É impressionante como este blog me obriga a descobrir coisas novas todo santo dia. Eu nunca poderia imaginar que existem “Funeral strippers”. Ou seja mulheres que fazem um show cheio de erotismo para… DEFUNTOS.
Quando pensamos em funerais, a imagem que vem à mente geralmente é de silêncio, lágrimas e uma atmosfera de luto profundo. Mas, em Taiwan, há uma prática que vira essa expectativa de cabeça para baixo: as Funeral Strippers, ou dançarinas exóticas que se apresentam em cerimônias fúnebres. Sim, você leu certo – em vez de apenas chorar a perda, algumas famílias em Taiwan contratam mulheres para dançar, cantar e, muitas vezes, tirar a roupa durante os cortejos fúnebres. Essa tradição, que mistura celebração e morte de uma forma única, desperta fascínio, controvérsia e até repulsa mundo afora. Neste post, vamos explorar as origens das Funeral Strippers de Taiwan, como elas funcionam, o que dizem as lendas e a ciência, e por que esse costume continua atraindo olhares curiosos em 2025.
O Que São as Funeral Strippers?
As Funeral Strippers são dançarinas profissionais que se apresentam em funerais, geralmente em cima de caminhões adaptados chamados “Electric Flower Cars” (Carros de Flores Elétricos). Esses veículos são verdadeiros palcos móveis, equipados com luzes de neon, sistemas de som potentes e, claro, varões para pole dance. As mulheres, vestidas com roupas mínimas como biquínis ou saias curtas, dançam ao som de músicas animadas, às vezes removendo peças de roupa, enquanto acompanham o cortejo até o cemitério. O objetivo? Garantir que o funeral seja “quente e barulhento” – ou renao, em mandarim –, um conceito cultural chino-taiwanês que valoriza eventos sociais cheios de vida e multidões.
Essa prática, que pode parecer chocante para olhos ocidentais, é vista em Taiwan como uma forma de homenagear o falecido e garantir que ele tenha uma despedida memorável. Em alguns casos, acredita-se que um funeral bem frequentado assegura uma passagem tranquila para o além, enquanto outros veem as Funeral Strippers como um presente final ao morto, especialmente se ele apreciava esse tipo de entretenimento em vida.
As Origens das Funeral Strippers em Taiwan
Embora as Funeral Strippers tenham ganhado destaque internacional nos últimos anos, suas raízes remontam a décadas atrás. Registros sugerem que a prática começou a se popularizar em Taiwan por volta dos anos 1980, durante um período de crescimento econômico e maior permissividade social.
Na época, a máfia local, que controlava partes do setor funerário, viu uma oportunidade de lucrar. Gangsters que também gerenciavam clubes noturnos começaram a oferecer dançarinas de seus estabelecimentos como parte dos serviços funerários, muitas vezes a preços promocionais. O que era um “extra” oferecido por criminosos logo se espalhou para o público geral, especialmente em áreas rurais.
Mas a história vai além disso. Há indícios de que performances sensuais em eventos religiosos ou fúnebres existiam em Taiwan desde o final do século XIX.
Mulheres já se apresentavam em templos ou durante celebrações para os deuses, uma tradição que reflete a crença de que espíritos, assim como humanos, apreciam entretenimento. Com o tempo, essa ideia evoluiu, e as Funeral Strippers se tornaram uma versão moderna e ousada dessas práticas ancestrais.
Na China rural, uma prática semelhante surgiu, mas o governo local a considera “obscena” e tenta bani-la desde os anos 2000. Em Taiwan, a abordagem é mais tolerante, especialmente fora dos grandes centros urbanos.
Como Funciona um Funeral com Strippers?
Imagine o cenário: uma procissão funerária serpenteia pelas ruas, com o caixão à frente, seguido por familiares e amigos. Atrás, vêm os Electric Flower Cars, decorados com luzes piscantes e carregando dançarinas que giram em varões ou cantam músicas pop taiwanesas. O som é alto, a energia é vibrante, e a multidão cresce à medida que curiosos se juntam para assistir. Em alguns casos, as apresentações acontecem durante o velório, com as dançarinas se exibindo ao lado do caixão – um contraste gritante com o silêncio típico de outros funerais.
As performances variam. Algumas são mais contidas, com danças leves e roupas mínimas, enquanto outras chegam à nudez total (embora isso seja tecnicamente ilegal desde os anos 1980). O objetivo principal é atrair público. Na cultura taiwanesa, um funeral lotado é sinal de respeito e prestígio, indicando que o falecido era querido e influente. As Funeral Strippers, nesse sentido, são uma estratégia infalível para encher o evento.
Os Electric Flower Cars não são exclusivos de funerais – eles também aparecem em casamentos e festivais religiosos, como celebrações de aniversários de deuses, mostrando sua versatilidade na cultura taiwanesa.
O Debate: Cultura ou Excesso?
As strippers de defuntos dividem opiniões. Para muitos taiwaneses, especialmente das classes trabalhadoras e comunidades rurais, elas são uma tradição legítima, uma forma de celebrar a vida em meio à morte. “É como dar ao falecido uma última festa”, disse um organizador entrevistado pelo antropólogo Marc Moskowitz, que dirigiu o documentário Dancing for the Dead: Funeral Strippers in Taiwan (2011). Moskowitz destaca que as dançarinas se veem como artistas talentosas, não apenas como objetos de desejo.
Por outro lado, a classe média e alta de cidades como Taipei frequentemente critica a prática, chamando-a de vulgar e desrespeitosa. O governo taiwanês já tentou regulamentá-la, proibindo nudez total e limitando apresentações em áreas urbanas densas, mas a tolerância persiste nas regiões mais afastadas. Na China continental, onde o costume às vezes aparece, as autoridades são mais duras: em 2015, o Ministério da Cultura lançou uma campanha para erradicar as Funeral Strippers, oferecendo recompensas por denúncias.
Em 2006, a CCTV chinesa revelou que trupes de dançarinas faziam até 20 apresentações por mês em funerais rurais, cobrando cerca de 2.000 yuans (aproximadamente 300 dólares na época) por show. Um negócio lucrativo!
Teorias e Significados
Por trás do espetáculo, há várias interpretações. Alguns acreditam que as Funeral Strippers apaziguam espíritos errantes, distraindo-os para que não perturbem o falecido em sua jornada ao além. Outros dizem que é uma celebração da fertilidade, ligada a cultos antigos de reprodução – uma ideia defendida por acadêmicos como Huang Jianxing, da Universidade Normal de Fujian. Para Moskowitz, porém, o foco está mais no renao e na comunidade: as danças criam um senso de união e alegria em um momento de perda.
Do ponto de vista prático, as Funeral Strippers são um chamariz. Em áreas rurais com poucas opções de entretenimento, um funeral animado pode ser o evento social do mês, atraindo vizinhos e até estranhos. É uma mistura de superstição, tradição e pragmatismo que só Taiwan poderia transformar em algo tão singular.
Em 2013, um vídeo de uma dançarina se esfregando em um caixão viralizou, chocando muitos, mas também mostrando como a prática pode ultrapassar limites até para os padrões locais.
O Futuro das Funeral Strippers
Embora as Funeral Strippers tenham perdido força em comparação com seu auge nos anos 1980, elas ainda resistem em 2025, especialmente em vilarejos e cidades menores. A modernização e a influência ocidental têm levado alguns taiwaneses a preferir cerimônias mais sóbrias, mas a tradição persiste entre aqueles que valorizam o renao e o folclore local. Enquanto isso, o interesse internacional – impulsionado por documentários e reportagens – mantém o tema vivo, transformando as Funeral Strippers em um ícone da cultura pop excêntrica.
Será que essa prática vai desaparecer com o tempo? Ou continuará evoluindo, como fez ao longo de décadas? Só o futuro dirá. Por ora, as Funeral Strippers de Taiwan seguem dançando, desafiando normas e celebrando a morte como poucos ousariam.
Já pensou em como seria um funeral assim no Brasil? Talvez com samba em vez de pole dance – quem sabe?
O Que Você Acha?
As Funeral Strippers de Taiwan são um exemplo fascinante de como a cultura molda até os momentos mais solenes. Pessoalmente acho de boa, depois daquela revista de zumbis com fotos eróticas eu já não duvido de mais nada. Mas e você? Você acha isso uma homenagem criativa ou um exagero desrespeitoso?
Esse seria o funeral do Bender do Futurama, só falta o baralho.