China constrói o mais profundo laboratório do mundo

Explorando as Profundezas: O Laboratório Chinês no Coração da Terra

Situado a 2.400 metros abaixo da superfície da Terra, há um laboratório chinês desenhando um cenário de inovação e descobertas científicas.

Bem-vindo ao Deep Underground and Ultra-low Radiation Background Facility for Frontier Physics Experiments (DURF), um projeto ambicioso desenvolvido pela Universidade de Tsinghua em colaboração com a Yalong River Hydropower Development Company, Ltd.

Profundidade Inigualável, Pesquisa Inovadora

Localizado sob a majestosa montanha Jinping, na província autônoma de Liangshan Yi, em Sichuan, o DURF não é apenas o laboratório subterrâneo mais profundo, mas também o maior, com uma capacidade total de 330.000 metros cúbicos, equivalente a cerca de 120 piscinas olímpicas. Sua localização profunda, a 2.400 metros abaixo do solo, serve a um propósito crucial: bloquear os raios cósmicos que frequentemente interferem na observação da matéria escura, tornando-o um ambiente ideal para estudar essa substância invisível.

Matéria Escura e Além

Entrada do laboratório Chinês
Entrada do laboratório Chinês

O DURF é projetado para ser um epicentro de pesquisa em campos fronteiriços como física de partículas, astrofísica nuclear e ciências da vida. Sua missão não se limita apenas a explorar os segredos da matéria escura, composta por aproximadamente 27% da densidade energética de massa do universo. Este laboratório subterrâneo pioneiro está prestes a se tornar um ponto de referência global para a pesquisa científica, atraindo mentes brilhantes de todas as partes do mundo.

Tamanho e Ambição

Com sua capacidade impressionante e localização única, o DURF ultrapassa todos os limites. Com cerca de 330.000 metros cúbicos, é quase o dobro do tamanho do Laboratório Nacional Gran Sasso, na Itália, atualmente o segundo maior laboratório subterrâneo do planeta. Essa grandeza não apenas consolida sua posição como o mais profundo, mas também como um espaço propício para a inovação científica.

O laboratório chinês nas Profundezas

À medida que o DURF se prepara para desvendar os mistérios da matéria escura com seu laboratório chinês, e se tornar um centro de pesquisa de destaque, seu impacto na ciência mundial é iminente. Este laboratório chinês, nas entranhas da Terra, promete abrir novos horizontes para a compreensão do universo e atrairá cientistas visionários de todo o globo, marcando um capítulo significativo na história da exploração científica.

Em resumo, o DURF não é apenas um laboratório subterrâneo; é um portal para o desconhecido, um palco onde a ciência se desenrola nas profundezas da Terra. Com sua ambição e capacidade sem precedentes, está destinado a transformar a paisagem da pesquisa científica global, redefinindo o que é possível nas profundezas do nosso planeta.

A China e os grandes investimentos em pesquisa

A China é um país que tem se destacado no cenário internacional por seu rápido desenvolvimento econômico, social e tecnológico. Um dos fatores que contribuem para esse sucesso é o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), que tem colocado a China na vanguarda da ciência mundial.

Segundo dados da plataforma Scimago, que inclui métricas de mais de 20 mil periódicos científicos de uma base chamada Scopus, a China publicou 788 mil artigos científicos em 2020 em todas as áreas do conhecimento, ultrapassando pela primeira vez os Estados Unidos, que publicaram 767 mil artigos no mesmo período.

Esse resultado é fruto de uma política de incentivo ao ensino superior e à inovação que começou na década de 1990 e que se intensificou nos últimos anos. Em 2021, a China investiu o equivalente a 2 trilhões de reais em P&D, o que representa cerca de 2,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor é quase um quarto de todo o PIB brasileiro e é superior ao investido por países como Alemanha, França e Japão.

A China tem se destacado em áreas como biologia molecular, farmacologia, astronomia, agricultura, ciências da computação e engenharias, liderando o ranking mundial de publicações nessas áreas. Além disso, o país tem avançado em temas como economia, artes e humanidades, ocupando posições de destaque no cenário global.

O investimento nesse laboratório chinês revela que a produção científica chinesa tem impacto direto na sociedade, na economia e na geopolítica.  O país também tem investido em projetos de grande escala, como o radiotelescópio FAST, o maior do mundo, e o reator de fusão nuclear artificial EAST, que alcançou temperaturas superiores às do Sol.

A China tem mostrado que a ciência é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento e a soberania de um país.

Ao mesmo tempo, a ciência é uma atividade colaborativa e internacional, que depende do intercâmbio de conhecimentos, dados e recursos entre diferentes nações.

 

Por isso, é importante que a China mantenha o diálogo e a cooperação com outros países, especialmente os emergentes, para promover uma ciência mais inclusiva, diversa e sustentável.

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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