Dormir é uma das coisas que eu mais gosto. Claro, desde que eu não tenha aqueles sonhos malucos que de vez em quando chegam em temporadas para me atormentar. Mas fora isso, é uma delícia tirar um, belo cochilo, né?
Mas você já se perguntou quanto tempo conseguiria ficar acordado, e o que acontece se você resolver: “Chega, não vou dormir nunca mais!”
É com base nessa pergunta que eu resolvi fazer este post para saber isso.
A necessidade do sono: Quanto tempo alguém aguenta sem dormir?
Entre dezembro de 1963 e janeiro de 1964, o estudante americano Randy Gardner, da Califórnia, ficou sem dormir por mais de 264 horas (mais de 11 dias). Esse registro foi cuidadosamente documentado, pois Gardner estava constantemente sob a supervisão de médicos que monitoravam sua condição. Em particular, eles notaram que os jovens tiveram alucinações, bem como problemas de memória e concentração.
Após a conclusão do experimento, a condição de Gardner voltou ao normal.
A conquista de Randy Gardner entrou para o Guinness Book, mas já foi superada diversas vezes, de acordo com a publicação. Assim, já no início de 1964, o estudante Jim Thomas (também da Califórnia) não dormiu por 266 horas e 30 minutos (11 dias e 2 horas e 30 minutos), e apenas um mês depois, o finlandês Toimi Silvo estabeleceu um recorde de 276 horas (11 dias e 12 horas) sem dormir.
O recorde do Guinness para o maior período de insônia contínua foi gradualmente atualizado várias vezes, até que em 1974 Maureen Weston, da Grã-Bretanha, conseguiu ficar acordada por 449 horas inteiras (18 dias e 17 horas). Finalmente, em 1986, Robert McDonald (curiosamente, outro californiano) ficou acordado por 453 horas e 40 minutos (18 dias, 21 horas e 40 minutos). Afirma-se que essa insônia não teve consequências negativas a longo prazo para sua saúde.
Em 1997, o Guinness Book parou de registrar recordes de insônia voluntária devido a preocupações com os efeitos prejudiciais à saúde dos candidatos que buscavam o recorde.
Além disso, no final da década de 1960 e início da década de 1970, cientistas descreveram o fenômeno do microssono — um curto período de adormecimento por literalmente alguns segundos, que ocorre durante uma falta aguda de sono e geralmente passa despercebido. O microssono só pode ser detectado por meio da observação cuidadosa do sujeito, o que não foi fornecido em todos os registros listados acima, exceto pela conquista mais bem documentada de Randy Gardner.
Entretanto, até mesmo o médico que observou Gardner em 1964 admitiu mais tarde que ele podia ter episódios de microssono durante o experimento.
A Importância do Sono e os Riscos da Privação Prolongada para a Saúde
Dormir bem é um dos pilares fundamentais da saúde, ao lado de uma alimentação equilibrada e da prática regular de exercícios físicos. No entanto, em uma sociedade marcada pelo excesso de compromissos, pressão por produtividade e acesso constante a dispositivos eletrônicos, o sono tem sido frequentemente negligenciado. Talvez isso até explique aquele bizarro caso da epidemia de sono que afetou a Rússia.
O que é o sono e por que ele é importante?
O sono é um estado fisiológico ativo, regulado pelo cérebro, que permite a recuperação do corpo e da mente. Durante o sono, ocorrem processos importantes como:
- Consolidação da memória e aprendizado.
- Liberação de hormônios como o GH (hormônio do crescimento).
- Regeneração celular e fortalecimento do sistema imunológico.
- Regulação do humor e do estresse.
O sono é dividido em estágios que incluem o sono REM (movimento rápido dos olhos) e o sono NREM, sendo ambos vitais para a restauração cerebral e corporal. A qualidade e a quantidade adequadas de sono variam com a idade, mas em geral, adultos devem dormir entre 7 a 9 horas por noite.
Privação de sono: o que é e por que acontece?
Privação de sono ocorre quando uma pessoa não dorme o suficiente para suprir as necessidades do organismo. Pode ser aguda (poucas noites mal dormidas) ou crônica (quando o sono insuficiente se torna um padrão regular).
Entre as causas mais comuns estão:
- Estresse e ansiedade.
- Uso excessivo de tecnologia antes de dormir.
- Transtornos do sono, como insônia e apneia.
- Horários de trabalho irregulares (ex: trabalho noturno).
- Consumo de estimulantes como cafeína e nicotina.
Os efeitos da falta de sono no corpo
A privação prolongada de sono tem consequências devastadoras para o organismo. Pessoas que passam por problemas para dormirm, como a insônia crônica costumam sofrer duras consequências. Entre os principais impactos estão:
1. Sistema imunológico enfraquecido
Estudos mostram que a falta de sono reduz a produção de citocinas, substâncias essenciais para o combate a infecções. Pessoas que dormem pouco estão mais vulneráveis a resfriados, gripes e outras doenças.
2. Problemas cardiovasculares
Dormir mal está ligado ao aumento da pressão arterial, inflamação e maior risco de doenças como infarto, AVC e arritmias. Isso ocorre porque o sono é essencial para a regulação do sistema cardiovascular.
3. Ganho de peso e diabetes
A falta de sono afeta os hormônios que regulam o apetite, como a grelina e a leptina. Isso leva a um aumento do consumo de alimentos calóricos, contribuindo para obesidade. Além disso, a privação prejudica a sensibilidade à insulina, elevando o risco de diabetes tipo 2.
4. Comprometimento cognitivo
Um cérebro cansado funciona mal. A privação de sono está ligada a dificuldade de concentração, problemas de memória, menor capacidade de tomada de decisão e aprendizado reduzido. Motoristas privados de sono, por exemplo, têm performance semelhante a motoristas embriagados.
5. Impacto emocional e transtornos mentais
Dormir pouco afeta diretamente o humor. Irritabilidade, ansiedade e depressão são mais comuns em quem sofre com insônia ou outras alterações do sono. A falta de sono também pode desencadear episódios psicóticos em pessoas predispostas.
6. Envelhecimento precoce
Durante o sono profundo, ocorre liberação de hormônios que estimulam a renovação celular. Sem isso, a pele perde viço, surgem rugas precoces e a aparência geral se deteriora.
7. Redução da libido
O sono insuficiente também interfere na produção de hormônios sexuais, como a testosterona, reduzindo o desejo e o desempenho sexual.
Consequências sociais e profissionais
A privação do sono não afeta apenas a saúde, mas também a vida em sociedade. Ela contribui para:
- Quedas na produtividade no trabalho.
- Ausências frequentes e aumento de licenças médicas.
- Relacionamentos prejudicados por irritabilidade e indisposição.
- Maior risco de acidentes de trânsito e no ambiente laboral.
Como melhorar a qualidade do sono?
Felizmente, há formas eficazes de restaurar um sono de qualidade. Algumas dicas incluem:
- Estabelecer uma rotina: Dormir e acordar nos mesmos horários diariamente.
- Evitar eletrônicos antes de dormir: A luz azul inibe a melatonina, hormônio do sono.
- Criar um ambiente propício: Silêncio, escuridão e temperatura agradável no quarto.
- Reduzir estímulos: Nada de cafeína, álcool ou refeições pesadas à noite.
- Praticar atividades físicas: O exercício regular favorece o sono profundo.
- Buscar ajuda profissional: Em casos de insônia persistente, consulte um especialista.
Sono não é luxo, mas devia ser tratado como tal
O sono não é um luxo, é uma necessidade vital. Cada mamífero tem seu próprio padrão de sono. Seus efeitos benéficos vão da regeneração corporal ao bem-estar mental, e sua falta pode causar um colapso progressivo da saúde. Em uma era acelerada, resgatar a importância do sono é um gesto de autocuidado e sabedoria. Dormir bem é viver melhor — mais produtivo, mais saudável, mais feliz. Neste post aqui eu dei dicas importantes para você dormir bem.
Respondendo a pergunta que deu origem a este post, não se sabe ao certo quanto tempo uma pessoa é capaz de viver sem dormir, há relatos de pessoas que passam por anos se conseguir dormir, ou se dormem, são sonos rapidos, com intercorrências, o que prejudica sua saúde. Este cara aqui está sem dormir uma noite toda há 37 anos.
Invista no seu sono. Ele é um dos maiores patrimônios da sua saúde.
Um post desse assunto sem mencionar a melhor história da carochinha já contada que é o experimento de sono com os prisioneiros de guerra na WW2 é um post digno de ser jogado na lixeira, amigo.
Tenho que me desculpar e me penitenciar com vossa santidade então, afinal, vossa santidade está me pagando tanto dinheiro para fazer o post perfeito como VOCÊ quer, né? Uma vergonha eu, seu vassalo, não corresponder às expectativas de vossa santidade. Prometo me empenhar mais na proxima vez. Amém.
João
Temos de levar em consideração o seguinte:
para escrever um post, o Philipe pesquisa várias fontes e ainda faz o que, no jornalismo, é chamado de triangulação ou seja pelo menos 3 fontes devem estar falando a mesma coisa. Além disso, tem também todo um trabalho de redação e edição do post, que, também, não é tarefa fácil. Tudo isso consome muito tempo, tempo esse que Philipe podia estar passando com a família. Esse é um blog de alto nível (sempre foi) e mantê-lo não é tarefa fácil. Mesmo que um ou outro ponto não tenha sido mencionado num post, ainda assim, Philipe sempre nos oferece um material de qualidade.
Aquele abraço!!