quinta-feira, dezembro 12, 2024

Abduzido

evidenciasinistralowvideo | Contos | conto, Contos
Vocês devem estar estranhando minha súbita ausência por aqui .
A resposta para isso é que eu quase fui abduzido.
Acordei com um barulho estranho no quintal. Eu pensei que era um gato, mas quando os cachorros do vizinho que são chatos pra caramba ficaram mudos eu me perguntei: “O que será?” Pensei ser um ladrão. Levantei da cama rápido. Tentando ficar o mais quieto possível. Procurei o revólver na gaveta do armário. Foi quando vi uma sombra passar na janela. A persiana não me deixou ver direito, mas me pareceu um pivete de uns quinze anos. Fui até o quarto das crianças, que tava com a cortina semi-aberta. Peguei op revólver e fiquei esperando. De tocaia.
Ouvi a maçaneta da porta da frente. O safado tentava forçar pra ver se tava aberta. Rodou devagarzinho… Pra não me acordar. Canalha.
Eu sabia que não tava aberta e sabia também que o mais provável é que ele fosse embora ou tentasse a entrada dos fundos.
Não deu outra.
Pra chegar na área ele ia ter que passar pelo quintal dos fundos e eu tava só na espreita. Feito o Charles Bronson. Os arbustos do fundo do quintal se mexeram e eu vi uma mão.
Fiquei aterrorizado, porque aquilo ali não era mão de gente. Parecia uma mão deformada.
O braço fino continuou e eu cheguei a perder o fôlego quando uma enorme cabeça branca surgiu sob a cerca. Prendi a respiração até perceber que não estava respirando. Com certa dificuldade a coisa trepou por cima da cerca e ficou ali o quintal. Ficou parado. Parecia que sabia que eu tava olhando ele. Mas não olhou pra mim. Eu acho que sabia que tinha alguem vendo ele, mas não conseguia ver. Ele mexia a cabeça em movimentos rápidos. Acho que tentava ver na escuridão, sei lá. Era um movimento meio doido. Parecia até um tique nervoso ou algo assim. Isso me deu muito, muito medo. Eu abaixei e vi a câmera do meu filho mais velho no criado-mudo. Peguei a câmera e só o que consegui foi tirar uma única foto. Bem, foram duas, mas a segunda borrou muito.
O bicho saltou pra trás. Saiu correndo e pulou o muro. Eu fiquei ali, me cagando. Tremendo. A arma na mão. Quase matei a minha mulher quando ela apareceu atrás de mim perguntando o que era. Eu dei um berro que acordou a casa toda. Os cães do vizinho começaram uma puta algazarra como de costume e eu soube que aquilo que eu vi, aquilo que eu registrei não era desse lugar. Não era desse planeta.
Você pode me achar maluco, mas eu sei o que eu vi. Não existem pivetes deficientes que entram no seu jardim as três e meia da manhã. Ele queria me buscar, eu sei. Queria me abduzir.
Mas isso não é o pior. O pior é saber que ele vai voltar. Eles sempre voltam.

FIM

Obviamente eu inventei isso. Também fiz esse desenho. (é um desenho e não uma foto de ET)
Embora eu acredite em ets e sobretudo em abduções, gosto de inventar histórias com base ufológica. Tenho inclusive dois curtas sobre isso na agulha pra disparar logo depois do MOTO.
Falando nisso, eu tava justamente estudando os efeitos do Moto quando me deu uma louca e comecei a deformar a malha do Samir 3d e fiz ele virar um alien. Acho que vou reaproveitar o alien para um dos meus filmes. Vai ser uma coisa meio bizarra, estilo Rubber Johnny. ( não sabe o que é isso? Baixa no youtube e assista duas da manhã, sozinho em casa)
Olha aí o alien do filme:

retrato | Contos | conto, Contos

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

Artigos similares

Comentários

  1. Aí! Você é bom de história e é bom também de desenho! Eu quase acreditei que vc tinha quase sido abduzido e se eu não leio o restante do texto ia acreditar que aquilo era uma foto do Et. Tá… claro que é mentira… é só pra te deixar com sorriso no rosto e pensando: caramba! ou eu sou muito bom msm ou esse cara é um tremendo idiota! hehe!

    Abraço Philipe Gump!

  2. Huhaahaahuaahau,legal phillipe,mas você anda sumido mesmo cara,o tempo tá apertado? Eu tô meio sumido lá no cafofonet também mas é que o meu trabalho a noite tá me matando e eu vou com 2 mil vizitas já(acho que pra 1 mes e meio tá bom) e só 6 pessoas comentaram até hoje :P assim não da nem muita vontade de postar…Ve se reaparece ai cara,de preferencia com as historias mirabolantes que vc sempre conta :P.
    Valeu

    Guinho0101

  3. Ah, qual é, galera? O texto embora seja em primeira pessoa é totalmente ficcional. Pensei que vcs iam sacar isso.
    Eu não tenho casa. Moro num Ap.
    E nem tenho filhos, e a câmera digital pelo que eu saiba não tira foto verde de noite, porque ela usa flash, hehe.
    Não é caô, é apenas um conto de ficção.

    Sobre minha ausência, isso se deve a três fatores:
    Comprei um notebook e tive que passar um tempão instalando e preparando as coisas nele, daí vendi um dos computadores, aliás, vendi não, troquei num ar condicionado, e tive que formatar, reinstalar tudo, arrumar uma porra dum faxmodem que funcionasse bem pra ele, etc, depois o trabalho aumentou muito nessa última semana e finalmente, eu vou montar um escritório-estúdio novo pra mim. Isso significa uma zona sem tamanho, fios e cabos para todo lado, livros empilhados, cadeiras obstruindo a passagem, etc. Um caos.
    Mas eu tô tentando colocar uns posts aqui. Fiquem ligados.

  4. Carvalho Philipe, muito boa a história. Mas de cara eu já sabia que era fake. As coisas legais nunca acontecem com as pessoas que eu tenho contato, só em filmes ou que aconteceu com o amigo do amigo do amigo do…

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos

O contato de 1976

Tio Cláudio que estava dormindo veio com a gritaria. Quando ele bateu o olho naquela coisa começou a berrar para o Beto vir com a câmera. Eles tinham uma câmera de boa qualidade. O seu Edgar disse que não era para fotografar, que "eles não gostavam", mas o Beto cagou solenemente para o que o velho do trailer dizia e começou a fotografar.

“Eu vi o inferno”

Simon ficou em silêncio um tempo. Pegou o lenço do paletó e passou no bigode. Ele chegou bem perto do meu ouvido e sussurrou: --" Eu vi... O inferno."

O filme de natal da família Sutton

Por que tio George ocultou algo tão sério no filme de natal daquela família?

VRILLON

As estranhas e assustadoras mensagens que estão chocando o mundo.