Como sempre costumo dizer, o mundo esta repleto de mistérios e fatos sem resposta à espera de quem os desvende. Um desses mistérios esquisitos diz respeito as bolas da Costa Rica, que sempre me intrigaram.
A história das bolas gigantes começa em 1930, quando trabalhadores da United Fruit Company que limpavam uma área de floresta, afim de estabelecer uma plantação de bananeiras, deram de cara com uma bola de pedra perfeitamente esférica.
Logo após a descoberta da primeira bola, outra foi encontrada, e depois mais outra e mais outra… Em pouco tempo, o numero de bolas de pedra era enorme, duzias delas, de todos os tamanhos. Todas perfeitamente esféricas. Algumas tinham o tamanho de uma pequena bola de tênis, e outras ultrapassavam o tamanho de um carro, com mais de 16 toneladas!
A análise das pedras indicou que elas foram construídas, e não se tratava de um fenômeno natural. Mas o difícil mesmo é descobrir quem as fez, e por que razão. Também não se sabe ao certo como as esferas eram perfeitamente construídas.
Praticamente todas as esferas da Costa Rica são feitas da mesma pedra, a granodiorita, uma rocha ígnea, extremamente dura e difícil de trabalhar.
Ao que parece, as pedras podem ter vindo do leito do Rio Térraba, de onde foram transportadas por processos naturais a partir de suas fontes originais, que acredita-se sejam as montanhas Talmanca. Se isso estiver correto, as pedras foram transportadas por cerca de 50 Km de distância do ponto de origem até o local onde foram descobertas, dado ainda mais estranho, e que só aumenta o mistério.
Hoje, elas decoram os edifícios oficiais, como a Assembléia Legislativa, hospitais e escolas. Elas também estão em exposição em museus. Hoje são símbolos de status, que decoram as casas e jardins dos ricos e poderosos da região.
Tal qual acontece com quase todos os mistérios envolvendo monólitos ancestrais, não demorou para que as esferas de pedra ganhassem contornos místicos, new age ou mesmo serem atribuídas a aliens.
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Acredito que as especulações pseudocientíficas tenham surgido na leva de vagens na maionese do livro de Erich von Däniken: “Chariots of the Gods” em 1971. E depois disso, ganharam mais atenção, com outros livros, como “Atlantis in America”, e “The Blueprint Atlantis: Desvendando os mistérios antigos de uma civilização perdida”.
Evidentemente, esses caras que querem vender livros criando uma aura de misticismo exagerado sobre um mistério arqueológico, prestam um desserviço.
Algumas escavações arqueológicas realizadas em locais com bolas de pedra na década de 1950 encontrou-as em terreno associado com cerâmica e outros materiais típicos das culturas pré-colombianas do sul da Costa Rica. Seja qual for “mistério” de sua existência, podemos descartar a Atlântida, viajantes de outros planetas e coisas do tipo.
Infelizmente, essas bolas têm estado em perigo desde o momento de sua descoberta. Muitos foram destruídos, dinamitadas por caçadores de tesouros (idiotas que acreditavam encontrar ouro dentro delas) ou rachadas e quebrado por atividades agrícolas. Na época de um grande estudo realizado na década de 1950, foram localizadas cerca de cinquenta bolas in situ, ou seja, no lugar onde foram achadas. Hoje, apenas um punhado são conhecidas por ainda estar em seus locais originais.
A maioria dessas esferas de pedra foram originalmente encontradas no delta do rio Térraba, também conhecido como o Sierpe, Diquís e Rio Geral, perto das cidades de Palmar Sur e Palmar Norte. Desde a época de sua descoberta na década de 1940, esses objetos têm sido apreciados como ornamentos de jardim. Eles foram transportados, principalmente por via férrea, em toda Costa Rica, mas podemos dizer que elas são descobertas em todo o país. Existem duas bolas em exposição ao público em os EUA Uma está no museu da National Geographic Society em Washington, e outra está em um pátio perto do Museu Peabody de Arqueologia e Etnografia, na Universidade de Harvard em Cambridge, Massachusetts.
As bolas provavelmente foram feitas reduzindo grandes pedregulhos a esferas, usando um processo complexo de fratura controlada, entalhamento e lixamento. É claro que apensar se ser um objeto perfeitamente explicável, é extremamente admirável o empenho em produzir as esferas o mais perfeitas possível. Pelo fato das bolas serem de granodiorita, é provável que isso tenha relação direta com sua forma, uma vez que esse mineral, quando sujeito a variações bruscas de temperatura, se rompe em camadas. Assim, seria provável que as bolas poderiam ter sido desbastadas pela aplicação de calor (carvão quente) e frio (água gelada) na fase inicial do trabalho e depois, quando estavam perto da forma esférica, eram reduzidas por picotagem, ao se bater contra elas outras pedras do mesmo material. Finalmente, elas deviam ser lixadas e só então polidas, para brilhar.
Certamente isso levaria alguns anos para ser feito manualmente por artesãos bem capacitados e especializados nesse tipo de cantaria, o que me leva a especular que todo esse empenho daria a essas bolas algum papel cerimonial ou importância comercial naquelas sociedades. Talvez as esferas dessas tribos tenham um papel semelhante aos moais da Ilha de Páscoa.
O mais provável é que elas tenham sido criadas pelos povos nativos da região na época da conquista espanhola. Essas pessoas falavam línguas Chibchan, relacionados com os direitos dos povos indígenas de Honduras oriental ao norte da Colômbia. Seus descendentes modernos incluem a Boruca, Téribe e Guaymí. Estas culturas viveram em colônias dispersas, poucas das quais eram maiores do que cerca de 2000 pessoas. Eles viviam da pesca e da caça, bem como a agricultura. Eles cultivaram milho, mandioca, feijão, abóbora, pupunha, mamão, abacaxi, abacate, pimentas de pimentão, cacau e muitas outras frutas, raízes e plantas medicinais. Eles viviam em casas que eram tipicamente de forma redonda, com fundações feitas de pedras de rio arredondadas.
O que é estranho é que duma hora para outra, as bolas pararam de ser feitas. E isso é por si só, também um mistério. Ao que as análises arqueológicas indicam, as bolas deixaram de ser feitas no momento dos primeiros contatos com os exploradores espanhóis, e permaneceram completamente esquecidas até que foram redescobertas.
Muitas das bolas foram encontradas em alinhamentos, consistindo de linhas retas e curvas, bem como triângulos e paralelogramos. Um grupo de quatro bolas foi encontrado organizado em uma linha orientada para o norte magnético. Isso levou à especulação de que eles podem ter sido organizadas por pessoas familiarizadas com o uso de bússolas magnéticas, ou alinhamentos astronômicos. Infelizmente, nem todos, mas a ampla maioria destes alinhamentos foram destruídos quando as bolas foram movidas de seus locais originais.
Seriam essas pedras algum tipo de referencial espacial? Será que elas representariam planetas?
Sei lá. Curto muito essas coisas misteriosas, envolvendo grandes operações de construção. Pirâmides perdidas, cidades misteriosas engolfadas pela floresta, pedras com escritas desconhecidas, moais, ídolos de pedra, grandes rochas gigantescas que hoje com toda nossa tecnologia não conseguiríamos transportar por longas distâncias, pedras cortadas e furadas por processos desconhecidos. Tudo isso é extremamente interessante e insólito. Mas discordo daqueles que ante ao mais ínfimo mistério já apelam para “Eram os deuses astronautas!”
Pô eu tô esperando o cadeira obscura parte 7 hahaha
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A primeira coisa que veio a minha mente foi a pedra gigante que rola atrás do Indiana Jones. rs
http://ngm-beta.nationalgeographic.com/archive/solving-the-mystery-of-mexicos-great-stone-spheres/
Animal cara, fico imaginando o trabalho colossal que deveria ser pra construir isso. Esses dias li que encontraram vestígios de diversas cidades de uma possível civilização perdida numa floresta com mata muito fechada em Honduras: http://news.nationalgeographic.com/2015/03/150302-honduras-lost-city-monkey-god-maya-ancient-archaeology/
Nessas horas da vontade de ser o Indiana Jones e sair explorando!
Cabe aqui, novamente aquela máxima: há mais mistérios entre o céu e a terra…!
Então cara.. sou geólogo e realmente a história é bacana e chama a atenção mesmo.
Mas a rocha em português se chama granodiorito no masculino. É um “parente” do granito convencional que a gente encontra por ai. Realmente são rochas muito duras e difíceis de trabalhar pois elas se rompem sem uma direção preferencial….
Segue assim cara! o Mundo Gump é muito bom :D
Muito bom! Excelente texto.