segunda-feira, outubro 27, 2025

Pó de múmia : O remédio mais bizarro do mundo

É nojento demais mas é verdade: Os caras saqueavam a sepultura e ralavam os defuntos para tomar como remédio.

A medicina antiga está repleta de práticas que hoje consideramos excêntricas, senão bizarras. Entre essas práticas, uma das mais curiosas e macabras foi o uso de pó de múmias como remédio. Durante a Idade Média e o Renascimento, acreditava-se que as múmias egípcias tinham propriedades curativas milagrosas. Neste artigo, exploraremos a origem dessa crença, como o pó de múmias era usado e por que essa prática finalmente caiu em desuso.

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As Origens da Prática

Múmia: Da Egípcia Antiga à Europa

A prática de usar pó de múmias como remédio começou a ganhar força na Europa durante o período medieval. As múmias egípcias, que datavam de milênios antes, eram vistas como possuidoras de poderes místicos e curativos. A palavra “múmia” vem do árabe “mūmiya,” que significa “betume” ou “asfalto”. Na verdade, os primeiros médicos que utilizavam múmias acreditavam que estavam usando um material betuminoso retirado dos corpos embalsamados.

O Interesse Europeu

No século XII, os médicos europeus começaram a utilizar o pó de múmias como tratamento para uma variedade de doenças. Essa prática se baseava na ideia de que os antigos egípcios eram mestres da medicina e que suas técnicas de embalsamamento conferiam propriedades curativas aos corpos preservados. O médico e filósofo árabe Avicena (Ibn Sina) foi um dos primeiros a documentar o uso medicinal de substâncias retiradas de múmias.

A Prática em si

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Como o Pó Era Obtido

O pó de múmias era obtido de corpos embalsamados antigos, que eram moídos até se tornarem um pó fino. Esse pó era, então, misturado em poções, ungüentos ou consumido diretamente. O processo de moer múmias era bastante rudimentar e muitas vezes envolvia apenas triturar os restos mortais com ferramentas simples.

Uso Medicinal

O pó de múmias era prescrito para uma variedade de males, incluindo dores de cabeça, problemas estomacais, úlceras e até mesmo para aumentar a vitalidade. Acreditava-se que as propriedades curativas dos antigos egípcios estavam transferidas para o corpo embalsamado, e, portanto, consumir esse pó poderia transferir esses benefícios para o paciente.

A Queda da Prática

Críticas e Declínio

A prática de usar pó de múmias começou a declinar no século XVII, quando médicos e cientistas começaram a questionar sua eficácia. A falta de resultados comprovados, juntamente com o surgimento de novas teorias médicas e farmacêuticas, levou ao abandono gradual dessa prática. Além disso, a crescente demanda por múmias levou a um mercado negro e à falsificação, onde corpos modernos eram embalsamados e vendidos como antigos.

Mudança de Paradigma

Com o avanço da ciência e da medicina, o uso de múmias como remédio foi amplamente desacreditado. A medicina moderna começou a se basear em princípios científicos, e a ideia de consumir restos humanos para curar doenças tornou-se repulsiva e ultrapassada.

Impacto Cultural

800px Felix Bonfils Mumienhandler | Bizarro | bizarro, estranho, medicina, mumia
Um vendedor de múmias em 1875

Legado na História da Medicina

Embora a prática de usar pó de múmias como remédio tenha sido abandonada, ela deixou um legado na história da medicina. Esse período destaca a busca incessante da humanidade por curas e tratamentos, mesmo que isso signifique recorrer a métodos pouco ortodoxos e, muitas vezes, macabros.

Conclusão

A prática de usar pó de múmias como remédio é um dos capítulos mais estranhos e intrigantes da história da medicina. Embora hoje saibamos que essas práticas não têm fundamento científico, elas nos lembram da longa jornada da humanidade em busca de conhecimento e cura. Este episódio peculiar serve como um lembrete das muitas maneiras pelas quais as culturas ao longo dos tempos têm buscado entender e curar o corpo humano.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com.br
Philipe Kling David, autor de mais de 30 livros, é editor do Mundo Gump, um blog que explora o extraordinário e o curioso. Formado em Psicologia, ele combina escrita criativa, pesquisa rigorosa e uma curiosidade insaciável para oferecer histórias fascinantes. Especialista na interseção entre ciência, cultura e o desconhecido, Philipe é palestrante em blogs, WordPress e tecnologia, além de colaborador de revistas como UFO, Ovni Pesquisa e Digital Designer. Seu compromisso com a qualidade torna o Mundo Gump uma referência em conteúdo autêntico e intrigante.

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Comentários

  1. O pior é que hoje em dia, nós não estamos muito longe do pó de múmia. Tanta gente aí acreditando em goma para crescer cabelo, chá detox de pacotinho que a influencer de emagrecimento fez publi. O povo adora uma solução milagrosa

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