A vila italiana que é assolada por estranhos fenômenos

Fenômenos estranhos intrigaram um vilarejo com casas pegando fogo do nada e do diabo até alienígenas, passando inclusive por Aleister Crowley, ninguém sabe o que causou o fenômeno

Já tem mais de dez anos que a cidade Canneto di Caronia na Sicília é palco de estranhos eventos sobrenaturais. A coisa chegou num ponto que no auge do fenômeno o governo italiano precisou intervir. Era uma série de incêndios inexplicáveis e assustadores que pareciam surgir do nada e estava fora de controle.

Canneto di Caronia

Desde 2004, eventos estranhos assombram a vila. Colchões, camas, veículos e até mesmo aparelhos desligados, como geladeiras e celulares, começam a pegar fogo, sem causa aparente. Essa onda de incêndios tem atraiu a atenção de cientistas de várias áreas, incluindo geólogos, físicos e até vulcanólogos. Porém, mesmo após diversas investigações, ninguém conseguiu explicar o fenômeno. Moradores, sem respostas, recorrem a teorias sobrenaturais, falando em OVNIs, poltergeists e até forças demoníacas.Entre as hipóteses mais estranhas, uma até culpava o famoso Aleister Cowley como responsável pelo fenômeno, através de uma estranha história envolvendo rituais feitos lá há mais de meio século.

Como tudo começou

Os primeiros incidentes começaram quando aparelhos eletrodomésticos de algumas residências, como fogões e aspiradores, pegaram fogo repentinamente.

Sem solução aparente, a companhia elétrica local cortou o fornecimento de energia da vila, mas mesmo assim, os incêndios continuaram. A vila foi evacuada e, embora uma investigação detalhada tenha sido realizada, os especialistas saíram sem respostas. Até uma equipe da Marinha Italiana foi chamada para estudar o caso, mas o mistério permaneceu.

Um fluxo interminável de cientistas, engenheiros, policiais e até mesmo alguns autointitulados “caça-fantasmas” invadiram a cidade em busca de pistas sobre a recente combustão espontânea de tudo, desde caixas de fusíveis a fornos de micro-ondas e um carro.

Os incêndios, originalmente atribuídos ao diabo, não feriram ninguém.

“Estamos trabalhando no escuro. Não temos nenhuma pista até agora”, disse Pedro Spinnato, prefeito do trio de cidades de Caronia.

“Toda vez que um novo cientista chega à cidade, eles chegam pensando que a coisa toda foi inventada ou que vão resolver o mistério em dois minutos. Todos eles estavam errados.”

 

Em meio ao medo e desespero, alguns moradores até sugeriram um exorcismo para afastar as forças malignas. Com o tempo, a situação parecia ter se acalmado, e as famílias começaram a retornar. Porém, os incêndios voltaram, e junto com eles outros eventos estranhos, como vazamentos de água inexplicáveis, vidros de automóveis que estourando sozinhos, espelhos que tiveram suas molduras pegando fogo e até mesmo plantas que mudaram de cor, tornando-se impróprias para venda.

No auge dos eventos, o governo italiano formou uma força-tarefa com especialistas em várias áreas para tentar desvendar o que estava ocorrendo em Canneto. Análises aéreas, medições de campo eletromagnético e exames geofísicos foram realizados, mas sem conclusões. Em 2007, um jornal italiano chegou a publicar um relatório vazado do Departamento de Proteção Civil que sugeria que a causa poderia estar ligada a “emissões eletromagnéticas de alta potência” não causadas pelo homem. No entanto, o caso foi arquivado sem explicação concreta.

Com a falta de respostas científicas, surgiram ainda mais teorias sobrenaturais. Autoridades locais e moradores começaram a relatar que os incêndios agora se moviam de casa em casa, como se uma entidade estivesse envolvida. A cada novo incidente, a vila vive em um clima de tensão. Tempos depois, uma nova série de incêndios surgiu, reacendendo o medo. Objetos como cadeiras e roupas pegavam fogo do nada, levando à evacuação temporária dos moradores.

Dentre as diversas teorias, alguns chegaram a comparar o fenômeno ao poder psíquico visto em personagens da ficção, como Carrie, a estranha, de Stephen King, sugerindo que algum indivíduo com sofrimento emocional poderia ser a causa de um fenômeno chamado pirogênese.

Sem uma explicação definitiva, o mistério de Canneto di Caronia segue envolto em sombras, atraindo teorias de todos os tipos e deixando espaço para especulações.

Para prosseguir com a interpretação do fenômeno, uma estação científica foi instalada em uma casa particular em Canneto di Caronia, mas seu proprietário precisou se desfazer do imóvel e os instrumentos foram transferidos para um módulo pré-fabricado que foi construído na praça. Uma antena de radar localizada no solo completou o sistema de monitorização que custou 250 mil euros e está agora inutilizável.

Um bombeiro avalia os danos dentro de uma casa queimada em Canneto di Caronia, uma vila na ilha da Sicília, no sul da Itália, após um incêndio em 10 de fevereiro.

O General Fabio Mini afirmou que se tratava de uma arma de energia direta. O cientista Clarbruno Vedruccio , físico da Galileo Avionica e tenente-coronel da Marinha Militar, especificou que a fonte de energia que causou o fenômeno estava no mar e era de origem artificial e direcionada. Mas para irradiar essa quantidade de energia eram necessários gigawatts de potência, e não quilowatts, ou seja, uma tecnologia muito avançada que não parecia terrestre. Ele reconheceu que havia um projeto inteligente por trás disso porque quem operava o sistema não tinha interesse em prejudicar a população.

Os incêndios foram acionados seletivamente, quando as pessoas estavam em outra sala.

Alguém estava experimentando armas de nova geração? É possível modificar a densidade da crosta terrestre para causar terremotos e maremotos? À primeira vista parece ultrajante, mas esta preocupação prevalece há anos numa região de intensa atividade sísmica. Os mais desconfiados lembram que em 28 de dezembro de 1908, um terremoto de magnitude 7,9 na escala Richter e um tsunami destruíram Messina e Reggio Calabria, uma frota russa e uma britânica estavam perto do Estreito de Messina. Existe uma teoria de que o tsunami não teve a ver com o atrito das camadas terrestres, mas com um deslocamento das placas subaquáticas que começaram a deslizar bastante para longe do epicentro.

Mas será possível que a tecnologia militar do início do século XX pudesse ter tantas expectativas? Em teoria sim. A ciência recebeu então a contribuição de Nikola Tesla. Ele foi o descobridor do campo magnético gravitacional e o precursor das transmissões sem fio. Em 1900 começou a construir a Torre de Antena Tesla ou Wardenclyffe – nos Estados Unidos – a fim de utilizar a ionosfera para transmitir eletricidade e ondas de rádio ao redor do mundo sem a necessidade de cabos – o objetivo altruísta de ser gratuita não o tornou possível. florescer-. Através desses procedimentos, ele garantiu que aviões poderiam ser abatidos a 400 km e conseguiu acender um campo de lâmpadas sem fio. Ainda hoje a indústria elétrica utiliza os padrões de Tesla e sobre os princípios o projeto Aurora do H’HAARP – High-Frequency Active Auroral Research Program – vem sendo desenvolvido desde 1993 em Gakona – Alasca, financiado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Seu objetivo é modificar o perímetro da ionosfera para criar um feixe de laser de ondas eletromagnéticas cujas aplicações melhorariam as comunicações de rádio e os sistemas de vigilância para detecção de mísseis. Algumas vozes alertam para o perigo de se poder modificar o clima com isso e acusam o projeto de estar por trás de muitos dos últimos desastres naturais.

Francesco Manegna Venerando destaca que hoje existe armamento militar que utiliza eletromagnetismo, como os lasers, mas destaca que essas armas não são letais e têm como objetivo neutralizar os sistemas de ataque contra um possível adversário.

 

Emissões Eletromagnéticas

O monitoramento mostrou que na área entre o arco insular das Ilhas Eólias e o interior de Canneto di Caronia foram registradas emissões de pulsos eletromagnéticos de alta potência. Estima-se que esta fonte artificial fosse capaz de passar de uma frequência de 300 megahertz para três gigahertz em poucos nanossegundos, o que é impossível não receber entre 12 e 15 gigawatts de potência. Para gerar essa quantidade de energia, seriam necessárias 15 usinas nucleares dedicadas. Até onde sabemos, hoje não existe tecnologia conhecida capaz de conseguir isso.

LUZES NO FUNDO DO MAR
Qualquer que seja a fonte de energia bizarra a bombardear esse lugarejo siciliano, não há dúvida de que estava no mar, na costa de Canneto di Caronia. Durante o primeiro episódio, alguns pescadores afirmaram ter visto luzes intensas no fundo do mar que iluminavam a superfície da água. São muitos os testemunhos que falam de objetos não identificados que voavam pelos céus naquela época e de balões luminosos, que se moviam em parte de forma errática, em parte de forma inteligente. Basta dizer que há provas oficiais: a foto de uma aeronave voando a algumas centenas de metros da cauda de um helicóptero pertencente ao grupo interinstitucional, que naquele momento realizava um estudo de campo geomagnético na área.

Por motivos inexplicáveis, houve interrupção na condutividade elétrica do aparelho, três de suas quatro pás sofreram danos em seu revestimento estrutural, sendo necessário realizar um pouso de emergência.

Esta foto (exclusiva, Corriere della sera) publicada em 11 de setembro  foi tirada em 2 de agosto de 2004 de um barco militar em navegação perto da ilha de Vulcano: dois objetos podem ser vistos claramente, eles são possíveis OVNIs. Especialistas confirmaram que a foto não foi retocada Fonte

Força-Tarefa

 

Em 29 de abril de 2005, o governo italiano encarregou a região da Sicília de criar uma Força-Tarefa (composta, entre outros, por oficiais de alto escalão do exército, engenheiros, arquitetos, geólogos e físicos) para investigar e monitorar a situação em Canneto di Caronia e seus 39 habitantes que vivenciaram uma longa série de fenômenos extremamente estranhos. Essa força-tarefa é o único grupo de estudo que teve a oportunidade de trabalhar em toda a documentação disponível, então as análises independentes são baseadas em dados incompletos.

O que a força-tarefa fez:

  • Campanha de Foto-Sensoriamento Remoto Aéreo da Aeronautica Militare
  • Campanha de avaliação de dados físicos, geofísicos e geoquímicos pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia
  • Campanha oceanográfica pelo barco “Galatea” do Instituto de Águas de Marina Militare em uma ampla área marítima, em frente à costa de Canneto (magnetometria, parâmetros físicos e químicos, sedimentologia)
  • Campanha de detecção e medição realizada com Geo radar
  • Campanha de detecção e monitoramento de campos magnetométricos e eletromagnéticos pela Marina Militare
  • Campanha de monitoramento do espectro radioelétrico pelo Ministério das Telecomunicações e pela Agência Regional para a proteção do Meio Ambiente – Sicília
  • Medições dos parâmetros ambientais e meteorológicos climáticos pelo Instituto Regional Meteo-Agrícola – Sicília
  • Mapeamento de todos os dispositivos envolvidos no espectro radioelétrico dentro de uma faixa de vários quilômetros de Canneto, pelo Ministério das Telecomunicações
  • Detecção aérea, mapeamento e medições da intensidade total do campo magnético terrestre pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia em uma ampla área lateral entre Ustica e le e as Ilhas Eólias

 

 

Helicópteros dos EUA?

Um elemento muito estranho nos fatos são os helicópteros misteriosos. Sabemos que helicópteros pretos misteriosos sempre aparecem em locais de alta incidência de Ufos. Aqui mesmo, no caso do misterioso incidente de Magé essas aeronaves de prefixo desconhecido, supostamente dos EUA, foram relatadas apesar de que na data estranhamente o espaço aéreo do estado do Rio parece ter sido fechado.

Um helicóptero desconhecido sobrevoa Magé. Essas aeronaves são um verdadeiro clichê em casos ufologicos aparecendo em centenas deles.

Pois bem, segundo moradores, eles estavam lá!

Algumas semanas antes do inicio dos problemas, no outono do mesmo ano, a população da ilha começou a demonstrar seu desconforto quando os rotores desses helicópteros começaram a incomodar a vizinhança. A principio foi tão incomum, que moradores foram investigar e descobriram que eram do Exército dos Estados Unidos.

Mas Estados Unidos sobrevoando o local? Segundo testemunhas oculares, era como numa ação de guerra: os soldados faziam manobras e, não contentes em simular manobras militares, percorreram o campo com instrumentos de medição como antenas e mochilas com dispositivos.
Quando solicitados a dar uma explicação ao Governo italiano, a resposta, por mais incrível que possa parecer, foi que “não tinham conhecimento dos fatos”.

Se o negócio dos militares do Tio Sam estavam fazendo varreduras com aparelhos e helicópteros, e havia mesmo essa emissão de alta energia localizada, podemos especular que algo caiu no mar (o que explica as luzes acendendo o oceano) e os caras estavam investigando, para roubar os destroços, o que na casuística é fato bem conhecido… Pode ser isso? Talvez.

As pessoas estavam inventando? Seria algum tipo de nascimento de uma lenda urbana que ganhou força com as emissões misteriosas? Ou tudo está estranhamente ligado, como num filme? Talvez nunca saberemos a verdade.

De lá pra cá, o fenômeno parece ter diminuído bastante, mas pelo que consegui apurar ainda ocorrem fenômenos estranhos esporádicos, que atraem muito menos atenção da mídia (e talvez isso agrade os moradores).

 

Seja o que for, o que não podemos negar é que o mundo é muito mais Gump do que parece à superfície.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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