sexta-feira, julho 4, 2025

O dia que meu carro saiu andando sozinho

Meu carro saiu meia noite e meia para dar um rolê no condominio, gente.

Tem mais ou menos uns dez dias que eu sigo intrigado com um misterioso fenômeno ocorrido aqui mesmo na minha casa.

Eu não acho que seja algo sobrenatural, mas é tão esquisito, que parece a cascata mais deslavada.
Basicamente, o meu carro saiu pra dar um rolê sozinho. Ele não é um carro eletrônico como o Tesla, que dirige sozinho, é um Renault Duster manual, então é estranho.

A história foi o seguinte, eu desci para levar meu filho na escola como faço todo santo dia, às cinco pras sete da manhã quando ao olhar para o carro, que fica numa vaga na frente do meu bloco no condominio onde eu moro, o carro não tava mais lá.
“Porra roubaram meu possante dentro do condomínio?” — pensei.
Em seguida, vi meu carro parado em outra vaga, cerca de uns dez metros atrás da minha vaga original, onde eu havia deixado o carro.

Ué. Como assim?

Eu me lembrava perfeitamente que estacionei o carro na minha vaga, que é sempre a mesma a cada ano. Cheguei com o Davi da escola e parei como sempre fazia, e fui pra casa. Dez e meia da noite, quando a Nivea voltou do trabalho, ela passou pelo nosso carro, que fica bem na porta do bloco. Ela viu o carro na vaga. Então, como que de manhã ele estava em outra?

Ninguém saiu de casa, Nivea não dirige e o Davi estava gripado, fora que só tem 13 anos e nunca mexeria no carro.
Eu fui lá onde o carro estava e olhei. Ele estava estacionado direitinho, dentro do quadrado pintado no chão, respeitando a distância do carro da vaga de trás.
“Alguém estacionou essa merda.”

Mas como, se a chave estava na minha casa?

Olhei e o freio de mão estava puxado. O carro estava perfeitamente estacionado numa vaga lá do outro bloco.
Intrigado, imaginei a única explicação plausível pra mim naquele momento: Eu devia ter puxado pouco o freio de mão, e o carro escorregou da vaga, parou no meio da pista, e algum funcionáario da limpeza do condomínio ou mesmo um morador solícito, viu o carro ali (concluiu que eu cheguei bêbado da rua) e empurrou para a vaga onde ele achava que devia ser.
Parecia a solução mais simples, e como sabemos, normalmente, a solução mais simples é a mais correta…

Porém, com o carro fechado, como o cara puxou o freio de mão?
Aí fiquei intrigado. A Nivea então solicitou ao funcionario da administração que ele verificasse o video das câmeras de segurança daquela noite para vermos quem entrou no carro.

E foi aí que toda a racionalidade lógica foi pra casa do chapéu: Segundo o Robson, o funcionario aqui do condominio, o meu carro estava paradão na vaga, como sempre esteve até o relógio bater meia noite e meia. Quando  deu meia noite e meia em ponto, o carro deliberadamente saiu andando da vaga dele e foi lentamente, sozinho, até a outra vaga e estacionou lá.
Assustado, o funcionario se certificou que ninguém entrou no carro, e realmente, pelo video, é isso: o carro do nada, sai andando sozinho e vai estacionar em outra vaga. Infelizmente, o condomínio não libera as imagens de segurança por norma interna e não posso mostrar meu carro dando um rolê sem piloto.

Ok, então o que temos: Um carro sai da vaga e vai sozinho para outra. Há uma leve inclinação na minha vaga, para que a água da chuva não se acumule. Então, pela lógica, a gravidade puxou o carro, que desceu e perdeu energia cinética e por acaso parou dentro da outra vaga, (que por sorte estava vazia) sem sequer encostar no carro de trás.

Mas aqui tem um porém: Por que o carro fez isso meia noite e meia? A gravidade é igual em qualquer hora do dia, de modo que o mais logico seria o carro descer assim que eu saí do veículo no dia anterior ao trazer meu filho da escola.  Não faz sentido o carro esperar ficar de madrugada para ninguém ver, hehehe.

Outro detalhe interessante, o piso não é liso, ao contráro, é feito de bloquetes de concreto, o que impede a hipótese do escorregamento, mais possível num chão liso como os de estacionamento de shoppings. Outro detalhe que verifiquei: o carro não estava com os pneus excessivamente calibrados, na verdade, estavam até precisando calibrar, o que aumentava a área de contato do pneu com o solo e assim, subia o atrito.

Aí eu botei o meu chapéu de Myth-Buster e fui fazer testes. Entrei o carro puxei pouco o freio de mão e deixei ele em ponto morto. Desliguei e fiquei olhando. De fato, o carro desce, mas ele anda meio metro e para.

Observando o deslocamento, meu carro andou mais de dez metros naquela madrugada e entrou certinho na vaga. O fato dele estar tão bem estacionado, com precisão cirúrgica no quadrado da vaga é outro fato extremamente impressionante. Teria que ser uma enorme, gigantesca coincidência exatamente naquele dia que não puxei o freio de mão até o fim — como faço todo santo dia — eu deixar as rodas com o alinhamento preciso para que o carro não se desviasse um grauzinho sequer em seu “passeio”.

Como o Duster tem direção eléetrica, a direção é dura pra caceta, e precisaria ser um Ronny Coleman para virar esse volante. Com o carro desligado, ela quase não vira.
Até o momento, não desvendei o mistério do carro que anda sozinho. Uma idéia que já me ocorreu é que isso pode ter algo a ver com a umidade do ar. Não sei como ainda, mas talvez, a umidade do ar na madrugada tenha criado alguma condensação, algo que atuou como um lubrificante e deixou o carro dar seu macabro passeio na escuridão.

Um carro que sai andando sozinho…. É no minimo curioso, hehe.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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