Voltando ao normal

Pois é, você que conhece o blog e vem aqui todo dia já deve ter notado a minha ausência. Foi mal, estive muito enrolado aqui, pois me mudei e na mudança algo meio estranho aconteceu com meu computador, que passou a se comportar como um boiolinha mimado, travando a cada cinco minutos. Desmontei, remontei, nada. Um Hd foi pro saco, depois os outros começaram a travar e pedir scandisk. A coisa tava feia. Pra piorar um monte de trabalho entrou, e eu fui obrigado a sacrificar a maquina antiga. Comprei uma maquina nova, passei o dia todo ontem instalando tudo e reconfigurando as coisas e agora estamos de volta.

É engraçado parar para pensar como tudo isso começou. Eu estava tranquilamente chegando do serviço lá no meu apartamento alugado do Ingá quando fui olhar a caixa de correspondência e ali estava uma mensagem simples e direta no melhor estilo “sai deste corpo que não te pertence”. Era uma mensagem da imobiliária dando ciência que o dono do apê ia vender, e isso significava que a menos que eu tivesse a grana, devia rapar fora o quanto antes. Isso aconteceu por volta de setembro junho do ano passado.
Tudo parecia se encaixar, pois o apartamento que eu havia comprado e estava esperando entregar estaria pronto em dezembro. Eu precisava achar alum lugar para ficar, para “passar uma chuva” até que o apartamento da Mario Viana ficasse pronto. Conversando com a minha sogra, ela disse que uns amigos dela tinham uma casa grande, e que se mudaram para São Paulo, deixando a casa vazia. Não tardamos a falar com eles, que prontamente toparam alugar a casa pra nós. Mas ao invés de pagar diretamente, nós iríamos pegar a grana do aluguel e acabar a casa pra eles, pois faltava acabamento.
Naquele momento, a gente nem imaginava que acabaríamos ficando ali cerca de um ano. Após nos mudarmos para a casa, fomos chamados para uma reunião com a construtora lá no prédio. Na reunião, soubemos que o imóvel iria atrasar. Uma notícia não muito boa pra quem esperava mudar em dezembro. O novo cronograma (eles colocaram a culpa na crise dos EUA) dizia que o prédio estaria pronto em maio, com o habite-se saindo em junho e liberando as chaves em agosto.
Fiquei puto. Eu queria mudar logo.
Eu adorava a casa dos amigos da minha sogra, pois era enorme, cerca de 300m2 de área construída. Um jardim que era igual ao jardim botânico. Assim, quando fui no prédio, comecei a pensar que talvez fosse difícil me adaptar a uma realidade de 57m2. Convenci a primeira dama que o melhor era vendermos o Felice (e eu até anunciei ele aqui). Resolvemos vender o Felice e comprar um outro, maior. Foram meses de procura, visitas, corretores. Vimos tantos que perdi a conta.
O que eu queria mesmo era uma cobertura, mas quando achávamos uma cobertura, ou era cara demais ou estava detonada demais, era longe demais, ou dava vista para a “comunidade”.
Quando finalmente achamos um apartamento legal, tudo parecia estar resolvido. Conseguimos a carta de crédito na Caixa, que seria complementada com uma parte dos lucros da venda do Felice.
Pagamos uma parte do sinal e esperamos que o proprietário levasse a documentação. O cara começou a enrolar. Foi uma novela. O sujeito enrolou a gente e a imobiliária, por nada menos que três meses. Gradualmente, os fatos sobre aquele imóvel começaram a vir à tona.
Era um apartamento que o cara ganhou da construtora numa briga judicial. Ele não pagou condomínio nem iptu desde então. Pra piorar ele estava enrolado com a Receita Federal, estava com o nome sujo na praça. Por isso o apartamento tava no nome da filha dele, uma menina que aparentava ter uns 15 anos, mas era maior de idade. Após pagarmos o sinal ele disse que ele precisou usar o nome da filha pra pagar uma parada, não pagou, e a menina ficou com o nome sujo também.
A Nivea achou o cara com jeito de 171. Ele alegou que estava regularizando tudo, que ia dar um jeito na papelada e tal. E a gente esperando.
Eis que calha dos caras de São Paulo ligarem avisando que venderam a casa. Era a segunda casa que vendia logo após eu entrar.
A prefeitura de Niterói estava fazendo uma obra nas proximidades e com isso demoliu uma série de casas, menos uma, de uma moça gente fina que não tinha pra onde ir. Então ela fez uma proposta ao dono da casa que eu tava morando pra que ele vendesse. Ele topou e lá vou eu novamente pra outro lugar.
Como os caras iam todo dia com a maquina ameaçar derrubar a casa dela, eles estavam meio desesperados. Nós ficamos com pena e resolvemos mudar logo, para que eles pudessem sair e a casa deles, fosse enfim demolida, pois ela estava atrasando a obra da prefeitura.
Nesse meio tempo, esperávamos que o cara do apartamento já tivesse solucionado tudo e que a gente saísse da casa direto para o novo apê.
O problema é que ele jogou a toalha. Ele disse que descobriu que a dívida do condomínio era muitas vezes maior do que ele calculava e que queria desfazer o negócio. Pessoalmente eu acho que com a demora dele, o apartamento que demos o sinal estava muito abaixo do valor de mercado para a área, e ele sacou isso. A especulação imobiliária aqui está um absurdo.
Com a desistência do cara, (que pegou nosso sinal e aplicou) e a posterior devolução do dinheiro sem o rendimento nem correção montária, óbvio, estávamos de volta a estaca zero, mas numa situação pior, pois os amigos da minha sogra venderam a casa pra moça que teria sua casa demolida.
Eis que depois de um belo trabalho de macumba digo, de mentalização, surgiu outro apartamento, no andar debaixo daquele que a gente queria, mas este estava mais caro cerca de vinte e cinco mil reais que o outro. Porém, estava com armários, closet e o melhor: a documentação em dia. Conversamos com a dona Paula, que disse que estava esperando um cara do outro bloco se mudar pra ela sair. Nesse condomínio é normal as pessoas de um bloco mudarem para outro lá dentro mesmo.
Então, apertamos o cinto, e encaramos. Nós fechamos negócio com a Paula e estamos esperando o cara do outro bloco se mudar para São José dos Campos, para que a Paula mude para a casa dele, e nos mudemos finalmente para a casa dela, que passará a ser nossa. Só que neste meio tempo, precisamos sair da casa dos caras de São Paulo, e acabamos nos mudando provisoriamente para a casa que minha sogra estava vendendo. Estamos com 70% de tudo nosso encaixotado. Aqui faz um frio do caramba. E estamos morando numa situação meio precária, meio naquele esquema de “passar uma chuva”.
Não tenho mais meu escritório. Meu escritório agora é num corredor frio como uma geladeira, que dá acesso a cozinha, hahaha. Se a empregada faz bife eu não consigo respirar.
Daí o computador pifa. Você pode imaginar o quanto isso atrapalha a vida de um blogueiro?
Mas o mais bizarro é que NO DIA que eu mudei pra cá, apareceu uma moça interessada e essa casa também foi vendida.

Nunca desejei tanto que agosto chegasse logo, sinceramente.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Logo que começaram a demorar as atualizações já imaginei… Bom, torço pra que tudo possa correr bem e não surjam mais descobertas rocâmbolescas ou seja lá o que for…

  2. Cara, já pensou em morar em BH? Estou querendo vender meu ap, será que vc poderia se mudar pro meu ap por um tempo? Acho que assim eu vendo mais rápido…kkkk
    Boa sorte ai com a moradia.

  3. Putz to quase te convidando pra morar numa casa que meu sogro quer vender!!! kkkkkkkkk :happy:

    Nada pior no mundo que mudança!!!!
    Bjs e boa sorte!!!

  4. Tô besta. Nas últimas frases, na hora do bife, eu tava pensando “pow, daqui a pouco o cara muda pra SJC, a mulher muda de bloco e tá tudo resolvido! Aí vc fala “apareceu uma moça interessada e essa casa também foi vendida”. TENSO!

  5. Puta que pariu, que rolo! Pelo menos a demora não foi por motivo de doença ou algo parecido, os males a macumba(mentalização) menor. Pô e o cara vai para por qui em SJC? Por que não se muda para cá tambem?

      • Tu é mesmo foda. Ainda é casado com “milica”? Ha,Ha,ha! Falando sério, ela é do exército ou da aeronáutica! Se for da marinha já não dá. Porque e m SjC têm o CTA, que é dirigidos pelos militares. Venha conhecer o Vale do Paraíba (caso você não o conheça) aqui é legal, é perto de Sp, do RJ, o litoral é perto (Carguatatuba, Ubatuba, Parati)o Sul de Minas também (docinho e queijo), além de que agora vai começar o Festival de Inverno em Campos do Jordão e chocolate, fondue, pinhão e vinho em volta da lareira são uma ótima pedida para casais sem filhos. Sé é ruim para quem tá costumado com o calor.

      • Ah, eu também queria muito vender minha casa e me mudar para o Rio, eu mostrei as fotos do seu apê pro meu marido e ele gostou muito. Ele também quer muito ir morar novamente no Rio. Mas, como ele é da Petrobrás não depende dele a tranferência. Mas, quem sabe do futuro… a gente acabe fechando um negócio um dia, quem sabe?

  6. Philipe,

    minha tia gostaria de vender a casa dela. Vem passar umas férias com a primeira dama aqui em manaus, aproveita pra ver o encontro das águas que não viste da outra vez e de quebra vê com mais calma a variedade de controles que os camelôs da cidade oferecem. :) rs

  7. Caraca, Lipe…
    Parece que estao fazendo é uma macumba, desculpe, Mentalizacao com vc, hein?
    Vai num Centro Kardecista tomar um passe…
    Ou comece a cobrar pelos seus préstimos de vendedor de casas… cobra 10% pra cada apartamento que fôr vendido com vc dentro…
    O que vai ter de gente interessada nao vai ser mole, e quem sabe assim vc nao consegue uma graninha pra comprar uma cobertura de frente pro mar…

    Vou fazer um pensamento positivo aqui.

  8. poxa, que rolo, sei como é pq só passei por ziquizira em questão de imoveis tb, mas fica tranquilo que uma hora as coisas se encaixam e vc vai poder morar onde sempre quis e nao vai mais sufocar em fumaça de bife! =)

  9. hahahaha QUE ROLO DO CACETE!!!
    Na sua situação eu já estaria no nivel máximo de stress… aquele primeiro cara que te sacaneou merecia um esculacho forte!

  10. Que rolo. Corretoras de imoveis tambem te botam em furada. Se fala antes, minha irmã quer vender o dela em Santa Rosa, na rua Santa Rosa. Ela pretende mudar pro Rio e ficar perto de mim. Juntava a fome com a vontade de comer…

    Abraço.

  11. Desisto. Você É o que nós chamamos de pará-raio de zica. Tá pior do que a encomenda… mas… não quer mudar pra um terreninho que eu tenho na praia grande não? haahhaha eu pago o caminhão!!!

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