Incríveis fotos preto e branco em versões coloridas

Recriadas pelo artista sueco Sanna Dallavey, famosas fotos em preto e branco ganham vida em cores. Ele usa um processo digital para colorizar célebres imagens em preto e branco. Incrível como isso em alguns casos parece estragar a imagem, mas em outros dá toda uma nova dimensão à elas.

Veja só como Charles Darwin parece um pouco menos velho caquético nesta versão colorida.

Da mesma forma, o escritor Mark Twain parece pronto para bater um papo com a gente.

O explorador noroeguês Fridtjof Nansen. Ele tem esta cara de maníaco, mas não se engane. O cara é um político-aventureiro-herói mundial que até ganhou o prêmio Nobel da Paz. Saiba mais sobre ele aqui. 

Eu não curti muito esta do Alfred  Hitchcock. Prefiro mil vezes a versão PB. Em compensação achei fabulosa esta colorização da foto de Winston Churcill:

Embora a versão de colorização de Churchill tenha ficado muito legal, eu acho que a versão em preto e branco consegue transmitir uma energia que me parece muito mais impactante..

Já neste teste nuclear submarino num atol paradisíaco parece extremamente artificial em cores.  A explosão foi produzida como parte da Operação Crossroads em julho de 1946.

Albert Einstein parece ter ganhado vida. Suas mãos com um brilho estranhamente plastico na versão em preto e branco me pareceram mais naturais em cores. Essa eu preferi na versão colorida.

Esta é uma foto da corajosa  Dorothy Counts, uma menina negra de apenas 15 anos que foi a primeira aluna negra a ingressar numa escola de brancos no sul dos Estados Unidos, em 1957. (os pais dela conseguiram isso através de uma ação judicial contra o Estado). No entanto, depois de quatro dias de assédio e ameaças de colegas brancos, seus pais tiveram que tirá-la da escola. Nem o fotógrafo conseguiu conter o violento bulling dos alunos, imortalizando a imagem como um exemplo do preconceito racial nos EUA. Já esta outra foto aqui em baixo é um clássico:

Um marinheiro que ao voltar da Guerra, na comemoração do dia em que o Japão se rendeu, se deparou com uma enfermeira que vinha passando em plena comemoração na Times Square e tascou-lhe um puta beijão na boca, imortalizado por Alfred Eisenstaedt. A foto virou um ícone que representou o fim da Guerra.

Outra foto muito interessante, mas que na minha opinião perdeu 90% de sua força é esta imagem abaixo:

Isso porque na foto original de  Margaret Bourke-White, a imagem que representa os anos da grande depressão nos EUA, com uma fila de pessoas tristes, esperando por um prato de comida,  não tem o letreiro tão colorido que evoca uma felicidade na propaganda do American Way of Life. Por outro lado, as cores forçam este contraste entre a idealização publicitária e a dura realidade. Mesmo assim, ainda fico com a versão PB nesta.

Outra imagem triste é a desta retirante com suas crianças. Uma das mais expressivas fotografias da História em imagens. É possível contemplarmos os sentimentos de desamparo das crianças, e completa desesperança desta mãe, registrada pelas lentes de Dorothea Lange. Neste caso eu acho que rola um empate entre a versão PB e a colorida, tamanha força dramática nesta imagem.

aqui temos uma fotografia incomum de Che Guevara. Curisamente, apesar de já haver fotografia colorida nos tempos de Che, quase todas as imagens dele na net são preto e branco.

Premiada internacionalmente, esta foto abaixo é um ícone do episódio que ficou conhecido como “Ofensiva de Tet”, durante a Guerra do Vietnã (1959-1975). Mostra o general Nguyen Ngoc Loan, da polícia sul-vietnamita, e um prisioneiro vietcongue Nguyen Van Lém. A execução, registrada pelo fotógrafo Eddie Adams, foi justificada com o argumento de que o prisioneiro também havia matado muitas famílias. A imagem se transformou em um símbolo para os pacifistas que lutavam contra a brutalidades e a violência gratuita presente em conflitos armados. Com ela, Eddie Adams ganhou o premio Pullitzer.

Nesta outra incrível imagem, a colorização produz um efeito impressionante. Eu sinto que a versão em Preto e branco, por condensar o espectro de tons, meio que atenua a crueza desta imagem. Trata-se dos últimos segundos de vida de  Thich Quang Du monge que queima-se nas ruas de Saigon em 11 de junho de 1963, em protesto contra a perseguição de budistas no sul do Vietnã. A imagem do fotógrafo Malcom Browne chocou o mundo.  Quando surgem as cores, vem junto a sensação do calor causticante das chamas, consumindo lentamente a carne do monge, que parece incrivelmente impassível ao horror de sua própria imolação.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Se eu não me engano, existe um vídeo daquela foto do cara com a arma na cabeça do vietcongue, e no vídeo ele dá o tiro mesmo, acho que esse filme também virou símbolo dos pacifistas. A foto que me impressionou mais foi o teste nuclear, que quase sempre foram retratados em PB, e quando aparecem coloridos dão uma impressão de realidade mais próxima (até porque os últimos testes foram feitos por ditaduras e devem estar com seu registro guardado a sei lá quantas chaves).

  2. As mais legais ficaram as do Darwin e do Mark Twain, talvez por serem mais antigas, parece que foram trazidas para a atualidade na versão em cores.

  3. Essa foto do monge em chamas foi usada na capa do primeiro álbum do Rage Against the Machine – o mais cru e mais rico em conteúdo de protesto, na minha opinião.

  4. Cara que bacana isto, porque não foi só a coloração, mas também a explicação para quem não estava “ligado” a imagem
    Boa cara! Acho que vou bolar até um quadro com isso ai para meus colegas se entreterem na minha parede

    Abraço!

  5. Um fato interessante é sobre a foto do marinheiro e da enfermeira. Ela é falsa. Quer dizer, não foi uma foto espontânea e sim posada. Quando o Eisenstaedt viu os dois passando um perto do outro teve a idéa e pediu que os dois posassem para ele. Não sei se eles sabiam o quão icônica essa foto se tornaria.

    Só por curiosidade, outra foto famosa que também foi posada foi a dos soldados erguendo a bandeira dos EUA em Iwo Jima. O fotógrafo Joe Rosenthal viu a cena na manhã anterior (não tão dramática) e gostou. Pediu aos soldados que refizessem o gesto para a foto, que também se tornou icônica ainda que posada.

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