dragão, de pegar todo o lote de informação que ele levantou e botar no livro: “olha, está aqui. Um cara me falou isso, um relato de um militar disse isso… E entrevistas com os donos de chácaras e sítios que tiveram os animais atacados. Tem as filmagens, a mídia cobriu os casos. Pode não ser nada? Que bom, mas então é preciso mostrar de maneira indubitável qual é o outro animal que mata as 200 cabras numa noite corta as orelhas delas e não desperta nenhum dos cães de guarda das propriedades!

De quebra, é preciso que se explique como um animal selvagem local organiza as carcaças, monta a “cena” do abate. Por que o ataque nas orelhas? Todas são removidas, os cadáveres estão cortados, não dilacerados. Muitos animais tiveram perfurações cilíndricas e até retangulares atravessando inclusive ossos, no dorso e nos crânios. Há corpos que tiveram furos e os órgãos internos todos foram removidos. Tudo isso foi registrado em necropsia feita por profissionais.

É preciso também provar que as testemunhas estão fantasiando ou mentindo. Teve gente que atropelou o bicho na estrada e destruiu a frente do carro. Há fezes, supostamente da criatura que foram para análise em laboratório. Há um fenômeno muito intrigante que ainda nem contei aqui, que é: Nem todo animal era morto.

Alguns escaparam, feridos, alguns muito feridos mesmo, outros ficaram mutilados sem as orelhas. Acredita-se que esses que ficaram vivos estariam sendo atacados quando o IEA interrompeu o ataque e fugiu.


Porém, todos os animais que foram atacados, mesmo os que ficaram vivos por semanas após ao ataque, vieram a falecer, e exames laboratoriais mostraram que estavam gravemente anêmicos. Isso é um dado científico que não se pode atribuir a delírio, folclore ou histeria.


As pessoas anseiam desesperadamente por alguém que lhes diga o que realmente aconteceu, e há também, é claro, pessoas que anseiam ainda mais por alguma figura de autoridade que lhes diga que está tudo bem e que não devem se preocupar.

Na realidade, quem diz que “sabe a verdade” do que aconteceu nessa época, não só no Brasil, mas na Espanha, Chile, Estados Unidos, México, Colômbia e etc, ou é ignorante ou pode estar seguindo alguma “agenda”.


Claro que qualquer análise que coloque em xeque as crenças mais arraigadas pode desencadear ataques pessoais. O Radford e o livro dele que conclui que o Chupacabras é só uma invenção, foi esculachado pelos caras da Fortean Times, que já estão no outro extremo, pq acreditam piamente no chupacabras, e no pé grande, e no monstro de Loch ness e por aí vai…

O que me preocupa sempre é com uma frase do Jung que diz o seguinte:

Eu não sei, logo, não existe !

 
Cada um acredita no que quiser, mas eu, como vivi essa época dos ataques aqui no Brasil, fico com as vivências e observações do Carlos Alberto Machado que estava lá no olho do furacão, vivendo a cada dia novos ataques, cada vez mais impressionantes. O Radford começou a escrever o livro dele o que? Dez anos depois da onda do fenômeno? Mais ou menos isso. Então ele não vivenciou o fenômeno. Ele coletou dados e revisou depoimentos e a partir dessa pesquisa que diz ter levado cinco anos conclui “que não tem nada aqui que seja interessante para ser investigado”. 

Ora, me parece muito um “Eu não sei, logo, não existe”.


No entanto, quando diz que o Chupacabras é um fenômeno lendário e folclórico. É mesmo.

Uma das funções dos mitos e lendas, do folclore de modo geral, é servir como um instrumento criativo de estruturação do mundo que antecede o conhecimento científico. Assim, se algo estranho ocorre e não há uma explicação racional disponível, a mítica se encarregará de construir uma narrativa com alguma coerência suficiente para acalmar o incômodo produzido pelo insólito.

É a fonte, de onde inclusive, surge a religião.
Mas a questão aqui é: Será o Chupacabras Só isso? 

É confortável meter o carimbo de “fake” de sua casa nos Estados Unidos, dez anos depois que tudo já aconteceu e o fenômeno já se reduziu a praticamente zero.
O fenômeno é realmente intrigante. O próprio Carlos Alberto Machado questiona o fenômeno e suas bases mais simples: Como é possível que um animal descrito com 1,70 possa beber o sangue de dez bois numa noite? Não cabe. È questão de Física. Um ser desse porte poderia no máximo sugar um litro de sangue. Um único boi possui normalmente cerca de 40 litros de sangue. Simplesmente, NÃO CABE NO BICHO. Alguma coisa não bate  – e não bate de jeito nenhum nesse mistério.
A única possibilidade que restaria na hipótese do animal misterioso, é que fossem um monte deles, mas nesse caso, isso teria que deixar um monte de rastros, e um monte de registros de visão do monstro, o que não aconteceu até onde eu sei, ao menos no Brasil.

Mas em Porto Rico, uma testemunha avistou, em 1995, uma verdadeira “horda” de cerca de 15 Chupacabras saindo de uma luz que surgiu no céu, conforme o depoimento ao documentário “Adventures Beyond” – Chupacabra de Bob Schott, 1996.

Há muito mais perguntas que respostas e temos que crescer e aceitar e aprender a lidar com isso, separando a fantasia da realidade, muito embora a gente saiba que a mente é livre para criar as mais incríveis hipóteses para explicar qualquer coisa.

Mas entenda: Hipótese não é verdade. Hipótese é hipótese. 

Capturas do chupacabras

Por mais estranho que possa parecer, em seu livro “Olhos de Dragão”, Carlos Alberto Machado nos conta duas situações peculiares onde o criptídeo misterioso teria sido capturado. A primeira e mais estranha história me parece vagamente contaminada com fantasia, e pareceu também ao Carlos. Mas ele foi investigar.

O Chupacabras na cadeia



Um informante contou a ele que na cidade de Campina, o chupacabras teria sido capturado pela população local, que não aguentando mais os ataques, se organizaram para cercar e emboscar o bicho.

Teriam usado foices e uma tarrafa para prender o ser, mas, não sabendo o que fazer com ele, levaram a criatura para a delegacia local. Devido ao burburinho levantado nas vizinhanças da delegacia, o delegado teve que liberar visitas públicas, pois todos queriam ver a estranha criatura, o que levou a uma inusitada “procissão” de gente indo na delegacia que tinha virado um macabro jardim zoológico.

A testemunha conta que quando o bicho se recuperou da surra e acordou, ele debatia-se, realizando pequenos vôos em sua cela. Seu corpo era coberto de pelos escuros, seus braços eram longos e, em suas extremidades, possuíam três longas garras afiadas. Possuía também pequenas asas, olhos brilhantes avermelhados, dentes caninos salientes e produzia um som sibilante e assustador.

Assustado, o delegado telefonou para o Exército. O mesmo teria então dado ordens expressas que ele cessasse com a exibição pública e, em seguida, os militares foram no local para apreender a criatura e levaram ela embora, para onde, ninguém sabe.
Os mesmos representantes militares teriam proibido o delegado e sua equipe de abrirem a boca sobre o caso usando o famoso “aperto”.
Caso contrário, perderiam seus empregos. Machado aponta que a descrição do informante batia perfeitamente com a das testemunhas porto-riquenhas do Chupacabras. Estranhamente, naquela mesma semana, o delegado foi aposentado de suas funções, mas quando foi entrevistado por Carlos, antes mesmo de qualquer indagação ele já veio negando tudo. E assim essa incrível história ficou por isso mesmo.

Chupacabras preso na jaula


Nesse segundo caso de captura, muito mais concreto, foi o próprio investigador que com auxílio de um fazendeiro “pegou” o misterioso ser.

Uma armadilha para o Chupacabras


O bicho foi capturado em Bocaiúva do Sul, na chácara do Sr. Moacy  Noé Taborda Ribas.
Ele fabricou lá uma armadilha de ferro, um gaiolão enorme, usou até câmera infravermelha, ( e isso era caríssimo e quase inacessível nos anos 90) para tentar capturar o ser.
Usando essa enorme jaula de ferro e animais como isca, e colocando até câmeras infravermelhas para tentar registrar o ataque, eles enfim lograram sucesso numa madrugada. Mas o que quer que tenha caído na armadilha era tão forte que ele simplesmente quebrou a jaula, matou a isca e fugiu com o corpo, desviando da área da câmera.
Fica o intrigante registro e a pergunta, desde os anos 90 sem resposta: Qual animal da fauna brasileira conseguiria quebrar barras de ferro daquelas?

O homem que matou e analisou as entranhas de um “Come-línguas”

Caso você seja como eu, um ávido interessado em relatos e histórias escabrosas e bizarras, vai se deliciar com o estupefaciente relato descrito por Shirlei Cristina Massapoust em sua dissertação de mestrado (excelente por sinal) intitulada “PARECE MORTO: UM OLHAR FILOSÓFICO SOBRE O PAPEL DO MORCEGO VAMPIRO NO PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO E SUA INFLUÊNCIA NA ARTE COSMOPOLITA” que trata sobre o morcego hematófago na cultura do mundo nas mais variadas dimensões. Em um capítulo onde ela traça paralelos com o IEA e grandes seres míticos hematófagos, há um relato sobre um homem que havia matado não só um, mas dois IEA do tipo “come-línguas”, que é a grosso modo, um chupacabras voador das lendas da América Central:

Em novembro de 1947, o folclorista Pompilio Ortega (1890-1959) localizou dois habitantes da zona rural que afirmavam haver matado o come-línguas (come lenguas), um personagem folclórico de Honduras. O entrevistado Miguel Anariva contou que ouviu sua esposa gritando, apavorada, pois ela viu “Satanás” pousar no teto de seu casebre.

Era um morcego vampiro tão grande que suas asas abertas tomavam toda a extensão do corredor onde ficou pendurado de ponta cabeça (ou seja, tinha cerca de um metro de envergadura). Miguel apanhou um facão, fez o sinal da cruz no ar e falou à mulher:

“Pois se isto for mesmo o Diabo, que se confesse, porque chegou sua hora”.

O morcego apunhalado explodiu feito bexiga d’água. Estava cheio de sangue. Isto se passou na aldeia de Montañeras, no departamento de Comayagua, Honduras, perto da fazenda de Cézar Zagala, onde o come-línguas havia acabado de fazer sua última refeição. Miguel comentou o caso com seu afilhado, Federico Castillo.

Sabendo que existia mais dois come-línguas, vindos da Selva Amazônica, como dizia o povo, Federico saiu para caçar o hipotético produto da natureza na montanha de Tascalapa, na jurisdição de Trinidad, no departamento de Santa Bárbara.


Nos locais onde o come-línguas causa danos nunca se acham pegadas ou sinais de luta entre presa e predador. Não se escuta nenhum ruído. Houve casos em que mais de uma dezena de homens “armados até as unhas” fizeram ronda nas fazendas e mesmo assim o morcego entrou. Apenas Federico tinha informações privilegiadas, sabia exatamente o que estava procurando e conseguiu matar outro come-línguas. Ele e Miguel dissecaram seus vampiros. O come-línguas tem dois estômagos, à semelhança dos ruminantes. O volume corporal incha após a refeição, ficando do tamanho dum peru com patas que parecem pés de pato e dotados de unhas que agarram firmemente no pêlo do gado. De asas abertas, o predador atinge a extensão dum braço humano. Tem uma vesícula de cinco centímetros, em forma de ovo, que segrega um líquido viscoso de odor tão forte quando o do enxofre. A secreção da vesícula tem um potente poder narcótico. Tem dentição completa, incluindo largos molares e dentes de sabre (colmilhos grandes como os dentes do javali, dois encima e dois embaixo, que se cruzam fora das mandíbulas). Estes dentes são afiados como navalha. Sua folha nasal
é achatada, como uma “rosa”, característica própria dos desmodontídeos em geral.
A parte externa da mandíbula tem uma ponta similar a um bisturi, usada para cortar a artéria sob a língua das rezes. Quando caça, ele desce silenciosamente como uma figura nebulosa mais negra que a noite. Baforeja na face da vítima, duas ou três vezes, liberando gotículas da fétida substância entorpecente produzida em sua vesícula especializada, até o animal expor a língua para lamber aquilo. Então o morcego introduz seu “bisturi” natural por baixo da língua do boi, fura veias e sorve o sangue. Por último, amputa a língua do gado e come.
(ORTEGA, Pompilio. Patrios Lares. Honduras, Universidad Nacional Autonoma de Honduras, 1996, p 167-170.)

Claro que Pompilio Ortega não afirma tais dados como fatos concretos, mas como folclore, talvez porque fosse essa a única forma de viés que a academia aceitaria tais afirmações sem bater a porta em sua cara. Mas soa peculiar que o folclorista coletou narrativas na zona rural de Honduras muito semelhantes às relatadas ao ufólogo Carlos Alberto Machado, que não apenas também chegou a mesma conclusão que a criatura seja ela como for, “vomita” uma espécie de caldo malcheiroso sobre a carcaça da vítima em algum ponto do ataque. Esse caldo se torna pegajoso como um adesivo conforme é exposto ao ar, lembrando algum tipo de “plasma” sanguíneo composto por um misto de proteínas.

IEA – Um mistério persistente


Como este post ja está ficando muito grande, eu devo encerrá-lo por aqui. O estranho IEA não só representou como ainda representa m desafio não somente para a criptozoologia, mas para a veterinária, a zoologia tradicional, e muitas outras ciências, inclusive a Psicologia social e a Antropologia. O fenômeno foi sistêmico com diferentes frentes de pesquisas sendo levadas à diante.
Muitas pessoas costumam rir amarelo do fenômeno chupacabras, mas se há alguém que até hoje não acha a menor graça, são os proprietários rurais, que amargam grandes prejuízos com as mortes insolúveis em seus rebanhos.

Curiosamente, nessa semana saiu um podcast gravado no ano passado com meus amigos Tato e Maury onde converso justamente sobre a questão mítica e prática do IEA no mundo. Você pode ouvir aqui: https://redegeek.com.br/2021/01/25/eu-nao-acredito-047-chupa-cabra/

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. A entrevista que Joby Ogwyn deu para o Mike Tyson ,falando do seu encontro com um Yeti , descreve um ser bem direferente de um Yeti convencional , mas muito próximo de um chupacabras.

  2. Que bom que você voltou a postar com mais frequência, a qualidade do blog continua incrível, e esses posts longos sobre mistérios, ufos e curiosidades são os melhores tudo de bom parceiro.

  3. Qualquer pessoa que ria ou tenha total certeza que esses fenômenos são absurdo é doida, arrogante, tem muito medo ou tudo junto. Não tem como ter certeza do que é, mas porque tantas pessoas iriam inventar algo tão semelhante, tem que investigar e entender. Como está no texto, em algum momento muitas coisas hoje comprovadas pela ciência foram folclore.

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