Cozinhando mato para não morrer de fome: A terrível realidade da fome no Iêmen

Após seis anos de guerra, a comunidade tribal Bani Al-Kallam perdeu todos os rebanhos e colheitas, e isso reflete vividamente como o conflito mudou a realidade para a desgraçada população civil, que não foi apenas vítima de bombardeios da coalizão e combates entre rebeldes Hutu e forças governamentais.

Em uma colina perto de um vilarejo a apenas 100 quilômetros da capital do Iêmen, as mulheres da aldeia colhem as folhas redondas e carnudas de Cyphostemma digitatum, uma planta conhecida localmente como “Gulaf” no meio do mato, e depois as fervem e servem como alimento básico para suas famílias. Só tem isso. Ou é isso ou é a morte.

A instituição de caridade local Mona Relief afirma que chegou a Bani El Kallam pela primeira vez com cestas de alimentos contendo sacos de farinha de trigo, açúcar, óleo vegetal, lentilhas, arroz e leite em pó.

“Eu imaginei as pessoas comendo folhas em áreas remotas do Iêmen, mas não conseguia imaginar isso acontecendo tão perto da capital”, disse o diretor Fatik Al-Rudanin após visitar uma vila remota.


Bani Al Qallum tem um centro de saúde, mas não tem o apoio necessário para as pessoas que sofrem de desnutrição, embora este seja um grande problema de saúde na aldeia, diz a enfermeira Saddam Al Suweidi.

Na aldeia, “70% das crianças precisam de comida para curar a desnutrição”, mas a inacessibilidade da aldeia – a mais de duas horas da estrada pavimentada mais próxima – torna quase impossível vir ajudar.

“Se a guerra não parar, veremos mais e mais pessoas na capital Sanaa, comendo mato”, disse Fatik Al Rudanin, diretor da Mona Relief.

 

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É incrivelmente triste pensar em todas essas pessoas pelo mundo que estão passando fome, enquanto em outros lugares há verdadeiros mares de desperdício de alimentos, e até excrescêncioas alimentares como o do post anterior a esse.

Só o desperdício de comida nos estados unidos praticamente acabaria com a fome no mundo.

Os Estados Unidos jogam fora uma quantidade de alimentos que, por si só, bastaria para saciar 84% da população mundial. Os compatriotas de Donald Trump tendem, a cada ano, a não consumir cerca de 40% dos alimentos que compram. Estamos falando de milhões de toneladas de comida indo para a lata do lixo.

Essa realidade perturbadora foi fotografada e denunciada em um estudo realizado por Roni Neff, pesquisador da Johns Hopkins University. O desperdício alimentar é “um problema muito sério: estamos jogando fora muito dinheiro e recursos que poderiam tornar a vida melhor”, comentou Neff em uma entrevista ao jornal USA Today.

O aspecto ético é ainda mais evidente quando se considera que, para uma fatia de pessoas que compram mais do que aquilo que comem, há 40 milhões de estadunidenses, lá mesmo,  que não têm acesso a uma quantidade de alimento suficiente para o seu sustento.

Os dados falam até de 43 milhões de estadunidenses que, embora tendo um trabalho regular, conseguem sobreviver apenas graças aos subsídios estatais. De acordo com o pesquisador da John Hopkins, uma parte do problema pode ser encontrada na incapacidade de muitos norte americanos de entender quando um alimento pode ser comido ou já venceu: a maioria joga o alimento fora não porque efetivamente estragou, mas porque ele acha que não está bom, porque já foi comprado a muito tempo (mesmo estando na validade).

É uma maluquice isso.

Essa realidade, no entanto, não deixa os estadunidenses indiferentes. De fato, eles relataram que estão preocupados com todo o desperdício de alimentos e que olham com otimismo para todas as iniciativas voltadas a enfrentar o problema. O mesmo interesse vem da administração federal, que, várias vezes, assumiu como objetivo nacional a redução do desperdício de alimentos em elo menos até 50% em meados de 2030.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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