Mundo Islâmico – O meu sonho de hoje

Hoje de manhã acordei como costumo fazer e contei o início do meu sonho para a Nivea. Ela ouviu pacientemente e disse o que sempre diz:
“- Como você sonha essas coisas?”

Aqui vai ele:

O meu sonho de hoje – O mundo Islâmico

Não houve prólogo (sim, ja tive sonho com prólogo, sonho com legenda e até sonho com créditos finais) nesse sonho, apenas já começava com uma situação pra lá de maluca. Eu estava sentado num sofá numa casa que não é minha casa e nem reconheço como casa de ninguém. Eu tinha nas mãos um copo de água e estava vestindo um camisolão enorme, e branco.  Passei a mão na barba e senti que ela era grande.

A Tv passava um programa sem som. Lembro que era uma TV CRT, meio antiga. Faltava até um botão. Na tela, entre chuviscos, uma retroescavadeira empurrava uma montanha colossal de cadáveres humanos, todos nus, numa vala enorme.  Corpos de homens, velhos, mulheres e crianças se misturavam numa massa amorfa de braços e pernas.

Eu assistia aquela porra completamente sem nenhum sentimento. Não havia horror, nem raiva, nem desespero. O que havia era uma tenebrosa sensação de conformismo.

A Nivea entrou e sentou ao meu lado. Ficou quieta vendo a Tv que também não falava nada. Era uma filmagem aérea mostrando as escavadeiras jogando corpos e mais corpos numa vala. Algumas ao fundo já queimavam com labaredas gigantes e uma fumaça escura que subia para o céu.

A Nivea vestia também um tipo de camisolão, mas o dela era um pouco diferente do meu.

Levantei-me e andei pela casa. A casa parecia “pelada” Só tinha o sofá, a tv que estava em cima dum banquinho retrô. Havia uma mesa dessas de cozinha, tipo Casas Bahia, num canto com três cadeiras.  Não havia cortina, nem livros, nem tapete, nem nada, mas tinha um quadro. Um quadro de um barco. Era uma caravela numa tempestade. Um quadro bem feio, meio tenebroso até.

Fui até a janela ao lado da porta. Lá fora vi pessoas andando. Todos usavam os camisolões brancos. E touquinhas ridículas que eu jamais usaria normalmente (sóbrio).

Passou um caminhão militar com homens armados na caçamba. O caminhão desacelerou ao passar em frente a minha casa. Um deles olhou pra mim. Ele tinha olhos ameaçadores que me deram um medo ferrado. E eu me afastei da janela lentamente. Eles estavam fortemente armados e esses homens usavam um turbante preto. Mas também estavam de camisolão. O caminhão retomou sua velocidade após passar em frente minha casa.

De alguma maneira, eu sabia o que havia acontecido, e em alguns flashes, eu fui me lembrando de tudo que me levou até ali. Eu estava num assentamento para novos islamitas. Uma região intensamente patrulhada em busca dos inimigos do novo regime.

Eu sabia que eu era cristão, mas não poderia falar isso jamais, senão meu destino seria tomar parte no mórbido espetáculo nas enormes valas. Eu vivia uma mentira, e sob minha patética touquinha de crochê fui me lembrando de imagens terríveis de uma guerra no qual todos saíram perdendo. Bombas surgiram na minha mente. Eu sabia que apenas 1/3 da humanidade havia sobrevivido. Era um novo Holocausto. Mais uma das eternas dominações humanas marcadas pela barbárie.

Eu sabia que tinha tido sorte. Que havia escapado com a Nivea e com meu filho (que não estava no sonho e tenho medo de especular o por quê.)

A maioria tinha se ferrado. Os que saíram com vida estavam espalhados em campos de extermínio e ninguém tinha peito de fazer nada para impedir. Aliás, não havia sequer quem pudesse impedir.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma sirene alta. Olhei para a Nivea que veio com dois tapetinhos debaixo do braço. Estendemos os tapetinhos e nos ajoelhamos para rezar.

Eu encostei minha cabeça no chão desejando que aquela merda toda realmente acabasse.

Eu olhei pra ela e ela estava me olhando também.

Ela não disse uma palavra mas vi em seus olhos e era quase que telepático. Lentamente ela se virou e olhou para o único quadro que havia na parede. Eu sabia que aquele quadro estava ali para nos monitorar. Havia uma câmera escondida no quadro, por onde alguém nos vigiava 24 horas por dia. Por isso não falávamos. Agíamos como robôs pois certamente também haviam microfones por todos os lados.

Passada a hora da oração, alguém bateu na porta. A Nivea recolheu os tapetinhos e eu abri a porta.

Um homem suado, com péssimo aspecto trazia uma caixa de ferro enferrujada. Ele me entregou a caixa sem dizer nada. Virou as costas e saiu andando rápido. A caixa era pesada.

Levei a caixa até a mesa. Ela tinha um cadeado e o homem  não havia me dado a chave. Mas eu sabia que não podia ser coisa boa aquilo. Porém, sonho é sonho e acontecem essas incongruências que não fazem muito sentido. Eu peguei a caixa e levei para o quarto, coloquei ela debaixo da cama. Tudo agindo como um robô, sem falar uma palavra com a Nivea.  Ela olhava pra mim com olhos arregalados de espanto. Mas não disse nada. Apenas olhou a caixa com um olhar grave e de reprovação…

Só depois que eu acordei que fiquei pensando sobre isso e talvez eu tenha pego aquela caixa, possivelmente com material subversivo ao regime porque a câmera oculta só nos vigiava durante a reza, mas os microfones provavelmente gravavam o tempo inteiro. Acho que é uma boa hipótese.

Aconteceram também algumas coisas que me esqueci nessa parte. Sei que depois saímos de casa.

Ela toda coberta e eu com a roupa ridícula.  Andamos até uma praça diminuta que havia nas proximidades, onde havia pelo menos uns dez outros casais andando ao redor da praça. Era estranho. Quase Dadaísta. Eles iam dando voltas e voltas. E aí começamos também a andar, em absoluto silencio, andando, dando voltas na praça, como robôs. Ninguém falava nada. E isso me incomodava absurdamente, mas não ousei falar.

Andávamos ao redor da praça quando um homem,  um homem que eu reconheci de imediato passou correndo, esbaforido. Era o barbudo que me dera a caixa minutos antes. Ele passou correndo. As pessoas pararam de andar,mas logo que o caminhão sinistro apontou na esquina a toda velocidade, todos começaram a andar de cabeça baixa sem emitir uma palavra. A Nivea me puxou discretamente pela mão e eu continuei também a andar, tentando ver com rabo de olho a “merda” que já se avizinhava. Não deu outra. Tiros. Todos pulamos no chão e vi, dali do chão mesmo, o homem que corria levantar os braços e gritar.

-” A paz de Cristo! A paz de Cristoooo!!!” -Então sua voz foi engolfada pelo som dos tiros. Caiu fulminado pela saraivada de tiros de metralhadora disparados pelos homens do caminhão.

O caminhão encostou. Os homens de turbante preto desceram. Estava escurecendo. Eles também não disseram nada. Pegaram o corpo do homem ensanguentado e jogaram no caminhão com a frieza de um lixeiro que recolhe o lixo. Eu engoli em seco pensando na caixa de ferro sob minha cama. E se ele descobrissem? O caminhão pingava sangue.

Enquanto isso, nós nos levantávamos. Imediatamente, sem que ninguém mandasse,  retomamos nossa bizarra atividade de andar ao redor da microscópica praça em duplas. Todos em silêncio.  Todos andando. Todos presos em seus corpos e mentes…

Agradecendo por ainda não estarmos na caçamba do caminhão que já virava a esquina.

Aí acordei.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

    • Eu sonho essas merdas porque fico lendo jornais e vendo documetario antes de dormir. Aí da um bololô danado. Esse sonho aí é basicamente um misto do que li recentemente e um documentario sobre o nazismo que estou vendo no netflix.

  1. caramba…deu medo! principalmente se os fanáticos do islamismo de alguma forma conseguissem ter o controle mundial. Eu nunca comentei isso pra ninguem, pois eu evito “pensar coisas negativas”. Mas eu tenho medo do que possa acontecer ao mundo e não é algo tipo daqui ha 20 anos não, é daqui 1 semana ou menos. Eu vejo as noticias e só vejo o mundo entrando num enorme caos , é crise na europa , que daqui a pouco pode afetar a america e eu e meu marido estamos planejando migrar pro Canadá em poucos anos…e acaba que “parece” que não há lugar seguro ou estavel entende? Mesmo eu vendo várias coisas boas ecologicas começando a serem aplicadas, é a incerteza e o medo que pairam internamente.

  2. É a força islâmica que vem ai (faz muitos e muitos séculos) e tem tudo para se impor e tomar a frente do governo mundial. Começou pela Europa e, creio eu, que o próximo passo é a infiltração na América Latina.

  3. Caraca.. Que viagem.. Mas como a Michelle falou.. do jeito que o mundo está não duvido de mais nada.. tenho planos de ir embora do Brasil também.. no próximo ano.

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