Sabia que seu cérebro pode mofar? Pois é, eu também não sabia que dava para ter mofo no cérebro.
Vem comigo que eu vou desbloquear mais um medo na sua cabeça e é agora!
A bizarra história de um homem que contraiu mofo preto no cérebro
Tyson Bottenus, tinha apenas 35 anos de idade e morava em Rhode Island, e foi sorteado na “loteria do azar”.
Isso porque ele é apenas um dos 120 casos documentados de infecção por Cladophialophora bantiana, um fungo exótico conhecido como “bolor negro”, desde 1911.
No caso dele, o fungo se instalou no cérebro, causando todos os tipos de problemas com os quais Bottenus tem lidado desde o início dos sintomas, há cerca de sete anos. Apesar de tudo podemos dizer que Tyson tem sorte de estar vivo, pois o bolor negro mata mais de 70% de seus hospedeiros, e ele está fazendo todo o possível para combatê-lo e, com sorte, expulsá-lo do cérebro, mas é uma batalha difícil, com a qual até mesmo a medicina moderna está lutando.
O calvário de Tyson começou há 7 anos, quando ele e sua noiva, Liza, decidiram comemorar o noivado pedalando juntos pela Costa Rica. Tudo correu bem até o terceiro dia de férias, quando Tyson acidentalmente caiu da bicicleta e ralou o cotovelo esquerdo. Não foi um ferimento grave, então ele apenas lavou e enfaixou o ferimento da melhor maneira possível, e levou uma enfermeira para examiná-lo na manhã seguinte.
A enfermeira disse que ciclistas vinham com ferimentos semelhantes o tempo todo e que não havia motivo para preocupação. De fato, seu cotovelo sarou rapidamente e os dois puderam continuar as férias e retornar aos EUA. Mas, depois de cerca de três semanas, Tyson começou a apresentar sintomas bizarros – dores de cabeça intensas e frequentes, paralisia facial e até mesmo dificuldades para rir.
Tyson Bottenus contatou seu médico sobre seus problemas, e ele sugeriu uma ressonância magnética, que mostrou um círculo estranho no meio do cérebro. Foi o início de uma árdua jornada para identificar o círculo misterioso. Tyson perguntou se era câncer, e o médico disse que não sabia. Ao saber de suas férias na Costa Rica, o médico o testou para cisticercose, uma doença cerebral contraída pela ingestão de carne de porco crua. Em seguida, ele fez exames para doença de Lyme, tuberculose, AIDS e múltiplos cânceres cerebrais, mas todos os resultados foram negativos.
Após duas biópsias cerebrais malsucedidas, os médicos do Hospital Geral de Massachusetts descobriram a causa dos problemas de Tyson. Durante os testes para outro tipo de câncer cerebral, encontraram um fungo preto em seu cérebro, que os exames laboratoriais confirmaram ser Cladophialophora bantiana , ou “mofo preto”.
Seu cérebro estava mofando. Pra valer!
Este fungo extremamente raro foi documentado pela primeira vez em 1911 e, desde então, apenas 120 casos foram confirmados, metade deles na Índia. Os médicos não sabem exatamente como Tyson foi infectado, mas suspeitam que o fungo tenha entrado em seu corpo através de um ferimento no cotovelo, na Costa Rica.
O homem de 35 anos foi submetido a um tratamento com antifúngicos orais e esteroides para combater o inchaço e o fluido que o mofo estava causando no cérebro. Infelizmente, não funcionou tão bem quanto ele e os médicos esperavam. Os exames mostraram que o antifúngico não havia conseguido atingir o cérebro devido à barreira protetora do corpo humano, o que era um pouco ruim, mas também bom, pois significava que seu sistema imunológico poderia pelo menos impedir que o fungo o matasse sozinho.
Em março de 2020, Tyson parou de tomar esteroides por medo de que isso enfraquecesse seu sistema imunológico e o expusesse à infecção por Covid-19, mas não contou aos médicos. Naquele mês, ele sofreu um derrame e teve que ser levado às pressas para o hospital. Sua visão foi gravemente afetada, seu campo visual foi reduzido, sua escrita ficou torta e sua fala ficou arrastada e rouca. Sua pressão intracraniana estava 15 vezes maior do que o normal, e alguns médicos acreditam que, se ele se recuperasse, ficaria permanentemente cego.
Felizmente, a cirurgia restaurou a visão de Tyson, mas ele ainda não conseguia dirigir nem velejar como antes. Ele continuou a conviver com o mofo no cérebro, pois sua localização impossibilitava a remoção cirúrgica, e todos os medicamentos experimentais falharam. Mesmo assim, ele não perdeu as esperanças e seguiu na luta pela sobrevivência.
“Minha voz ainda está estranha e minha memória de curto prazo não é boa. Não consigo andar na rua sem me perder, mas consigo escrever um artigo de 20 páginas”
Ele disse. “Antes de tudo isso acontecer, eu tinha muita certeza de um bom negócio — mas este capítulo me ensinou a realmente abraçar a incerteza da vida. Ninguém espera encontrar um fungo crescendo no cérebro, mas quando isso acontece, é importante fazer um balanço da sua vida e descobrir quem pode te ajudar a resolver o problema.”
