O mundo depois de nós – Prepotente até no nome

Filme ruim e superestimado para a porra. Isso resume meu texto. Pode pular pro próximo post se quiser

Eu adoro um filme esquisito. Adoro, amo. Mas quando é bem feito. Quando é só mais um lixo para ganhar dinheiro de otários eu me sinto sacaneado (mesmo quando eu não pago para ver).

Entendedores entenderão

O que podemos falar sobre o filme “O Mundo Depois de Nós”? Vale a pena ver? Vale.

Até filme ruim é preciso ver, para saber o que faz um filme ruim, ser ruim.

Em parte é masoquismo mesmo, eu admito.

Esse “O Mundo Depois de Nós”, é o mais recente lançamento da Netflix, plataforma, que vem acumulando um monte de gol contra nos últimos anos. Há quem diga que a Netflix está numa crise financeira. Eu sei é que quando eles aumentaram o preço eu pulei fora. Estava pagando muito caro para ver filme bosta de terceira linha e filme antigo.

Produções autorais de grande qualidade,  como Roma e O Irlandês se tornaram coisa rara na Netflix. Seus últimos lançamentos tem sido de filmes de orçamentos mais apertados, o que não quer dizer rigorosamente porra nenhuma.  Não é o orçamento que faz um bom filme, é o roteiro.

Mas é inegável que comparado aos lançamentos recentes, esse filme surge com um poder de mídia forte, como se ele fosse uma boa cartada. A netflix pretendia trucar com um novo filme de apocalipse.
Nada contra. Filmes de apocalipse são super legais. Eu adoro, tenho até uma lista aqui dos filmes pós apocalípticos para você ver. 

O problema é prometer muito, subir muito o cacife, gastar dinheiro e na hora H, broxar.

É um filme broxa

Mais broxa que homem aparecer de meia marrom na hora do sexo.
A culpa é do roteirista, mas antes de chegar nesse infeliz, vamos falar do elenco, que até
se esforça; Ethan Hawke e  Mahershala Ali fazem o possível.
A maior bomba pra mim é Julia Roberts, que sejamos francos, nunca foi boa atriz. Não sei que pistolão que essa dona tem dentro de Hollywood, mas eu não gosto de NADA que ela faz.
Pra sacanear dão um papel ultra antipático que parece até que está interpretando a XXXX XXXXXXX (meu advogado me orientou a não falar o nome dela, pq ela AMA um processinho, mas ela é famosa e antipática pra caceta, assim mesmo).
Mas é isso, uma atriz superestimada interpretando uma pessoa chata. Aliás, todo mundo é chato nessa desgrama de filme, o que é um dos motivos da minha frustração, pq tem uma hora que vc começa a torcer mais e mais para o apocalipse vir logo e o filme acabar.
As “crianças” são um zé ruela estereotipado e sua irmã chata que enche o saco o filme  TODO querendo ver o último capítulo de Friends.
O roteiro não tem lé com cré. Um monte de coisa fica sem explicação, e tem uns bagulhos engatilhados que são soluções horríveis, como a televisão do cara que ficou ligada a madrugada inteira a toa, para que pudesse mostrar uma coisinha de um segundo que os personagens não viram, mas o espectador foi informado. Bacalhau do mais barato que nem novela das sete teria coragem.
Dava pra resolver? Dava.
Era fazer o cara acordar pra beber água (até pq porre de vinho dá uma sede fdp), ele passa pela tv, decide verificar se ainda está fora do ar, aí ele liga, vê que está, vai encher o copo d´água, enquanto ele bebe na cozinha, aparece o “glitch inútil”, some, ele volta, vê que está a mesma coisa, desliga e sobe. É bacalhau? É, mas esse é da Noruega.  Não é uma Tv ligada a noite inteira na casa dos outros.

Efeitos especiais

Bichos CGI para… Nada.
Pensa um efeito especial que não serve a absolutamente MERDA nenhuma além de gastar dinheiro da produção? Esse filme tem um monte.  São animais em CGI bem feitos, mas não servem em NADA para a trama. Cinzeiro de motocicleta.
De tudo, o pior fica nessa patética (usar o termo dramático aqui é sacanagem com o vernáculo) relação entre famílias.
Todo mundo é raso. Mas é raso num nível que está abaixo do Chaves, mermão. Há Bem mais profundidade na relação da Chiquinha com seu Madruga que nos filhos do casal protagonista da história e seus pais.

O puta anticlímax desse filme

O filme tem um anticlímax horroroso: Tão ruim, mas uma barrigada tão ruim, que vale a pena ver o filme só por causa dessa vergonha alheia que a gente passa.
Não quero dar Spoiler. Você precisa assistir para me dar razão. A personagem da Julia Roberts tá tipo em 1X e do nada, vira uma chave ela vai pro 90X numa cena que tu fica assim: “um novo efeito do apocalipse, as pessoas ficando doidas, será?”
Mas não, é só um roteiro merda mesmo.
O mundo* está acabando, todos perceberam, eles estão ferrados. Já têm ciência disso. O que eles fazem? Vão dançar.
constrangedor
Sim, eles vão dançar.
 E aqui nós temos a “dancinha” da Julia Roberts e Ali.  É constrangedora a cena.
* O filme chama “O mundo” mas a real é só os EUA levando no toba. Eles acham que eles são o mundo? Beleza. Mas na real nem isso, são uma meia dúzia de novaiorquino metido dando faniquito. Por que? Como? Isso não interessa. O que interessa é como acaba a luz no país mas tem luz na casa do cara para tocar a vitrola pra titia rebolar as ancas duras.
Só existe uma atuação boa no filme e é da empregada hispânica desesperada na estrada. Que é também uma cena que não serve para nada. Mas tá lá, igual flamingos na piscina e uma cabana que… É uma cabana, ou a bandeira na lua. Sim, tem a porra da bandeira que está lá na Lua aparecendo nesse filme.
PARA NADA.
NA-DA.
Esse filme se limita a uma eterna discussão de relacionamentos, feita por personagens vazios, enquanto o mundo desmorona. A gente passa as duas horas de filme com a sensação que o filme ainda vai começar. Ele parece um grande primeiro ato.
O filme tentar criticar o padrão de vida ocidental individualista em uma produção de U$ 25 milhões, produzida pelo casal Obama. Não tem nem a pica mínima para criar um vilão. O nhenhenhé da vez é criticar a vida extremamente desvinculada do elemento físico. E essa dependência da tecnologia, que é algo que ainda impressiona, assusta e que pode se voltar contra nós, como os carros que dirigem sozinhos da Tesla e o GPS sem o qual o americano clichê não vai nem na padaria sem se perder.
Não sei, prefiro bichos que comem gente. Pelo menos fazem mais sentido.
Outro detalhe que achei peculiar é o filme se chamar “o mundo depois de nós” sendo que em NENHUM momento mostra o mundo depois dos humanos. Ou seja, o filme mente pra você desde sua gênese. Não tem nem sequer menção ao mundo depois da humanidade.
è só um bando de arrombado batendo cabeça o filme inteiro.

A doença do modismo do final súbito

 Eu não sei você. Não sou critico de cinema, apenas vejo os filmes. Até quando eu não gosto eu vejo. Mas recentemente, talvez por dedo podre para escolher, sei lá, tenho me deparado com vários filmes de final súbito, parece que a nova moda é não fechar o arco de conflito, larga o conflito lá.
Nossa, que legal, que ousado, né?
Mas depois do décimo filme acabando do nada, largando toda a sujeira na sala, a gente cansa. Virou o clichê de se achar não-clichê. Isso se traduz em filmes ruins.
Não estou falando de final feliz. Estou falando de algo que pareça pelo menos um final.
Não tenho nada contra finais abertos. E nem contra a filmes malucos, como “O lagosta” e “Vivarium”. Mas se o filme vai largar o final aberto, é pelo menos desejável que se esforcem em fazer algo de boa qualidade até chegar nesse tal final aberto. A sobremesa nem precisa ser espetacular se o almoço todo foi bom.
Mas hoje em dia estão servido apenas merda superestimada e esperando que você continue pagando seu dízimo.

 

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Filme podre totalmente sem sentido! A menina enche o caralho so saco o filme inteiro e do nada aparece comendo um monte de salgadinho na sala enquanto todo mundo
    Procura essa arrombada

  2. Mas… quando aparece a Terra, da Lua, é noite na Terra e não tem uma puta luz acesa. Então seja lá o que estivesse acontecendo é com o mundo sim. Enfim a sinopse e verdadeira trama deveria ser: Menina chata luta para assistir o último episódio de FRIENDS em meio ao declínio da humanidade por razões não importantes.

  3. Esse final súbido acontece bastante em livros, mas funciona quando existe elementos suficientes já pronto para serem encaixados, onde a pessoa deita na cama ou fica refletindo no almoço, e acontece aquele eureka onde ela entende tudo.
    O problema desse filme é que ele tem mais pretensões do que é capaz de entregar, nos primeiros minutos da pra sacar que o filme é sobre a desconexão com a “natureza das coisas” por causa da tecnologia, como os flamingos lá na piscina que precisam existir para que talvez os humanos associem o evento a algo extraordinário, mas ficam em um estado de anestesia que nada consegue aprender a atenção suficiente para o que caralhos está acontecendo, eu achei a ideia legal nos primeiros 20 minutos, mas o filme tem duas horas e 20 e nada evolui daí em diante, eles acharam que a ideia era muito genial e as pessoas ficariam discutindo isso por dias ou quem sabe meses, mas é razo, e toda essa intenção de causar discussão fica meio que vergonha alheia.
    Todos os personagens possuem um arquétipo internetês, a criança viciada em telas, a mulher supremacista, a menina filha do negão lá confunde uma conversa normal com segundas intenções, o moleque prefere filmar a menina do que ir tentar se aproximar dela, e por aí vai, cada um absorvido na sua realidade virtual, e é por isso que ninguém ali consegue ser interessante.

    Comentaram do lance dos quadros, acontece que o filme se passa em um futuro, os quadros são animados, e só isso, talvez uma referências as artes digitais (NFT), mas quadros assim já existem também, não existe nenhuma grande mensagem aí não.

  4. Cara, essa filme num é ruim não , é péssimo mesmo. Disse tudo nessa tua analise, só concordo. horas perdidas na vida, era melhor ter ido ver o filme do Pelè.

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