Os 5 gatos mais pacientes da face da Terra

Eu não sou um cara que curte muito os gatos. Prefiro os cães com seu jeito estabanado e meio sequelado de ser. Os gatos me parecem animais frios e distantes, muito seguros de si. Mas essa não é a opinião de muitas pessoas, que amam os gatos. O amor, seja ele dedicado a uma pessoa ou um animal é um sentimento complexo, é verdade. Há quem diga que os gatos são impacientes, mais pra selvagens,  agressivos intolerantes. E muitas vezes, alguns são realmente. Mas é óbvio que pensar isso tudo desses animais é uma visão preconceituosa, que denota uma distorção no qual ignoramos que indivíduos, sejam humanos, cães ou felinos,  são diferentes entre si e tem temperamentos próprios.

Tive uma ex-namorada que tinha um gato. Na casa dela, todos amavam aquele gato, que era quase como um mini-tirano. Menos eu, óbvio, e nossa intolerância era recíproca. O engraçado daquele gato é que ele era um canalha. Ele ficava me rodiando, fazendo gracinhas e miando, querendo colo… Todo lânguido e amoroso, enquanto ela estava perto. Bastava ela sair para o gato arrumar uma pata cheia de unhas afiadas e começar a me morder. O gato era um duas caras do caramba. Quando entendi isso, comecei a enfiar a porrada nele sem pena e o sacana gostava. Então nós tínhamos finalmente conseguido uma espécie de pacto-canalha onde enquanto ela estava perto eramos grandes amigos, mas bastava ela sair para a porrada comer com vontade. O gato dela tinha nascido pra ser pit bull. Adorava levar um murro no meio da cara. E saltava em cima de mim com as unhas no melhor estilo zé do caixão, prontas pra me furar. Ele arrancou sangue meu varias e varias vezes. O Gato já até sabia quando eu ia chegar, porque todo mundo la dizia que ele ficava na porta, me esperando. Acho que o gato gostava de mim mais porque quando eu ia la minha ex-sogra fazia frango assado. O bicho sacana se chamava Jônsu. Penso que a ideia original devia ser Johnson, mas lá era somente Jônsu.

Jônsu- o filho da mãe.

Ele era o único gato de coleira que eu já vi. Com peninha de castrar o magnânimo felino, e para evitar que fugisse para dar uma bombada, elas fizeram pra ele uma coleira que, na boa, devia ter  uns 200m de comprimento. Então eu chegava lá e tinha aquela fita de pano gigantesca passando pra tudo que era lado. Bastava eu chegar e dava um puta puxão na fita. Aí ele vinha, sabia que eu estava la. A gente se odiava, mas aquele era um ódio do tipo amor bandido, onde nós dois batíamos e apanhávamos em completo silêncio.

Dava pra ver na cara do Jônsu que ele estava impaciente esperando minha ex ir tomar banho para começarmos o “TELECAT”. Começa com ele pulando em mim e eu jogando ele longe. Ele adorava aquilo. Aí logo depois a parada descambava para mordidas e arranhões. Eu pegava leve com ele, afinal não ia matar o Jônsu.
Acho que eu realizava um pouco do instinto de luta do Jônsu, porque como ele tava naquela prisão domiciliar há anos, amarrado numa coleira gigante, mas que ainda era uma coleira, sem poder trepar nem ver o mundo, eu era o alívio na tensão dele.

O Gato também não admitia que eu não fosse submisso aos desmandos dele. O bichano era tão metido a besta que ELE escolhia quem ia sentar no sofá. Acredite se quiser, todo mundo aceitava se o Jônsu resolvesse que alguém não ia sentar.
Quando todos saíam, aquele era nosso clube da luta, secreto, cretino e sem nenhuma razão de ser além de dar um gás na adrenalina dos dois. Um cão jamais aceitaria aquilo sem latir. Devo reconhecer que muitos gatos são mestres da inteligência.
Talvez pela infuência de Jônsu, e de outros gatos que me morderam na infância, como um que mordeu no meu dedo em Cabo Frio, e quase fiquei sem, eu sempre tive a sensação que gatos são animais meio impacientes. Hoje me deparei com uns videos em que bebês fazem jus ao termo “fazer gato e sapato” dos animais. Eles, impassíveis. Veja:
1- Poucos animais da natureza demonstram a paciência de Jó que este gato teve com a menininha:

2- O gato e o japinha-pentelho-faminto

3- Testando os limites da paciência felina

4-O MMA humano-felino

5-Carga extra. A dura vida de um gato doméstico.

Você pode até não gostar muito de gatos, mas temos que reconhecer que existe alguns tão inteligentes que sabem que um filhote de gente tem seus momentos de pentelhação e dão uma aula de temperamento Zen. Falando em gatos, você já viu aquele post super bizarro em que eu conto as maiores distâncias que gatos percorreram para encontrar seus donos? Você não vai acreditar. Saca só.

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Eu acho que gosto de gatos justamente por causa disso… são independentes, ficam com quem cuidar melhor, não reconhece o dono nem limites territoriais (a não ser que sejam aqueles gatos castrados gigantescos que não conseguem pular 2cm do chão, mas aí é uma limitação física mesmo), não estão nem aí pra nada… cachorro pra mim é igual mulher de malandro, você pode fazer o que quiser com ele que ele continua fiel. Finalizo com a máxima: “você já viu um gato seguindo uma carrocinha de catador de papel?” :)

  2. Ahahahahaha gatos são demais mesmo! Parece q eles entendem mesmo o que a gente fala! Meu ex namorado tinha um certo receio do meu gato por achar que ele era maléfico! o Gato passou a atacar ele a noite!!! hahahahahahha 

    • Hahaha caraca que susto… Vc lá, tranquilão, dormindo gostoso e waaaaaaing! pula um gato do meio do breu em você. Eu morria do coração. Na boa.

  3.  Philipe, eu gosto de gatos, já tive um que era vira-lata mesmo, de rua, mas que infelizmente morreu de intoxicação. já dei de presente uma siamesa linda para minha mãe, e hoje ela tem uma pequena vira-lata. essa danada, tranquila, virou o capeta um mês atrás para entrar dentro da caixinha do veterinário que é aqui do lado; ela ficou com medo de entrar na caixa e fugiu pela casa toda, quando eu a peguei, ela mordeu minhas mãos até cansar, mas consegui colocar ela dentro da caixa. minha irmã levou ela no veterinário e ela saiu da caixa… tranquila, tranquila, a safada. minhas mãos ficaram em um estado de lástima, doendo demais, tive de pedir para minha mãe pegar um balde de água e jogar gelo dentro para aliviar minha dor com as mãos mergulhadas lá dentro. doeu muito! passado um mês, fiquei com uma sequela: a mordida mais forte que ela deu foi infelizmente na latera do meu dedo indicador direito, justamente no local onde o dedo dobra a primeira falange. afetou alguma coisa, nervo, sei lá, pois já se passaram cerca de uns 40 dias e até agora não consegui mais fechar o dedo. ficou uma pequena bolota no local onde tinha um furo e não consigo mais dobrar esta falange. me ferrei. contudo, a gata sentiu que fez algo errado, incrível. desde então ela, que sempre tinha sido calma, mesmo quando eu provocava ela de brincadeira, agora está muito preocupada quando eu chego perto dela, mas não é medo, eu já saquei que ela está com receio de me machucar de novo. eu não fiquei com raiva dela, pelo contrário, acho que eu é que fui descuidado e estabanado. desde o ocorrido, nem de brincadeira ela me mordeu mais, parece que receosa, sinto que parece ser não por medo de apanhar – visto que ela nunca apanhou nem sabe o que é isso – mas medo de machucar-me novamente. só vendo para entender. já com relação ao lance de gostar mais de gato ou cachorro, varia de pessoa para pessoa mesmo. li em algum lugar que a domesticação do cão é antiga, e que a dos felinos é mais recente, ou seja, não têm muito tempo de domesticação. no lugar que li este lance fala um pouco deste lance de um aparentar mais visivelmente carinho que o outro e outras coisas. sem mudar de assunto, tou gostando das matérias, gosto dos vídeos e dos lances apresentados no facebook. mas lembre-se de algo importante: o que colocamos no face passa a pertencer a eles, li algo assim no contrato de uso. por isso, não coloque coisas muito relevantes no face, continue colocando uns links lá que a gente vem ver aqui. termino aproveitando para repassar uma dica de matéria para ti, amigo Philipe – eu gostaria muito de saber a verdadeira historia do filme “o expresso da meia-noite”. eu achava que era tudo baseado em fatos reais, mas o filme, pelo que descobri depois, tem boa parte dele romanceada para ficar mais atraente. o filme até manchou muito a imagem que o mundo fazia de istanbul, na turquia, pelas maldades que aparentemente o protagonista teria sofrido na prisão turca. mas li em algum lugar que era quase tudo romanceado, e a pouco tempo li que o autor foi convidado a visitar a turquia para uma palestra, onde inclusive ele se retratou e deixou bem claro que o filme é muito diferente do drama que ele passou quando esteve preso. se fizer esta matéria, iria ser bem legal, não procurei mais saber de nada. abração!!!

    • Boa dica. Adorei aquele filme! Recentemente eu vi um programa sobre um dos poucos caras que escapou daquela prisão, onde ele relatou os perrengues que passou para escapar de lá. Acho que passou no discovery.

  4. Gato é tudo de bom na vida.
    Eu tenho 4, acho que morro sem eles, sou super dependente do amor e do afeto que eles me dão.
    Quando eu era mais nova eu era meio preconceituosa, mas depois que eu adotei o primeiro eu nunca mais consegui ficar sem. Gosto da forma independente e AMO como eles pedem carinho quando querem.

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