domingo, julho 27, 2025
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O maníaco da brasília creme

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Eu estava em Três Rios, uma cidade pequena do interior do estado do Rio. Sabe como é, a gente arruma namorada e dali a um tempo começa a necessidade de pegar o carro. Embora eu fizesse auto escola desde os dezesseis anos, dirigir mesmo, meeeesmo, só depois que eu casei. E a explicação para este fato reside justamente nessa história que vou contar agora:

Sou o sobrevivente de uma perseguição sanguinária que começou assim: Eu resolvi sair com a minha namoradinha na época e peguei o Monza do meu pai emprestado. Bom, eu não sabia dirigir direito, tava aprendendo. Na verdade, nem muita vontade de dirigir eu tinha. Era mais necessidade, pois você começa a sair com a namorada, quer voltar tarde da noite e fica perigoso. Tá, vamos parar com a hipocrisia. Eu queria é dar uns amassos mais profissionais e não dava pra dar na rua.

Motel tava fora de cogitação. Por que? Outro dia, em mais um caso gump eu conto essa.

Então eu peguei o carro e nós saímos. Eu todo garotão, no carrão do meu pai. Passei na casa dela e fomos passear. Tá, tá… Não fomos passear nada. Fomos direto para a beira-rio dar um amasso. A tal da beira-rio era uma espécie de praia lá de Três Rios, uma cidade sem praia. Assim, o prefeito mandou fazer um calçadão em volta das margens do rio que corta a cidade. Um bom lugar para os namorados ficarem. Não era o motel das estrelas, que fica no mirante, mas chegar até lá envolvia uma certa logística no relacionamento, pois ficaria claro que eu queria passar o rodo, e a coisa tinha que ser mais devagar, ou ao menos, mais etílica.

O segundo motivo que que me fazia não ir até o motel… Aliás, mirante de Três Rios, é que tinha uma rampa desgraçada de subida, quase vertical, e eu não sabia fazer ladeira direito. Imagina só o carro descendo despinguelado de ré aquela pirambeira com a mulher gritando na minha orelha… Ia ser trágico.

Ficamos ali na beira-rio, que era fácil de ir, pois é só ir reto em quase qualquer rua da cidade que você cai lá. Fácil pra quem tá aprendendo a dirigir e não tem as manhas ainda. Ficamos um pouco, tomamos uns refris, comemos uns hamburgueres, demos muitos amassos e tava na hora de levar ela em casa.
Então eu arrumei os óculos, sentei no banco do carro, arrumei o retrovisor, (cheio de técnica, parecia até o Schumacker) e saímos em direção à casa dela.
Foi tudo bem, eu estava mesmo dirigindo bem pra dedéu. Todo confiante.

Deixei a J* em casa e comecei a voltar pra casa. Na volta, resolvi esticar o percurso para dar uma treinadinha a mais. Assim, passei pela rodoviária velha e ao fazer uma curva, percebi que quase joguei uma brasília creme que vinha me ultrapassando num poste. Aquela fechadinha mané, que dá uma raiva do caralho. O mané vai abrindo, abrindo, abrindo na curva e atravessa as pistas sem olhar os carros em volta. O cara socou o “mãozão” na buzina e eu nem esquentei. Daí comecei a ver que o cara acendeu o farol alto atrás de mim.
Comecei a me preocupar quando, pelo retrovisor, vi o cara colocar uma coisa preta para fora da janela. Julguei que era um revólver, mas certeza eu tive mesmo quando aquela merda disparou. Téc! Era 38.
Egraçado como o barulho do 38 é estalado. Parece uma bombinha de São João.
Eu soquei o pé no acelerador e a brasília sinistra atrás. Ela era creeme, com vidro fumê. Parecia ter algum adesivo no vidro mas não lembro direito por motivos óbvios.
Então era eu, me cagando todo num Monza velho e uma brasília creme fumê com um maníaco assassino portando um trabuco para fora do carro atrás de mim.

Eu comecei a fugir com o carro e o maluco no vácuo. Subi na esquina da minha avó e virei em direção à linha do trem. A porra da brasília assassina atrás. Na cola. Eu tentava dar uns golpes de volante pra ele não fazer mira. Não sei se dava certo, mas ele só atirou para cima.
Peguei em direção à cidade de Paraíba do Sul. O cara atrás. Eu pisava o máximo que dava no Monza e quando cheguei na estrada, com o * na mão, duplamente, um por estar numa estrada de noite, sem carteira, sem saber dirigir direito, outro pelo maníaco querendo me matar.
Mas na estrada, meti o pé e joguei a quinta pela primeira vez na vida. Eu sabia que fusca não tem quinta, e como fusca e brasília são carros da mesma família, ela também não devia ter.
E não tinha. Por isso, ficou para trás. Eu dei uma boa distância e quando achei que já tava bem longe dela, depois de uma curvona, joguei o carro numa mínuscula entrada no meio do mato e árvores que havia de acesso a umas casinhas da beira da estrada. Desliguei o carro e apaguei os faróis. Fiquei esperando. Com medo.
O coração parece que ia sair pela boca.

Então uns dez segundos depois, a brasília passou igual a uma bala na estrada bem atrás de mim. Passou voada.
O cara queria mesmo me matar. Dei um tempo ali no mato. O silêncio da noite preencheu o espaço e ouvi os grilos. A noite estava bonita e escura.
Tornei a ligar o carro e voltei voado para a casa da minha vó. Depois disso não dirigi de novo até conhecer a Nivea.

Perrengue, né?

Coincidência bizarra I

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Todo mundo já viveu alguma situação estranha de coincidência, que nos leva a questionar se essa vida de fato não é algum tipo de roteiro mal elaborado, cheio de clichês baratos e ações estapafúrdias.
Isso aconteceu comigo num dia, quando tentando instalar um plugin de photoshop que havia arrumado na internet, descobri que não tinha a serial.
A serial era um tipo de código formado por letras e números, e só entrando o tal código para conseguir rodar o plugin. (plugin é um tipo de programinha extra que roda dentro de um outro programão.)
Tentei achar na internet o código, sem sucesso. Daí, tentei umas duas vezes rodar o plugin, mas ele pedia a serial e comecei a chutar a serial do plugin. Cada tentativa levava a uma mensagem de erro na tela dizendo para adquirir a licença.
Foi quando sem olhar para o teclado saí apertando um monte de teclas e números. Encheu o campo do código. Dei enter e…

Entrou!

Eu havia acertado o código de mais de cinco dígitos, formado de letras e números, no chute. Uma cagada tão homérica e improvável que (embora eu ignore as reais estatísticas de probabilidade de acerto) isso deve equivaler a acertar na loto, na sena, nas corridas de cavalo, cachorro, loteria esportiva e jogo do bicho no mesmo dia, e ainda ser sorteado para o Big Brother e faturar o prêmio máximo. Em seguida descobrir que um tio desconhecido morreu e deixou toda a herança milionária para mim.

UM amigo meu me falou uma coisa que faz sentido. O programador do plugin, na hora de criar o código deve ter usado a mesma técnica do “sai apertando qualquer merda”.

A situação de ver um erro da matrix bem na minha frente, um aborto da realidade, foi tão grande que fiquei ali, parado, em estado de choque. Todas as pessoas pra quem eu já contei esta inacreditável história – obviamente e com razão- não acreditaram. Eu mesmo até hoje não acredito.

Mas aconteceu. Só me arrependo de ter gastado a maior sorte de toda minha vida num merdinha fútil como um serial de plugin.

O sobrevivente do Crash

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Aqui estou eu de volta. Agora no final da noite de segunda, depois de passar o dia inteiro preparando, formatando, reinstalando, puxando pedaços do backup, substituindo, alterando arquivos de sistema e tudo mais, estou com 50% da máquina operacional. Pelo menos a parte de email, internet, downloads, office e Photoshop já voltaram ao normal.
Falta tudo de 3d, as mp3, a rede, os meus arquivos pdf, os arquivos de download e mais algumas tralhas.

Muita coisa não consegui recuperar nem usando um programa específico. Mas, vão-se os anéis e ficam-se os dedos.

Ao menos no blog já dá pra voltar a escrever.

Pra não perder o costume, aí vai um caso GUMP:

Crash

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Pois é. Aconteceu o tipo de desgraça que só um legítimo nerd reconhecerá.
Aquele toró-dilúvio-hecatombe-elétrica que caiu na sexta-feira passada começou e eu tinha que preparar a apresentação para minha palestra na Universidade Veiga de Almeida. Resultado, caiu uma porra de um raio em algum lugar e o meu computador TOSTOU! Morreu, foi pro saco, viu jesus, fez beicinho, empacotou, abotoou o paletó de madeira, morgou, faleceu, dormiu o sono eterno, comeu capim pela raiz, fez a passagem, evadiu-se da dimensão física, ou em português ainda mais claro, QUEBRÔ!

O resultado é que agora eu tive que sair e comprar um monte de peças novas, mais um nobreak novo, e vou ter que fazer um XAXO fenomenal para conseguir voltar ao ponto em que minha vida parou na sexta-feira.

Não tá dando pra ler emails, pois ao reinstalar os Hds descobri que no crash ocorreu uma pane generalizada no meu windows e ele foi pro saco. Fica naquela tela preta pedindo uma Dll desgraçada chamada HAL. Tentei reinstalar essa DLL, sem sucesso. Com isso, terei que fazer tudo do zero. Formatarei meu HD e vou começar tudo novamente com um computador novinho.

Bem, tô escrevendo isso porque pode ser que eu dê uma sumida de uns dois dias em função de ter que reinstalar Deus e o mundo na minha máquina. A extensão do dano parece ter sido bem grande. Muitos arquivos foram corrompidos. E eu não tenho backup de quase nada. Estou fazendo um backup lógico aqui de um Hd para o outro (são muitos) e espero ter tudo de volta direito até semana que vem.

Recolored – O milagre da cor

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color | Curiosidades | cadeia

Fazer parte de uma lista de discussão formada por ilustradores tem suas vantagens. A troca de informações, dicas e análises ténicas, além das clássicas conversas genéricas ajudam muito a evoluir profissionalmente. Recentemente, na lista surgiu uma notícia e eu fui atrás pra conferir. De fato é tão incrível que merece o destaque do Mundo Gump.
Abaixo o texto da Paula:

Em agosto de 2004, três estudantes da Universidade Hebraica de Jerusalém, Anat Levin, Dani Lischinski e Yair Weiss, apresentaram na SIGGRAPH o trabalho Colorizando com Otimização. Tratava-se de um estudo sobre um novo algoritmo matemático que automatizava a adição de cores a imagens monocromáticas. Até ali, o método mais comum consistia na segmentação minuciosa de cada imagem em diversas regiões para que o artista colorizasse cada uma delas por vez, seja com pincéis ou sobreposição de camadas.

A colorização otimizada faz uso da seguinte premissa: em imagens com tons de cinza, pixels adjacentes com mesmo nível de intensidade representam cores iguais ou similares. Portanto, partindo da marcação da cor de um pixel específico, todos os adjacentes que estiverem num tom de cinza muito parecido serão marcados com uma gradação da mesma cor, de acordo com pequenas variações de intensidade. Dessa forma, o nível de interação necessária entre artista e máquina é drasticamente reduzido, já que o algoritmo se encarrega de descobrir as diferentes regiões da imagem.

O trabalho dos três estudantes chegou à Internet em março deste ano, data de sua publicação na web, e a partir daí a técnica circulou pelos noticiários de tecnologia sem causar grande comoção. Até que, na madrugada de ontem, dia 06, surge nos fóruns do DevLobby.com uma versão beta de um aplicado chamado Recolored – nada mais que o algoritmo de Levin e amigos finalmente associado a um programa de edição de imagens.

Para colorizar uma imagem no Recolored, basta rabiscar uma cor diferente em cada parte da imagem!

Recomendo. È algo muito interessante e abre novas possibilidades de expressão artística.
O link é:
https://www.recolored.com/index.php
Com destaque para a galeria, que é inacreditável.

O oitavo passageiro.

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a1burster2 | Curiosidades | nojento, post em destaque, solitária, verme da Guiné, Vermes

A Nivea tinha ido trabalhar em Itaperuna. Era uma merda quando isso acontecia. E acontecia eventualmente, quando ela tinha que dar aulas na pós graduação. O costume de dormir junto é um troço impressionante. Vc acostuma dormir com a pessoa e quando tem que dormir sozinho é uma merda.

A Nivea tinha ido trabalhar em Itaperuna, uma cidade que é um forno industrial de quente e eu fiquei em casa. Com o tal do costume, sem a NIvea, eu fiquei fritando na cama de um lado para outro pela madrugada à dentro. Nada de conseguir dormir. Em parte porque não dava, em parte porque eu secara uma garrafa de 2,5l de Coca-COla e tava ligadão.
Então vi o intercine, o segundo filme, o corujão. Aí resolvi forçar a barra. Desliguei a Tv e fiquei ali parado. Olhando para o teto. Fiquei ali paradão. Esperando o sono chegar. A escuridão do quarto. O teto… Eu tentei manter a cabeça vazia, sem pensar. Só quem tentou sabe como é difícil fazer isso.
Entre um cochilo e outro, o sono flutuando, fraco, eu acordava. Paradão. Ali com os olhos fechados. Acordava mas não dava o braço à torcer. Ficava como se tivesse dormindo. Meio que fingindo pra mim mesmo.

Aí aconteceu.

Eu senti uma coisa andando dentro de mim. Uma coisa estranha. Parecia uma cobra. Eu continuei parado. O silêncio da noite à minha volta, eu senti aquilo e de repente, parou.
Imaginei se não tinha dado uma sonhadinha rápida, realista o suficiente pra acreditar que era real. Nem abri os olhos. Mas fiquei alerta.
Dali um teeempão que pareceu não mais acabar, senti novamente e era uma sensação legítima. Não era sonho porra nenhuma. Era uma coisa de verdade dentro de mim!

Caralho, meu. Tinha uma coisa viva dentro de mim!

Ou eu tava grávido ou era o alien! Tinha que ser uma lombriga.

Olha a cena: Eu ali, na cama. Quatro e cacetada da madruga. Um cachorro latiu ao longe. Eu suando frio, na mesma posição de cadáver, horas sentindo nada menos que alguma coisa andando no meu intesino.

É lombriga. Caralho, é lombriga, pensei eu. Em pânico. A coisa era assim, mexia rapidinho e parava… parecia inteligente. Queria passar desapercebida. Qualquer respirada mais forte que eu dava ela parava e ficava ali… paradinha. Dali a uns quarenta minutos, mexia mais um pouquinho. Puts, dá nervoso só de lembrar. Minha nuca acaba de arrepiar. Amaldiçoei com todas as minhas forças todas as comidas de rua que eu havia comido sôfregamente até então. Exorcizei todos aqueles deliciosos churrasquinhs de gato, podrões, as linguiças xexelentas, os italianos gordurentos, as coxinhas adormecidas de rodoviária…

Não dormi mais. Amanheceu e eu ali. Estático. Com cagaço.
O troço parou de se mexer às cinco e meia da manhã. Nem parecia que eu havia passado tamanho aperto durante a noite. Aliás, a sensação de “não está acontecendo nada” era tão forte que me questionei se de fato aquela noite aconteceu. Seria uma alucinação por overdose de coca-cola? Eu havia assistido dias antes o filme Alien, o Oitavo passageiro… Algum tipo de reação ao estresse pós traumático desencadeada pela falta da minha mulher?

O cecete! Racionalização barata! Devia ser minhoca mesmo! Corri até a farmácia. (A Nivea tem uma coleção monstruosa de remédio que daria pra abrir uma filial da Farmais aqui em casa.) e peguei todos os remédios anti-oxiúros que eu vi pela frente.

Oxiúros são umas minhoquinhas brancas que habitam o cú de criança. Penei com esas merdinhas já, porque eu chupei dedo até os treze anos. Criança que chupa dedo está permanentemente no grupo de risco da minhoquinha branquinha do cú. Juntei os quatro comprimidos diferentes e mandei pra dentro com um copo d´água. Era a minha vingança contra meu hospedeiro maldito.

Mas o tempo foi passando e comecei a me perguntar o que poderia ser aquilo que eu senti. Entrei na internet e fui procurar: Verminoses

Foi a maior cagada. Não devia ter feito isso.
Se a mera sensação de ter alguma coisa dentro de você já bastaria pra deixar branco qualquer cara normal, ver a cara daquelas merdas ampliadas mil vezes num microscópio é uma das piores sensações que pode existir. A cada bicho mais horrendo que o outro eu me certificava que só poderia ser aquele monstro que havia dentro de mim.

O problema com este tipo de pesquisa na internet, é que sempre que uma verminose causa interesse médico ao ponto de ser publicada na internet é porque é um caso bizarro, com criaturas saídas da mente mórbida de algum Stephen KIng!
Aí que eu me caguei de medo mesmo. Tinha umas minhocas gigantes, outras microscópicas mas em grande número. Eu achei um site que descrevia com detalhes mórbidos cada um dos tipos de verminose humana, e no final com requintes de crueldade descrevia uma convulsão de vermes.

Foi o que bastou pra eu ficar pálido. Será que o que eu tava sentindo era uma massaroca de vermes subindo pelo meu intestino a ponto de sair por cima? Já me imaginei vomitando milhares de minhocas, aquele miojo branco saindo das narinas, se mexendo…

Tomei a decisão. Fui até a despensa e peguei um copinho de geléia de mocotó, preparei meio copinho de Baygon!
Estava a ponto de tomar o drink da morte. Cheirei pra ver como seria e o cheiro nauseabundo do baygon queimou minhas narinas por dentro. “Baygon mata-tudo” – lembrei do slogan. Desisti.

“Tudo” poderia me incluir.

Minutos depois eu liguei pra Nivea.

– Oi amor.
– Oi. Mô…
– Fala.
– Tem um troço aqui dentro de mim.
– O QUÊ???
– É, eu senti de madrugada. Uma coisa viva. parecia uma cobra. Andou dentro de mim
– Que isso?
– Verdade. Tomei os remédios de verminose. Mas eu acho que vou tomar um copo de Baygon!
– Que isso! Tá maluco!!! Não faz isso não! – Ela gritando.
– Tá. Mas eu vou fazer o quê? Tem uma coisa dentro de mim, porra!
– Liga pra sua tia. Eu tô voltando já.

Liguei pra minha tia Solange, que é médica. Acho que no dia seguinte. Não lembro bem. Ela não acreditou na minha história à princípio.
– MEu filho, pra você ter sentido deve ter sido gases.
– Não, tia! Eu tenho certeza que era vivo!
Olha, pra você sentir, se é que é alguma coisa mesmo, deve ser muito grande! (risos)
– É… – Eu ri aquele riso amarelo tipo “Tô fudido!”
No dia seguinte, de posse do pedido que ela me passou fui fazer o exame de fezes. Dois tipos diferentes.
Dali a um dia, o resultado:

TÊNIA!

Cara, a parada era tão gigante que o laboratório precisou comunicar ao órgão de saúde da cidade o resultado. Não sei, deve ser o procedimento normal… Eu não tive coragem de ir pegar o exame, pedi a Nivea pra ir pegar pra mim. Quando ela voltou meio branca, cara de medo, eu vi que estava certo. Era uma sucuri intestinal!

Corremos na minha tia, que também ficou pasma. Se eu tinha sentido a tênia passear por dentro de mim, ela era gigante mesmo. No mínimo de seis metros! Minha tia ficou de pesquisar o melhor remédio. Dali a algumas horas ligou lá pra casa e me mandou tomar um remédio lá.
A Nivea ligou pra várias farmácias e não achava em nenhuma. Então achou eu uma e mandou comprar. Eu fiquei em casa, pensando naquela coisa viva querendo sair pela minha boca… Imagina só… Igual a mágico que vai puxando aquela fita da boca… A fita vai saindo, saindo, saindo e ele com cara de espanto. Me imaginei assim, arrancando em pânico um macarrão gigante e interminável.

Quando o remédio chegou finalmente, era caro. NUma caixinha azul havia apenas UM comprimido. Uma caixa enorme, uma bula que chegava a ter páginas. Cheio de merda o remédio. Mulher grávida não pode tomar pois ela pode ABSORVER o bebê.
Satisfeito, descobri que o remédio era um tipo de Baygon em cápsula. Um veneno que se criança tomar, morre. É o que precisava pra matar o monstro.

A bula dizia em letras garrafais que o bicho iria sofrer uma contratura e morreria. Dai o remédio iria desestruturar molecularmente o bicho e eu absorveria ele. Legal, né? Meu medo era o remédio fazer o bicho querer sair, por cima, ou pior, por baixo…

Almocei e tomei o comprimidão em seguida. Passou uns vinte minutos e nada de contratura. “deve ter morrido já” – pensei.
Foi quando a coisa tremeu.
Caí sentado no sofá. Os olhos esbugalhados de cagaço. A sensação que eu sentia era dez vezes mais forte que a da noite. O troço tremeu dentro de mim. A sensação é como ter um cocô tendo mal de parkinson no seu intestino. Fiquei branco, suei frio.
Aí parou. Tão subitamente quanto começou, a coisa parou e eu soube que havia me livrado daquele rebento de satã.

Passei noites senhando com aquele bicho maldito, mas aí era sonho mesmo. O medo daquilo continuar vivo. Mas morreu. E eu absorvi ele, hehehe. Bem feito. Engordei em dois meses seguintes, nada menos que seis kg.

Mas o pior não é isso. O pior é que nesse meio tempo, pode ter ido parar um embrião do monstro na minha corrente sanguínea, e se ele for parar no cérebro, pode NASCER LÁ DENTRO!* – o que pode provocar convulsões e até a morte!
Essa é a história do minhocão. Muita gente tem verme e não sabe. Quando sabe, tem vergonha e tenta esconder. Eu escancaro mesmo. Hoje estou livre do Harry (ela já tinha nome). Ainda bem que não precisei fazer um aborto.

* Um ano depois eu descobri que este tipo de doença do verme cerebral chama-se cisticercose e eu não tenho, porque a solitária que eu peguei é a de boi. Apenas a de porco causa cisticercos.

Made in Japan

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toyota iwalk1 | Curiosidades | cadeia
toyota iwalk iunit | Curiosidades | cadeia
A terra do Sol nascente nos traz novidades de cair o queixo. São os protótipos de veículos alternativos da Toyota.
Não se trata de robôs, mas de uma espécie de roupa mecanizada de movimentação em dois estilos.
A primeira chamada i-foot, permite deslocar por caminhada, subir escadas e etc. Lembra um pouco aqueles AT-ST do Star Wars.
O segundo pode funcionar inclinado para frente ou com o passageiro numa posição mais sentado, para maior velocidade.
Bem estranho o viusal. Se eu visse algo assim na rua, fotografaria na hora para a Revista UFo. Ainda mais vendo uns japas com roupinhas colantes iguais a essas…

O camaleão de duas patas esquerdas

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canhotinho | Curiosidades | cadeia

Tudo bem que quando você tem trabalho demais, uma ilustração muito grande ou complexa, um errinho pode acabar passando.
Mas o que dizer de uma ESCORREGADA dessas? A Corel, uma das líderes no segmento de softwares para ilustração vetorial resolveu criar um bichinho de mascote para o lançamento de seu novo Corel. O escolhido foi o camaleão. O desenho até que ficou legal, mas o problema todo é o mané desenhar o camaleão com duas patas esquerdas.
Podre!