Uma história cabeluda


Eu tinha ido com minha sogra e meu sogro que são evangélicos da linha pentecostal das mais antigas chamada Congregação Cristã do Brasil. Este assunto ainda pode render vários e vários posts hilariantes, como o do dia em que fui a um culto. Mas nesse caso aqui eu tinha ido com eles para algum lugar que eu não fazia ideia de onde seria para um “retiro”.
Quando chegamos, depois de algumas horas de viagem, encontrei-me na terra dos Hobbits. Era exatamente igual ao condado. O lugar é distante de tudo. Acho que chegou luz elétrica lá recentemente e todo mundo lá é dessa religião. Eles plantam o que comem, e vivem em uns morros verdinhos, com caachoeiras e cascatas. Idílico o lugar. O que poderia ser uma coisa chata revelou-se na verdade muito legal. O pessoal é altamente receptivo, altamente musicais, e engraçados. Fizemos um churrascão lá e até cerveja rolou. Pra minha surpresa, pois eu achava que evangélicos são proibidos de beber. Acabei descobrindo que eles não são proibidos de nada, mas evitam certos escandalos sociais, como ir a festas, cantar “parabéns pra você” em aniversário – A explicação: Parabéns, só pra Deus. Entre outras peculiaridades, como falar a língua de Deus – e que por isso apenas Deus entenderá, usar um veu na cabeça na hora do culto (para as mulheres), saia abaixo do joelho sempre e nunca se maquiar além de um batom. E finalmente, o mais estranho de tudo: NUNCA CORTAR O CABELO. (para mulheres) pois alegam que num pedaço da Bíblia Deus diz que “o cabelo é o véu natural da mulher”. Eles são o que chamamos científicamente de fundamentalistas religiosos. E interpretam literalmente tudo o que está escrito na bíblia deles, que tem várias coisas diferentes das outras.
Então eu tô lá, totalmente integrado no mundo dos hobbits. Realmente parece um passeio no tempo. Eles são meio medievais, interessados em tudo que pareça moderno, como tecnologia e eletrônicos, pois muitos nunca nem viram TV. A minha TV da sala, por exemplo, a minha sogra jogou na lixeira do prédio quando aderiu de vez a esta religião. Aí eu corri lá e peguei a TV pra mim, hehe.
Essa sensação de medievalismo é acentuada pela seriedade e honestidade com que encaram sua fé. De fato é bonito de se ver como as pessoas podem ser crentes, abrindo portas para fenômenos inexplicáveis sob a luz da ciência. Falarei sobre isso e sobre o conceito da “PALAVRA” em algum outro post futuro.
Mas naquele dia eu acabei falando merda. Comentando sobre como as mulheres tinham o cabelo grande, eu falei que a grande vantagem é que se acabar o papel higiênico é só usar o cabelo e lavar na pia.
Hahaha. Engraçado foi a cara deles.
Mas eles são legais. Eu gosto dessa religião, acho ela muito mais honesta que muitas outras – incluindo a minha, a Igreja Católica.
BOm, aqui está um link para umas fotos de mulheres que também não sabem o que é tesoura.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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Comentários

  1. Opa… eu frequento essa Igreja… recomendo. Fico feliz que voce tratou como mais honesta que muitas outras, o que eu acredito – ao nao pedir Dizimo, nao força o fiel e o fiel vai lá desprendido de obrigacao financeira, o que torna a doacao bem mais sincera por ser voluntaria,

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