“As quatro filhas de Ayras” é um experimento musical que eu inventei em seis peças instrumentais. Sabe esas ideias que surgem do nada? Então:
Ayras, o bruxo.
Ayras o bruxo, o homem da noite.
Aquele que levanta os mortos de seu sono sem sonhos.
Ayras tem quatro filhas,
Uma mais linda que a outra e vivem no seu palacio decadente.
Ayras, um homem de pouco apreço pelo mundo.
Com tantos anos que já não se pode mais contar.
Sabyny a mais jovem, e mais linda mulher jamais vista, se veste como uma princesa das terras dos sonhos.
Brunyk a cigana, dizem ter sido raptada de seu povo por Ayras, é a mais velha das filhas, e a mais inteligente, segue seu pai nas artes ocultas.
De Annjk pouco se sabe. Ela vaga solene como se levitasse acima do chão, perdida pelos jardins do palácio.
Egnin é a filha da escuridão. Nunca foi vista sob a luz que não fosse a do luar. Enin pouco fala. Passa seu tempo lendo os livros proibidos e tentando compreender a natureza do amor.
Ayras ama cada uma de suas filhas de um modo diferente.
Mas elas não podem amar a ninguém. E por isso sofrem. Nenhum homem, de feudo ou reino ousa cortejar as filhas de Ayras.
Canções e histórias sobre os poucos corajosos que tentaram e sofreram com o terrível destino das sombras evocado pelos poderes sobrenaturais de Ayras ainda ecoam por entre vilas e fortalezas, sob pontes e vielas.
Em mosteiros, velhos sacerdotes ainda sussurram os misterios tenebrosos de Ayras e suas quatro filhas, condenadas ao tormento vazio da solidão.