As bombas que realmente precisam ser jogadas

Qualquer pacifista ficaria horrorizado ao ler o título deste post e imaginar a monstruosa destruição que o Homem foi capaz de projetar e desenvolver. Todo mundo já viu aqueles cálculos que mostram que só o que os Estados Unidos gastaram com mísseis na Guerra contra o Iraque já seria suficiente para matar a fome de todos os flagelados do planeta e sobraria.

Não é por acaso que as bombas ficaram marcadas como brinquedos da morte. No entanto, é um erro pensar que bombas só servem para matar. Os fogos de artifício que encantam as pessoas (e infelizmente aterrorizam os animais) são bombas. O foguete, que nos permitiu um avanço sem precedentes, é nada mais nada menos que uma versão da bomba criada pelo Von Braun que agora não serve mais para matar.

E uma nova utilização para armas letais que podem ajudar o mundo finalmente apareceu. Segundo este site, o projeto é usar um avião de bombardeio militar para plantar numa tacada só 900 mil árvores ao dia!

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Ao reutilizar aviões velhos e reequipá-los para liberar sementes em vez das bombas de destruição, a Lockheed Martin e a companhia de reflorestamento Aéreo Inc. estimam que poderiam plantar até um bilhão de árvores a cada ano.

É uma ideia sensacional, pode dizer!

O “Bombardeio de Sementes” se tornou uma pratica bastante popular nos últimos anos, à medida em que o mundo passou a dar mais e mais valor aos programas de reflorestamento. O reflorestamento aéreo não tem limitação de terreno, pode ser usado em qualquer área que se queira colocar árvores, e até mesmo em alguns desertos. Outra vantagem é a rapidez de espalhar as sementes, pois é muito mais rápido que a semeadura com as mãos.

Os aviões usados para soltar as sementes são modelos Hércules C-130 de carga. A sementes são reparadas em pequenas esferas de terra já contendo uma mistura calculada de fertilizantes balanceados. As bolas caem na terra e assim que chove já começam a germinar. O sistema permite o plantio de diversas espécies simultaneamente, agindo como um meio bastante eficiente de reflorestamento. Certamente existe algum macete nesse negócio, pois as bolas de terra com as sementes não se destroem no impacto. Eu suponho que eles usem algum tipo de gelatina orgânica e degradável que funciona como colóide mantendo a terra coesa e servido de alimento para as raízes crescerem rápido. Se bobear usam até alginato mesmo, que é um colóide feito de algas.

Já no sistema da Lockheed, seriam usadas verdadeiras bombinhas chamadas “cones” por sua forma de cone que penetrariam no solo permitindo que as plantas surgissem dali.

Este tipo de empreendimento seria bem interessante, sobretudo porque poderia usar muitos aviões de guerra em seus anos finais de vida útil, quando não serviriam mais para a guerra mas ainda conseguiriam voar por alguns anos. Hoje, eles são levados para depósitos de aeronaves (não confunda com cemitérios de aviões) e deixados esperando sob o sol escaldante do deserto. airplane-graveyard-2

O maior desses pátios de material reserva da USAF tem mais de 4000 aeronaves paradas, seladas e com os tanques enchidos com óleo pesado para não oxidarem. Muitos são enormes B52 que estão desativados e tiveram as asas desmontadas como parte de uma cordo com a antiga União Soviética. (as asas são desmontadas para que sejam vistas pelos satélites Russos)

 

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Muitos desses aviões poderiam estar ajudando a recuperar a natureza ao invés de ficarem pegando um bronze.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Deveríamos utilizar esta tecnologia para fazer uma contenção no rombo que estão abrindo em nossa floresta amazônica.
    Aliás, da maneira negligente que a tratamos, deixo cada vez mais de crêr que o Brasil seja merecedor de detê-la em seu território.

    • Está na hora de inserimos a tecnologia, ou melhor, o método cientifico em nosso governo em todos os níveis, escolher um governante (desnecessário dependendo da organização) a dedo pela população, fazer o mesmo na hora de criar leis (no sentido de voto, pela decisão de pessoas) e o mesmo quando tem que se decidir onde fazer determinado projeto de construção (escolas, hospitais etc) é o que mais nos atrasa, engraçado é que o método cientifico entrou em vários campos da nossa vida, menos no nosso tipo de governo, continuamos a ser regidos por uma estrutura arcaica, onde as decisões são baseadas em interesses do seus integrantes, não pela real necessidade da nação, quando um médico tem que decidir pela escolha de dois procedimentos para salvar um paciente, ele faz uma votação entre as pessoas da sala ou usa o melhor método com mais chances de funcionar baseado apenas na ciência?

      • Concordo com teus argumentos.
        Realmente seria a saída para tentar acabar com a farra, sem contar com a derrocada do estado laico que as bancadas religiosas tentam a todo custo. Esquecem que a fusão de estado e religião não deu certo nem na Idade Média.

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