CUIDADO! As dez lagartas mais perigosas do mundo

Acredite em mim quando digo que você nunca vai querer pisar e nem encostar numa dessas. A má notícia é que se você está no Brasil, igual eu, perto da Mata Atlântica, isso pode acontecer! Inclusive uma dessas aí, a numero 3, com o nome popular de “cachorrino do diabo”  apareceu no mato lá no meu estúdio outro dia. Se você encostar nisso você CHORA, mermão! A primeira dama também ja teve seu encontro inesquecível com a numero 5 dessa lista, pisando descalça em cheio na infeliz, o que quase arruinou uma viagem de final de ano nossa.

As lagartas que serão discutidas em nosso artigo são lindas, incomuns, mas venenosas. Tocá-los com as mãos é extremamente perigoso, embora externamente pareçam inofensivas e até mesmo atrativas.

A maioria das lagartas prefere se instalar em terra, outras – em corpos d’água, algumas até gostam de água – podem se adaptar a qualquer lugar. Todos sabemos que qualquer lagarta é uma larva de borboleta ou mariposa. Em sua forma original, ela permanece por cerca de três semanas, depois se envolve em um casulo e se transforma em borboleta.

Por mais lindas que sejam as borboletas, não há como negar que a maioria delas são pragas – e muitas delas causam danos às plantações agrícolas. Nessa lista estão algumas das lagartas  consideradas as mais venenosas do mundo. Vamos dar uma olhada nelas.

10 Lagarta Macaco

Com um formato super estranho, quase alienígena, esse é um dos insetos mais perigosos do mundo. A lagarta do macaco, também conhecida como Phobetron pithecium. Tem protuberâncias de lã, espalhadas em diferentes direções. Segundo os pesquisadores, essa estrutura corporal permite que a lagarta afugente os predadores. Algumas das lagartas pertencentes a esta espécie têm pelos urticantes.
Você não deve pegar uma lagarta se tiver “sorte” de encontrá-la – pessoas com pele sensível podem sentir dor. O inchaço aparecerá na pele e a temperatura aumentará. A espécie é difundida nos Estados Unidos – geralmente a lagarta do macaco vive em jardins. Recebeu o nome de cabelos longos e grossos – parece muito bizarra, mas é pequena, seu corpo não ultrapassa 2,5 cm de comprimento

9. Lagarta da cauda vermelha

Na aparência, a cauda vermelha é a criatura mais fofa quando se transforma em borboleta. A lagarta é coberta de pelos, o amarelo limão é tonalidade mais comum na natureza, mas existem outras cores. Há listras pretas no corpo. É melhor não tocar na redtail com as mãos – ou vai doer MUITO.

Os pelos da lagarta, quando em contato com a pele, causam alergias, surge uma erupção cutânea dolorosa no corpo. Essa espécie está distribuída por toda a parte na Europa. Os jardineiros não gostam de ver essa lagarta, porque ela danifica as roseiras e outras plantas, o que leva à diminuição do rendimento.

8. Lagarta coroada

As lagartas urticantes usam defesa para manter os predadores longe delas. Cada espécie possui cerdas, que são pelos ou espinhos- a lagarta coroada também possui. Na aparência, ela é incrivelmente bonita, vive nas florestas da Flórida e do Mississippi.

A lagarta adora se instalar em plantas lenhosas e prefere as folhas de várias árvores como alimento. As lagartas coroadas mais velhas apresentam manchas avermelhadas ou amareladas no corpo. Como todas as lagartas, suas cerdas expelem veneno – os espinhos penetram na pele e as toxinas são liberadas nela.

7. Lagarta de sela

Encostar nessa é BO! A lagarta se destaca por sua aparência brilhante, mas acredite – é melhor não se aproximar dela, querendo examiná-la. Os chifres da lagarta da sela são cobertos por pelos que secretam veneno. Depois de tocá-los, surge a dor (um tanto reminiscente de uma picada de abelha), depois aparecem inchaço, erupção cutânea e náusea – não é muito agradável sentir tudo isso.

A lagarta da sela parece, claro, engraçada, mas é melhor admirá-la apenas na foto. Seu ferrão contém veneno, como todas as lagartas. Uma lagarta tão única vive na América do Norte e atrai com sua aparência. Sua cabeça e costas têm enormes chifres cobertos de pelos.

6. Bicho-da-seda marchador

O bicho-da-seda marchador habita a Índia, Europa e América do Norte. Vive em grupos, prefere ninhos de seda de pinheiros. É interessante observar seu movimento – reunidas em grupo, as lagartas se movem como um trem. Eles se unem para encontrar comida ou sair do ninho.

Como acontece com a maioria das lagartas, o contato com um bicho-da-seda ambulante é perigoso. A lagarta tem muitos pelos em forma de arpões – quando tocada, ocorre forte irritação na pele. Os animais não prejudicam as espécies – os bichos-da-seda são cobertos com veneno que causa alergias. Uma tentativa de um animal de apenas cheirá-los será deplorável para ele.

5. Saturnia

Essa lagarta é bem charmosa, e você encontra espalhada pela América, só lembrando que você só pode olhar para ela, em hipótese alguma pegue. Saturnia tem espinhos – o veneno contido neles causa coceira dolorosa ou até dermatite. Na última fase da vida, a lagarta atinge 6 cm de comprimento.

Ela se transforma em uma borboleta charmosa: brilhante, com “olhos” pretos nas asas. É comum Saturnia formar grandes grupos em um estágio inicial – assim, tendo se tornado parte deles e alinhados em fila única, as lagartas rastejam em busca de comida. As pupas são geralmente pretas ou marrons.

No Brasil ela acaba ganhando o nome popular de “taturana”.

4. Lagarta cara de gato

Essa lagarta lembra um gato fofo, mas as aparências, como sabemos, enganam. A lagarta esconde cerdas venenosas sob os pelos – ao entrar em contato com elas, a pessoa pode sentir irritação na pele, por isso é melhor contornar esse inseto.

A lagarta do gato (também conhecida como lagarta Hello Kitty) vive na China e no Japão, mas pode procurar lugares para morar em outras partes do mundo. Ela tem semelhanças com um gato de desenho animado apenas por causa de sua cabeça, caso contrário, a lagarta não é diferente de outras espécies.

3. Coquete

Também conhecido como “cachorrinho do diabo” ou apenas lagarta cachorrinho, que não é exatamente essa aí da foto de cima mas sim a da foto de baixo.  Apesar do nome, a lagarta coquete não vai flertar com ninguém, mas pode causar choque anafilático. A lagarta é encontrada pelo mundo todo, até na Rússia. De lagarta, a coquete não se transforma em uma linda borboleta, mas em uma mariposa de flanela. Na tradução, o nome dela é “Donald Trump” (a semelhança foi vista no penteado).

A lagarta cachorrinho (Podalia orsilochus) é encontrada em muitas partes do Brasil

Uma lagarta parecida com um hamster também vive no México. É inofensivo na aparência: fofo, de cor marrom, seu corpo tem 2-3 cm de comprimento, mas pode causar uma séria ameaça. As pontas dos pelos da lagarta terminam em ganchos frágeis – uma pessoa que foi atingida por seu veneno sentirá coceira constante, podendo ocorrer vômitos e até diarreia.

2. Urso Nogueira

À primeira vista, esse indivíduo fofo não pode ofender ninguém – é, não é perigoso, não tem veneno, mas suas cerdas têm entalhes tenazes. Ao entrar em contato com ela pode ocorrer coceira e até erupção cutânea (tudo depende do indivíduo). No entanto, para quem sofre de alergias, a nogueira é perigosa.

Após o contato com um urso nogueira, você não deve tocar nos olhos – se os espinhos entalhes entrarem neles, você terá que procurar ajuda de um cirurgião. Eles não podem ser retirados da mucosa por conta própria. Além disso, essa pode morder – nem todas as lagartas são capazes disso. Não cresce mais do que 3 cm

1. Palhaço preguiçoso

Essa lagarta também é chamada de lonomia. O nome palhaço preguiçoso está associado a algo fofo, mas é melhor ignorá-lo. A lagarta não planeja fazer ninguém rir – quando ela tocar o corpo humano, não haverá tempo para rir. A pessoa começará a ter hemorragia interna e outras consequências desagradáveis.

O mais desagradável é que é difícil perceber o palhaço preguiçoso – a lagarta se disfarça com habilidade. Além disso, a espécie gosta de viver em colônias. Estando em uma árvore, ela pode cair bem na sua cabeça – e se ela te tocar, ela pode não apenas irritar a sua pele, mas também te matar!

Para não morrer, após o contato com a lagarta, você deve tomar imediatamente um antídoto.  Para nossa prepcupação, ela vive na Argentina, Uruguai, Paraguai e sim, Sul do Brasil!

Na família da Lonomia existem outras, que são taturanas igualmente perigosas, como a Obliquia, que causa até alucinação. O animal é bastante tóxico e, por isso, não pode ser tocado. As substâncias presentes na lonomia causam dor, vermelhidão, dor de cabeça e inchaço imediatos. A febre alta, que pode render alucinações, aparece nas primeiras 72 horas de contato.

Lonomia obliqua vive em comunidade em árvores — Foto: Roberto Moraes/ Instituto Butantan

ocorrem cerca de 500 casos por ano de contatos entre lagartas e pessoas no Brasil, dos quais 0,5% resultam em morte. No Butantã,  há soro contra o veneno desta espécie desde 1996.

Ela forma grandes colônias, então se você encostar numa delas, mande meu abraço para Jesus!

 

Ela veio do Amapá

Devido à supressão do Cedro e da Aroeira, seu habitat natural, onde costumava se alojar nos pontos mais altos, as lonomias migraram para as árvores frutíferas, mais baixas, onde passaram a desovar e desenvolver suas colônias, de forma exponencial. Nas cidades, a ausência de uma determinada espécie de mosca e a redução das vespas (que depositam os ovos no corpo da lagarta, matando-a), bem como a ocorrência rara de um determinado tipo de vírus, de percevejos e vermes, predadores naturais das taturanas, permitiu que elas se expandissem no meio urbano, aproximando-as do contato humano.

Para se ter uma ideia, na região sul do Brasil, mais de mil ocorrências de contato com risco à saúde humana ocorreram nos últimos dez anos, com alguns óbitos registrados.

 

Tendo migrado (talvez por conta do transporte de madeira) do Amapá (região natural desse tipo de lagarta) para todo o Brasil, a partir da década de 80, elas passaram a ser facilmente encontradas em regiões de matas e mesmos em parques nas áreas urbanas, no sul e sudeste, principalmente nas épocas mais quentes do ano.

 

Em caso de acidente, deve-se:

– Procurar o Serviço de Saúde imediatamente / atendimento médico

– Levar consigo algumas lagartas em frasco fechado, porém com ventilação e algumas folhas de planta para alimentação dos insetos, para que seja identificado o tipo 

– Em São Paulo, comunicar o Instituto Butantã – Endereço: Avenida Vital Brasil, 1500, Butantã – Telefone: (11) 2627-9300

 

 

 

Receba o melhor do nosso conteúdo

Cadastre-se, é GRÁTIS!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade

Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

Artigos similares

Comentários

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimos artigos

Gripado

O dia da minha quase-morte

Palavras têm poder?