A era dos computadores bonitos

Eu não vou mentir que este post é na verdade uma mera desculpa para testar a ferramenta wbloggar. A princípio me pareceu interessante e prática a ideia de usar um cliente de postagem, de modo que eu não precise me logar lá dentro do controle do WordPress para escrever no Mundo Gump.
Depois de ralar um pouco para conseguir instalá-lo, acabei conseguindo e aqui estou eu, prestes a desvirginar, o wbloggar com um post sobre computadores.

Por que computadores? Bem, eu podia falar de milhares de coisas, mas computadores são um assunto legal, que eu gosto e que fazem parte da minha vida.

Desde muito novo eu já futico em computadores e então, um PC pra mim não representa uma ameaça tão grande quanto pode representar para alguém que não teve a oportunidade de ver isso de perto ( muito menos por dentro).

Fazendo um flashback no tempo eu posso me lembrar daqueles anos em que computadores eram verdadeiros armários com bolinhas coloridas que piscavam e uma enorme tela de cinema embutida. Eventualmente eles gritavam com voz mecânica “perigo, perigo!” e diziam com precisão absoluta onde estava o Comissário Gordon e denunciavam que quem roubou as jóias da coroa foi o Coringa. Noutras, vomitavam finas tiras de papel perfuradinho sempre com alguma resolução inimaginável. Mas sempre eram enormes, e sempre vomitando finas tiras de papel.
Hoje indo ao Banco do Brasil sacar um dindim eu percebi que até que não estamos tão longe assim dos computadores do passado.

Durante um bom tempo, o computador pessoal foi um item de luxo. De certo modo, ainda é. Mas considerando só o nosso mundinho das metrópoles, esquecendo a pobreza do resto do país, já podemos perceber que ele tornou-se um eletrodoméstico comum. Em muitas residências (como na minha) o numero de cmputadores supera o numero de habitantes. ( o de monitores então, nem se fala).

Este eletrodoméstico sempre teve sua existência unicamente focada na questão do uso. A beleza nunca foi o forte do sistema PC. Em compensação, seu irmão, o Machintosh, sempre primou pelo design e robustez, além de uma estabilidade digna de inveja.
Muitas famílias são assim. Duas filhas: Uma é linda, inteligente, sensual, educada. A mulher perfeita. Mas é metida. Exige roupas caras, carros de luxo. Cabelereiro todo dia. Mas é perfeita.
A outra é mais relaxada, largadona, aceita o que tiver, se o cabelo tá ruim ela enfia uma peruca. Não faz as unhas e nem se maquia. È uma pessoa simples e sem luxos. E talvez só por isso, é muito mais popular que a irmã patricinha de Bervely Hills.

Parece que tirando o exagero, é assim com os computadores pessoais. Há os que amam os MACs e há os que amam os PCs. É uma guerra de espetadas e alfinetadas entre ambos os lados, como irmãs que se detestam. Tudo fica fácil de visualizar quando as duas metades nessa guerra estão claramente definidas. Mas talvez esta clareza esteja se aproximando do fim.

Pcs sempre foram feios. E Macs sempre foram bonitos. Mas há uma forte tendência para que os Pcs comecem a “embelezar”. Isso deixa o território mais confuso na guerra pelo usuário. Pelo menos para o usuário completamente zé mané que ignora aspectos basicos de sistema operacional, softwares e tudo mais, porém para quem o aspecto “beleza” tem um subestancial apelo.

Estou falando do Gateway One.

gwone1.jpg

A primeira vista me lembrou muito aquele monolito do Arthur Clarke. Uma bela estrutura de aparência “black piano” com teclado controle remoto e mouse wireless, sem falar num site que é um desbunde de legal.
O gateway One pode ser só uma das mutações no universo Pc, mas pode ser também o início de uma tendência de considerar a beleza como um aspecto agregador de valor ao produto. Ainda é cedo para dizer se este “iMac” do universo PC vai emplacar ou não. Mas é bonito, eu gostaria de ter um. Com maquinas mais bonitas todos ganham. Com o design sendo um pouco mais considerado na miltimilionária indústria do PC, nós os designers, ganhamos ainda mais.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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