Eu sempre quis ter uma parada dessas. è retrô eu sei, mas eu acho legal pra caramba. Gostei da primeira vez que vi e nuca me esqueci onde foi: No quarto de lua de mel de Clark Kent e Lois Lane, naquele filme em que Superman se hospeda nas margens das cataratas do Niágara.
Aparece rapidinho, lá no fundo, mas foi o suficeinte pra eu querer.
Então quando a moda voltou, primeiro nos Estados Unidos era bem caro. Inacessível. No Brasil não tinah e eu apelei. Acabei metendo a cara e construí a minha própria lava lamp.
Olha aela aqui:
Vou te ensinar como foi que eu fiz. Talvez você até se empolgue e resolva fazer uma pra você. Talvez você seja mais esperto do que eu e veja nisso uma ótima ideia para faturar o seu trocado e criar uma fonte de renda.
Mas antes, uma pequena ideia sobre o que é e como é que funciona essa coisa genial:
=========NÂO SOU QUÌMICO! NÂO ESPERE PRECISÃO.O RISCO É SEU!======================
O segredo da Lava lamp está no interior da garrafa. Esse vidro que parece bem legal nada mais é do que uma simples ( e babaca) garrafa comum. Escolha com cuidado. A garrafa precisrá obedecer os seguintes parãmetros estéticos: Baixa distorção. Sem costura ou emenda aparente na superfície. Base com vidro grosso. Espessura legalzinha nas paredes. Bico ou gargalo estreito e pequeno. Não pode ser muito comprido, do contrário atrapalhará pra criar uma tampa que disfarce a boca.
As garrafas mais maneiras que eu vi pra isso até agora são:
Vodka Absolut, Vodka Natasha. – Vodkas importadas dão bons vidros. Por que/ Porquê a vodka como uma bebida desitlada igual álcool precisa de uma embalagem bonita que gere belas refrações ( a distorção gerada pela luz ao passar pelo vidro) pra vender. Ao contrário do vinho que tem vidros escuros, a vodka quase sempre tem vidros lisos e ultra-transparentes, criados cuidadosamente pra vender uma ideia de pureza absoluta. A natasha tem um vidro quadrado – cool!
Bom, continuando…
O segredo está dentro da garrafa. São dois líquidos, (mais tarde vc verá que isso não é exatamente verdade) que não se misturam. Do mesmo jeito que o óleo e a água. O que leva o trouxa. Ops, o inexperiente, hehe achar que trata-se de óleo e água. Não é.
Os dois líquidos precisam ter gravidades específicas muuuito próximas.
Boiou? Explico: gravidade específica é a relação entre a massa da substância e a massa de igual volume de água, a uma temperatura padrão. Já parou pra pensar por que o azeite bóia sobre a água e não o contrário? Isso mesmo, Lester! O azeite boia porque tem gravidade específica MENOR que a água.
Bom, antes de prosseguir, quero dizer que existem várias ( muuuitas) receitas de lava lamp. Umas patenteadas, outras não, umas secretas, outrtas não. Praticamente a receita original era um segredo de estado. Daí todo maluquete igual eu resolveu descobrir e saiu misturando. Quando descobriam – na maioria das vezes com componentes diferentes da formula original – guardavam segredo e assim foi até os dias de hoje.
Eu conheço umas dez fórmulas. Umas duas delas devem ser reais, o resto o povo inventa. Uma delas leva até: Acredite se quiser – Sopa Campbell´s de champignon.
O que faz a lava lamp funcionar é uma lâmpada comum. Isso mesmo, esqueça o reator nuclear e o acelerador de partículas XV49 do césio 137. Uma única lâmpada incandecente de um real faz o trabalho todo pra você.
O trabalho dela é esquentar e iluminar o fundo da garrafa. Quando ela faz isso ocorre uma reação boçal nos líquidos de gravidades específicas iguais. O que está em baixo esquenta, dilata e por expansão termal, como vc fechou a garrafa ele empurra o mais fraco pra baixo e sobe. O que está em cima esfria e desce. Então a lâmpada esquenta o que desceu e ele torna a subir*. A bolinha que subiu esfria e desce de novo. E o processo fica assim até o final dos tempos – ou até cortarem sua luz.
* Em lâmpadas com base em cera o processo funciona igual mas o fenômeno físico é levemente diferente. Só pra dizer que eu sei. Pros chatos não ficarem me corrigindo. Esse fenômeno que eu descrevi e que não acrescenta nada de prático ao processo se refere ao método com os componentes abaixo descritos e usados na minha lava lamp.
Como eu não tenho um medidor de gravidade específica ( um tipo de termômetro que vc afunda no líquido e pelo grau de flutuabilidade ele te diz o valor do meio em que está) eu chutei mais ou menos por tentativa e erro.
Cheguei na mistura:
Álcool absoluto com 1 gota de detergente neutro, duas de glicerina e óleo mineral.
O macete é você misturar separado. Use a medida mais exata que conseguir pra obter a dosagem dos dois líquidos iguais. (eu misturei em potes velhos de maionese, meio de olho)
O primeiro líquido vc faz com o álcool, a gotinha de detergente (eu botei ela por último e funcionou. Assim, nem tenho certeza de é necessária)e mais duas de clicerina – pra animar a parada. O outro líquido é o óleo mineral (vende em garrafas de 1 litro nas lojas de produtos para sabonetes e velas)que você vai colorir. Os caras profissionais costumam substituir este componente por cera. Mas se vc fizer isso a cera é mais pesada e vc terá que alterar o componente numero um, que chamamos de “fator transparente” para água destilada com alguma outra coisa, em geral Perc. (percloroetileno). Eu sei, eu sei. Isso não é nada fácil de arrumar.
Na formula do Perk temos:
1 copo de perk, 2 copos de parafina colorida, 30% de água destilada, 60g de sal e 1 gota de detergente neutro. Se fizer com parafina transparente, vc pode colorir com corante para velas.
Formula de Perk 2:
39,5% de perk + 40% de óleo mineral + 20,5% de parafina colorida
Formula do Álcool Isopropílico – Dá um belo efeito, pois ambos são transparentes com IOR similar ( IOR é index of refraction. Valor da transmissão da luz através do material):
Fator colorido: 30% òleo mineral com corante para óleo +
Fator transparente; 70% de álcool isopropílico
Fórmula Glicerina:
fator colorido: cera (10%) + corante + parafina líquida (30%)
Fator transparente: Glicerol (clicerina)30% + água destilada 30% (testar volumes. Não tenho certeza)
Como vc pode ver, tem muitas maneiras de preparar a lava lamp. O importante é perceber que formulas com álcool absoluto como a que eu fiz e acertei de primeira, são potencialmente bombas, hehe. Se a lâmpada estoura o vidro explode e sua casa vai lamber em chamas. Legal, né? A minha lãmpada era mais potencialmente perigosa porque eu fiz ela com um tubo de lãmpada fluorescente que eu encontrei numa floricultura adaptado para um arranjo. Os caras pegam as lampadas velhas e limpam, retirando o fósforo branco. Depois com um maçarico derretem o fundo e fecham de um lado. Isso gera um tubo de ensaio que pode ter mais de um metro. Deu um efeito legal. A estrutura em baixo eu fiz com um funil metálico de fazer velas. A tampinha parece feita sob medida tb é uma fôrma de fazer velas. A base é uma ridícula estrutura para suporte de lâmpada de teto. No total, gastei uns vinte reais. ( mas eu comprei os líquidos ( vários) em quantidade pra testar até dar certo.
Uma dica legal é usar tb luz ultravioleta (luz negra) na base, misturando um corante fluorescente na cera. Fica fantasmagórico.
As lava lamps feitas com álcool e oleo mineral dão belos efeitos de refração nas paredes. A cor vermelha, amarela, verde e azul são visuais sensacionais.
Eu uso uma lâmpada de 40 watts. Esquenta bem legal. Quanto mais perto do vidro, mais quente ela será, mais rapido o efeito. Como o tubo fluorescente é estreito, a base fica quente demais. Por isso, vc precisa de uma altura grande pra compensar e haver tempo para a troca de temperatura dos componentes. Pra tampar eu usei uma tampa de vidrinho de tempero e colei com silicone de aquário. ( com medo, deixei um espacinho com ar pra uma eventual dilatação dos líquidos.) depois de um tempo a faxineira quebrou a lava lamp (por sorte tava desligada) e eu desmontei ela.
Também é legal usar um dimmer. Ele controlará o calor e a intensidade da luz que incide na lava lamp. Daí vc meio que “controla” os componentes, sacou?
Aqui estão algumas imagens legais de lava lamps caseiras pra te animar: