Ah, o Natal…
Aquela época mágica em que o mundo inteiro decide ignorar por 24 horas o fato de que a humanidade está uma bagunça e finge que tudo é luzes piscando, músicas bregas e um tio do pavê tentando ser engraçado. Mas será mesmo que é só isso?
Para mim, o Natal sempre foi uma espécie de crossover bizarro entre um episódio de “Black Mirror” e um comercial de margarina. Por um lado, tem todo aquele lance caloroso de família reunida, crianças brincando, um presépio mal feito onde o burrico parece ter nascido no laboratório do Frankenstein. Por outro lado… tem a pressão! PRESSÃO MESMO, com letras maiúsculas e sublinhado, de:
- Comprar presentes que ninguém quer (mas que custam mais do que o salário mínimo em alguns casos).
- Enfrentar filas quilométricas no mercado para pegar aquele tender bolinha ou chester congelado que você acha que vai alimentar dez pessoas, mas que na prática só rende pra três, embora a propaganda contradiga isso.
Natal e as Reflexões Filosóficas (ou só mais um devaneio aleatório mesmo)
Sabe o que eu acho interessante? O quanto a gente se engana nessa data. É um dia no ano em que todo mundo tenta ser melhor… e às vezes até consegue. O problema é que no dia 26, voltam a estacionar na vaga de idoso no shopping (mesmo sendo 100% jovens) e gritar com o atendente do fast-food porque o lanche veio sem bacon. (uma vez o meu hamburguer veio sem um pão, e o cara do Buguer King não quis acreditar. Ele só entubou quando eu disse: “Cara por que eu ia dar um golpe pra comer um pão?”)
Mas, ei, quem sou eu pra julgar, né? Nem sempre o natal é como a gente quer, e sim como pode, e aprender isso é parte das duras lições da vida adulta.
E o Bom Velhinho?
Ah, o Papai Noel… aquele senhorzinho com um visual de motociclista da Harley Davidson, mas que na prática só anda de trenó. Será que ele ainda faz sentido nos tempos atuais? Eles estão lá, enchendo o saco nas propagandas da Coca-cola. Quero dizer, como que ele entra num condomínio com portaria 24 horas? E onde estão os QR codes para acompanhar a entrega?
Então, o que o Natal significa para mim?
Significa nostalgia, claro. Lembro de quando eu era criança e passava a noite esperando por algo mágico. A abertura dos presentes, a família grande reunida, falação, risos. Muitos que estavam no natal para sempre da memória já se foram.
E ainda assim… tem algo bonito nessa data. Algo que faz a gente esquecer, pelo menos por algumas horas, que o mundo está pegando fogo (literalmente, em alguns casos).
E se você está aí lendo isso, espero que seu Natal seja menos sobre presentes caros e mais sobre as pequenas coisas. Como um pedaço de rabanada que dá errado, mas todo mundo come mesmo assim porque “é tradição”. Ou aquela piada do pavê que todo mundo reclama, mas que no fundo seria estranho se não tivesse.
No fim das contas, talvez seja sobre isso mesmo: se conectar. Com as pessoas, com você mesmo e… claro, com o pavê.
Boas Festas, pessoal! E lembrem-se: comam panetone com moderação… ou sem. Eu não julgo!
Sobre arroz com passa ou sem, ainda estou na dúvida. E um abraço para o salpicão.
feliz natal, Philipe!