Zumbi – Parte 17

Já era o terceiro dia que David e Alice estavam naquele prédio. Eles estavam limitados a apenas dois andares, pois uma porta grossa trancada impedia o acesso aos andares superiores.
A única saída possível era uma porta que dava para a escada de serviço, e levava ao saguão, mas certamente o saguão havia sido invadido pelos mortos, pois as laterais eram de vidro.
Por sorte, uma grade fechava a passagem da escada para o saguão. Eles podiam ouvir os mortos gemendo e pisando nos estilhaços de vidro no andar de baixo. O som ecoava pelo interior do prédio.

Alice estava bebendo água na torneira. David continuava sentado numa mesa, com a visão perdida na multidão de corpos que se movia ao redor do prédio em que eles se abrigaram e das ruas adjacentes.

David estava pensativo. Enquanto olhava a paisagem do prédio, refletia sobre a ousadia de Alice nas noites anteriores. Era uma mulher de coragem admirável. Havia enfrentado zumbis, tarados, assassinos de todo tipo, havia sido estuprada, chicoteada, sofrera acidente de carro, mas o maior risco que ela correu e vinha correndo era o de beijá-lo daquele jeito toda noite.

David lembrou-se das palavras do cientista, em que bastaria uma gota de saliva contaminada de zumbi para infectar uma pessoa. Mas como Alice estava imune? David então pensou se o cientista estava mesmo certo ou se estava exagerando. Talvez a mesma característica misteriosa que o tornou um zumbi consciente estivesse impedindo que ele disseminasse a doença. Do contrario era para Alice ter se transformado.  David se perguntava mentalmente se até que ponto não era isso que estava buscando, numa forma inconsciente e bastante peculiar de suicídio.

Alice molhou os cabelos na pia do banheiro. Fazia calor. Ela foi até onde David estava.

-Dá pra ver a antena da radio lá, ó. – Ela disse apontando na janela.
David assentiu com a cabeça. Ele interrompeu seus pensamentos distantes. David passava as horas tentando se manter quieto, sem se mover, pois a dor aumentava terrivelmente a cada dia, e voltava como um fantasma, a assombrar-lhe a alma, a cada movimento.

“Se eu não tivesse comido o neném, a esta hora já teria voado nela”. – Pensou.

-Porra, que saco. Será que eles não vão embora? Não tem nada pra fazer aqui… O calor é de matar. Malditas caixas de vidro. Estamos fodidos, David.

O zumbi continuava quieto, olhando pela janela. Lá em baixo a multidão se acotovelava ao redor do prédio.

“O tempo está contra mim. A cada segundo que passa, eu sou menos humano e mais zumbi. Se continuarmos aqui, eu acabarei sucumbindo”. – Pensou. Alice continuava alheia aos pensamentos dele. Agora ela falava sobre sua teoria dos sobreviventes.
-…Será que eles vão ouvir a sirene? Ela ainda está tocando, tá ouvindo? David? Tá ouvindo? Ei, estou falando com você!
O zumbi olhou pra ela. David já começava a ver as coisas embaçadas e confusas. A voz de Alice de vez em quando parecia sair de dentro de um caixão. A cabeça latejava. Mas a enxaqueca ainda estava suportável.
David pegou o papel do bolso e escreveu:

Estou ouvindo. A dor está aumentando. Precisamos sair daqui.

Mostrou para Alice. Ela concordou em silêncio. Olhou lá para baixo. O numero de zumbis havia diminuído um pouco na última noite.
-Eles estão indo embora, parece. – Ela disse.
David voltou a escrever.

Eles sabem que estamos aqui. Nunca irão abandonar os arredores. Muitos estão saindo para caçar. Mas eles voltam.

-Você sabe o que está dizendo, David. Tem dois dias e noites inteiros que não sai dessa janela. Minha preocupação é a fome.

David olhou pra ela de um jeito estranho.
-Que?
O zumbi não disse nada.
-Ah, tá. A sua, claro. Mas eu também sinto fome, tá lembrado?
David fez sinal de positivo com o polegar. Ele notou o quanto estava trêmulo. Alice também. Ela teve medo e ficou em silêncio. Depois de alguns minutos, ela socou o vidro da janela.

-… Porra, viu?
David tirou os olhos da multidão e olhou pra ela.
-Eu não quero morrer aqui, David. – Ela estava chorando. David sentiu um aperto no peito, pois não podia fazer nada.

A sensação de impotência só cresceu dentro dele. Escreveu no bloco:

Não posso [ilegível] aqui sem fazer nada. Preciso[ilegível] coisa. Vou descer. Você fica. Vou buscar ajuda.

David arrancou a folha e estendeu a mesma para Alice. A moça estava aflita e assustada. Ela relutou mas concordou que David poderia descer, afinal ele já era um zumbi.

David levantou com dificuldade da mesa de frente para a janela em que estava sentado.

Ele foi até a porta. Alice foi até lá com ele.

Alice abraçou David apertado. David sabia que aquele era um abraço de despedida. O ambiente hostil do lado de fora representava grandes perigos. Havia uma possibilidade real de ele não conseguir voltar.

David virou-se e agarrou o rolo da mangueira de incêndio.

Ele desfez o rolo e enrolou a mangueira novamente, enfiando um braço pelo meio do rolo, prendendo como uma corda nos ombros. Alice ficou em silêncio, vendo o corpo trêmulo de David Carlyle Descer os degraus chumbados na parede em direção à escuridão.Antes de desaparecer da vista dela, David fez um sinal de adeus.

-Vá com Deus, meu amor. – Ela deixou escapar quando ele finalmente sumiu na escuridão.

David desceu as escadas tateando. Sentia-se tonto e seus braços pareciam enferrujados. Quando chegou enfim ao último degrau, ele viu a fraca luz surgindo pelo recorte quadrado no forro de gesso. David amarrou fortemente a mangueira de incêndio no degrau. E desenrolou a mesma, até em baixo. David abriu a tampa de acesso ao quartinho. Ele abriu com cuidado uma greta e olhou lá para baixo. Já não havia nenhum zumbi. Os produtos estavam todos bagunçados e os carrinhos retorcidos. Havia vassouras espalhadas pelo chão, poças de desinfetante e baldes capotados para tudo que era canto. David prendeu a ponta da mangueira junto ao recorte no forro. E então saltou lá de cima.

Ele caiu pesadamente no meio da poça de desinfetante. Levantou-se sentindo as pernas doendo.

Cambaleou para fora do beco. David ficou feliz quando viu que os zumbis haviam destruído completamente o alambrado. Era menos um dolorido obstáculo para escalar.

Não tardou para que David cruzasse com o primeiro zumbi. Era uma coisa horrenda, sem a metade do rosto. Ele estava parado junto ao muro. Quando David se aproximou, reticente, estava preparado para soltar um murro na cara daquela coisa e sair correndo. Mas o zumbi sem rosto não fez menção de atacá-lo. Passou ao lado dele, cambaleando e gemendo devagar. Ele babava.

David sentiu-se mais confiante quando o terceiro e o quarto zumbis passaram bem perto dele sem fazer nada. De alguma forma eles sabiam que David não era comida.

David saltou a barreira de concretos e carros empilhados. Do outro lado, estava o mar de zumbis. Devia ter pelo menos uns dois mil deles ali. A metade estava parada, mas muitos mexiam-se devagar indo de um lado para o outro. Todos gemiam baixinho. Era um fedor insuportável de carne pútrida. O som das moscas varejeiras era uma constante.

David parou e olhou para cima. Lá no alto ele viu Alice olhando na janela. Ela acenou para ele. David retribuiu.

Alice estava com o rosto colado na ampla janela de vidro. Ela via David lá em baixo, cambaelando entre os mortos. Daquela distância ele parecia só mais um. Só mais um ser insignificante que desapareceria do mapa frente a primeira dificuldade.

Alice pensou que não poderia desistir. Não poderia esmorecer. David encontraria um jeito de tirar ela dali. Ela não havia lutado tanto para nada. Sabia que seu destino era apenas um: Sobreviver.

Lá em baixo, David passeava pela cidade, olhando as coisas de uma outra perspectiva. Ele ficava parado de vez em quando, tentando recuperar uma migalha qualquer de energia. Estava muito fraco. Zonzo. Seus olhos tendiam a revirar nas órbitas, como os de uma pessoa que passa muito tempo sem dormir. A dor nas pernas aumentava. Ele sentia que a doença estava queimando seus ossos por dentro.

David viu os zumbis agrupados em pequenos bolinhos. Nem a morte podia separar a necessidade humana de se agrupar. Havia alguns mortos sentados na calçada, chupando ossos, tentando extrair migalhas de tutano.

O vento carregava consigo restos de jornal, papeis velhos e toda sorte de detritos. As ruas estavam imundas, repletas de lixos e os ratos passeavam sem a menor preocupação por entre os corpos. Eventualmente David via um zumbi tentando agarrar um rato, mas enquanto os pequenos animais eram ágeis, os zumbis ficavam cada vez mais letárgicos e sonolentos.

David ficou parado junto a um muro apenas olhando a cena. Pensou nos ratos e em como eles sobreviveram aos dinossauros. Como eles se espalharam pelo mundo à bordo de caravelas e navios de madeira e como eles eram superiores por serem sobreviventes natos. A humanidade e toda sua empáfia tecnológica, todo seu dinheiro e poder, havia finalmente dado lugar a uma morte lenta e miserável, espalhada entre os homens por seus próprios pares. E os ratos permaneceriam como já estavam há mil, dez mil, trocentos mil anos…

David desencostou do muro e num esforço enorme cambaleou pela rua. Olhava os prédios, todos destruídos. Centenas de marcas de corpos pelo chão contavam com tristeza a história das pessoas que vendo-se sem saída, quando a doença se espalhou pela cidade, lançaram-se no espaço, na esperança de uma morte súbita e menos sofrida. De uma certa forma, David Carlyle sentia alguma  inveja dos que tiveram a coragem de buscar uma morte instantânea. O fardo de ser um morto consciente, não era para qualquer um.

Enquanto andava sem rumo, tinha os olhos cada vez mais nublados, e olhava em direção às lojas e pelo chão em busca de algo que pudesse ajudá-lo a derrubar a porta do prédio e levar Alice para outros andares.  Procurava também por comida, mas eram poucas as opções. As coisas de comer estavam quase todas mofadas ou repletas de bichos.

Uma coisa chamou sua atenção.

No fim da rua David escutou ecos de gritos. Ele reconhecia aqueles gritos eram os gritos dos zumbis quando localizam uma presa. David forçou seu corpo fragilizado a um esforço além dos limites na tentativa de chegar a esquina e ver o que se passava.

Quando ele chegou na esquina, viu uma horda correndo atrás de dois caras, que estavam numa motocicleta de cross. Eles passaram a mil por hora perto de David. E logo atrás veio uma horda de seis ou sete zumbis que ainda aguentavam correr.

David conseguiu dar uma boa olhada nos dois caras da moto. Um era careca e parecia ter uma bandana azul com  estrelas brancas na cabeça. Usava camiseta branca, e era bem fortão. Ele estava segurando uma Kalashnikov AK 47.

Este era o carona. Na direção da moto de cross estava um outro cara, mais gordo, com um bigode que lembrava o de uma morsa. Ele tinha vários cordões de ouro no pescoço e usava óculos escuros, embora o sol daquela tarde já não estivesse mais tão forte. Os dois passaram e o carona atirou em alguns zumbis que surgiram da rua mais à frente.

O jovem zumbi ficou parado, tentando anotar mentalmente o numero de quadras que a moto percorreu na avenida. Ele contou sete ruas até a moto virar a esquerda.

David Carlyle olhou para trás e viu que havia umas duzentas figuras decrépitas cambaleando, seguindo como uma procissão silenciosa e triste na direção de onde a moto foi.

David se juntou a eles. Todos cambaleavam em silêncio e nenhum parecia demonstrar cansaço ou qualquer coisa que mesmo de longe parecesse um pensamento ou reflexo de humanidade.

“São como bonecos controlados por meros impulsos” – Pensou.

Os zumbis andavam muito devagar. Mas eram incansáveis. David sentia tudo doer terrivelmente. Enquanto andava, cada passo era um martírio. Pensou que talvez fosse boa aquela ausência de consciência. Os zumbis não podiam pensar e por isso não saberiam mensurar a dor. David sentiu-se mais realizado quando finalmente entrou na rua em que a moto virou.

Ele andava lentamente. Contava até trinta a cada novo passo, pois seu corpo parecia ficar mais e mais pesado a cada hora.

Nisso, David escutou um estalo alto. E a cabeça do zumbi que estava a menos de meio metro dele explodiu. O corpo caiu duro como um boneco.

David olhou para cima. Não viu nada. Em seguida, outro estalo. Outro zumbi caiu ao lado dele.

“Sniper!” – Pensou.

David colocou as mãos sobre a cabeça, reuniu toda a força que ainda lhe restava e  correu na direção de uma marquise. De lá ele viu que os zumbis cambaelavam, passando por cima dos zumbis mortos como se eles não estivessem ali. A cada minuto mais e mais disparos e as cabeças de zumbi iam estourando, melando o asfalto.

Então, os tiros cessaram. Restavam agora pouco mais de uma dezena de zumbis andando pela rua. David ouviu o som estranho de uma microfonia.

E o som da voz humana ecoou pelos prédios:

– Ei, você! Ô maluco? Aparece aí!

David teve medo. Era alguém com um megafone. Uma voz de homem.

David andou alguns passos e olhou para cima. Viu que o som do megafone vinha de uma janela aberta num dos prédios.

-Ou!  Alá! Alá!  E aí cara? Tudo beleza?  – Gritou o sujeito com o megafone. Ele estava longe.

David acenou para ele. Alguém que David não conseguiu ver direito, tomou o aparelho do primeiro sujeito e uma voz de homem mais jovem ecoou pela rua:

-Ei, você aí que está se fingindo de zumbi… Tá precisando de alguma coisa cara? Temos um abrigo aqui! Chega mais mermão!

David andou na direção da rua. Seu primeiro impulso foi o de ir na direção do prédio, mas então se conteve. Ele não era humano. Os atiradores estavam pensando que ele era um humano coberto com aquela gosma nojenta de zumbis para evitar ser perseguido. David avançava devagar e pensava sobre como aqueles homens haviam tido aquela ideia. Então ele se lembrou que os zumbis nunca tem o senso de autoproteção.  Um zumbi não se oculta de um atirador, ele anda diretamente para o ponto de visão do atirador. Quando David Carlyle correu para a marquise, os homens devem ter se assustado.

-Ô meu! Pode sair do personagem. – gritou o sujeito do megafone.

David esforçou-se ao limite de sua capacidade para andar mais normalmente. Ele fez um sinal negativo com a mão e virou de costas, na esperança que os homens da janela interpretassem aquilo positivamente. David sabia que se os atiradores desconfiassem que ele era um zumbi, seus miolos estariam no chão e seu rosto viraria carne moída em questão de segundos.

-Tudo bem, meu camarada. Bom passeio! Boa sorte! – Eles gritaram do aparelho.

David estava sozinho na rua. Ele agora estava longe do alcance dos atiradores. David pensou que aquele talvez fosse um bom lugar para trazer Alice. Ele precisava levá-la a um abrigo, onde outros sobreviventes poderiam cuidar dela.  E então ele estaria livre para partir.

No prédio, Alice olhava fixamente pela janela, na esperança de encontrar David andando lá em baixo. Mas tudo que ela via era uma multidão de corpos vestidos com farrapos sujos, cambaleando devagar como baratas tontas.

Subitamente, Alice escutou um barulho na porta. Seu coração quase saiu pela boca com o susto. Alice temeu que os mortos tivessem conseguido invadir o prédio.

Após o primeiro estalo, as trancas foram lentamente sendo abertas, uma a uma. Alice teve certeza que não eram zumbis, dada a dificuldade envolvida em destrancar uma porta. Ela agarrou a caneta e o papel sobre a mesa. Correu e se escondeu atrás da porta da sala. Alice prendeu a respiração quando a dobradiça rangeu preguiçosamente.

A porta do corredor finalmente  se abriu e ela ouviu passos vindo na direção da sala.

CONTINUA

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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Comentários

  1. Muito bom!!! Venho mil vezes ao dia ver se vc já postou uma nova parte da história! Tá perfeita… meu coração pula cada vez que a Alice fica só. Coitada! Vc REALMENTE deveria tentar fazer algo mais com esse conto… filme, história em quadrinho (gibi ou virtual), desenho animado, sei lá, mas vê-la tomando formas e cores seria fenomenal!!! Parabéns mesmo Philipe, sua criatividade é algo impressionante!
    Bjos de uma grande Fã!
    Juju

  2. Realmente, depois de tanto tempo alguém adicionou algo novo no mundo dos zumbis (como eu já havia comentado contigo).

    Lendo esse conto, não pude deixar de pensar nas ramificações que um zumbi homo habilis permite. Ele é quase como um ser de outro mundo – um extrangeiro, talvez.

    Pergunta que não quer calar: as pessoas matariam zumbis se elas soubessem que eles ainda são pessoas por dentro?

    Abraços,

    tio .faso

      • Essa resposta foi um tiro na cabeça da minha pergunta! XD Mas deixa eu tentar me salvar:

        Se você soubesse que sua esposa que virou um zumbi, ainda racionalizava, você ficaria perto dela como a Alice? Trancaria-a em um quartinho e iria embora?

        Fiquei matutando sobre isso. Uma amiga minha comentou que o legal dos zumbis é que eles são os vilões perfeitos: não sentem nada, te ameaçam a vida como ninguém e nós não nos importamos com eles.

        Em apocalipses zumbi, a coisa meio que vira cada um por si justamente por ter esse inimigo implacável, mas se as pessoas soubessem que os seus entes queridos ainda estavam ali dentro, mesmo que fosse um corpo morto-vivo que em qualquer momento poderiam surtar e comê-los vivos; essas pessoas se atreveriam a matar um zumbi habilis?

        Como eu disse, essa história dá muito pano para manga…

        Abraços,

        tio .faso

        • É verdade isso, cara. Daria um conflito desgraçado no sujeito. Até que ponto o amor consegue conter o instinto de auto-preservação?

  3. Que bom que mudou de idéia e resolveu aumentar um pouco a introdução. Já estava triste achando que está era a última parte. Valeu.

  4. Noossa Philipe, está muito bom esse conto. A cada parte um novo desdobramento. Eu tento ficar imaginando como vai ser as proximas ações do casal e vc vai e muda tudo. Parabéns continue assim que está ótimo.
    Eu estou tenso que a cada parte o final da saga se aproxima e me parece que ainda há muito o que se contar – Estou promovendo de Conto para Saga a partir de agora ;-) .

    • Pode crer. Eu faria o David na boa, mas a Alice eu ofereceria pro meu parceiro Roberto fazer. Ele é o fera em mulheres voluptuosas de seios perfeitos.

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