Ah, primavera, primavera.
Embora seja simplesmente sol, chuva e vento, tudo é mais feliz.
As borboletas voam em devaneios coloridos…
Uma amarela, outra branca.
Engraçado que a borboleta amarela prefere a flor branca e vice-versa.
E eu estou aqui, na varanda…
Sentindo o vento suave e o cheiro de mato cortado.
Ao longe escuto um grilo cansado estrilando as dez da manhã.
Tem pardais no telhado, fazendo algazarra nas árvores. Vejo meu limoeiro com abelhas cachorro voando ao redor das flores.
Ao longe, na mata, uma mangueira tinge suas folhas de um tom de tijololo, preparando as manguinhas que farão a festa dos morcegos em dezembro.
E eu sinto o balançar suave da rede.
Os cães latem ao ver um vira-lata passar, para depois recolherem-se ao silêncio sonambúlico de quem passou a madrugada a uivar.
No céu azul claro nuvens brancas e pálidas esparramam-se em formas desencontradas. Uma borboleta amarela grande passou por mim, como querendo fazer participação neste post.
O cheiro que sinto é um cheiro de terra, um cheiro quente, típico do Brasil. É um misto de cheiro doce, cheiro de grama, de água. E vem junto uma paz indescritível.
Eu tomo um gole de cerveja gelada e contemplo o mundo ao meu redor. Da rede, na varanda, eu vejo o mundo e me sinto parte da criação. Não existem problemas, nem pressa ou barulho. É tudo paz e tranquilidade.
No fio do poste tem uma rolinha solitária que tenho a sensação de conhecer de longa data. Ela esta parada no poste, curtindo o vento. Olhando para o vazio como eu.
Uma cigarra na mata começa seu canto. Macacos assoviam em guinchos altos. A cigarra se cala por instantes e recomeça a trilha sonora para a poesia do mundo.
A rolinha voa do poste. No alto do muro um lagarto olha pra mim. Ele balança a cabeça, como se me cumprimentasse.
Presto atenção no ranger da rede. Desligo o notebook e preguiçosamente me estico e fecho os olhos para um cochilo. Deitado na rede estou. Deitado na rede fico.
Na rede, na varanda, no centro do mundo. Parte do todo. Vivendo a primavera na varanda.
Primavera na varanda
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Que lixo….
hahaha parecia ate propaganda da ryder.
Pior que é. Eu tava de bobs na rede com o notebook da nivea e comecei a viajar num post, escrevendo tudo que acontecia, como um escrivão da realidade. Não ficou grandes coisas, mas valeu a intenção, hahaha. O hilário é que se um dia eu ficar rico e famoso, depois que eu morrer esse troço vai virar cult.