O misterioso caso da antena submarina

Eu nunca tinha ouvido falar da Eltanin Antenna, até me deparar com um verbete sobre ela na Wikipedia.

A história é o seguinte: Um navio de 1.850 toneladas chamado  Eltanin foi lançado em 1957 e serviu à Marinha dos Estados Unidos como navio quebra-gelo. Em 1962 Eltanin foi convertido em um navio oceanográfico de pesquisa. Ele foi o primeiro navio de pesquisa oceanográfica exclusivamente para trabalho em águas frias do ártico, e desempenhou este papel muito bem até 1975.

Ocorre que numa dessas pesquisas, exatamente no dia 29 de agosto de 1964, enquanto obtinha fotografias do fundo do Cabo Horn, o Eltanin obteve as primeiras fotos de uma coisa bem esquisita. Olha aí:

As fotos foram obtidas na posição 59:07’S 105:03’W, em uma profundidade de 3.904 metros.

A foto foi publicada, no jornal New Zealand Herald em 5 de dezembro de 64, sob a legenda: “Foto de um quebra-cabeça no leito do oceano”.

Em 68 o autor Brad Steiger escreveu um artigo que sugeria que o estranho objeto registrado pelo Eltanin era ” uma incrível peça de maquinário… muito similar a um misto de uma antena de TV e uma antena de telemetria”.

Um cara chamado Bruce Cathie, um piloto de avião neozelandês aposentado que havia visto um disco voador escreveu sobre o estranho objeto no fundo do mar, sugerindo que poderia se tratar de uma evidência documental de que o objeto era uma parte de um ufo, enterrado num lugar onde dificilmente seria visto se não fosse o navio enxerido.

Não tardou para inúmeras teorias sobre o estranho objeto aparecerem. Durante toda a Guerra Fria os EUA desconfiaram que o artefato tinha origem na União soviética.

O problema todo é que o estranho objeto estava muito fundo, a 4.115m, e no tempo em que foi descoberto, não havia nenhum submarino capaz de atingir tal profundidade.
Existe a possibilidade de que se trate de uma antena ou outro instrumento científico que foi perdido por um navio, porém, esta parece ser uma explicação meio forçada. Seria improvável que um objeto caísse através de mais de três quilômetros de oceano, e cravasse em pé. Sem falar que é um local com grandes e fortes correntes. O mar onde o instrumento foi visto é extremamente agitado e perigoso.

Além disso, a posição da antena é tão exata e tão estranhamente significativa, muitas pessoas não tem dúvidas de que ela foi colocada lá intencionalmente. Quem fez isso, com o que a tecnologia é um fato desconhecido. Muitos investigadores do fenômeno ufo e mitologias modernas ligadas aos mesmos sugerem que poderia haver um enorme segredo ligado a antena Eltanin, segredo que não é totalmente desconhecido para alguns membros da comunidade científica …

A fotografia, que para um leigo mostra algo como uma antena de rádio complexa saliente no fundo da lama, foi tomada em 29 de agosto por uma câmera submarina.

A câmera ficava alojada em um cilindro de metal puxada por um cabo do navio. Ele salta ao longo do leito do mar tirando fotos em intervalos regulares. Então, a foto não teria sido intencional. O cabo fotográfico do navio passou pelo lugar certo, na hora certa.

O Dr. Thomas Hopkins, biólogo marinho sênior a bordo, que se especializara em estudos de plâncton, disse que o objeto poderia ser uma planta.

Entretato, a alegação de que se tratava de uma planta foi mal recebida entre os que curtiam o aspecto misterioso do artefato. “Nessa profundidade não há luz para fotossíntese, e as plantas não poderiam viver lá.” Além disso, as alegações de que poderia ser um coral também foram refitadas.
“Se é alguma estranha formação de coral, ninguém a bordo ouviu falar sobre isso antes.”

O Dr. Hopkins, que se formou na Universidade do sul da California, disse que o fotógrafo do navio tinha sido completamente questionado sobre como ele obteve a misteriosa fotografia. No entanto, todos estavam certos que a foto não era uma falsificação mas uma foto pertencente ao lote de fotos obtida na pesquisa.
Hpkins apontava possibilidades intrigantes. Aos jornais ele disse: “Eu não gostaria de dizer que a coisa é feita pelo homem, porque esta alegação traz à tona o problema de como seria chegar lá”.

“Mas é bastante simétrico e as ramificações são de 90 graus de separação. É por isso que o misterioso objeto tem sido discutido ao longo de tanto tempo.”

Obviamente que muitas coisas estranhas – algumas vivas, outras não – existem nas enormes profundidades do oceano na Terra.
Para a maioria das pessoas, a imagem Eltanin poderia ter sido esquecida, imersa num infinito universo de curiosidades científicas, se não fosse Bruce Cathie, um leitor do Herald, com algumas ideias originais na cabeça ficar intrigado com isso – tanto que ele realmente visitou o navio e questionou os cientistas.

O piloto Bruce Cathie teve um avistamento de OVNI que “dramaticamente” mudou sua vida, e inspirou uma busca para encontrar alguma ordem e sentido o fenômeno. Cathie – seguindo o exemplo do ufólogo francês Aimé Michel 5 – decidiu procurar padrões nos locais onde os OVNIs foram reportados e correlacionou suas trajetórias de vôo.
Em um artigo para a revista Nexus, 6 Cathie explica como, depois de muito queimar a mufa e fazer contas até não acabar mais, ele foi capaz de formar uma rede de linhas sobre toda a área da Nova Zelândia. Surgiu um curioso padrão. O padrão consistia de linhas espaçadas em intervalos de 30 minutos orientada apenas em seis graus de deslocamento de norte verdadeiro. Eventualmente, duas grades semelhantes foram encontrados e ser interligavam umas com as outras, criando um padrão bastante complexo, que poderia ainda ser reduzido em linhas com espaçamento de sete minutos e meio.

Cathie estava focado em descobrir se este sistema de grades era um fenômeno global. Foi nesta época que ele soube, pelos jornais da misteriosa “antena”. “Eu tinha um palpite”, escreveu ele, “que este poderia ser o ponto que eu estava procurando, sobre a qual a orientar uma rede mundial – se de fato a rede existisse.
Não tardou, Cathie conseguiu comprovar com seus cálculos e linhas, que seria realmente factível estender a teoria das linhas de ação dos ufos a toda a Terra.

Além disso, ele concluiu que “a velocidade da luz, a massa e valores de aceleração da gravidade deve ter alguma ligação com a estrutura de rede, para explicar as manobras extraordinárias realizadas pelas naves misteriosas”, ele finalmente chegou a sua estrutura de grade ‘básica’, que foi formado por uma série de grandes círculos interligados em vários pontos ao redor da superfície da Terra.

“Os pontos nodais das duas redes, quando a série de círculos pequenos e grandes foram superpostas, formou áreas interessantes em torno dos pólos norte e sul geográficos. Cathie realizou uma análise geométrica e matemática dessas seções que eu encontrou uma conexão direta com a luz, a gravidade e seus equivalentes em massa em um sentido harmônico.

(vou poupar os leitores do detalhamento das contas do cara) Embora Cathie pudesse ter razão com as linhas dos Ufos, era dado a conjecturas completamente sem pé nem cabeça. Sua afirmação mais notável foi ter superado as dificuldades de Einstein em conciliar a mecânica quântica ea teoria da relatividade – um enigma que ainda atormenta os físicos.

Fascinante como tudo isto é, a pergunta permanece sem resposta: O que de fato é a “antena Eltanin? Alguém sabe? Sim. A “antena” foi identificada desde 1888, pelo menos – bem antes de sua descoberta “aparente” em 1964.

Era uma esponja!

Enquanto as esponjas de banho (tipo o bob esponja) são limitadas a águas mais quentes e rasas da plataforma continental, alguns de seus parentes são bastante bizarros comumente encontrados no mar profundo. Cladorhiza é uma esponja de formato Gump que se parece com uma antena de microondas da era espacial. Ela já havia sido vista diversas vezes em outros dois navios, que faziam pesquisas de material em alta profundidade usando dragas, muito antes da famosa foto ser descoberta. Os dados colhidos pelas dragas foram compilados em livros por Alexander Agassiz.

Agassiz observou que “eles são esponjas com uma longa haste que termina em ramificação das raízes, profundamente afundado na lama. A haste possui nós com quatro a seis apêndices com ponta esféricas. Elas, aparecem como arbustos e cobrem grandes extensões do fundo. A esponja Cladorhiza foi fotografada em um fundo rochoso no Mar de Bellingshausen

A foto mostra a Cladorhiza e seus apêndices terminados em esferas com os apêndices orientados horizontalmente, perpendiculares à haste reta vertical.


Filo: Porifera

Classe: Demospongia C

Ordem: Poecilosclerida

Familia: Cladorhizidae

Gênero: Cladorhiza

Espécie: Concrescens

A misteriosa antena no fundo do mar ártico nos mostra como a mente humana é eficaz em arranjar teorias complicadas para clarificar certos mistérios. Nem que para isso seja necessário lançar mão de mistérios ainda maiores e mais insondáveis.

fonte fonte

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Philipe Kling David
Philipe Kling Davidhttps://www.philipekling.com
Artista, escritor, formado em Psicologia e interessado em assuntos estranhos e curiosos.
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Comentários

  1. Aaaaaah que poxa!… E eu torcendo pra que fosse algum sinal da existência de Atlântida (mesmo sabendo que foto foi tirada no ponto mais meridional da América do Sul).

  2. Hhehhhe…. Phillipe, este foi um dos seus melhores posts que já li. Segurou o suspense até o momento certo.
    Abraço!

  3. Olá! Adoro quando vc escreve posts sobre bichos, plantas e coisas da natureza, em geral. Posso só fazer uma correçãozinha? Besta, mas umazinha só. O nome da espécie é binominal, envolve o gênero e o nome específico. Então o nome da espécie dessa esponja seria “Cladorhiza concrescens”. Isso vale pra qualquer nome de espécie. Coisas de Linnaeus…

  4. me lembrou o “Nasa ufo STS 75 incindent” (pra quem não conhece aqui tem um link http://www.youtube.com/watch?v=As-wYmFYb3I) fiquei tanto tempo intrigado com aquilo, aquela coisa “What The fuck????”…aí assitindo o caçadores de ovni do history channel os caras tocam justamente no assunto do STS 75, e melhor, vão com um sujeito la da nasa conversar sobre o caso, o cara não só explica q aquilo não é nada demais, como reproduz o incidente na frente deles, bem convincente…na maioria das vezes, os misterios são sempre mais interessantes q suas resoluções e a sua reação invariavelmente vai ser “Ah! era só isso??” :]

  5. Philipe,
    vc já pensou em fazer uma matéria sobre a Lua Iapetus?
    tava lendo umas coisas e achei interessante ela ser “contrúida” da mesma forma que a estrela da morte, ter uma linha bem no meio, um lado claro e outro escuro, idade estimada maior que o sistema solar e ainda por cima, não é redonda, tem ângulos, como um grande D20…

    um abraço.

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