Montanha-russa sem rodas é a maior diversão

Veja que legal este escorregador gigante encravado numa montanha. Isso deve ser muito, muito divertido mesmo.

Coincidentemente, hoje eu estive no laboratório de supercondutores com o meu pai e conheci um cara novo na equipe do Maglev Cobra chamado Felipe, que está trabalhando numa montanha-russa que usa a tecnologia do Maglev Cobra para operar. Como é de se prever, a montanha-russa do Felipe não tem rodas. Ela (como o trem) levita no ar através do efeito Meissner em que uma cerâmica especial supercondutora resfriada a -200 graus levita colada magneticamente sobre um ìmã de terras raras.

Sim, meu amigo. Imagina só embarcar num troço que vai rodar de cabeça pra baixo e NEM AO MENOS ESTÁ ENCOSTANDO NO TRILHO! Isso sim é o que eu chamamo de dar um frio na barriga.
Ocorre que um dos grandes problemas das montanhas-russas é que o atrito das rodas com o trilho produz muito barulho e vibração, além de limitar a velocidade. Para tal, as montanhas-russas tradicionais utilizam-se de um componente simples para operar: A gravidade da Terra. è por isso que 11 em cada 10 montanhas-russas tem uma gigantesca subida logo de cara. Neste trecho o brinquedo é tracionado por cabos, correntes e catracas até chegar no topo.

É neste momento que você encomenda a própria alma e…

Então ocorre o mergulho que é onde ela adquire energia cinética que vai impelir os carros através do circuito. Como há uma grande perda energética em função do atrito, resistência do ar e tudo mais, é fundamental que os obstáculos do circuito sejam gradativos, tendendo ao zero de exigência energética. Isso implica em ter uma montanha-russa com uma subida cada vez maior ou circuitos cada vez menores. Cada um desses fatores é inibidor do efeito de prazer, já que o prazer do brinquedo está na descida e não na subida. A subida opera mais como um sistema de antecipação. Sem falar que solucionando a questão da subida inicial, é possível expandir o circuito com a economia gerada.

Agora, usando a supercondutividade para criar uma montanha russa, os limites impostos à engenharia são amplamente reduzidos. Com a ausência de atrito com a pista, a resistência encontrada pelos carros se limita ao ar. Isso significa fazer uma montanha russa que dispare de uma só vez, do zero a 200km/h sem necessidade de subir grimpas lentamente. Isso permite também circuitos enormes, com piruetas até agora inimagináveis.

Resta saber se vai ter maluco para ser o beta tester numa montanha-russa em que os carrinhos flutuam soltos no ar sobre o trilho e que não se sabe ao certo a que velocidade podem chegar.

Alguém se habilita?
O projeto é experimental com fins puramente científicos. Provavelmente o resultado do trabalho do Felipe vai se limitar a um modelinho em escala. Mas bem que seria legal uma montanha-russa Maglev.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Mas nem a pau…
    Eu não entendo bem da tecnologia Maglev mas os riscos de um espírito de porco sabotar o negocio não são maiores?
    O que acontece se, de alguma forma, alguém interromper o magnetismo dos trilhos em alguma parte do circuito? Existe como!?
    (na verdade estou arranjando justificativas para comprovar meu medo de acidentes em brinquedos)

  2. O primeiro vídeo é bem legal, eh como se fosse aqueles trenos de competições no gelo, mas com rodas e no seco =D

    agora já a montanha russa de “imã” não sei se encarava

    abraço

  3. Imaginei um bondinho, tipo aquele lá do RJ funcionando com esse principio àquela altura!

    Você olhando pra cima e vendo aquela coisa flutuando….

  4. Muito bacana… a sensação de frio na barriga deve ser muito melhor… por mim eu não iria num troço desses nem lascando, já que tenho medo de altura…
    acho também que ia aumentar um pouco o preço de uma montanha russa… que nem o amigo disse, tornando inviável construir uma dessas…
    A propósito, a cara da guria e dá mãe dela na terceira foto são ótimas
    hahahaha
    totalmente involuntário

    abração!

  5. [quote comment=”73280″]Mas nem a pau…
    Eu não entendo bem da tecnologia Maglev mas os riscos de um espírito de porco sabotar o negocio não são maiores?
    O que acontece se, de alguma forma, alguém interromper o magnetismo dos trilhos em alguma parte do circuito? Existe como!?
    (na verdade estou arranjando justificativas para comprovar meu medo de acidentes em brinquedos)[/quote]

    Boa questão, fiquei curioso!

  6. Beta Tester AQUI!!!
    Chama eu!!! Chama eu!!!
    Eeeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuuu!!!!!!
    Adoooooro Montanha-Russa.
    Quanto maior, mais piruetas, e mais assustadora melhor!!!
    Quando eu fui no Europa Park aqui na Alemanha a primeira (e a segunda e a terceira) coisa que eu fiz foi andar na Montanha Russa da Mercedes Benz!!!!! Muito Alta, meu marido quase morreu do coracäo quando eu disse que queria ir na frente!!! Entäo eu falei, ok, vamos na última cadeira. Ele ficou mais tranquilo por que ele näo sabia que na última cadeira dá mais vertigem. kkkkkkkkk.
    Por que a Montanha russa quando desce ela pega velocidade muito rápido entäo quem está na última cadeira, nem bem chegou lá em cima, já está descendo a mil por hora!!!!
    Foi muito legal!
    E eles ainda tiram uma foto sua na hora da decida! Eu estava com cara de “E lá vamos nós!!!” e meu marido com cara de “Eu vou morrer!!!” hahahahahaha

    Na segunda e na terceira vez eu fui com a minha amiga Raána, ele ficou em baixo passando mal.

    Cara, se você tiver intimidade com o Felipe, fala que eu quero ir siiiiiim!!!!

  7. O modelo do Felipe é científico, para estudar as propriedades do supercondutor. Sobre os riscos eu tô zoando, a parada é super segura. Não descola nem ferrando. Tipo ela levita mas está presa no material da base imantada via cargas magnéticas.
    O resfriamento está nos carros, a base de ímãs de terras raras (especiais com muito mais potência que um ímã normal) compõe o “trilho”, que trabalha em temperatura ambiente. O ìmã não perde a carga nunca. Não tem isso de “desligar”. Enquanto o carrinho tiver frio, o troço levita, sem gastar luz nem nada. O supercondutor na base do carrinho é muito frio porque é montado sobre um grande reservatório de nitrogênio liquído a -200 graus.
    Falando nisso, meu pai tem uma patente de um troço parecido, só que é um tubo de ímãs, e no interior passa um tipo de cápsula coberta com supercondutores.
    Este treco é capaz de transportar minério em velocidades absurdas através de um circuito de centenas de km.
    Os caras do Eike Batista andaram interessados nessa patente, mas com esta crise aí, acho que não vai mais sair. Uma pena.

  8. Philipe, a pergunta que não quer calar é:
    – O que acontece se faltar luz no parque durante um loop ou uma descida?

    Volta e meia acontece de faltar luz em um parque ( como falta em qualquer lugar) e a montanha russa fica parada de ponta-cabeça, presa pelas rodas. Mas se não tiver rodas …

  9. [quote comment=”73567″]Philipe, a pergunta que não quer calar é:
    – O que acontece se faltar luz no parque durante um loop ou uma descida?

    Volta e meia acontece de faltar luz em um parque ( como falta em qualquer lugar) e a montanha russa fica parada de ponta-cabeça, presa pelas rodas. Mas se não tiver rodas …[/quote]

    A pergunta é boa cara. Mas a resposta é bem simples. A montanha russa nunca para de cabeça para baixo porque ela é atratída pela gravidade para o ponto de conforto. Com a quase ausência de atrito, uma montanha russa que levita vai descer o looping e voltar para o ponto de saída ou vai até o final do corcuito. Se (vamos apenas supor) tiver sido uma sabotagem e não houver nem energia de frenagem para os carros, o que vai ocorrer é um passeio de montanha russa por mais de uma hora, hahahaha. Coisa que não deve ser confortável, mas em último caso, é melhor que todo mundo despencando do looping.
    Ocorre que este tipo de veículo de levitação sempre conta com um sistema múltiplo redundante de minimização de riscos. Assim existe um sisteminha nos carros acionado via radio que pode freá-los em caso de falha, existe o sistema de frenagem magnético na cabine de comando central, e existem baterias (nobreaks) para garantir que um ride só começa com a carga energética necessária para o disparo e frenagem. Quando o passeio inicia, a energia necessária para acelerar e parar o carrinho já está reservada e garantida.

  10. Mas é viável isso aí? Dá mais trabalho fazer uma pastilha supercondutora do que ser destaque em todas as escolas de samba do Rio no carnaval.
    Se fazer uma pastilha só já é um saco, imagina o mecanismo de levitação para toda uma montanha russa. Haja hidrogênio líquido, putz!

  11. Na hora que precisar de beta tester, to dentro^^
    auheuaheuaheuaheeh
    tenho mó medo dessas coisas, mas quando me chamam pra fazer coisas de louco, eu sempre vou hehehe

  12. morro de medo de montanha russa
    alias as fotos da qela mulher e a cara da minina ficou incrivel kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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