Este é o post para o Fred, que me propôs a imagem aí ao lado para os contos do mundo gump.
Então eu resolvi fazer uma parada na linha poética pra não ficar só na prosa. Relembrando meus tempos de mago, quando eu seguia manuais de alta magia e me metia em círculos mágicos para enfrentar coisas que se eu contar vocês não vão acreditar. Não é muito comum fazer poesia para defunto, mas lá vamos nós.
A CASA E O MAGO
A lua subiu no céu
O portão se abriu
De uma casa abandonada
Largada ao léu
Um homem surgiu
Ele passou pelo jardim
No meio da escuridão
Árvores secas e ruínas
Jogavam as sombras no chão
Na porta velha de madeira
Ele viu a inscrição
pintado com a mão,
em sangue, uma caveira
Empurrou a porta e entrou
Na sala vazia
Um ruído escutou
Uma risada de agonia
Não havia ninguém na casa
Senão seu morador
Uma alma perdida
Gemendo sua dor
O homem traçou no chão
Com uma pedra de carvão
Um circulo de proteção
Das escadas surgiu a fumaça
Direto da sepultura
E um cheiro de desgraça
Veio com a criatura
O homem abriu o livro
Que trazia consigo
Conjurou os quatro ventos
Em busca de abrigo
O vento soprou na sala fechada
E ele que estava no pentáculo
Viu a criatura assombrada
Estendendo-lhe o tentáculo
Do tentáculo de fumaça
Saiu um ser horrendo
Uma forma de carcaça
Ainda se movendo
Estendeu os dois braços
Tentando lhe agarrar
O homem agachado
conseguiu escapar
E sacando a espada
Apontou para a criatura
Da ponta um brilho fraco
Virou uma fagulha
O espírito gritou
Como possuído
E a nuvem se agitou
Num vôo sem sentido
Tragado pela luz
Sem ter como escapar
Do brilho da espada
Num ritual de assombrar
O morto já se ia
Quando o mago apontou
O livro dos mortos
E então ele voltou
O morto estava dominado
Pela vontade do mago
A criatura bestial
Era agora seu escravo
O mago ordenou
Empunhando a espada
Que a criatura aguardasse
A hora certa que chegava
O ser acenou
Numa certa reverência
Na fumaça se embrenhou
Saindo com imponência
A sala antes escura
Era clara como o dia
Tornou a apagar
E ficou quase vazia
O mago se moveu
O livro guardou,
As horas viu,
A espada escondeu,
O círculo deixou,
E então,
saiu.
FIM