O vulcão da LAVA AZUL

As imagens parecem ter tido as cores convertidas no Photoshop, mas é a pura realidade. Um vulcão da lava azul. Ele existe mesmo e fica na Indonésia.

Para obter essas fotografias incríveis, o Fotógrafo Olivier Grunewald teve que penar. Fora o calor e os gases tóxicos, o cara ainda perdeu duas lentes e uma câmera. Mas com tudo isso, o resultado do ensaio vai além do incrível.


Olivier se aventurou em uma mina de enxofre da Indonésia chamado Ijen. Não é lugar para medrosos. Um vacilo e você morre. Este é o dia-a-dia de mineiros, que em troca de um salário alto para os padrões de lá, caminham até o topo do pico, e depois descem 200 metros dentro da cratera, para pegar pedaços de enxofre crus, colocá-los em sacolões e trazê-los de volta nas costas. Refazer todo o percurso de 3 Km levando de 40 a 90 kg do material e começar tudo novamente. O local emprega cerca de  200 mineiros, que extraem 14 toneladas por dia ou apenas 20 por cento do depósito diário contínuo.

Só de encarar a subida já parece maluquice.

Após a longa e penosa caminhada, eles chegam no alto do pico. O perigo de deslizamento de pedras é permanente. Aí começa a jornada ao âmago do vulcão.

Usando barras de ferro que são ao mesmo tempo cajados de apoio, eles quebram pedaços de pedras enormes.

Algumas partes são derretidas, o que torna a extração um perigo.

As pedras são acondicionadas em sacolas e em balaios precários.

Tudo é feito rapidamente, pois quanto antes saírem, melhor.

Em meio ao gás tóxico e a fumaça de cheiro horrível eles começam a jornada.

 

Eles chegam então na estação de pesagem la em baixo onde saberão quanto vão ganhar.  Em media eles chegam a tirar R$ 50 a R$ 75 por dia, uma boa grana para o padrão da Indonésia.

E você aí reclamando do seu trabalho, né meu chapa?

Mas é lá dentro do vulcão, em meio as enormes pedras de enxofre solidificado que está a lava azul:

 

 

O fato é que o enxofre se funde a uma temperatura de 115 graus, e se transforma nessa incrível lava azul com brilho espectral que você vê aqui.
As condições térmicas da cratera não altas o suficiente para que o enxofre entre em combustão. Dessa forma, ele apenas derrete, parecendo um líquido mágico, algo que parece sair dos filmes do Harry Potter.

Se você já teve a oportunidade de sentir o cheiro do enxofre, sabe porque, ao longo dos séculos, ele foi associado ao diabo, hahahaha. Fede pra dedéu! Imagina derretido na forma de loava azul? É nauseabundo! Grunewald usou uma máscara de gás para as suas fotografias e teve até que jogar fora suas roupas depois. Mas a maioria dos infelizes mineiros da indonésia vão sem qualquer proteção. O perigo realmente está em ficar tonto com os gases e acabar caindo no lago. Que é de ácido sulfúrico.

 

O enxofre é levado para uma unidade de tratamento que derrete os blocos e filtra. O enxofre liquefeito é derramado em placas que será mais tarde vendido para fabricas diversas, como branqueamento de açúcar, indústrias de borracha, industrias químicas, etc.

(Fotos © Olivier Grunewald)

fonte fonte fonte

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.

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Comentários

  1. Tem que ter colhão pra fazer essas fotos hein. O que eu acho mais foda de um fotógrafo com F maiúsculo assim, é que o cara se submete a isso por algo que deve beirar o incompreensível, é um lugar aterrorizante e mortal e mesmo assim o cara vai lá (e provavelmente pra cada clique bom desses ele deve ter dado outros 200). É algo que -penso eu- possa ser comparado aos esportes mais perigosos e o que seus praticantes sentem.

    Belo post, Philipe

  2. Quando eu penso que já vi de tudo…..

    (Pausa na narração para babar nas fotos do cara! Que incrível! Uma foto mais fantástica que a outra. O cara é mestre)

  3. E eu que pensava que sabia fazer fotos bacanas… sempre tem gente que pode fazer melhor. O cara tá de parabéns… é louco, mas de parabéns!

    • Aline, costumo acompanhar a série Pesca Mortal, do Discovery, e; pelo que eles mostram, a pesca do caranguejo real, e do das neves, no mar de Bering é realmente muito arriscada, pois os barcos e os pescadores enfrentam clima ruim, ondas altas e a água do mar gelada. Cair do barco é morte quase certa.
      – Cada profissão tem seus riscos. Claro que essa ai de cima, do pessoal coletando os blocos de enxofre, também é muito arriscada, mas penso que não dá para colocar as duas em comparação, pois envolvem riscos e situações diferentes, sendo perigosas cada uma à sua maneira.
      – a título de curiosidade, existe uma briga entre pessoas que tentam saber qual a profissão mais arriscada no planeta: uns defendem que é a espeleologia submarina (mergulharores em cavernas submersas); outros, afirmam ser a dos mineiros de carvão, atividade extremamente penosa; já outros tantos dizem que a mais arriscada seria a dos soldadores de navios, que trabalham suspensos; tem também quem defende os trabalhadores que fazem manutenção em linhas vivas da rede elétrica, nos EUA, onde o sujeito chega de helicóptero e tem que se acoplar à uma rede de mais de 50 mil volts, ficando pendurado a uns trinta metros do solo… e por ai vai.
      – Na minha humilde opinião, a profissão mais perigosa do planeta está fora dele: é a de astronauta, que realiza trabalhos internos e externos, seja no telescópio Hubble, ou na estação espacial. Um pequeno erro e não dá para contar com socorro. Mas é apenas uma opinião.

  4. Philipe, sério cara…. Kd a continuação do conto As Crianças da Noite???!!!! Poxa vida! Se não quer mais fazer pelo menos dá um final pra ela, coitada! E coitado da gente tb que tava acompanhando, rsrsrrs!!! :o) Bjos, Juju

    • OI Juliana, não postei ainda pq não escrevi. Fiquei doente, saí de férias e agora só volto a escrever assim que der conta da montanha enorme de trabalho que ficou me esperando… Mas eu vou acabar. Fica tranquila que eu NUNCA deixei um conto aberto na vida e não vai ser esse. (a menos que eu morra)

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