Oriental come filhote de rato vivo e desperta fúria na internet

Um vídeo postado no  LiveLeak  está causando histeria na internet depois que um homem foi filmado comendo um delicioso bebê rato ainda vivo.

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O homem leva o animal indefeso em sua boca e morde. A força, em seguida, faz com que entranhas espirrem nauseabundamente na direção da câmera. Infelizmente o filme não termina aí. Se liga no bagulho:

O cara que comeu o rato

Tem gente que faz de tudo pelos 15 minutos de fama. Algumas pessoas ativistas do  Tratamento Ético dos Animais (PETA) apareceram implorando autoridades para investigar o incidente, pedindo que os envolvidos sejam presos.

Mimi Bekhechi, diretora da organização no Reino Unido, disse em um comunicado:

“Só podemos imaginar que essa pessoa é mentalmente perturbada e precisa urgentemente de ser retirada da população em geral para seu próprio bem e o da comunidade. Qualquer pessoa capaz de impiedosamente esmagar um animal pequeno, impotente até à morte deve causar preocupação, porque a falta de empatia e um desejo de exercer poder sobre os indefesos invariavelmente se manifestará de outras maneiras anti-sociais, incluindo outros crimes violentos”.

Em resumo, só faltou dizer que o cara é um terrorista porque comeu um filhote de rato vivo. Sinceramente? Eu não entendo bem o espanto e o choque com relação a isso. Orientais comem animais vivos se remexendo no prato desde sempre. E na Coréia é famosa uma bebida alcoólica estilo cachaça que…Bem as imagens falam por si:
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Não obstante, o rato frito é uma iguaria apreciada no oriente, sobretudo na China e Coreia.

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Por lá é comum encontrar barraquinhas estilo camelô onde as pessoas fritam ratos e passam num molhinho bem gostoso antes de comer.

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Comer o polvo vivo é uma especialidade dos coreanos
Comer o polvo vivo é uma especialidade dos coreanos

Não precisamos ir tão longe para ver gente comer rato. Aqui mesmo na América do Sul rola isso (e ouvi falar que em São Gonçalo tem uma quebrada lá onde se come a melhor ratazana! Mas nunca tive coragem de ir la ver se é bom mesmo.)
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Na foto acima podemos ver algumas mulheres andinas exibindo um prato de “cuy” torrado durante o “festival do rato” em Huacho, no norte de Lima, em 20 de julho de 2008. O festival de um dia inclui uma mostra de pratos envolvendo ratos e um concurso de comida e moda com o famoso “Cuy”, o rato nativo aos Andes. O Cuy, frito ou assado é tradicional e remonta, pelo menos, quinze séculos chegando a aparecer em dietas pré-incas. (Foto: Mariana Bazo / Reuters)

Tem gente comendo bicho vivo pelo mundo todo. Veja, por exemplo a má sorte que o destino reservou a este calangão aqui:
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Calangão é zoeira. Trata-se de um lagarto Uromastyx, também conhecido como um lagarto Dabb, nativo de um deserto perto de Tabuk. Nesse dia, ele deu azar de ser capturado. E os lagartos Dabb, são considerados uma iguaria em algumas partes do Oriente Médio. São grelhado ou… Isso mesmo, comidos crus, e de acordo com a crença popular, o seu sangue é usado para fortalecer o corpo e tratar doenças. (Foto por Mohamed Al Hwaity / Reuters)

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De volta ao rato, ele voltou a ser bastante apreciado no oriente depois de um problema sério com o frango (cheio de antibióticos e com outros problemas como a gripe aviária)

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Na foto acima, San Smey, de apenas 4 anos, se delicia com um suculento pedaço de rato assado na cidade da província de Battambang, 290 km a noroeste da capital Phnom Penh, em 19 de Fevereiro de 2004. Os apreciadores de carnes foram forçados a fugir de frango por causa da gripe aviária que afetou toda a Ásia. (Foto por Chor Sokunthea / Reuters)

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Acima vemos um vendedor com os cortes de cães abatidos para a venda em sua barraca de rua na vila Duong Noi, em Hanoi. Enquanto os ativistas dos direitos animais condenaram os que se alimentam da carne de cachorro como sendo um tratamento cruel dos animais, o cachorro ainda é uma iguaria popular, aceito por muitos vietnamita, bem como em alguns outros países asiáticos. Duong Noi é conhecida como “a aldeia da carne de cachorro”, onde centenas de cães são mortos todos os dias para a venda como um alimento tradicional. Comer cachorro é um costume que está enraizado no Vietnã e foi desenvolvido como resultado da pobreza. Um quilograma de carne de cachorro custa cerca de 130 mil dongs (cerca de 24 reais). (Foto: Reuters / Kham)

Você pode até achar isso nojento, cruel e etc, mas não pode esquecer que o rato é uma abundante reserva de carne que os orientais não deixam passar batido. É comum vermos uma seletiva reação à morte de alguns animais enquanto outros parecem ser destinados a morrer sem qualquer remorso, tipo, o boi.

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“Enquanto o rato é um animal que vive de comer qualquer coisa nos esgotos, o boi é um bicho criado com todo cuidado para servir de alimento às pessoas, e abatido seguindo os máximos padrões de qualidade e Higiene”. Sim, é o que diria o Tony Ramos na propaganda, mas o discurso do comercial pode não ser de todo verdade, é claro.

Desde 1975, o peso médio de um boi gordo vendido a um frigorífico aumentou de 550kg para 589kg. Segundo chefs especializados em carnes, a carne bovina foi ficando maior, mas a qualidade piorou. De acordo com Melody Petersen, do New York Times,  a razão principal pelo qual os animais de abate estão ficando maiores é farmacêutica: uso intenso de antibióticos, hormônios e outras drogas que favoreçam o crescimento acelerado.

Traços de todas estas drogas permanecem na carne e os efeitos a longo prazo não foram estudados completamente. Nos EUA, a pesquisa sobre qualquer nova droga é conduzida pela empresa que está fazendo essa droga. Quando a empresa está satisfeita com seus resultados a droga vai para um processo de avaliação pela FDA. A FDA usa a pesquisa fornecida pela empresa farmacêutica para aprovação. A janela de análise de riscos é de apenas 30 anos. A FDA ea USDA têm uma longa história de permitir que os produtos perigosos sejam consumidos nos Estados Unidos. Pense sobre talidomida, Vioxx, e os herbicidas Round Up e 2-4D.

Recentemente, houve uma preocupação à beira da histeria coletiva nos EUA sobre o “Lodo Rosa” ser parte do hambúrguer que comemos.

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Lodo Rosa

Algo com o nome de “lodo rosa” já deve despertar suspeitas de cara, hehe. Essa coisa é fabricada quando uma empresa liquefaz restos e aparas de carne e utiliza uma centrífuga para separar os tendões e as gorduras da carne, deixando uma mistura que é então congelada em pequenos quadrados e vendido como um “aditivo de baixo custo” para o hambúrguer. O problema é que essas “aparas de carne” vem de tudo que é lugar e não seria nada espantoso se estiverem também cheias de patógenos que vão adoecer ou matar você, se você comê-los. Mas não se preocupe! A BPI (Beef Products Inc) começou a desinfecção do lodo rosa usando amônia. Em seguida, eles convenceram o FDA a permitir que eles listassem a amônia como um “ingrediente de processamento” para que o público não soubesse que estava comendo amônia.

No Brasil a coisa é (bem) mais complicada. Devido à precariedade das instituições públicas do país, a fiscalização sanitária é deficiente, e muitas vezes também corrupta. Assim, sobram bois com toda sorte de parasitas (eu sou testemunha, jé que contraí uma solitária de boi) as doenças proliferam, o roubo de gado é uma pratica diuturna no interior, e os matadouros e frigoríficos clandestinos pululam por aí. Assim, esqueça aquele lugar esterilizado com cara de NASA da propaganda. O boi do açougue é morto num lugar mais ou menos com este naipe aqui, cheio de moscas varejeiras por todo lado.

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Eventualmente eles acabam pegos quando os golpes ficam demasiados grandes, para logo depois sumirem no cíclico mecanismos das denúncias e notícias que são rapidamente esquecidas. Nem precisa ir muito longe. Aquela carne vemelhinha do açougue, quase sempre é caldo de colchonilha, um inseto que ao ser esmagado solta um corante vermelho poderoso. Basta mergulhar a carne quase podre ali dentro que ela fica vermelhinha. Hummm que Dilícia!

Uma colônia de besouros colchonilha
Uma colônia de besouros colchonilha. É isso que colore seu bife!

Dessa forma, não há uma grande diferença entre comer o rato e comer o boi quando se trata da preocupação com a saúde.
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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. As pessoas infelizmente confundem a CULTURA de cada país.

    Quer ver um bom exemplo? Substitua o rato por uma sardinha (peixe). Quantas vezes já vimos pegar um peixe vivo e jogá-lo em óleo quente.

    Quer outro exemplo? CARNE DE BURRO é muito comum na China. Tão comum quanto carne de PORCO ou VACA.

    Às vezes, o que choca para alguns, é normal para outros. E vice versa.

  2. Você esqueceu de dizer que quando se cozinha lagosta, a bichinha é colocada viva dentro da água fervente. Não vejo diferença alguma nisso ou no cara que comeu o rato vivo…

  3. Mas Philipe, comparar gente comendo carne de boi (que, em teoria, é morto de forma humanizada*), com um cara mastigando um ser, inteiro, até que ele morra, é uma comparação desonesta.
    (*A lei obriga que a morte do boi seja feita de tal forma, que varia de país pra país, para possibilitar o menor tempo de sofrimento possível. Além de evitar o sofrimento, a morte rapida e “indolor” evita defeitos na carne (PSE e DFD))
    Sobre antibióticos/hormônios, não se pode usar hormonio de crescimento no Brasil, é proibido. O uso de antibióticos é bastante regulado (tem uma quantidade maxima que pode ser aplicada, e um teor bem baixo é o máximo encontrado no produto final). A lei existe, já a regulação depende da honestidade de cada lugar né?
    Sabe, com exceção do polvo, todos os exemplos que você citou são animais exóticos, mortos e comidos já mortos. Nenhum é morto na boca de quem come. Comer cachorro, rato, capivara, lagarto ou oq quer que seja, mas eles são mortos antes de serem comidos. Cru comido vivo, de novo, achei uma comparação desonesta. Sei lá, seria a mesma coisa de vc comparar um cara pisando em filhotes de qlqr bicho, com a senhora lá que usa sapatos de couro de jacaré.
    Sobre o “lodo rosa”, deve se tratar de carne mecanicamente separada. Pode parecer nojento, mas é uma forma de aproveitar o máximo possível da proteína dos animais. Não é mais nojento do que a carne moída. É proteina e gorduras, apenas.
    E, por fim, sobre o corante Carmin, não, vc não pode usar nada na carne (bife) que mascare a cor. A unica coisa que é usada pra mascarar a cor, em produtos cárneos, é o nitrito/nitrato, em carnes curadas. Carnes frescas, nada pode ser utilizado (Há aqui um debate sobre o uso de monóxido de carbono, mas que não cabe neste comentário).

    • Guilherme, eu não acho comparação desonesta. Até porque não comparei. Eu só disse que podemos achar grotesco e nojeta a cultura da carne viva/fresca dos chineses, (lembra daquele post do peixe se mexendo no prato?) mas nós também temos hábitos que para outras culturas podem ser igualmente nojentos, como colocar a orelha de um porco na feijoada. No fundo, é o ser humano comendo o animal. Não estou julgando se é certo ou errado. Mas é claro, se você for ver a legislação sanitária, tudo é lindo e maravilhoso. Mas o problema é que no mundo real a coisa passa longe do ideal, não é mesmo? Tem muito açougue do interior que vende carne de cabalo morto ou jegue como sendo de boi. O furto de gado rola direto, pelo Brasil todo. Os matadouros clandestinos se espalham por aí e volta e meia a polícia e o ministério publico acham um. E quem me contou do caldo de colchonilha na carne foi JUSTAMENTE o dono de um açougue. Segundo ele, isso rola Direto! Que a legislação e o Ministério da agricultura coíbem não há dúvida. O que há duvida é com relação a estrutura nacional para fiscalizar um país continental como o Brasil onde todo mundo quer dar de esperto em cima de todo mundo.

  4. Uns 15 anos atrás, no sítio dos meus avós, um lagarto de tamanho semelhante ao da foto estava comendo ovos da criação do sítio. Meu pai e eu matamos o bixano e como já comemos carne de jacaré aqui no MT resolvemos não desperdiçar a iguaria e preparamos da mesma forma. Resultado é que o sabor é semelhante/idêntico ao jacaré. Quanto aos ratos ainda não tive coragem kkkkkk.

  5. Nao vejo problema nenhum nisso. Pra quem conviveu com chineses em navios e portos, sabe q tem um prato “delicatesse” q nada mais eh q esses ratinhos do video, mas nao crus, obvio.
    Eles sao fritos em oleo de arroz, vivos e comidos em seguida.
    Povo faz muito aue por ai.
    E PETA eh um dos maiores horrores atuais.
    Dah uma pesquisada sobre o caso de assassinato de caes domesticos cometidos por eles. Pq eh “mais humanos mata-los do q deixa-los vivendo aprisionados”.
    E desculpa pela falta de acentuacao…
    Abraco.

  6. Saúde? Seria até bom se esse retardado pegasse alguma bactéria ou vírus e morresse se contorcendo em dor. O cara claramente queria aparecer, ou é psicopata ou, o que é mais provável, as duas coisas. Eu sinceramente acho que já deu pro ser humano, tá na hora de acontecer uma limpeza geral, e a mãe terra vai começar a faxina em algum momento. Tivemos nossa chance, não aproveitamos e está chegando a hora de jogar o lixo fora.

  7. Philipe, eu acho que você foi extremamente generalista e tendencioso ao citar a carne bovina aqui no Brasil. Acho que você não foi claro o suficiente em sinalizar que esses casos de falta de higiene e crueldade na manipulação da carne são pontuais e raros.

    Nosso país é um dos maiores exportadores de aves, frutos do mar, carne suína e bovina, devido ao esforço de inspeção e vigilância sanitária existentes aqui. Pelos mais simples motivos (alguns anos atrás, por um simples boato de febre aftosa) vários países já suspenderam a compra de carne daqui.

    Existe um esforço muito grande na parte da prevenção de doenças nos animais. Santa Catarina levou isso a um nível tão alto que é livre de febre aftosa SEM VACINAÇÃO. O Paraná recentemente também conquistou isso.

    Existem centenas de casos pontuais Brasil afora, de frigoríficos clandestinos e abate cruel, mas são apenas isso, pontuais. Pela Internet afora tá cheio de vídeos desses abates (muitas vezes isso acontece pela simples ignorância de quem vai abater, usando métodos arcaicos), pra animais que muitas vezes vão alimentar apenas a família e vizinhos de quem os criou.

    Meu pai é dono de mercado e açougue, e só vende carne de procedência. Pode ser do corte que for, se o cliente solicitar, tem as embalagens e os laudos periódicos que os frigoríficos enviam da Inspeção Estadual. Já vi muitos vídeos e muitas fotos do processo de abate, corte e transporte dos animais em frigoríficos que atuam conforme a Lei, e a realidade é bem diferente das imagens desse post.

    Pra ter noção, na inspeção das vísceras do animal (que é feita em TODOS, não existe inspeção por amostragem), qualquer sinal de doença ou verminose detectada acarreta no descarte imediato do ANIMAL INTEIRO. Nem casco sobra. É tudo incinerado. E dependendo do tipo de problema encontrado, todo o frigorífico pára pra investigar o caso mais a fundo.

    Um problema no Brasil são os grandes supermercados que empregam gente sem qualificação pra manipulação deste tipo de alimento, e dificilmente você consegue informações claras sobre a procedência do que é vendido. Semana passada inclusive meu pai comentou de um mercado aqui da cidade que vendia o quilo da linguiça mais barato que o quilo da carne de pernil que é usada pra fazer a linguiça! Isso acontece com todo tipo de corte que se pode imaginar. E o povo vai todo pimpão, encher o carrinho e fazer o churrasco do fim de semana sem nem desconfiar da procedência do alimento que dá pra família.

  8. É realmente curioso, pessoas ficam revoltadas quando um dono maltrata um cão, mutila ou deixa seus filhotes morrerem fracos, anêmicos e ao mesmo tempo, incentivam o mercado que faz o mesmo a outros animais, comprando leite, carne, lã etc
    Um verdadeiro ativista dos direitos animais, defende, dão tratamento justo a qualquer, sejam humanos, ovelhas, bois, não somente a cães, gatos, etc. O ativista deve ser no mínimo vegano, caso não é pura aparência, hipocrisia, ignorância.

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